Vou-te contar uma estória que talvez te faça pensar de outra maneira.
Há uns anos (valentes) atrás, eu e os putos lá da rua resolvemos ir até ao Meco. Na altura, o nudismo / naturismo já era permitido nessa praia, embora apenas de forma oficiosa. Um dos putos, TS todos os dias, não se aguentou perante certas imagens (reais) que por nós passavam e, às páginas tantas, começou a "fazer músculo".
Depois de uma bruta jogatana de futebol - todos de pêndulo em movimento uniformemente acelerado - resolvemos ir à água. Esse nosso amigo para não passar pela vergonha de ser visto de "haste em riste" a caminho da água, resolveu disfarçar, rastejando pela areia fora. Alguns metros adiante, "encalhou"...
Então não é muito melhor sinal "encalhar" do que andar com as velas desfraldads ao vento ?! Encalhar é um sinal de pujança !
Belíssimo!!!... Mergulhar no amor que condena, e velejar a bom vento até ao último sopro, de coração asteado, qual lança que ao alto mar do amor se lança... Nunca, nunca encostado.
“All hands on deck, we've run afloat!” I heard the captain cry “Explore the ship, replace the cook: let no one leave alive!” Across the straits, around the Horn: how far can sailors fly? A twisted path, our tortured course, and no one left alive We sailed for parts unknown to man, where ships come home to die No lofty peak, nor fortress bold, could match our captain's eye Upon the seventh seasick day we made our port of call A sand so white, and sea so blue, no mortal place at all We fired the gun, and burnt the mast, and rowed from ship to shore The captain cried, we sailors wept: our tears were tears of joy Now many moons and many Junes have passed since we made land A salty dog, this seaman's log: your witness my own hand
Nem tento dissertar sobre o post..depois vem a malta e diz que há coisas que só se aprendem com a idade e deitam tudo por terra.. ;)))
Bem, hoje no P2 do Público vem um artigo sobre a liberdade de expressão nas escolas. Logo nas primeiras linhas referem este caso:
"No Estados Unidos está em curso um processo que se tornou sensação, com editorial no New York Times e tudo. O caso remonta a 2002. Alunos de um liceu do Alaska foram assistir à passagem da tocha olímpica (que vinha de Atenas e ia para Salt Lake City). Um finalista de 18 anos levou um estandarte com a frase "Bong hits 4 Jesus". A directora da escola ordenou-lhe que o baixasse e, perante a recusa, deitou-o abaixo e suspendeu o estudante por 10 dias. "Bong" pode ser gíria para um cachimbo de marijuna, "hit" pode ser gíria para inalação, "4" é "for" (para). A frase pode ser interpretada como "inalações de marijuana para Jesus". Pode, ou não - as discussões arrastaram-se -, ser uma defesa da liberalização das drogas leves. O estudante insistiu que era uma piada e processou a directora por infracção à Primeira Emenda da Constituição Americana, que salvaguarda a liberdade de expressão. O caso foi andando até ao Supremo Tribunal de Justiça e espera-se uma decisão antes do Verão. Há um mês, o New York Times tomou partido pelo estudante, considerando que ele tem o direito de expressar a sua posição, e que o Supremo deverá considerar que esse direito se manteria mesmo que o aluno estivesse dentro da escola. O aluno tem esse direito, argumenta o Times, como tem o direito de ser contra a guerra do Iraque, e proibir hoje um é abrir caminho para proibir amanhã o outro. O limite à liberdade de expressão a ter em conta aqui, escreve o jornal, é o de um precedente de 1969: só cessa quando perturba a actividade da escola."
