segunda-feira, julho 30, 2007

Jantar.

Maria,
Os Machado Vaz na Petisqueira do Godinho. O Gaspar declarou que será arquitecto e me construirá uma casa onde brincarei com os meus bisnetos! (Um optimista como a Mãe...)
O Tiago manteve-se ocupadíssimo a fazer asneiras, os meus óculos voaram para o chão perante sorrisos amarelos. O Guilherme saiu disparado para o estirador, o João para a guitarra, a Cati para o adormecer das feras, depois de um dia exaustivo no hotel (as mulheres continuam a ter duas profissões...). O Senhor João não retirou o lugar posto a meu lado. Enquanto os Machado Vaz se reunirem, por maior que seja a alegre confusão, será sempre assim - a cadeira vazia e os talheres reluzentes por virgens mostrarão que a tua ausência impede o jantar perfeito.

domingo, julho 29, 2007

Com as minhas desculpas.

É curioso como interiorizei o estatuto de "Diário da República pessoal" do Murcon:). Acabo de verificar que o meu regresso à televisão é já do conhecimento da imprensa escrita. Preferiria que tivesse acontecido apenas no início de Setembro, mas compreendo que noticiazinha é noticiazinha - eu e a Ana sabemos a distância que nos separa de antigos concorrentes do Big Brother... -, eu teria feito o mesmo. Assim, passo a informar:
1 - Em meados de Setembro começaremos a gravar Serralves Fora de Horas para a Sic-Mulher.
2 - O programa será gravado em Serralves à Segunda-Feira, fora dos horários de visita, facto que me sugeriu o título, miseravelmente copiado de um filme famoso:).
3 - Serralves foi o trunfo que tornou impossível a minha recusa, é um espaço que adoro e não visito como merece, proporciona mil pretextos para a associação livre em qualquer área do conhecimento ou fantasia.
4 - O programa abrigará duas partes: na primeira, eu e a Ana entrevistaremos especialistas em Sexologia ou gente que permite chegar a ela por veredas mais ou menos tortuosas; na segunda prolongaremos esses "triálogos" a partir das "dicas" de Serralves, ou seja, vamos vampirizar exposições, jardins, bosques, casa de chá, etc... Num registo bem disposto, mas não semelhante ao O Amor é... diário.
5 - Este programa é uma surpresa para mim. Atendendo a que nos últimos dois anos tenho recusado todos os amáveis convites que me fizeram por não desejar gravar fora do Porto, pensei sinceramente que não voltaria ao pequeno ecrã. Regressar com Serralves como pano de fundo e boca de cena é um prazer e uma enorme responsabilidade. Espero sinceramente estar à altura do desafio, mas não nego que tenho dúvidas.
A bem da Nação murcónica,
Eu.

quinta-feira, julho 26, 2007

Sei que não sou isento, mas o maroto continua fino como um alho, perdão!, coral:).

"Perdeu-se o hábito das contas à moda do Porto"





Helena Teixeira da Silva



O desafio era convencer Sobrinho Simões, 59 anos, a despender tempo com um pingue-pongue pouco académico. Mas o investigador do IPATIMUP - dos maiores do mundo em cancro - aceitou-o com a generosidade habitual. E com rigor científico seis dias depois, como prometeu, eis as respostas , com direito a bónus: uma pergunta para Rui Rio.



Se tem um conflito com o correio electrónico, por que optou por responder por mail?

Não gosto de entrevistas telefónicas - não se vê a cara do outro e não se tem tempo suficiente para pensar - e tive medo que não percebesse a minha letra, se lhe mandasse um fax.



É obcecado pela voragem do tempo. Não consegue retirar prazer das coisas inúteis?

Gosto mais de pessoas do que de coisas. E das coisas, gosto sobretudo das que duram livros, casas, pratos de louça, bicicletas, discos. (Não gosto de roupa nova, prefiro cinema ao teatro...)



A sua paixão pelo cinema inclui o nacional?

Sou um apreciador de alguns Oliveiras (mais dos primeiros) e da maioria dos filmes de João César Monteiro e de Fonseca e Costa.



Numa família de médicos, é possível conversar sobre banalidades à hora da refeição?

Desde o tempo dos meus bisavós que as refeições são momentos de conversa, cacarejo e ternura.



Leva trabalho para casa?

Sempre, demasiado, despertando enorme irritação doméstica.



No Porto, as pessoas da sua geração evocam sempre uma tribo à qual pertencem. Às vezes, parece que o denominador comum é só o estrato social. É mais do que isto?

É. É sentido de pertença, cumplicidade, falta de mobilidade social, alguma homogeneidade profissional, ética republicana, primado da acção sobre o discurso, ironia e humor q.b., boas contas. É mau ter-se perdido o hábito das contas à moda do Porto.



Consegue fazer um diagnóstico breve da cidade?

Um diagnóstico morfológico do Porto, de que gosto muito, com certeza cidade marítima, granítica, cinzenta, enevoada, sólida, segura. Como na Medicina, o problema está mais no prognóstico do que no diagnóstico, mas esse depende de todos nós.



Tem em comum com o arquitecto Souto Moura o Prémio Pessoa. Também partilha o gosto pelos Aliados?

A Avenida dos Aliados merecia ser mais bem aproveitada. Não tem sido, mais por culpa dos comerciantes e das gentes do Porto do que dos suspeitos-do-costume.



De quanto tempo precisa para se sentir em férias?

Costumo sentir-me desligado do trabalho durante a terceira semana - cheguei até a ter uma teoria que apontava para um clique no décimo oitavo dia de férias.



Já lhe aconteceu, em Moledo, cruzar-se com Durão Barroso, onde ambos possuem casa. Falam do país ou cingem-se ao cumprimento?

Não me lembro de ter conversado alguma vez com o doutor Durão Barroso em Moledo.



Não exercendo prática clínica, acontece-lhe receber telefonemas de doentes que esperam de si uma solução?

Mais cartas e mails - protejo-me das abordagens telefónicas. Mesmo sem ser capaz de resolver os problemas, sinto-me na obrigação de ajudar. Não há pior para quem está doente do que a solidão e o desamparo.



Quando está doente, sente-se mais confortável com médicos homens ou mulheres?

