Há um ano fiz uma conferência em Santiago. Comecei atrasado e sem possibilidades de me "esticar" um minuto que fosse. Para cúmulo, a tecnologia enlouqueceu, pois o power-point da apresentação era mais recente do que o local e perante os meu olhos aterrorizados as coisas mais estapafúrdias aconteciam no ecrã. Saí de lá passado, as palmadas nas costas cheiravam a cuidados paliativos, não a reconhecimento de que as minhas palavras podiam ter feito sentido para alguém na assistência. Filho adoptivo da Galiza, senti-me em dívida.
Sexta-Feira passada desejava muito pagá-la, mas com a voz em pantanas e a superstição no trono, o receio de a agravar espreguiçava-se cá dentro. Comecei de novo atrasado e houve um soluço de mau agoiro no The needle and the damage done de Neil Young que adicionara às imagens. Mas tudo foi diferente:). Embora me visse obrigado a um contra-relógio enrouquecido para recuperar tempo, tive a enorme satisfação de poder dialogar com o público, na sua esmagadora maioria galego, quase toda a "colónia portuguesa" já demandara a estrada. E tão saboroso naco de conversa, apenas interrompido para o (agradável) anúncio do próximo Congresso no Porto e a protocolar cerimónia de encerramento, pacificou-me. Deixei Santiago noite cerrada e exausto, mas com a esperança de o Santo ter retirado o meu nome da lista dos ingratos e devedores.
18 comentários:
Embora o dono do blog (e autor do post) não mereçam, aqui fica esta "piroseira":
UN CANTO A GALICIA
Julio Iglesias
Eu queroche tanto,
e ainda non o sabes...
Eu queroche tanto,
terra do meu pai.
Quero as tuas ribeiras
que me fan lembrare
os teus ollos tristes
que me fan chorare.
Un canto a Galicia, hey,
terra do meu pai.
Un canto a Galicia, hey,
miña terra nai.
Teño morriña, hey,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares.
Eu queroche tanto,
e ainda non o sabes...
Eu queroche tanto,
terra do meu pai.
Quero as tuas ribeiras
que me fan lembrare
os teus ollos tristes
que me fan chorare.
Un canto a Galicia, hey,
terra do meu pai.
Un canto a Galicia, hey,
miña terra nai.
Teño morriña, hey,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares.
Teño morriña,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares...
De eses teus lares...
De esos teus lares...
¡Teño morriña!
¡Teño saudade!
Un canto a Galicia, hey,
terra do meu pai.
Un canto a Galicia, hey,
miña terra nai.
Teño morriña, hey,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares.
Un canto a Galicia, hey,
terra do meu pai.
Un canto a Galicia, hey,
miña terra nai.
Teño morriña, hey,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares.
Teño morriña, hey,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares.
Teño morriña, hey,
teño saudade,
porque estou lonxe
de eses teus lares.
Parabéns, profe! :)
Durante alguns meses desenvolvi aquilo que se podia designar por "fobia aos palcos". A minha primeira vez como congressista foi um fiasco. As mãos tremiam tanto, que nem sequer consegui usar o rato para "linkar" e aceder a uma série de diapositivos ocultos que deveriam aparecer durante a apresentação. Tinham-me dado as instruções que não deveria exceder os 15 minutos. Usei apenas 10, tal era a vontade de fugir dali. A minha sorte é que, para além de mim, havia mais um imbecil no congresso que me colocou uma questão totalmente disparatada. Inspirei, serrando os olhos, e desatei a falar, falar, falar com tanta eloquência que, no final, acabei por sair ilesa do palco.
:)
Sirk 4:23 PM
Gaba-te cesto... ;-)
Boa noite.
O Santo não tirou de lá o seu nome porque nunca lá o pôs:)
Os santos conseguem ver o íntimo das pessoas independentemente de azares com o power-point.
:)
FDL (4.19)
Se o dono do blog não merece, porque trazes essa "piroseira"?:)
Mas olha que o Júlio gosta do Julio...e eu também, de algumas canções, pelo menos.
Sirk,
Parabéns dou-te eu.
A simples ideia de falar em palco num congresso dá-me logo uma sensação de desmaio...:)
Tenho muita dificuldade em encarar "multidões":))) Looool
"Serrando" os olhos não, cachopa, "cerrando".
Não é meu hábito corrigir erros, só o faço por seres tu e porque ao ler te imaginei a serrares os olhos e fiquei arrepiada.
