A questão na política
Entretanto, o Bloco de Esquerda apresentou, hoje, uma proposta para permitir o casamento entre homossexuais, alterando o artigo 1577 do Código Civil.
E a Juventude Socialista já anunciou que vai também apresentar uma proposta no mesmo sentido.
As iniciativas não conheceram o apoio dos dois maiores partidos com assento parlamentar.
O ministro da Justiça é que já afastou a hipótese do Governo apresentar uma proposta para alterar a actual lei - que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
29 comentários:
O artigo 1577 do Código Civil tem q mudar, pq neste momento é inconstitucional, ou não proibisse a COnstituição a discriminação com base na orientação sexual.
Portanto, com ou sem apoio partidário, esta é 1 questão de bom senso, q se resolverá mais cedo ou mais tarde.
E muito graças à coragem da Teresa e da Lena, q hoje nos deram uma lição de cidadania.
Boa noite.
Acho que dá para juntar o comentário aos dois posts. Também vi ontem na televisão a entrevista com as duas jovens. Já manifestei aqui a minha opinião várias vezes acerca deste assunto, portanto quanto a isso não merece a pena dizer mais nada.
Queria saudar a coragem e espírito de iniciativa delas. É preciso lutar activamente, em vez de se ficar à espera que as coisas mudem por si. Lembrei-me de Rosa Parks e dos cidadãos negros de Montgomery (lembram-se, o caso do autocarro?). E se começassem a surgir centenas de tentativas de casamento e de requerimentos, ou lá como é que se chama, ao Tribunal Constitucional?
Claro que, por outro lado, compreendo quem não se quer/não se pode arriscar a dar a cara. Se fosse eu, arriscaria o meu emprego, por exemplo? Não sei, se calhar não. Admiro muito quem o faz.
Quanto à reacção dos "dois maiores partidos" e do governo, era de esperar. No que se refere ao PS e ao governo, isto deixa-me triste. Comparado com o PSOE, por exemplo, parece que a semelhança das primeiras iniciais é uma questão de pura coincidência.:(
Ah.. como eu gosto da (IN)coerência do nosso governo!
E viva a inconstitucionalidade!
Não há quem desligue os complicómetros a esta gente??...
Mahatma
Falei com alguém de Vieira e no dia que puseram o almoço (25) é o rally Casino da Póvoa de Varzim, hummmm A MIndinha deve tar lotada
:(
MJ
Eu acho que a decisão é tudo menos imprevisível, infelizmente.
Quanto ao facto de essas iniciativas não terem o apoio dos dois maiores partidos é normal, é apenas mais do mesmo.
Se tivessem é que eu ficava admirada.
Como em tudo na vida, as decisões mais polémicas e inovadoras demoram a ser postas em prática...
Os maiores partidos com representação no Parlamento não querem melindrar a maioria dos seus votantes que, por mentalidade retrógrada ou por falso pudor/cinismo, não apreciam assunto tão... tão... pecaminoso.
Que país tão... tão... púdico...
Mahatma
Perdoe não aludir ao post, não porque esteja do outro lado da barricada, não é isso. Mas, como o "cetê" , há coisas com as quais discordo. Este instinto é único. Há então igualdades que se tornarão desiguais com essa luta, mesmo entre si, duas mulheres terão o instinto maternal em dobro e dois homens já não é assim. "O instinto maternal" é da fêmea que sofre até alterações físicas com a sua manifestação (é o que foi descoberto recentemente por cientistas com experiências em macacas) não em macacos.
Há quem seja contra o instinto maternal como sendo algo interno, mas sim um instinto por processo adquirido e externo. A minha experiência pessoal não me diz isso.
Tenho pena das crianças, os sons do ressonar não deixarão ouvir o rezingar doente de criança febril.
Espero sinceramente, pelas crianças, estar enganada. Mas sobre isto não há experiência capaz de nos assegurar nada, só mesmo o futuro. Pena que para isso as cobaias sejam elas.
Conheci uma excepção bem de perto, mas a regra é o que se vê, que me desculpem os homens.
Agora pergunto, idealização pelas crianças "do homem futuro" ou da "mulher futura" terá de ser compensada de algum modo, ou não?