Procuro escolher os meus médicos pela competência, não pelo sexo. Começaram por ser antigos professores, depois colegas de curso e agora já são muitas vezes antigos alunos. É mais difícil lidar com a diferença de idade do que com a diferença de sexo.



Vê o dr. House. É mais parecido com ele na eficiência dos diagnósticos ou no mau feitio?

Nem uma coisa nem outra, mas não tenho a certeza quanto ao mau feitio. Aprecio nele a inteligência operacional que o leva a fazer as perguntas certas. Saber perguntar é muito mais difícil do que saber responder, por mais que a cultura portuguesa nos empurre no sentido contrário.



Já disse que em Portugal ninguém tem capacidade para fazer perguntas. Que questão lançaria a Rui Rio?

Não me recordo de ter dito isso de forma tão abrutalhada mas, se calhar, disse. As perguntas-chave a Rui Rio andariam à volta do seguinte O que fazer para aproximar o Porto de Barcelona?

terça-feira, julho 24, 2007

Conselho aos opositores a Chávez, se perderem a votação destinada a legalizar a eternização de um presidente - qual? - no poder!

“Como é legal não me preocupa.”

Laurentino Dias, secretário de Estado do Desporto, sobre o patrocínio de bebidas alcoólicas no futebol.
Público, 23/07/2007

segunda-feira, julho 23, 2007

Mas não se perde a guerra em todo o planeta da mesma forma:(.

O mundo está a perder a guerra contra o HIV, diz conselheiro de Bush
Anthony Fauci, o principal conselheiro de Bush no campo do HIV, afirmou ontem, numa conferência em Sydney, que o mundo está a perder a batalha contra o vírus


Segundo avança a BBC, Dr. Fauci admite que muitos progressos neste campo foram feitos, mas as estatísticas indicam que mais pessoas são infectadas do que aquelas que são tratadas.

«Por cada pessoa que se coloca em terapia, seis ficam infectadas. Estamos a perder o jogo, o jogo dos números», disse Fauci na conferência que reúne os maiores especialistas mundiais em HIV.

O acesso a medicamentos anti-retrovirais é um factor a considerar. Os números têm vindo a subir (há três anos apenas 300 mil pessoas tinham acesso, no ano assado já tinham 2,2 milhões), mas as novas infecções continuam a ultrapassar o esforço de tratamento.

«Apesar de estarmos a fazer grandes progressos no acesso aos medicamentos, é claramente na prevenção que devemos apostar», disse Fauci, também director do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas, dos EUA.

Contudo, a área da prevenção fica afectada pela ineficácia de acções de distribuição de métodos contraceptivos. Em países sub-desenvolvidos, apenas 15 por cento da população tem acesso a este tipo de produtos, segundo informa a BBC.

Os participantes da conferência assinaram uma declaração, cujo objectivo é aumentar a investigação na área, propondo Programas de HIV que impõem 10 por cento de investimento em pesquisa.

A mensagem central da Declaração de Sydney é assim alertar os governos para a necessidade de investir na pesquisa na área do HIV.

SOL com agências

sábado, julho 21, 2007

Por cá é assim tão diferente?

Debate em torno da exposição do corpo
Sensualidade na publicidade gera nova polémica em Itália
A exploração do corpo feminino em publicidade e nos mais variados programas de televisão transformou-se em debate nacional em Itália, onde críticos vêem no fenómeno um sinal de derrota das conquistas feministas



«A Itália é o país das mulheres nuas» e «Onde as mulheres são apenas objectos» foram os títulos dos dois principais jornais italianos esta semana.

Os artigos faziam referência às jovens bonitas, com pouco ou nenhum talento, que aparecem de biquínis, e roupa interior minúscula ou mini-saias em quase todos os programas televisivos e peças publicitárias do país.

O assunto veio à tona depois do jornal inglês Financial Times ter publicado um artigo de quatro páginas no qual criticava o tratamento reservado às mulheres em Itália: «o uso de bailarinas em todos os géneros de programas televisivos, as peças publicitárias dominadas por alusões sexuais, a mulher como objecto, destinada a excitar os órgãos genitais dos homens em vez do cérebro».

Adrian Michaels, autor do texto, diz que o mais surpreendente é a ausência de protestos. De acordo com ele, «aparentemente, as mulheres não vêem nada de mal em terem os seus corpos expostos inutilmente para divulgar qualquer produto».

No centro da polémica, está a campanha publicitária da rede de telemóveis TIM, com cartazes e outdoors, espalhados por todos os cantos do país, com a imagem de uma famosa ex-apresentadora de televisão com apenas um biquíni vermelho.

Um representante da TIM, que não se quis identificar, disse à BBC que o nível de erotismo na publicidade e na televisão italiana reflecte a cultura do país.

De acordo com ele, quem inventa as campanhas são os publicitários. «Eles fazem pesquisas de mercado e detectam o que pode melhorar as vendas. Se o retorno é positivo, quer dizer que a maioria dos italianos está satisfeita».

«Não acredito que a televisão e a publicidade em Itália sejam melhores ou piores do que em Inglaterra, ou nos Estados Unidos. Apenas mostra como é a realidade cultural italiana».

Emma Bonino, ministra italiana e protagonista de muitas lutas feministas nos anos 70, diz ter a sensação de que o feminismo já não existe no país.

A ministra lembra que em 1976, 11 por cento do parlamento eram mulheres. Passaram três décadas e o número é o mesmo.

SOL com agências

quinta-feira, julho 19, 2007

Quando a política "invade" áreas técnicas, o resultado é este, previ-o há anos e avisei no JN:(.