E mais abaixo fala-se do nosso portugal: "O Governo aprovou há dias uma proposta de alteração do estatuto do aluno para "reforçar a autoridade" dos professores e das direcções das escolas. "Passa a ser da responsabilidade dos conselhos executivos a decisão final sobre todas as medidas disciplinares, com excepção das medidas de transferência ou expulsão, cuja aplicação deverá envolver também as direcções regionais de educação." Que acha disto Ana Vilarinho, a directora do conselho executivo do Pedro Nunes? "Tudo o que seja um pouco mais de autoridade dos professores é bem vindo", diz, sentada num dos bancos do pátio. "Neste momento um processo disciplinar é quase um processo judicial. Torna-se um peso, e quando chega a altura de ser aplicado já passou muito tempo, pode levar um mês, pela própria disponibilidade dos alunos e encarregados de educação." A disciplina desta escola com 1200 alunos não permite ouvir MP3, ou usar roupa de praia e "vestuário com dizeres e imagens que possam ser considerados ofensivos". "Foi esta a redacção a que chegámos para fazer um compromisso com as liberdades individuais", resume Ana Vilarinho. Houve um único caso de vestuário "ofensivo", que se recorde. "Uma t-shirt de cariz sexual que incomodou uma professora. Ela chamou a atenção do estudante e nunca mais se repetiu." Se o cariz fosse a marijuana também "podia ofender ou chocar", considera a directora. Que faria ela com uma mensagem dessas? "Mandava chamar o estudante, pedia-lhe que fundamentasse o que o levava a ter aquela atitude e transportava-o para uma situação que o chocasse a ele. Não é pela força. Há uma estratégia que é levar os alunos a situarem-se no campo oposto." Por exemplo (imaginemos), mostrar símbolos nazis a um pacifista fã de Bob Marley - e no Pedro Nunes há um painel criado por alunos em que aparece o autor de Legalize Marijuana."
O artigo também refere casos de colégios privados mas penso que estes seja irrelevantes na discussão já que há alguns em há obrigatoriedade de uniforme.
Quando há liberdade de expressão nas escolas públicas ainda não tenho uma opinião be formada. Apesar de concordar que t-shirts ou frases sugestivas de certos comportamentos ou ideologias podem ser influência para outros, especialmente os mais novos nas escolas preparatórias, não sei até que ponto é correcto "seleccionar" indumentária ou acessórios. Como se pode "ensinar" liberdade de expressão desta forma? Ter medo de ofender ou de entrar em confronto ideológico? Não será necessário lidar com a diferença desde tenra idade? O psicologo "bonzinho" com certeza que tinha algo a dizer! ;)))
Ainda sobre assunto ALC escreveu:
"Tradição jurídica portuguesa "não é amante da liberdade de expressão"
O que é evidente num tribunal dos EUA pode ser evidente, pelo contrário, num tribunal português. "Se eu fosse americano estava totalmente de acordo com o New York Times", diz o advogado José António Pinto Ribeiro, comentando o editorial a defender o direito de um estudante que levantou um estandarte onde se podia ler "inalações de marijuana para Jesus", caso em curso no Supremo Tribunal dos EUA. "Mas não duvido que os tribunais portugueses entenderiam que a declaração é ofensiva de outras sensibilidades e excede os limites da liberdade de expressão", assegura este especialista em direitos e liberdades. Isto porque os EUA se inscrevem na tradição britânica que privilegia a liberdade e a tradição portuguesa, que "não é amante da liberdade de expressão", é a do direito continental, assente no respeito. Ou "respeitinho", no caso português, herdeiro de "48 anos de ditadura e tributário ainda de certa hipocrisia". Enquanto "no mundo anglo-saxónico há uma lógica de precedente", aqui "estamos mais dependentes do arbítrio do juiz". E na sua avaliação pesa isto: "Nunca ninguém foi saneado da magistratura desde o 25 de Abril, ficaram lá todos", e a formação de juízes continua a misturar acusador público e juiz, o que origina "uma mentalidade persecutória". Enquanto "não se fizer uma separação absoluta de carreiras entre acusadores do ministério público e juízes", diz, "não