Aqui o psicólogo é o Mahatma, espero que me elucide :)
MJ
Professor:
Eu sabia que não ia deixar passar este assunto em claro ;). Como já não tenho muito tempo, hoje, permita-me fazer aqui um copy-paste do que escrevi lá no meu cantinho:
"E esta, heim?"
Fernando Pessa já se foi, infelizmente. Se ainda estivesse por cá, hoje seria certamente um daqueles dias em que nos brindaria com a sua famosa pergunta...
Hoje, Teresa e Lena, duas mulheres portuguesas decidiram desafiar as nossas "raízes históricas e culturais muito consolidadas" (expressão de Pedro Duarte, deputado do PSD) e legalizar, pelo casamento, a sua relação amorosa, esbarrando, obviamente, com os impedimentos legais em vigor.
Diz a Constituição da República Portuguesa, no artigo 13º, que é proibida "qualquer discriminação com base na orientação sexual. Diz o Código Civil, no artigo 1577º que "o casamento só pode ser celebrado entre pessoas de sexo diferente". Alega Alexandra Teté, da Associação Mulheres em Acção, que "A heterossexualidade é uma nota essencial do casamento, que se funda na conjugabilidade homem-mulher e na fecundidade potencial dessa união. [e que] O casamento é uma instituição reconhecida pela sociedade como fundamental por ser o lugar natural da geração, formação da personalidade e educação das crianças. É a fonte primária do capital social [...] [mas]qualquer pessoa pode casar, independentemente da sua orientação sexual." (in: Público, Quarta-Feira, 1/2/16)
Ficamos, então, esclarecidos quanto aos fundamentos e às possibilidades do casamento: trata-se de um acto legal enraizado na tradição histórica e cultural e lugar natural da geração, ou seja, da produção de descendência, e que os homossexuais podem casar, mas não entre si.
Ora, se até o Papa, na sua Enclítica "Deus Caritas Est" parece legitimar (com alguns séculos de atraso, mas pronto!) o eros, ou seja, a sexualidade, no casamento (monogâmico e heterossexual) sem ter por único objectivo a fecundação, mas como resultado de uma divinização do amor humano e de uma entrega mútua entre o casal, a lei portuguesa, pelo menos na interpretação que lhe é dada por Alexandra Teté, parece estar a ser mais papista do que o papa, ao fundamentar-se na questão da natural fertilidade: como os casais formados entre pessoas do mesmo sexo não podem naturalmente gerar filhos, não lhes é permitido que casem. Mas a Igreja Católica já legitima o sexo no casamento sem a obrigatoriedade de gerar descendência, o que, bem vistas as coisas, legitima a entrega mútua dos corpos e "almas" nos casamentos estéreis. Logo, se a definição de casamento se fundamenta na sua "potencial fecundidade", como diz Alexandra Teté, que fazer aos casamentos heterossexuais estéreis? Vamos pô-los em causa também e dar-lhes outro nome?
Logo, tudo indica que a fertilidade, ou a sua ausência, não pode ser evocada para proibir casamentos entre pessoas do mesmo sexo, tendo em conta o que se passa com muitos casais heterossexuais estéreis.
Resta, pois, o argumento da tradição. Todos sabemos que o Estado Português é laico, mas a nossa tradição cultural é de matriz judaico-cristã. E se a lei se funda nessa matriz cultural, então está explicado porque é que não é legítimo que os homossexuais se casem entre si... Curiosamente, como muito bem afirma Alexandra Teté, "qualquer pessoa pode casar, independentemente da sua orientação sexual", o que significa que, para poder casar, em conformidade com o Código Civil, um/uma homossexual terá de o fazer com alguém de outro sexo. Ou seja, a nossa matriz cultural judaico-cristã considera ilegítimo o casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas aceita, pacificamente - e a lei aprova - que alguém se case, sem amor, com outra pessoa de sexo diferente do seu e arranje um/a amante do mesmo sexo para poder ser feliz...
"E esta, heim?"
(desculpe lá a extensão do texto...)