Porto: CDU pede diálogo entre autarquia e Governo sobre o tratamento de toxicodependentes


18:54 | quinta-feira, 19 JUL 07






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Porto, 19 Jul (Lusa) - A CDU pediu hoje à Câmara do Porto e ao Governo que tentem entender-se sobre o tratamento e a reinserção dos toxicodependentes na cidade, não transformando a questão em "arma de arremesso político".
A posição dos comunistas, expressa em comunicado, surge um dia depois de o presidente da Câmara do Porto, Rui Rio (PSD), ter anunciado o fim do programa Porto Feliz, fundamentalmente vocacionado para reinserção social de arrumadores toxicodependentes.
Rui Rio disse quarta-feira que o PS e o Governo "mataram" um projecto de "reconhecido sucesso" e os vereadores socialistas do Porto acusaram-no de enveredar por uma estratégia de vitimação, "atribuindo a outros a responsabilidade por uma decisão que é apenas, e só, sua".
"É fundamental construir uma linha de diálogo entre a Câmara do Porto e o Governo, através do Instituto da Droga e Toxicodependência (IDT)", afirma agora CDU, considerando que as partes "tem de se entender para combater problemas sociais da cidade".
A CDU afirma que o tratamento e a integração social dos toxicodependentes da cidade "são questões demasiado importantes para serem transformadas em arma de arremesso político nas tramas partidárias entre PSD e PS".
No seu comunicado, os comunistas exigem à coligação PSD/CDS, maioritária na Câmara do Porto, que apresente um "balanço exaustivo" dos custos e benefícios do programa Porto Feliz.
O único vereador comunista na Câmara do Porto, sugeriu terça-feira, em sessão do executivo, uma reunião dos autarcas e de responsáveis do IDT "para debater as diferenças metodológicas existentes".
A CDU anuncia também que vai pedir uma reunião com o IDT para conhecer "possibilidades" de novos programas para combate a toxicodependência no Porto.
O protocolo que regia o Porto Feliz foi denunciado pelo IDT em Julho de 2006, com efeitos a partir de 15 de Novembro, tendo desde então decorrido negociações que levaram a autarquia a abandonar o projecto.
JGJ.
Lusa/fim

terça-feira, julho 17, 2007

A Medicina usa-a há milhares de anos.

Cannabis: IDT aceita legalização para tratamento

O presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, João Goulão, afirmou à agência Lusa não ter «qualquer objecção de princípio» à legalização da marijuana para fins medicinais, «desde que devidamente comprovados».
O responsável acrescentou que desconhece a existência de «investigações médicas em curso» para validar as potencialidades terapêuticas da 'cannabis' ou marijuana, que em Portugal não está legalizada para nenhum fim.

João Goulão assinalou, no entanto, os efeitos nocivos associados ao consumo não controlado: «O sintoma mais comum é a desmotivação mas também há registo das chamadas psicoses canábicas, doenças mentais que, embora tendo uma associação estatística com o consumo, não possuem uma relação de causa-efeito confirmada».

Por seu lado, o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (Infarmed) destacou que «o desenvolvimento de um novo medicamento contendo como substância activa uma substância considerada estupefaciente não depende da legalização do seu uso para aplicações não clínicas».

«A substância tem apenas que provar que é eficaz e com uma relação benefício/risco adequada à indicação terapêutica a que se destina», sublinhou fonte do Infarmed, indicando que há, em Portugal, «medicamentos contendo derivados do ópio, embora a sua utilização para outras finalidades não seja legal».

O Infarmed, que regula a comercialização dos fármacos de acordo com a lei, aprovando os medicamentos após os testes laboratoriais e fazendo a sua vigilância e acompanhamento, revelou à Lusa que «os estudos sobre o uso, quer da planta quer do tetrahidrocanabinol [substância psico-activa da "cannabis"], para fins terapêuticos tem acontecido ao longo dos últimos anos, em diversos laboratórios de investigação».

Questionado pela Lusa sobre se tinha recebido um pedido de regulação de um medicamento com base na «cannabis», o Infarmed assegurou não lhe ter chegado nenhum.

Em relação ao Marinol, fármaco com Dronabinol (a versão sintética do tetrahidrocanabinol) destinado ao tratamento dos vómitos, o Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento indica na sua página de Internet que teve autorização de introdução no mercado a 23 de Dezembro de 1999 e foi revogado a 28 de Abril de 2005.

«O Marinol obteve efectivamente a autorização de introdução no mercado mas, como sucede com outros medicamentos, nunca chegou a ser comercializado em Portugal», garantiu o Infarmed.

De acordo com o livro «Marijuana - A medicina proibida», da autoria dos professores Lester Grinspoon e James B. Bakalar, da Harvard Medical School, nos Estados Unidos, a 'cannabis' tem um uso médico corrente no alívio dos sintomas do tratamento por quimioterapia, glaucoma, epilepsia, paraplegia e quadriplegia, SIDA, dor crónica, enxaqueca, doenças reumáticas, sintomas pré-menstruais e dores de parto, depressões e outras doenças mentais.

Menos vulgar mas também referido pelos dois docentes é a utilização em casos de asma, insónia, esquizofrenia, doença de Cronh (uma doença do intestino), esclerose sistémica e síndrome do stress pós-traumático, entre outras doenças.

Publicada recentemente pela editora Esfera dos Livros, a obra - que está recheada de testemunhos de doentes que recorreram à droga com êxito - faz uma história da 'cannabis', pesa os riscos da sua aplicação, mesmo que com intuitos terapêuticos, e declara-a um medicamento «com passado e futuro».

Diário Digital / Lusa

17-07-2007 10:31:00

segunda-feira, julho 16, 2007

Que ingénuos:).

Família: Estudo revela que mulheres dominam no seio familiar


Washington, 06 Jul (Lusa) - As mulheres têm mais influência no seio familiar do que os homens, segundo um estudo realizado por uma equipa de investigadores da universidade do Estado do Iowa, publicado esta semana.
A investigação observou o comportamento de 72 casais com idade média de 33 anos e casados há sete anos.
As conclusões ilustram que as mulheres demonstram um comportamento mais dominante do que os seus maridos no momento de resolver problemas e exercem mais poder no que respeita a tomada de decisões.
"As mulheres assumem a responsabilidade de velar pela relação, assegurando que tudo funciona bem e que toda a gente está contente" explica Megan Murphy, membro da equipa de pesquisa da Universidade do Estado do Iowa.
Os cônjuges que participaram no estudo tinham de preencher individualmente um questionário sobre o nível de satisfação geral no seio do casal.
Cada um tinha também de identificar um problema que não podia ser resolvido sem a cooperação do outro. Os casais eram depois reunidos para falarem durante dez minutos sobre os problemas abordados.
"As mulheres não só tomavam mais vezes a palavra como chegavam mesmo a troçar dos argumentos apresentados pelos maridos. É isto que é particularmente interessante", explica David Vogel, professor de psicologia da Universidade do Estado do Iowa.
Estes resultados contradizem a intuição inicial dos investigadores que pesavam que o marido era predominante no seio do casal.
ALF.

domingo, julho 15, 2007

Os tiques partidários.