há Estado de direito e democracia." No século XIX e começo do século XX "a liberdade de expressão era um valor em si mesmo em Portugal", mas isso "não se recuperou com o 25 de Abril". Ou antes: "Foi recuperado no topo, ao nível constitucional, mas não permeou a sociedade." O Código de Processo Penal, de 1987, por exemplo, "é inquisitorial", "não estabelece o princípio da igualdade das partes". É herdeiro "do L"État c"est moi, francês". De resto, "somos um Estado francês de segunda, menos preparado, menos instruído, menos tudo". Em Inglaterra, os indivíduos estão antes: "São seres livres e o Estado é visto como algo que vem interferir na vida. A propriedade é o garante da liberdade, não é o Estado que faz os homens livres. Toda a lógica de civil rights inglesa vem daqui." Em França, Alemanha, Rússia, é o Estado que faz das pessoas cidadãos, em revoluções. Na tradição inglesa "fala-se livremente, e há toda a lógica de habeas corpus, qualquer cidadão pode fazer um pedido". Essa é a herança da Austrália à África do Sul. Já "se Nelson Mandela quisesse recorrer aqui, nem lhe davam papel e lápis, levava um enxerto de pancada". Aqui "facilmente se dirá que a apologia do crime já é crime", "peca-se por pensamento, palavra e obra", quando a lógica inglesa é: "Não posso fazer tudo, mas posso dizer tudo." Speaker"s Corner. E segurança não é argumento, ressalva. "É só um instrumento para sermos mais livres. Se extingue os direitos não existe." Em suma, defende,"desde que não vá contra a liberdade dos outros - por exemplo, não posso interromper as aulas - a liberdade tem que voltar a ser percebida como um valor em si"."
Estou de acordo. É necessário, realmente, uma maior autoridade por parte dos professores em certos assuntos. Agora, não penso que andar com um folha de cannabis ou o símbolo nazi é uma falta de respeito. Aliás, penso ser uma demonstração do direito à indiferença:)! Acho que era importante aprender-se desde pequenino a não julgar os outros pelas ideias ou ideais.
Podem ver os artigos na íntegra neste site em Caderno P2/Temas: http://jornal.publico.clix.pt/menu.asp?dt=
Excelente divisa a deste post. Perfeita, mesmo. Nada mais triste do que a ideia de um barco que não sai do sítio.Ou de uma âncora que deixou de ser porto de abrigo.
E depois, é como dizia o outro...
"Une idée qui n'est pas dangereuse ne mérite pas d´être appelée une idée"...
"...os afectos não são isentos de atalhos, é possível um certo amor pacífico, ternura despindo corpos, amizade que se aprofunda devagarinho..." in Muros (um nadinha modificado) :)
Olá caro Blogger! Os CTT deram a todas as pessoas a possibilidade de desenhar um selo. Escolhi o tema O imaginário infantil e a minha proposta é uma Bruxinha.Espreite-a e se gostar dela vote para que ela possa viajar nos envelopes de Portugal em 2008 e encantar as nossas crianças!Obrigada!
Cêtê, Nem sempre! Olha que as aparências muitas vezes iludem:)
"Escolhas e liberdade - combinação difícil quando se procura a felicidade - nossa e de quem mais amamos."
Escolhas, para mim, pressupõem sempre liberdade, se se "escolhe" coagida já não é uma escolha. Penso que conciliar a nossa liberdade com a do outro quando se procura no outro a felicidade é que é mais complicado. Isto digo eu...
...viva o 25 de Abril, sempre ...se não tivesse sido "ele", não estaríamos aqui a "discutir" estes temas e destas diversas formas ...ainda bem ...um hurrah ao que aconteceu há 33 anos
Ainda não se decidiu? :-)) Olhe que o tempo não está nada agradável... Enquanto fica nesse "mergulho, não mergulho", ainda apanha uma constipação. :-))
sempre achei um piadão a essa frase e naturalmente ele,como solteiro, dizia também o contrário, ou seja,"um homem solteiro vive como um homem e morre como um cão". felizmente família e amigos não o deixaram morrer como um cão.
hehehe esse assunto é muito profundo e delicado:))))) e como hoje estou pessimista é melhor nem dar mais palpites:))) hoje não encontro solucões mágicas:)))
33 comentários:
Eu bem te digo para largares o Titanic, que isso é droga da pesada... :)
Não teria sido preferível encalhar ?