Boa noite
Lena b
http://bocadosdazul.blogspot.com/
É superior a mim... LOOOOOL mas porque raio há-de "CêTê" ser homem?!? Não deixa de ser curioso... ;] Querem lá ver....Ó professor: é que nem sei se se posso entendê-lo como elogio. Bem,... vou adiantar o comer para amanhã, as roupas dos miúdos, tirar a roupa da máquina, lavar os copos do leite das crias, dar-lhes um beijo de boas noites e o resto ;] é cá comigo. ;]]]]
Ainda bem que já aqui houve, quem se envergonhasse com a sigla PS, comparativamente com o PSOE vizinho.
Ouvi ontem uma entrevista do D. Duarte...referindo que foi incentivado, há anos, pelo Reagan dos USA a concorrer à Presidência da República. Pois "os Estyados Unidos Gostam muito de Portugal em detrimento de Espanha, que se une aos países que os criticam"...
O inteligente descendente Bragança ainda disse outras "verdades" como: "Portugal piorou economicamente, porque se tornou "república"!!!!!!
Somos tão foleiros!Tão colonizáveis pelos mandões! Tão subservientes aos poderes despóticos!
Mat.
”Entretanto, o Bloco de Esquerda apresentou, hoje, uma proposta para permitir o casamento entre homossexuais, alterando o artigo 1577 do Código Civil. E a Juventude Socialista já anunciou que vai também apresentar uma proposta no mesmo sentido.”
Paneleirices aparte, surgiu hoje na Comunicação Social a notícia que o primeiro-ministro pode ter criado um serviço de informação paralelo, não previsto na lei e sem controlo do Parlamento. De acordo com a revista Visão, José Sócrates tem um núcleo restrito de especialistas a trabalhar na recolha e produção de informação. Em causa podem estar os direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.
Ou seja, há por aí rapazinhos que andam cheios de medo das “escutas telefónicas” (eu sempre ouvi dizer que “quem não deve, não teme”...), mas não têm problemas nenhuns em criar serviços secretos à margem de qualquer mecanismo de controlo democrático.
Noise, se eu fosse a ti, punha-me à tabela com o nosso primeiro... A esta hora, está o Sócrates a encomendar o sermão aos gajos da sua (dele) secreta para saber quem é o artista que anda por aí a insinuar que um dia destes até o primeiro-ministro vai sair do armário... ;-))
Ontem à noite, no telejornal da TVI, a fufa macho queixava-se que não conseguia arranjar emprego porque ia às entrevistas de mão dada com a sua parceira e a potencial entidade empregadora punha-lhe logo um skate debaixo dos penates... Pergunto eu: onde é que já se viu alguém ir a uma entrevista de emprego de mão dada com o(a) respectivo(a) parceiro(a) ?! Estas fufas são mesmo maradas...
Por sua vez, a fufa fêmea queixava-se que um café onde trabalhou perdeu a freguesia toda desde que ela foi para lá trabalhar. A avaliar pelo estilo exibicionista das duas artistas, tenho cá uma fezada que a fufa em questão se “esqueceu” de dizer que a sua parceira ia lá para o café e não lhe “desamparava a loja”, forçando quem bebia a sua bica a ter que visualizar as duas fufas na “marmelada”... Se, no café onde vou de manhã, o gajo que me tira a bica estivesse lá na marmelada com a namorada, eu também deixava de lá ir. Ala marujo...
PS: o mais giro disto tudo, é que eu nunca vejo a Juventude Socialista preocupada com os verdadeiros males deste país...!
Bom dia!
Devo dizer que para mim é muito claro o reconhecimento ao direito que os homosexuais devem ter por parte do Estado, relativamente ao respeito pelas suas opções, pela simples razão de que um estado democrático deve garantir espaço de liberdade a cada cidadão, tratando-se por isso duma enorme descriminação a proibição desse direito.
Contudo tenho alguma dificuldade em aceitar mudanças rápidas ao nível das mentalidades e de comportamentos sociais. O casamento entre homosexuais parece-me estar entre uma dessas mudanças.