Eu gosto de António Costa e teria votado nele se fosse lisboeta. Acredito que fará um bom trabalho, apesar dos equilibrismos inesperados (?) que tem pela frente (permitindo daqui a dois anos uma vitimização que poderá render votos...). Mas não pude evitar um sorriso ao ouvi-lo agradecer a confiança... de "independentes socialistas" de Cabeceiras de Basto, idos de camioneta! Vizinhos meus, carago!, estarei com eles no próximo fim-de-semana. Quando abandonarão os partidos estes funcionamentos arcaicos?

sexta-feira, julho 13, 2007

Também não aprecio o discurso "com elas o mundo era um paraíso porque são todas maternais e pacifistas".

Estudo:Uso diferente do poder pelas mulheres está por provar

O próximo executivo camarário, com a Lei da Paridade aplicada pela primeira vez, será mais representativo da sociedade, mas está por provar que as mulheres façam um uso diferente do poder dos homens.
O politólogo André Freire, o antropólogo Miguel Vale de Almeida e o professor de Filosofia Viriato Soromenho Marques, ouvidos pela Lusa, convergem na análise de que não existe evidência científica quanto a um comportamento distinto das mulheres no exercício do poder.
Os académicos sublinham, contudo, que o facto de a sociedade portuguesa, em que as mulheres são mais de metade da população, estar melhor representado num órgão autárquico é desde logo um aspecto positivo da aplicação da Lei da Paridade, que impõe a presença de pelo menos 33,3 por cento de candidatos de cada género nas listas para as eleições.
«Será um executivo mais parecido com a distribuição de género ao nível da população portuguesa e isso é um dado positivo em si mesmo», considera André Freire.
O politólogo sublinha que «ainda não há evidência empírica de que as mulheres tenham um comportamento diferente dos homens, no seio da mesma família ideológica,».
Terão «preocupações específicas que têm que ver com o seu papel», como a maternidade, avança o investigador.
Segundo o antropólogo Miguel Vale de Almeida, «não existe evidência científica porque a variável é errada à partida, pensando-se que há uma natureza distinta entre homens e mulheres».
«Isso é só uma forma de reproduzir estereótipos em relação aos géneros», afirma Vale de Almeida.
Para o antropólogo, na Lei da Paridade «estamos perante uma daquelas coisas em que o meio é a mensagem», ou seja, «a mensagem igualitária entre homens e mulheres que passa é que é importante».
«É uma medida transitória. O efeito a médio prazo será o de mais de 50 por cento da população, as mulheres, não excluírem à partida a hipótese de uma carreira política», defende.
Nesse sentido, Miguel Vale de Almeida, vê a lei como «uma forma de inclusão política».
Também o professor de Filosofia da Universidade de Lisboa Viriato Soromenho Marques sublinha o carácter transitório de uma lei que é «um artifício, uma criação da engenharia política».
«Os instrumentos da paridade são transitórios e visam criar condições mais favoráveis para que a sociedade possa contar com a participação das mulheres», afirma.
Viriato Soromenho Marques considera que «as mulheres não irão precisar que se trata de uma lei de ouro, constitucional, duradoura».
«Se se falar com qualquer mulher eleita para um cargo público ela será a primeira a torcer o nariz à paridade», reconhece o professor de Filosofia, que defende, contudo, que a lei é positiva.
Segundo Soromenho Marques, mulheres e homens têm «visões do mundo diferentes», com elas a manifestarem uma «inteligência mais afectiva» e eles a possuírem uma «visão mais geométrica».
O académico também afirma, contudo, que está por provar como essas diferenças se manifestarão no exercício do poder.
«As mulheres que estão na política são mulheres que jogam um jogo essencialmente masculino, porque estão em minoria. Daqui por algum tempo, com uma maior participação feminina é natural que as coisas se alterem», concluiu.
A Lei da Paridade impõe a presença de pelo menos 33,3 por cento de candidatos de cada género nas listas para eleições autárquicas, legislativas e europeias, que «não podem conter mais de dois candidatos do mesmo sexo colocados consecutivamente».
O diploma foi aprovado pelo Parlamento no ano passado, com os votos a favor do PS, a abstenção do BE e os votos contra da restante oposição, após uma primeira versão ter sido vetada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que previa a exclusão das listas eleitorais que não cumprissem a quota estabelecida.
Diário Digital / Lusa

quinta-feira, julho 12, 2007

Desinibe-te, Júlio!!!!!!!!

Extrovertidos são menos susceptíveis a ter doenças cardíacas

Timidez pode aumentar risco de problema cardíaco, diz estudo Uma pessoa extrovertida pode ver reduzidas as possibilidades de ter um problema cardíaco ou derrame, revela uma investigação da Universidade Northwestern de Chicago.
A investigação, realizada ao longo de 30 anos, sugere que homens tímidos ou anti-sociais têm uma probabilidade 50% mais elevada de morrer devido aqueles problemas se comparados com homens extrovertidos.

O estudo, publicado na revista Annals of Epidemiology, vem corroborar outros trabalhos que sugerem uma ligação entre personalidade e saúde.

Os pesquisadores analisaram a saúde de mais de 2 mil homens de meia-idade durante três décadas, até que 60% dos analisados morreram.

Os atestados de óbito combinavam com os questionários psicológicos preenchidos no início do estudo para revelar o tipo de personalidade de cada homem.

Quando outras informações relativas ao estilo de vida dos homens foram analisadas, nenhuma ligação entre outros fatores de risco conhecidos - como fumo, bebida ou obesidade - foi revelada. Este facto aparentemente descartou a teoria de que homens tímidos ou anti-sociais poderiam ter morrido devido a comportamentos pouco saudáveis.

Os pesquisadores sugeriram que ou os homens tímidos são mais stressados por situações novas, ou que o padrão do seu tipo de personalidade é, de alguma forma, ligado à parte do cérebro que controla a operação mais estável do coração.

Décadas de pesquisa sugerem que existe apenas um tipo de personalidade que não está ligado a um aumento do risco de doenças graves.