Há quem mergulhe simplesmente com receio de encalhar!
Há quem nem se faça ao mar, com medo de se molhar!
Boa noite cavalheiros e miúdo:)
É para escolher entre as duas opções?????????
Escolho a segunda, definitivamente:)
Velas sempre desfraldadas ao vento...
andorinha 11:40 PM
Vou-te contar uma estória que talvez te faça pensar de outra maneira.
Há uns anos (valentes) atrás, eu e os putos lá da rua resolvemos ir até ao Meco. Na altura, o nudismo / naturismo já era permitido nessa praia, embora apenas de forma oficiosa. Um dos putos, TS todos os dias, não se aguentou perante certas imagens (reais) que por nós passavam e, às páginas tantas, começou a "fazer músculo".
Depois de uma bruta jogatana de futebol - todos de pêndulo em movimento uniformemente acelerado - resolvemos ir à água. Esse nosso amigo para não passar pela vergonha de ser visto de "haste em riste" a caminho da água, resolveu disfarçar, rastejando pela areia fora. Alguns metros adiante, "encalhou"...
Então não é muito melhor sinal "encalhar" do que andar com as velas desfraldads ao vento ?! Encalhar é um sinal de pujança !
tinha um tio que costumava dizer que um homem casado vive como um cão e um homem casado morre como um homem.
Fora de lei (12.03)
Loooooooooooool
Inventas cada estória, tu:)
Imaginação não te falta...
Gostei sobretudo das belíssimas metáforas:))))))
Será que há amores perfeitos? E, se existem, terão de estar condenados?
E não será que, de vela solta, é mais provável morrer encalhado ... na solidão?
Por mim, prefiro continuar perpetuamente condenado a mergulhar num bom amor, seguindo a máxima de que o perfeito é inimigo do real!
Belíssimo!!!... Mergulhar no amor que condena, e velejar a bom vento até ao último sopro, de coração asteado, qual lança que ao alto mar do amor se lança... Nunca, nunca encostado.
andorinha 12:23 AM
"Imaginação não te falta..."
Tens alguma razão. De facto, sempre fui um rapaz muito ivaginativo. Espero continuar assim por mais alguns anos... ;-)
"...Não necessito de fazer parte da tua tristeza... apenas preciso de ser a razão do teu sorriso..."
Que post tão lindo!!
"Navegar é preciso", Maralhal!
“All hands on deck, we've run afloat!” I heard the captain cry
“Explore the ship, replace the cook: let no one leave alive!”
Across the straits, around the Horn: how far can sailors fly?
A twisted path, our tortured course, and no one left alive
We sailed for parts unknown to man, where ships come home to die
No lofty peak, nor fortress bold, could match our captain's eye
Upon the seventh seasick day we made our port of call
A sand so white, and sea so blue, no mortal place at all
We fired the gun, and burnt the mast, and rowed from ship to shore
The captain cried, we sailors wept: our tears were tears of joy
Now many moons and many Junes have passed since we made land
A salty dog, this seaman's log: your witness my own hand
“A Salty Dog”
Procul Harum
Olá boa tarde
Amor perfeito não existe...só mesmo a flor com o mesmo nome:))
Mas é tão doce a ideia de pensar que é possível encontrá-lo um dia...ou melhor é bom reconhecê-lo sempre que se ama alguém...
Depois há o tempo para amar e tal como neste poema:
“De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.”
Vinicius de Moraes - Soneto da fidelidade
Façam o favor de serem felizes...:)
:)
Nem tento dissertar sobre o post..depois vem a malta e diz que há coisas que só se aprendem com a idade e deitam tudo por terra.. ;)))
Bem, hoje no P2 do Público vem um artigo sobre a liberdade de expressão nas escolas. Logo nas primeiras linhas referem este caso:
"No Estados Unidos está em curso um processo que se tornou sensação, com editorial no New York Times e tudo.