Historicamente e como instituição, o casamento encontra-se actualmente numa enorme encruzilhada: ou se "banaliza" a decisão, insistindo no "casa descasa" ou se assume a importância dele e em termos pessoais e sociais sejam validadas e reconhecidas condições, circunstâncias e caracteristicas que permitam dar melhores garantias de continuidade ao casamento.
Assim "a união de facto" será uma solução transitória que inevitavelmente e à semelhança dos outros paises europeus levará à aceitação de casamentos homosexuais...
cêtê :))))))))))))
Teve imensa graça:))))))
Quem é que a manda escrever nesse ar "atmosférico" ,que aliás eu gosto imenso... mas que pelos visto lhe dá uma imagem assexuada:)))
Fez muito bem pôr "os pontos nos iii" ao nos indicadar uma série de tarefas que nos deixaram sem qualquer ponta de dúvida...:))))
O casamento de seres que se amam.
No sítio aonde moro há uma senhora que é inseparável do seu lindo cão, o Óscar.
Passeia ao fim-de-semana pela minha rua e vai falando com ele. E o bicho percebe, é fantástico!
Na padaria entra com ele ao colo, não vá acontecer como no ano passado, que foi atacado por outro cão quando esperava pela dona lá fora, preso pela trela.
Recordo esse drama como se fosse hoje. O desvelo da dona face ao sofrimento do bicho com a pata entrapada!
Falámos sobre o acidente e ela disse-me que não dormia só de pensar que podia acontecer algo de mal ao Óscar. E o sofrimento que tinha quando ele adoecia e tinha de deixá-lo ao cuidado de estranhos. As pessoas são insensíveis ao sofrimento dos bichos, dizia.
- Por isso, quando ele adoece meto férias e não poupo gastos em veterinário e em medicamentos, que são tão caros. Devia haver outra protecção para os animais.
- Ó mulher, case-se com o Óscar! Passa a ter dias de ausência ao trabalho remunerados para cuidar da família, descontos no médico, e nos medicamentos, e no IRS. E se você morrer ele não fica na rua, herda os seus bens e o arrendamento da sua casa transita automaticamente para ele. Era outro descanso para si.
A propósito da entrevista de D. Duarte
(eu tb. acho que não tivémos sorte com a pessoa em causa, porque precisaria de ser excepcional, e não é: é simplesmente normal).
Em Portugal há de facto um grande sentimento anti-monárquico.
(embora digam que estatisticamente bem menor do que muitos imaginam).
Parece-me que muito desse sentimento se baseia na pura ignorância (passiva) dos factos históricos.
E digo ignorância passiva porque fomos sempre educados para pensar mal da monarquia: toda a informação passada desde a escola primária -quando ainda se aprendia História... - foi cuidadosamente escolhida para produzir esse efeito.
O Estado Novo na sua mais pura forma!!!!!
É isso mesmo: nada há de mais salazarento do que que a fobia ao trono, a ideia de privilégio real, a associação imediata à noção do poder de uma elite, de consumismo de Estado no sustento da família real, da colagem a um pretenso parasitismo, à evidência do abuso de poder, de anti-democraticidade, etc, etc, etc.
Os velhos fantasminhas todos alinhados nas nossas cabecinhas pouco pensadoras...
Não é matéria que convoque o meu proselitismo.
Mas ler "umas coisas" (acreditadas) sobre o assunto pode deixar muita gente boquiaberta.
E sim, Portugal regrediu, não anos, mas décadas no princípio do séc. XX, por causa da afinação da máquina republicana.
Um espírito equidistante que se limite a exercer o sagrado direito à informação, conclui-lo-á rapidamente e em várias frentes. Mas se quiser ler.
Ler aquela literatura que não circulava há 30, 40 ou 50 anos atrás. E aquela historiografia que não se podia sequer fazer, senão em segredo, porque era pura e simplesmente censurada.
- Porque seria a verdade tão incómoda a Salazar e seus seguidores?
Conhecer a "verdadeira" história do fim da monarquia e do período seguinte, o da 1ª república (em obras que agora, sim, já se produzem), é uma revelação muiiiiiiiiito interessante.
Acerca de todos nós, inclusivamente, como povo e nação.