A sério, veio-me essa imagem à mente...e foi horrível:)))))
PS: O FDL quer conversa:))))))))
FDL, sabes que eu nunca falei dos meus canudos, agora surgiu a oportunidade e pimba! :P
Andorinha, o dito evento foi a alguns quilómetros de Serralves, daí a minha confusão (pqp as palavras homófonas, é o que é :S). Ah!, e não aproveites para mandares mais bicadas que tu, nem ninguém, comigo tem qualquer hipótese (piu,piu). Mas fica tranquila que eu vou apanhar-te, ai se vou!...LOOOOOOOOOOL...ainda para mais agora que estamos em plena época de caça.
LOOOOOOOOOOOOOOOL
Sirk,
Vais-me apanhar????
Ainda bem que avisas....andorinha precavida vale por duas:)))
Já agora mais a sério: qual foi o tema que abordaste nesse Congresso?
Fiquei curiosa...
Ilusionismo, porquê?
Muito me contas...não sabia que essa era a tua área nem que tinhas esses dotes...mulher multifacetada:)
Apesar de estar habituada a 'palcos', a minha primeira experiência como 'congressista', foi horrível e desastrosa! Pelo menos assim me diz a minha 'feroz' autocrítica!
Realmente é uma sensação inquietante! Nada está no seu lugar! Nem há mão que se oriente no 'rato'... quando tantas vezes repetimos esse gesto no dia-a-dia!
Pensei que não ultrapassava, mas a segunda vez foi mais tranquila, embora longe do 'natural'!
Ainda bem que 'pagou a sua dívida' ao santo!
As melhoras,
Sirk 7:41 PM
Quanto mais olhas, menos vês... :-)
FDL, (do 'Quim boio' das 9:31PM)
OH diabo!, tu não me digas que isso mingua assim...
Epá, já agora repara bem na frase da nossa amiga Andorinha: "Se o dono do blog não merece, porque trazes essa "piroseira"?:)"
Ela refere-se aos motivos/causas que te levam a fazer semelhante coisa, né?
Então diz-lhe que vá consultar o prontuário, anda, anda! Diz-lhe que numa próxima insira um espaço entre o "por" e o "que", faxabôri!
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
(estou a arranjar lenha para me queimar, mas pronto, em época de caça vale tudo)
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
Andorinha,
amiguita, se quiseres chama o alentejano, o expert em decifrar estas coisas. Aquele do qual te enviei descrição detalhada por mail.
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
(há muito que não me ria tanto neste blogue, e, nem sequer comentei o facto do profe dizer que "se veio obrigado")
LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL
Sirk,
Por que estás tão vingativa?
Está bem assim?:))))))))
Não queiras comparar o meu erro com o teu; o meu foi só um problema de teclado)
Prontuário? Tinha mais que fazer! Não tenho manias dessas...
Quanto ao resto nem comento de tal forma é "incomentável"
:)
Até amanhã, malta.
Ena, ena!, isto de ser avisada por mail que comentaram o post, permite responder quase em tempo real.
Andorinha,
estou tão satisfeita que nem te digo que há pouco não colocaste o "pronome clítico" no devido lugar. O que, com certeza, se deve ao teclado.
piu, piu, piu...
«Quanto ao resto nem comento de tal forma é "incomentável"»
Ora fazes tu muito bem. Não deves meter o bico em todo o lado.
Pronto, pronto, eu digo que estiveste, de facto, muito bem. Foi muito bem apanhada, sim srª! :)
Boas nôtes para ti também.
Na próxima semana prometo falar sobre o "Esterno-cleido-mastoideu"?
O Santo tambem é peregrino e, a peregrinação ensina ao homem a ver o seu semelhante por dentro e a conhecer-lhe as intenções.
Acho que se ganha o instinto ancestral, já perdido, de entender os sinais.
Certamente que a Galiza (ou Portugal do Norte) não fica sentida com quem tanto gosta dela!
Eu estive lá e assisti a algumas palestras. Ó professor, mesmo com os soluços da música, que lá avançou, a sua conferência foi a que mais gostei, com o Luís Fernades a ficar em segundo no ranking. E a resposta da audiência também foi muito boa, para mais numa sexta-feira, ultimo dia de congresso e tão tarde. Eu, que estava com pressa para voltar a Portugal, até me deixava ficar mais uma hora a ouvi-lo falar. E o mais engraçado é que no mesmo dia (ou no sábado, já não sei) "encontrei-o" na sic-mulher a abordar um bocadinho do mesmo tema.
Um abraço do Victor "mestre" :-)
Enviar um comentário