O caso remonta a 2002. Alunos de um liceu do Alaska foram assistir à passagem da tocha olímpica (que vinha de Atenas e ia para Salt Lake City). Um finalista de 18 anos levou um estandarte com a frase "Bong hits 4 Jesus". A directora da escola ordenou-lhe que o baixasse e, perante a recusa, deitou-o abaixo e suspendeu o estudante por 10 dias.
"Bong" pode ser gíria para um cachimbo de marijuna, "hit" pode ser gíria para inalação, "4" é "for" (para).
A frase pode ser interpretada como "inalações de marijuana para Jesus".
Pode, ou não - as discussões arrastaram-se -, ser uma defesa da liberalização das drogas leves. O estudante insistiu que era uma piada e processou a directora por infracção à Primeira Emenda da Constituição Americana, que salvaguarda a liberdade de expressão.
O caso foi andando até ao Supremo Tribunal de Justiça e espera-se uma decisão antes do Verão.
Há um mês, o New York Times tomou partido pelo estudante, considerando que ele tem o direito de expressar a sua posição, e que o Supremo deverá considerar que esse direito se manteria mesmo que o aluno estivesse dentro da escola.
O aluno tem esse direito, argumenta o Times, como tem o direito de ser contra a guerra do Iraque, e proibir hoje um é abrir caminho para proibir amanhã o outro.
O limite à liberdade de expressão a ter em conta aqui, escreve o jornal, é o de um precedente de 1969: só cessa quando perturba a actividade da escola."
E mais abaixo fala-se do nosso portugal:
"O Governo aprovou há dias uma proposta de alteração do estatuto do aluno para "reforçar a autoridade" dos professores e das direcções das escolas. "Passa a ser da responsabilidade dos conselhos executivos a decisão final sobre todas as medidas disciplinares, com excepção das medidas de transferência ou expulsão, cuja aplicação deverá envolver também as direcções regionais de educação."
Que acha disto Ana Vilarinho, a directora do conselho executivo do Pedro Nunes? "Tudo o que seja um pouco mais de autoridade dos professores é bem vindo", diz, sentada num dos bancos do pátio. "Neste momento um processo disciplinar é quase um processo judicial. Torna-se um peso, e quando chega a altura de ser aplicado já passou muito tempo, pode levar um mês, pela própria disponibilidade dos alunos e encarregados de educação."
A disciplina desta escola com 1200 alunos não permite ouvir MP3, ou usar roupa de praia e "vestuário com dizeres e imagens que possam ser considerados ofensivos".
"Foi esta a redacção a que chegámos para fazer um compromisso com as liberdades individuais", resume Ana Vilarinho. Houve um único caso de vestuário "ofensivo", que se recorde. "Uma t-shirt de cariz sexual que incomodou uma professora. Ela chamou a atenção do estudante e nunca mais se repetiu."
Se o cariz fosse a marijuana também "podia ofender ou chocar", considera a directora. Que faria ela com uma mensagem dessas? "Mandava chamar o estudante, pedia-lhe que fundamentasse o que o levava a ter aquela atitude e transportava-o para uma situação que o chocasse a ele. Não é pela força. Há uma estratégia que é levar os alunos a situarem-se no campo oposto."
Por exemplo (imaginemos), mostrar símbolos nazis a um pacifista fã de Bob Marley - e no Pedro Nunes há um painel criado por alunos em que aparece o autor de Legalize Marijuana."
O artigo também refere casos de colégios privados mas penso que estes seja irrelevantes na discussão já que há alguns em há obrigatoriedade de uniforme.
Quando há liberdade de expressão nas escolas públicas ainda não tenho uma opinião be formada. Apesar de concordar que t-shirts ou frases sugestivas de certos comportamentos ou ideologias podem ser influência para outros, especialmente os mais novos nas escolas preparatórias, não sei até que ponto é correcto "seleccionar" indumentária ou acessórios. Como se pode "ensinar" liberdade de expressão desta forma? Ter medo de ofender ou de entrar em confronto ideológico? Não será necessário lidar com a diferença desde tenra idade?