O que acho mais graça, nesse popularíssimo e primário sentido anti-monárquico, feito de 3 ou 4 fáceis ingredientes atávicos, nem é o desconhecimento das coisas e da realidade.
De que muita gente nem tem consciência e por isso é mais do que perdoável.
Não, a piada toda (e a ironia) está na cegueira que carregamos face ao mundo actual:
Convivemos diariamente com o pior lado dos abusos de poder; estamos minados por oligarquias invisíveis cujos efeitos são contudo gritantes e se revelam dia a dia à vista desarmada; sustentamos uma nova aristocracia -sem esse nome - que nada, mas nada acrescenta à sociedade e nada lhe devolve em retorno (ao contrário da "outra", que abominamos); produzimos as piores elites de sempre (como se uma país pudesse sobreviver sem elas)
E estamos todos contentes porque somos um estado republicano...
Viva Portugal!
PAMINA
Isto é como uma regra de três simples: o PS está para o povo português assim como o PSOE está para o povo espanhol.Donde o problema não está no PS, mas na nossa populaça.
E agora passo à, actualmente inevitável, declaraçãozinha de interesses: sou simpatizante do PS, com grande pena de não ser espanhola e ,por arrastamento, votante do PSOE. Mas é a vida! ninguém me perguntou onde gostaria de nascer.
PAMINA
Pois é meninadalua! LOL
Temos de falar de depilações e dos tampões e da desarrumação das carteiras, etc.
Mas não é culpa, nem defeito: é feitio. ;]
Lusco_fusco,
So agora li o teu comentário e mais uma vez estou em desacordo contigo.:)
Não acho nada que o instinto maternal seja um dado adquirido. Então e as mães que maltratam os filhos? E as que os abandonam à nascença? E as que cometem infanticídio?
Onde estava o instinto maternal?
Diariamente vemos/lemos notícias de pais e mães que maltratam e abusam dos filhos.
E as pessoas que adoptam crianças( independentemente da sua orientação sexual) é porque verdadeiramente querem cuidar dessas crianças, ajudá-las a crescer, dando-lhes carinho, protecção e amor.
A adopção é para mim um acto de amor, enquanto que ter um filho nem sempre é, infelizmente.
Tem-se filhos porque os métodos anticoncepcionais falharam, porque entretanto não se fez um aborto, para salvar um casamento(?!)..esta eu não percebo , mas ouço algumas vezes como argumento! E quando a criança nasce, pergunto: onde está o amor?
E não considero que as crianças vão ser cobaias neste processo.
Os processos de adopção são demorados, há uma série de factores que são tidos em conta e analisados meticulosamente, penso eu, até se chegar à conclusão de que aquelas pessoas reúnem as condições para o fazer. Penso que a posição das crianças será sempre salvaguardada.
Cêtê e ameninadalua,
Looooooooooooooool.
Porquê essas confusões???
Tinhamos aqui conversa para horas...
Dona Angie,
Como os comentários de blogue não deven ser longos, pois ficam extremamente fastidiosos, só lhe vou dizer duas coisinhas.
A senhora, no seu desdém por quem não conhece é que é extremamente ignorante sobre os contextos históricos e sociológicos do ocaso da monarquia lusa e do advento da 1.ª República.
Só relembro a título de exemplo a perda do "mapa cor-de-rosa",e o "Ultimato" da Inglaterra -não valeu nada a queen victória ser familiar da nossa coroa - rude golpe, dizia eu,na nossa identidade, que deu origem ao nosso Hino Nacional, ou seja "A Portuguesa", de Alfredo Keil e Henrique Lopes de Mendonça. È bom pensar nos outros contextos europeus, nos conflitos militares e económicos e em que é que eles influenciaram as élites culturais da época. E não se esqueça dos 80% de analfabetismo, da tuberculose, da sífilis, do tifo, da extrema miséria e fome do povo. E também não se esqueça de que foi a 1.ª República que trouxe a "Liga das Mulheres Republicanas" e a petição do voto feminino. Foi uma médica portuguesa, que não podia votar, por ser mulher, enquanto os homens analfabetos tinham direito ao voto, que heroicamente se prestou a ser a 1.ª eleitora. Mas se quiser informar-se, leia, LEIA E INVESTIGUE.Pode ser que conclua que deve também a essas senhoras estar hoje num blogue a dar caneladas insolentes e desinformadas.