Pessoas mais tranquilas - as chamadas personalidades tipo «B» - parecem ser as mais saudáveis.

As personalidades do tipo «A» - viciados em trabalho, com tendências ao stress ou à raiva - têm mais probabilidade de sofrer de tensão alta e doenças cardíacas.

As pessoas com personalidade do tipo «C», que reprimem os sentimentos, foram ligadas ao aumento do risco de cancro.

Outras investigações ligaram pessoas do tipo «D», pessimistas com pouca auto-confiança, a ataques cardíacos ou derrames.

12-07-2007 11:40:19

terça-feira, julho 10, 2007

Carregar os telemóveis...

Menores têm sexo virtual a troco de carregamentos de telemóvel


ISABEL LUCAS
ANDRÉ CARRILHO (imagem)



"Olá a todos. Faço sexophone apenas com uma câmara de telemóvel, mas só se me carregarem o telemóvel." Não foi omitida nenhuma vogal e todas as palavras estão devidamente acentuadas, ao contrário do que aconteceu no original. O anúncio podia estar nas páginas de classificados de um jornal, mas foi expressa online numa sala de chat portuguesa, aberta a quem quiser entrar. A autora da frase tem 14 anos e responde pelo nickname de Dina. "Va gajux gaja 14 anos torres novas; atao rapaxex? gajux bonx teclam??" Agora é Karol quem assina. A mesma idade, mas uma linguagem descodificável apenas para os habituais nas salas de chat, ou chat rooms.

Dina, Karol, mas também Pipa, Gatolindo ou Damadamuxgueira são protagonistas e autores de um argumento que conta uma história de encontros virtuais com perigos escondidos. São narradores na primeira pessoa de um livro com centenas de diálogos e alguns monólogos que estará nas livrarias dentro de duas semanas. Chama-se O Abominável Mundo dos Cibernautas (Gradiva) e pretende, segundo os autores, ser um alerta.

Tal como Dina, "há raparigas com 14 anos a fazerem sessões de strip e masturbação perante as câmeras web em troca de carregamentos de dez euros no telemóvel, para pessoas que não sabem quem são", escreve Renato Montalvo, um dos autores, no prefácio do livro. "Há que alertar as pessoas para esta realidade. Qualquer jovem tem acesso livre a páginas de conteúdo pornográfico", declarou ao DN, atirando um número: durante os dias 9 e 14 de Março deste ano, 78 por cento dos visitantes de chats que se identificaram ao longo das conversas eram estudantes.

Renato Montalvo e Conceição Monteiro, um ex-jornalista e uma professora de Filosofia do ensino secundário, passaram mais de 70 dias de olhos postos nas chat rooms, numa média de quatro horas diárias, e publicam agora uma selecção das conversas a que tiveram acesso. "Somos uns compiladores apenas," apresenta-se Renato Montalvo, que remete para "os especialistas em educação, sociologia, psicologia" a análise do conteúdo. "Mais do que respostas, a intenção foi levantar questões", acrescentou.

Elegeram como objecto de estudo as salas de chat do AEIOU (a Blá-Blá, a Cupido, a Kamasutra) e usaram o Windows Live Messenger, mais conhecido por MSN. Motivo da escolha: "o AEIOU é dos sites mais moderados e dos que apresentam mais nuances e oportunidades para um observador". Um e outro foram espectadores que reservaram a si a selecção de textos. "São textos de adultos e de adolescentes que dão o ambiente que se vive em cada sala." Essa selecção, garantem, passou pelo filtro da moderação. Ainda assim, afirma Renato Montalvo, "o que aqui está é chocante."

E pode ser confundido com puro voyeurismo. Por isso, ponderaram editar ou não, sobretudo depois de receberem uma carta de um psicólogo a recomendar-lhes contenção. "Qual era a alternativa? Não falar?", interroga-se o autor. Ele mesmo responde. "Não dizer nada era uma opção. Pensámos escolher os textos menos agressivos, mas ser mais brando é como os caldos de galinha. Decidimos mostrar a realidade sem cortes nem censuras. A nossa participação foi coligir textos e somos responsabilizados pela escolha." Foram publicados cerca de dois por cento dos diálogos que poderiam aparecer no livro. E, garante Montalvo, "não foram os mais hard."

O medo da chantagem

Grátis, de acesso fácil, o erotismo está virtualmente ao alcance de todos. Adultos ou menores. "O problema reside na anarquia que permite a crianças a livre utilização de páginas, de programas e de conteúdos, que deveriam ser estritamente para adultos", denuncia o autor do livro. Mas fará sentido proibir? A resposta é invulgarmente "não". As coordenadas para navegar na Internet são as mesmas para estar na vida.

Só que, sob a capa do anonimato, o grau de desinibição aumenta ou, como refere o sociólogo José Machado Pais, "em cada janela [virtual] é possível assumir distintas identidades, embora simultâneas." Há uma "estética de jogo de fantasia"que se aproxima do romantismo, acrescenta, onde o sentir predomina sobre o pensar. Como no amor e nas paixões fora das janelas virtuais. A diferença é que estes relacionamentos se podem apagar com o clicar de uma tecla: escape.

Outra diferença entre virtual e real é a ilusão, a falsa ideia de que, por ser virtual, o sexo na Internet não traz riscos, é "asséptico" porque os corpos estão ausentes. A advertência, sarcástica, vem curiosamente de alguém com o nick "Pirilau". Está na sala Blá Blá e dirige-se a outro alguém cuja identidade não é revelada: "Linda menina... já aprendeste a ver a diferença entre realidade e virtual. a seguir é a aula da ilusao-desilusao" (sic).

Será isso que terá de aprender "Urgência", outra adolescente que surge mais tarde na mesma sala: "oii, sou nina, alguém me carrega o telemóvel?? mando fotos nua, e das partes mais privadas, mostro-me na web a alguém???" (sic).

O anonimato dos chats garante "maior fluidez de comunicação, desprendida de comprometimentos", afirma José Machado Pais. "Na vida real, os mecanismos emocionais da vergonha e do ridículo dificultam as aproximações amorosas, desencadeando mecanismos de medo. Este medo é contornado quando, sempre sob anonimato, se buscam ligações ciberespaciais." É a circunstância comunicacional a fazer a diferença e a funcionar como garante de "salvação de face", mas apenas "até certo ponto", adverte ainda o sociólogo no livro Nos Rastos da Solidão (Ambar).