O psicologo "bonzinho" com certeza que tinha algo a dizer! ;)))
Ainda sobre assunto ALC escreveu:
"Tradição jurídica portuguesa "não é amante
da liberdade de expressão"
O que é evidente num tribunal dos EUA pode ser evidente, pelo contrário, num tribunal português. "Se eu fosse americano estava totalmente de acordo com o New York Times", diz o advogado José António Pinto Ribeiro, comentando o editorial a defender o direito de um estudante que levantou um estandarte onde se podia ler "inalações de marijuana para Jesus", caso em curso no Supremo Tribunal dos EUA.
"Mas não duvido que os tribunais portugueses entenderiam que a declaração é ofensiva de outras sensibilidades e excede os limites da liberdade de expressão", assegura este especialista em direitos e liberdades.
Isto porque os EUA se inscrevem na tradição britânica que privilegia a liberdade e a tradição portuguesa, que "não é amante da liberdade de expressão", é a do direito continental, assente no respeito.
Ou "respeitinho", no caso português, herdeiro de "48 anos de ditadura e tributário ainda de certa hipocrisia".
Enquanto "no mundo anglo-saxónico há uma lógica de precedente", aqui "estamos mais dependentes do arbítrio do juiz".
E na sua avaliação pesa isto: "Nunca ninguém foi saneado da magistratura desde o 25 de Abril, ficaram lá todos", e a formação de juízes continua a misturar acusador público e juiz, o que origina "uma mentalidade persecutória". Enquanto "não se fizer uma separação absoluta de carreiras entre acusadores do ministério público e juízes", diz, "não há Estado de direito e democracia." No século XIX e começo do século XX "a liberdade de expressão era um valor em si mesmo em Portugal", mas isso "não se recuperou com o 25 de Abril". Ou antes: "Foi recuperado no topo, ao nível constitucional, mas não permeou a sociedade."
O Código de Processo Penal, de 1987, por exemplo, "é inquisitorial", "não estabelece o princípio da igualdade das partes". É herdeiro "do L"État c"est moi, francês". De resto, "somos um Estado francês de segunda, menos preparado, menos instruído, menos tudo".
Em Inglaterra, os indivíduos estão antes: "São seres livres e o Estado é visto como algo que vem interferir na vida. A propriedade é o garante da liberdade, não é o Estado que faz os homens livres. Toda a lógica de civil rights inglesa vem daqui."
Em França, Alemanha, Rússia, é o Estado que faz das pessoas cidadãos, em revoluções.
Na tradição inglesa "fala-se livremente, e há toda a lógica de habeas corpus, qualquer cidadão pode fazer um pedido". Essa é a herança da Austrália à África do Sul. Já "se Nelson Mandela quisesse recorrer aqui, nem lhe davam papel e lápis, levava um enxerto de pancada".
Aqui "facilmente se dirá que a apologia do crime já é crime", "peca-se por pensamento, palavra e obra", quando a lógica inglesa é: "Não posso fazer tudo, mas posso dizer tudo." Speaker"s Corner.
E segurança não é argumento, ressalva. "É só um instrumento para sermos mais livres. Se extingue os direitos não existe."
Em suma, defende,"desde que não vá contra a liberdade dos outros - por exemplo, não posso interromper as aulas - a liberdade tem que voltar a ser percebida como um valor em si"."
Estou de acordo. É necessário, realmente, uma maior autoridade por parte dos professores em certos assuntos. Agora, não penso que andar com um folha de cannabis ou o símbolo nazi é uma falta de respeito. Aliás, penso ser uma demonstração do direito à indiferença:)! Acho que era importante aprender-se desde pequenino a não julgar os outros pelas ideias ou ideais.