D. Duarte disse coisas nessa entrevista sobre a i.vg., que são suficientes, para pôr a milhas, qualquer espírito culto e democrático. Acho bem que ele vá aprender umas coisas com o Prince of Wales. E vem a senhora tecer loas aos Braganças. Olhe nunca leu a "Causa da Decadência dos Povos Ibéricos" do nosso Antero de Quental?
Então leia e não se fique só por isso. Precis muito.
Mat.
Vejo aqui comparações com cãezinhos, a propósito do par lésbico, que metem impressão, para não dizer coisa pior!
A nível das pessoas
e a nível dos animais, que como seres vivos, merecem não ser tratados com mente suja.
É raro vir aqui, mas este blogue está entregue a cada um!
Fogggggggggggggo professor! Isto é cada espécime que por aqui passa! Que engraçado seria isto se nos pudessemos ver no écran-feito olho de mosca (ando apanhada pela MOSCA)! LOOOOOOOOOOOL Era cada susto! (estou a falar por mim, claro!)
Bem não deve se muito diferente dos consultórios da especialidade e dos Hoaspitais! ;]]]] tou a brincar.....
Quando vem com justificações de anti natura só me apetece rir, pois eu vejo os animais na natureza a ter comportamentos homosexuais e não são discriminados por tal. Só não vê quem não quer e todo esse odio seria mais útil, certamente, a ajudar quem precisa em vez de perseguir quem quer ser deixado em paz ;)
Anónima escandalizada,
O casamento entre pessoas do mesmo sexo é a tentativa de criar legalmente um contrato social que conceda aos contratantes homossexuais as mesmas regalias económicas que o contrato de casamento civil concede aos casamentos entre pessoas de sexos diferentes.
Acho que é uma reivindicação lógica, mas não vejo porque se insista em chamar casamento. Pois esta designação está associada historicamente à "constituição de família", pressupõe a fertilidade do casal, tem essa fertilidade como objectivo.
Só compreendo que se queira chamar casamento, porque nos casais homo é frequente uma das pessoas assumir-se como "o homem" e o outro como "a mulher", isto é, um deles costuma renegar a própria condição sexual.
A metáfora do cãozinho foi só para explicar que não são só os afectos entre homossexuais vivendo juntos que estão desprotegidos. Há pessoas que desenvolvem afectos com animais com intensidades que ultrapassam os afectos com pessoas como a mãe ou o irmão, e ninguém se lembra de propor a legalização dessas uniões por um contrato de casamento . Lá virá o tempo! Basta que essas situações se multipliquem no tempo e que venhamos a ter uma massa crítica de interessados capaz de influenciar a sociedade e os políticos (basta que haja muitos políticos a viver essa realidade).
Para mima tudo bem! Casem-se a 3 e a 4, com animais, pais com filhos, etc. mas não chamem a isso casamento! Por favor!
A lei civil reconhece o casamento como contrato de pessoas de sexo diferente para a vida em comum e a procriação. Nem a vida em comum nem a procriação são proibidas fora do casamento. Muita gente prefere-as precisamente fora do casamento, não tanto porque não gostem dos seus benefícios, mas porque não toleram as suas obrigações, preferindo viver sob um contrato informal ou com regras não especificamente tuteladas pelo Estado.
O casamento, tal como está regulado nas sociedades de cultura judaico-cristã tradicional maioritária, está limitado ao casamento monogâmico, o que cerceia o direito de cidadãos de outras culturas a casarem-se com mais de um cônjuge. Fixando para uma instituição do domínio civil as regras da cultura religiosa dominante, o Estado limita a liberdade de cada um e discrimina os cidadãos em função da religião professada. O não reconhecimento do casamento poligâmico, de um homem com várias mulheres ou de uma mulher com vários homens, é pois uma limitação inaceitável.