Gabriela Moita, psicóloga clínica, diz ter conhecimento de casos como estes. Jovens numa rede [Net] da qual não sabem como sair. Espécie de adição raramente confessada e cheia de possibilidades, muitas delas com riscos escondidos. "Nunca me foi apresentada como problema, mas apercebo-me dessa realidade na sequência de conversas." É o medo que as revela. Ou melhor, o medo da chantagem que inicialmente as cala, acaba por ser o mesmo que o psicólogo detecta. Gabriela Moita diz que nunca lhe apareceu no consultório nenhum pai com este tipo de preocupações. "Tanto quanto me parece, quando ocorrem, eles não têm conhecimento", justifica. A especialista acrescenta: "Normalmente têm a noção de que controlam; de que se forem ver o histórico dos sites consultados na Internet conseguem saber o que os filhos estão a fazer."

Fica a pergunta de Ricardo Montalvo: Saberiam os pais de M..., de 12 anos, que ela estava numa sala de chat às quatro da madrugada?|

* Os diálogos foram reproduzidos tal como estão no original

sexta-feira, julho 06, 2007

O regresso de moi!

Caríssimos murcónicos,
É com alívio que vos reencontro! Bom..., não porque me encantem particularmente, mas pelo menos estão em Portugal, este jardim à beira-mar plantado, em que os bufos crescem como cogumelos e o único problema da população é se o próximo Tratado se chamará de Sintra (em homenagem a Lord Byron) ou de Lisboa (para lembrar a corajosa decisão do Dr. Marques Mendes de fazer cair a Câmara). Quanto a mim, passei vários meses no Oriente por ordem do patraozinho. Agora já se pode dizer, a CMVM libertou as acções do Glorioso - foi ele a seduzir os chineses! Explicou-lhes que o Benfica lhes escancaria as portas do mundo ocidental, numa versão às avessas - e civilizada! - da política da canhoneira dos ingleses. E quem explicitou o seu pensamento? Moi! Fiz-lhes um croquis irrecusável. Qual é o ópio do povo? A religião? Por favor, sejamos pós-modernos - o futebol. Quem tem um avançado centro chinês? Quem pôe os olhos do Comendador Berardo em bico e por arrastamento o Mega Ferreira amarelo? Quem espera uma vitória no campeonato com paciência oriental? O Glorioso!!!! E eles perceberam, atafulharam-me de cartões pessoais e perguntaram "how much?", embora eu domine o chinês desde que vi O Último Imperador. Nessa altura, confesso que improvisei - o dobro do que oferece o Joe, disse, o clube está mais caro desde que os jogadores se vestem de cor-de-rosa, O FCP é campeão mas não tem coragem para tanto. O resultado está aí - o mercado em polvorosa e as acções do patraozinho a salvo, vendeu-as hoje a seis euros! E do alto do lucro e do charuto, disse-me, satisfeito - Sousa, desejo-lhe uma noite de Cabíria com a Gertrudes porque amanhã vai ser preciso partir outra vez. E aqui estou eu, a fazer as malas para ir convencer os sauditas a comprarem o Sporting! Não tenho medo, sei que vou conseguir. Só me aterra o que virá depois. O patraozinho sorriu, maldoso, e anunciou - mal se clarifique a situação no BCP, vendemos os Andrades à Opus Dei. E eu pergunto - o que dirá o Papa? Não seria mais seguro impingir o Vitória de Guimarães aqueles cientistas que desejam analisar o ADN do Afonso Henriques? Enfim... Para já vou dormir agarrado à patroa depois de cumprir os meus deveres conjugais, não quero que desconfie de certos investimentos que fiz na China...
Souzá, chauffeur, butler e enviado especial ao Extremo Oriente.

quinta-feira, julho 05, 2007

Dia 7, às 15.30, na Praça da República.