Podem ver os artigos na íntegra neste site em Caderno P2/Temas: http://jornal.publico.clix.pt/menu.asp?dt=
;))
E tomar de assalto um coração, lançando beijos no cais.
Pela Costa uma maresia despida.
O Amor em forma de figura de proa.
Excelente divisa a deste post.
Perfeita, mesmo.
Nada mais triste do que a ideia de um barco que não sai do sítio.Ou de uma âncora que deixou de ser porto de abrigo.
E depois, é como dizia o outro...
"Une idée qui n'est pas dangereuse ne mérite pas d´être appelée une idée"...
Kind of a wish!
"...os afectos não são isentos de atalhos, é possível um certo amor pacífico, ternura despindo corpos, amizade que se aprofunda devagarinho..." in Muros (um nadinha modificado) :)
Tenha uma excelente noite
lol, Fiury, ;]]]] lol
Andorinha, que rápida és a escolher!!!
Escolhas e liberdade - combinação difícil quando se procura a felicidade - nossa e de quem mais amamos.
Bom feriado.
bjucus
CÊTÊ:)
"Escolhas e liberdade - combinação difícil quando se procura a felicidade - nossa e de quem mais amamos."
Mas que bonito pensamento!!
Gostei mesmo...:)
De facto nem sempre é fácil tomar as decisões "certas" no sentido de nós próprios mas que vão igualmente no sentido de quem amamos...
Mas não é impossível:))
Sentir o vento a perfurar...
Recitar as gotas geladas do suspiro...
Olá caro Blogger!
Os CTT deram a todas as pessoas a possibilidade de desenhar um selo. Escolhi o tema O imaginário infantil e a minha proposta é uma Bruxinha.Espreite-a e se gostar dela vote para que ela possa viajar nos envelopes de Portugal em 2008 e encantar as nossas crianças!Obrigada!
Vote aqui na Bruxinha e não se esqueça de confirmar o voto no email que vai receber
Boa noite.
Cêtê,
Nem sempre! Olha que as aparências muitas vezes iludem:)
"Escolhas e liberdade - combinação difícil quando se procura a felicidade - nossa e de quem mais amamos."
Escolhas, para mim, pressupõem sempre liberdade, se se "escolhe" coagida já não é uma escolha.
Penso que conciliar a nossa liberdade com a do outro quando se procura no outro a felicidade é que é mais complicado.
Isto digo eu...
Jinhos:)
Deve ser efeitos ainda do Smog....Lol
Perfeito por condenado.. ou condenado por perfeito?
E dado q a perfeição é inatingível, o mais certo é o "condenado" ser absolvido.
Bom dia 25.
...viva o 25 de Abril, sempre
...se não tivesse sido "ele", não estaríamos aqui a "discutir" estes temas e destas diversas formas
...ainda bem
...um hurrah ao que aconteceu há 33 anos
Temos poeta! E dos rimados!Um abraço professor. E velas sempre soltas, porque navegar é preciso.
Professor :-)
Ainda não se decidiu? :-))
Olhe que o tempo não está nada agradável...
Enquanto fica nesse "mergulho, não mergulho", ainda apanha uma constipação. :-))
Beijo e bom feriado*
cêtê
sempre achei um piadão a essa frase e naturalmente ele,como solteiro, dizia também o contrário, ou seja,"um homem solteiro vive como um homem e morre como um cão".
felizmente família e amigos não o deixaram morrer como um cão.
meninadalua ;]]
andorinha- deves ser do tipo quanto mais te obrigam a "guinar" à esquerda mais tu vais para a direita. lol
Fiury, "invejáveis", por vezes: cães de 2 ou 4 patitas (lol)
cêtê
hehehe
esse assunto é muito profundo e delicado:))))) e como hoje estou pessimista é melhor nem dar mais palpites:)))
hoje não encontro solucões mágicas:)))
alguma razão deve haver para me estar a lembrar daquela frase do S. Beckett:
Ever tried. Ever failed. No matter. Try Again. Fail again. Fail better.
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