Em sociedades culturalmente diferentes, a lei reconhece o casamento poligâmico, que em algumas sociedades é maioritário. Reconhece-o, porém, na variante de um cônjuge masculino casar com vários cônjuges femininos, mas não ao contrário. Razões de funcionalidade, de hierarquização social e de dificuldade na determinação da paternidade devem estar na origem desta descriminação.
A permanente evolução tecnológica tem possibilitado evoluções muito rápidas dos hábitos, dos costumes e da cultura. Devido a esse facto, as mulheres conseguiram controlar o fardo biológico que carregam – a maternidade – e conquistaram direitos sociais de igualdade, em relação aos homens, que transformaram totalmente os seus comportamentos tradicionais. Devido também a ele, a procriação é já possível sem a cópula e a determinação da paternidade é também possível a custos reduzidos.
Esta tecnologia e esta cultura são produto do que designamos por capitalismo, e a expansão mundial deste modo de produção tem-nas transportado para todo o lado, numa uniformização de modos de viver que pelo elevado ritmo a que se tem processado assusta os mais tradicionalistas. Os seus impactos, que por grandes não podem mais ser ignorados, reflectir-se-ão em todas as sociedades, abalando sem clemência os seus pilares tradicionais, que acabarão por ruir com fragor.
Deste modo, a instituição casamento, através da qual a lei pretende assegurar a criação das gerações futuras em condições de melhor estabilidade, não pode deixar de vir a sofrer as influências das mudanças de comportamentos que geram as aspirações de pessoas do mesmo sexo a se consorciarem para criarem a sua descendência, ainda que não comum, ou de uma pessoa se consorciar com várias simultaneamente. Ao contrário do que parece, esta transformação é um passo no sentido da diversidade.
E se o casamento, pela rigidez das suas regras obrigacionistas, é tido como instituição de maior estabilidade do que os contratos informais, então a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo é um primeiro passo necessário para que os pares assim formados possam adoptar e criar filhos não biológicos.
Quando esta nova diversidade se começar a enraizar na sociedade, alguns comportamentos exibicionistas dos pares homossexuais, que hoje chocam muitas consciências, talvez tendam a desaparecer, por desnecessidade de com eles chamarem para si a atenção dos outros, e, outros, em nada dissemelhantes de comportamentos dos pares heterossexuais, talvez venham a ser encarados com a naturalidade das coisas banais.
Noutros lados, a questão já se colocou e foi resolvida com maiores ou menores sobressaltos. Entre nós, a coragem para impor a mudança neste campo ainda é tida como folclore ou carimbada como atitude conservadora. Conservadora? Com tal epíteto, os doutos comentadores, que dizem ser esta, para si, questão secundaríssima, confundem o hipotético conservadorismo da instituição casamento com a verdadeira ruptura de que a atitude e a pretensão introduz no estado das coisas. Afirmando preferir que o Estado não interviesse nestas questões, não se coíbem, contudo, de emitir tão abalizada opinião, para assim desvalorizar um facto político bem relevante. Em vez de reconhecerem a relevância política e civilizacional do facto, ainda que a pretensão não colha a sua preferência, tudo fazem para o desvalorizar. Afinal, quem tem medo da diversidade e da evolução? Quem quer uma agenda política sem grandes desassossegos?
JMC
Dona Matilde:
(retribuo a reverência)
Começo por lhe confessar que fiquei confundida, não corei de satisfação por mero acaso!
Sim porque afinal, apesar de sentenciar que "os comentários de blogue não deven ser longos, pois ficam extremamente fastidiosos", deu-me então a honra insuperável de atentar nas minhas considerações!
Estou assim infinitamente em dívida. E incomodada, devo dizer. Por causa do esforço a que sujeitei os seus neurónios, amantes do pensamento si...ntético.
Mas acalme-se!
Lastimo que julgasse as minhas palavras como "caneladas": foi decerto outrém que lhas deu.
Mas eu não, juro.
Ou então está hiper-sensível, por qualquer estranho motivo, e então um simples sopro assume proporções de furacão.
Quanto ao resto, não vou deter-me em considerações porque não quero desencadear nenhuma guerra nuclear.
Era o que faltava, num sítio tão simpático como este, alimentar contendas, e logo no tom que lhe deu.