2ª Marcha de Orgulho LGBT no Porto

Manifesto 2007
Igualdade de Direitos Aqui e Agora

"2007 é o Ano Europeu da Igualdade de Oportunidades para Tod@s (AEIOT) que pretende a luta transversal contra as várias discriminações, marcando as especificidades de cada uma.
E vale a pena marcá-las: a orientação sexual é a única das categorias enquadradas no Ano Europeu que em Portugal ainda gera discriminação na própria lei. Em Portugal o AEIOT não pode ser por isso uma excepção num quadro de negligência dos direitos das pessoas LGBT. Pelo contrário, é fundamental que haja medidas que marquem uma verdadeira mudança de atitude do Estado português face às pessoas LGBT – e que a homofobia deixe finalmente de estar consagrada na lei.
É que Portugal é, desde 2004, o único país europeu cuja Constituição proíbe explicitamente a discriminação com base na orientação sexual. Foi com base numa disposição constitucional semelhante que a África do Sul eliminou recentemente a discriminação no acesso ao casamento para gays ou lésbicas – eliminada por vontade política em países como a Bélgica ou o Estado Espanhol. É com base no mesmo princípio que reclamamos em 2007 o fim da discriminação no acesso ao casamento civil.
Como qualquer outro casal, um casal de pessoas do mesmo sexo deve poder ser livre de escolher a forma do compromisso que pretende assumir, com o conjunto de direitos e deveres inerentes. Mas esta é sobretudo uma clara reivindicação de igualdade perante a lei. A manutenção da discriminação na lei é um atentado à dignidade de gays e de lésbicas que é inaceitável para qualquer pessoa que se preocupe com os direitos civis e que põe em causa a qualidade da democracia portuguesa. Alertamos por isso os partidos e o Governo: a nossa dignidade não é negociável e a igualdade não é adiável.
Da mesma forma, o Estado deve reconhecer que a parentalidade de gays ou de lésbicas já existe, por mais que a legislação em vigor tente negá-lo. É o próprio interesse das crianças que determina que uma criança criada por um casal de dois homens ou de duas mulheres possa ver legalmente reconhecidas ambas as figuras parentais, pelo que a lei não pode continuar a promover o absolutismo da filiação biológica. Mais: casais de pessoas do mesmo sexo não podem continuar a ser automaticamente excluídos do acesso à adopção. Crianças institucionalizadas têm direito ao carinho, a uma casa e à educação de pessoas ou casais que possam e queiram dar-lhos, sem cedências a preconceitos que se sobrepõem afinal ao bem-estar das crianças. É inadmissível que o Estado continue a tentar promover uma "esterilização social" de gays e de lésbicas, como fez ao impedir a possibilidade de acesso à inseminação artificial para mulheres solteiras e para casais de lésbicas – no mesmo país que mostrou no dia 11 de Fevereiro o respeito pelo direito das mulheres a decidirem como e quando têm filh@s.
A cidadania plena de gays e lésbicas só acontecerá com o fim da discriminação na lei e também a nível institucional, em todas as áreas em relação às quais o Estado tem responsabilidades. Um exemplo gritante de discriminação institucional é o facto de homossexuais masculinos continuarem impedidos de dar sangue, com o preconceito a sobrepor-se a qualquer critério objectivo e a colocar mesmo em risco – para toda e qualquer pessoa que necessite de uma transfusão – uma triagem correcta da qualidade do sangue.
Mas também a cidadania das pessoas transexuais não é reconhecida pelo Estado português. Espanha aprovou este ano uma lei de protecção do direito à Identidade de Género em que as pessoas transexuais podem mudar o nome e o sexo nos seus documentos de identificação sem terem, para isso, que atravessar um longo e doloroso percurso médico e judicial. Em Portugal, a alteração nos documentos está condicionada pela realização de uma operação cirúrgica de reatribuição de sexo pela qual se espera normalmente demasiados anos, situação que é agravada ainda pelo poder injustificável da Ordem dos Médicos na aprovação da cirurgia. A discordância entre corpo e documentos causa assim uma quase impossibilidade de acesso ao emprego e é pretexto para discriminações quotidianas. Além disso, as pessoas transexuais que têm filhos são duplamente discriminadas, ao serem impedidas de alterar o seu nome e sexo nos documentos mesmo após esta cirurgia, com base na mesma regra homófoba que impede o registo de uma criança com dois pais ou duas mães. Porque o Estado não pode continuar a ignorar activamente a existência das pessoas transexuais, é fundamental preencher a lacuna legal no reconhecimento da identidade de género, bem como a introdução explícita da categoria “identidade de género” nas provisões de não-discriminação da Constituição, do Código do Trabalho e do Código Penal.
Mas num país em que continua a haver crimes como os de Viseu em 2005 ou o que vitimou Gisberta Salce Júnior em 2006, o Estado tem também uma obrigação de, em parceria com a sociedade civil, se empenhar na prevenção activa do preconceito. Só então terá reconhecido esta causa como a questão de Direitos Humanos que ela representa. É, pois, necessária uma política activa que promova a igualdade de género e combata a discriminação em todas as suas formas e é urgente o desenvolvimento de acções de formação anti-discriminação junto de sectores particularmente sensíveis para o funcionamento da democracia, incluindo tribunais, polícias, forças armadas, estabelecimentos de saúde, de apoio social e de educação. É ainda fundamental uma aposta na educação contra a discriminação com base na orientação sexual e identidade de género, no âmbito da Educação para a Cidadania, bem como a introdução de um requisito legal de Educação Sexual não-heterossexista que aborde de forma científica as várias orientações sexuais e identidades de género.
É que um país decente olha para as pessoas LGBT como pessoas. Portugal, que assume a presidência da União Europeia no segundo semestre do Ano Europeu de Igualdade de Oportunidades para Tod@s, ainda não é um país decente. Na Europa do século XXI, a igualdade de direitos não é adiável ou negociável. As nossas vidas acontecem aqui e agora. É aqui e agora que exigimos a cidadania plena para tod@s."

P.S. Como adivinharão sem dificuldade, subscrevi o Manifesto. Como cidadão e embaixador:))))))).

quarta-feira, julho 04, 2007

Via sacra parece uma expressão adequada:(.

Professor morreu a trabalhar
2007/07/03 | 20:35 || Judite França
Apto para leccionar. Esta foi a decisão da CGA apesar de um cancro na traqueia o ter deixado mudo. Era professor de Filosofia e aos 60 anos, depois de uma «via sacra» burocrática, faleceu. Colegas e alunos marcam vigília à porta da escola de Braga


Foi considerado apto para leccionar apesar de ter cancro na traqueia e uma operação o ter deixado mudo. Era professor de Filosofia e tinha mais de trinta anos de serviço quando adoeceu. Artur Silva morreu no passado dia 9 de Janeiro, aos 60 anos, depois de a Caixa Geral de Aposentações lhe ter recusado a reforma e uma Junta Médica, que não o convocou, o ter considerado apto para dar aulas.

Quando regressou à Escola Secundária Alberto Sampaio, em Braga, já o ano lectivo de 2006 estava no fim e os alunos acabaram por não ter aulas com Artur Silva. A escola não lhe marcou «serviço lectivo», garante a DREN. Morreu no início deste ano «deprimido» e «desiludido».

«Via sacra»

Quem o diz é o professor Miguel Soares, que escreveu um artigo para os jornais sobre este caso, e relatou ao PortugalDiário a via sacra a que Artur Silva foi sujeito ao longo de 36 meses. «Desde Janeiro de 2003, deslocava-se de três em três meses à Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), no Porto, para comparecer às juntas médicas» (JM). Entretanto, uma JM reconhece a gravidade da doença e atribui-lhe a incapacidade permanente de 80 por cento.

Até Agosto de 2005, e depois de 12 deslocações à DREN, Artur Silva pediu a aposentação à Caixa Geral de Aposentações (CGA). «Exigem documentação e exames, mas a junta médica é considerada inconclusiva e pedem um parecer do Instituto Português de Oncologia do Porto». A mesma é entregue, conta Miguel Soares, que na próxima segunda-feira estará presente na vigília organizada em honra do docente à porta do liceu bracarense.

Não foi convocado para junta médica

A 18 de Abril de 2006, uma outra junta médica da CGA teve lugar. Para esta, Artur Silva não foi convocado, garante o docente na reforma e presidente do conselho executivo em 2003, quando o cancro trocou as voltas à vida deste professor de Filosofia. A JM considerou que Artur Silva não estava «absolutamente e permanentemente incapaz» para prosseguir com as suas tarefas na escola e o pedido foi indeferido.

Como só uma outra junta médica - passados nove meses - poderia deliberar sobre a aposentação, Artur Silva escreveu uma longa carta ao Director-Geral da CGA «dando conta da injustiça de que estava a ser vítima pela decisão de o considerarem apto para dar aulas de Filosofia quando se encontrava em afonia total e incurável, incapaz, portanto, de exercer as suas funções».

Miguel Soares conta que este «calvário» afectou psicologicamente o professor de Filosofia, agravou o seu estado de saúde, e sucederam-se os internamentos no Hospital S. Marcos.

No dia 29 de Novembro de 2006, a CGA indefere, de novo, o pedido de Artur Silva. Dois meses depois, a 9 de Janeiro, Artur Silva sucumbe à doença. Mas para Miguel Soares, o professor sofreu ainda da «implacável cegueira da máquina administrativa» e da «burocracia». «É uma pouca vergonha o que lhe fizeram. Era um cidadão exemplar, e tem mais de 30 anos de carreira para o provar. Negarem-lhe a reforma foi mais um passo para o caixão», diz ao PortugalDiário o docente na reforma.

A indignação estende-se à Escola Secundária Alberto Sampaio que, através da assembleia da escola, convoca uma vigília para segunda-feira, à porta do liceu de Braga, às 19h, para «simbolicamente» marcar o seu desagrado pelo processo pelo qual passou Artur Silva.

Em comunicado enviado às redacções, a DREN garante ter feito tudo o que estava ao seu alcance no sentido de assegurar as condições humanas ao docente.

Recorde-se que, recentemente, um outro caso noticiado pelo PortugalDiário deu conta de uma professora de Aveiro, vítima de leucemia, que faleceu sem que lhe fosse concedida a aposentação.

terça-feira, julho 03, 2007

Uma tragédia silenciosa...

Emprego de maiores de 55 anos apoiado
alfredo cunha

Parceiros sociais acolheram com agrado proposta do Governo


A possibilidade de o Estado vir a conceder apoios fiscais às pequenas e médias empresas que empreguem desempregados com mais de 55 anos foi bem acolhida pelos parceiros sociais, embora eles ainda não conheçam a proposta.

O anúncio da medida foi feito na edição de ontem do "Jornal de Negócios", mas nem a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCSP) nem a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) tinham recebido qualquer documento.

A Associação das Pequenas e Médias Empresas (APME), que se insere num universo de superior a 320 mil unidades em actividade e ao qual a medida se destina, só a conhece "superficialmente", segundo o seu presidente, Joaquim Rocha.

De acordo com a notícia avançada pelo "Jornal de Negócios", as empresas que contratem a tempo inteiro e por tempo indeterminado desempregados com idades superiores a 55 anos ficarão isentas de taxa social única por um período superior a três anos.

"Trata-se de uma boa medida, pois nas últimas duas décadas apoiou-se a inserção dos jovens e está na altura de perceber que as pessoas com mais de 55 anos não são fardos para o país", declarou ao JN o presidente da APME.

"Muitas dessas pessoas foram vítimas da reestruturação de empresas e da globalização, mas ainda têm muito para dar", acrescentou o dirigente, observando que as multinacionais e as grandes empresas preferem contratar quadros com menos de 40 anos.

Com o aumento da esperança de vida à nascença, argumenta, "a idade não pode ser factor de exclusão social, defende Joaquim Rocha, considerando que o sector do comércio e serviços deverá ser o mais sensível ao programa anunciado, "por ser o que mais está a crescer e o que mais tem a ganhar com a experiência" da mão-de- -obra a reintegrar, utilizando por exemplo antigos bancários. O presidente da CCSP, José António Silva, está de acordo, sublinhando que trabalhadores com experiência nas áreas financeira, contabilidade e administrativa serão úteis ao sector, pelo que apoia a medida, que não conhece em concreto.

"É sempre um incentivo às empresas, que podem aproveitar e ajudar alguns trabalhadores, porque é difícil arranjar emprego com mais de 55 anos e muitas vezes a experiência, só por si, pode não ser suficiente para se decidir pela experiência, explicou ao JN.

A CGTP reconhece que a medida é "louvável" por se dirigir a "um grupo com dificuldades em conseguir emprego", explica Joaquim Casimiro, do Secretariado da central sindical. Mas coloca alguns pontos na discussão.

"Em primeiro lugar, é necessário fazer um balanço de outras políticas de emprego, como as de inserção dos jovens, antes de introduzir novas políticas", enuncia, observando que tal balanço "não está feito".

Depois, "o problema do emprego resolve-se com políticas económicas que geram crescimento e desenvolvimento, criando postos de trabalho", acrescenta, considerando que a medida "reflecte a preocupação do Governo de dar continuidade à política de subsidiodependência das empresas".

"Quem vai beneficiar são as empresas, que vão continuar a ter subsídios e, depois de extraírem os benefícios, acabam por despedir trabalhadores e ir à procura de outros, como já acontece com o programa de inserção de jovens, pois não há fiscalização nem acompanhamento dos programas", acrescenta.


Governo diz investir no emprego qualificado

No âmbito da revisão das políticas activas de emprego, o Governo quer deixar de incentivar a contratação de jovens que não tenham concluído o ensino secundário, pois considera que os apoios actuais estão em contradição com as suas preocupações com as baixas qualificações.



Preservação de idosos na vida profissional

O Governo reconhece que não existem incentivos para o regresso de trabalhadores mais velhos desempregados à vida activa e que a necessidade de criar mais oportunidades se prende com o envelhecimento da população. Essa é uma razão pela qual as reformas em idades anteriores aos 65 anos são penalizadas e são atribuídas bonificações a quem se mantiver activo além dela.

domingo, julho 01, 2007

Domingo à noite.

Nunca idealizei Diana, os olhos eram escorregadios e a cumplicidade com a imprensa evidente. Mas gosto dos "filhotes" e é bom escutar o Sailing do velho Rod Stewart:).

P.S. Devo informar que em Vieira do Minho já existe um café chamado Dr.House! Aquela gente até conhece os meus vícios!