Nem pensar.
Já percebi que achou que lhe estava a chamar iletrada. Não estava. Mas pronto: por qualquer obscura razão, assim resolveu tomar as minhas palavras.
E cá registei devidamente as suas demonstrações sobre a leitura dos "Elementos de..."
Mas, sabe? Penso que a qualquer um assiste o direito de opinar: foi o que eu fiz.
Pelo Murcon, tem sido sempre assim, mesmo depois de ter sido votada a "lei seca" ( e bem preciso era).
Direito de opinar que a si também assistiu, quando resolveu trazer o tema da entrevista à colação (leia-se, ao Murcon).
Falando da entrevista que eu de resto nem li, nem imagino onde foi publicada: mas adivinho que em qualquer revista de cabeleireiro, que são as que por norma dão tempo de antena ao tema em causa. Mais uma terrível subestimação...a condizer com o resto.
Não preciso que me lembre as sufragistas portuguesas: conheço bem o caso, que particularmente me interessa.
Quanto a Antero..., sabe? Acho que não percebeu mesmo nada do que eu disse, pois Antero pertence à literatura autorizada.
Não, eu falava de outros, os do último quartel do séc. XX, mas como tanto reclamou...deve conhecer, não carece de indicações bibliográficas.
Mesmo assim, dou uma ajudinha, que ninguém vê: Carvalho Homem, por exemplo, e até o próprio Oliveira Marques. São "insuspeitos", qualquer deles cientistas de esquerda... Pressinto que lhe agradarão.
E já nem lhe cito os outros, igualmente idóneos, porque decerto lhes chamaria mentirosos ou coisa assim. (É o costume...)
E então lá ia eu desencadear involuntariamente já não um furacão...mas um tsunami, e teríamos de chamar a protecção civil.
Ora eu só desejo dias tranquilos ao Murcon.
Boa noite...
Bom, IFLIFEGIVESYOULEMONS era mesmo eu, como se percebeu.
Foi um erro informático, não uma tentativa de heterónimo.
Transcrevo o que foi escrito num blog porque passei:
«Muito estéril, esta polémica em torno dos casamentos homossexuais... Desculpem-me mas não os compreendo! Tal como nunca compreendi as uniões de facto desligadas do facto de serem a janela que se abriu para as pessoas que têm precisamente este tipo de problemas, ou seja, vivem “amancebadas” e pretendem ter alguns direitos que o Estado concede às pessoas casadas, sobretudo para efeitos de sucessão “Mortis causa”.
Porque é que os grupos todos modernaços de hoje em dia, querem fundar as suas relações numa instituição tradicional como o casamento? Porque é que esta malta quer estar sujeita aos deveres, porque não são só direitos, do casamento? Neste ponto distingo muito claramente as respostas dadas pelo indivíduo, que se coloca na situação de ser homossexual e quer casar e dos partidos/grupos de pressão que se batem por estas causas.
Pelo lado do indivíduo, ele não quer casar. Nem pensar. Ele quer é o reconhecimento junto da sociedade da sua opção de vida, quer ser equiparado a um normal casal heterossexual. Por outras palavras quer construir Roma e Pavia num dia.
Diferentes são as motivações das ratazanas do costume. Partidos e movimentos cujo nome nem vale a pena mencionar, mas que são sobejamente conhecidos, apostam tudo na destruição do mundo antigo e das instituições tradicionais em nome dessa maldita modernidade que não se trava perante nada.
É trágico os homossexuais não poderem casar? Claro que não. A lei portuguesa já consagra soluções para a vida em comum desta gente. Se calhar tinha piada praticar a poligamia, mas não é por isso que eu vou à Conservatória do Registo Civil com três óptimas bailarinas russas pugnar pelo meu direito a casar. Nem vou alegar que os polígamos tem os mesmo direitos que os outros de acordo com a Constituição. O Código Civil (art. 1577º) estabelece que o “casamento é entre duas pessoas de sexo diferente”. Se uns acham que podem retirar o “diferente” do texto porque é que não se há-de poder tirar o “duas”??»
Tenho que confessar que concordo plenamente.
Enviar um comentário