sexta-feira, fevereiro 24, 2012

Ergue-te ao sol de Inverno.

Zeca,

Fiz toda a estrada a ouvir a homenagem que a TSF te dedicou. Uma saudade imensa dos versos, da música, dos sonhos. Que envelhecem mal, pintaram-nos de cinzento a liberdade:(.

segunda-feira, fevereiro 20, 2012

História simples de uma derrota que complica muito o futuro.

Vamos ser justos: os jogadores foram medíocres e perderam no campo, mas Jesus começou a perder antes, quando resolveu ser genial e deixar Witsel de fora. Com Javi o Benfica sofre sempre um golito - de preferência numa bola parada... -, imagine-se com Matic no seu lugar e Pablito ao lado! Enfim, os desígnios do Senhor e de Jesus são imperscrutáveis...:). Parabéns ao Vitória que se bateu muitíssimo bem!

P. S. Acabo de ver a entrevista de JJ. Errar? Eu?????:))))).

domingo, fevereiro 19, 2012

Spin doctors.

No meio da contestação - e da segurança... - em Gouveia, Passos Coelho recusou-se a opinar sobre o comportamento do Presidente da República. Não precisa, as imagens fazem-no por si, numa sociedade em que a "caixa mágica" constrói a realidade - ele deu a cara, Cavaco não. Não sei que assessor aconselhou a meia-volta da comitiva quando se dirigia a uma escola onde um protesto de alunos aguardava o "Provedor dos portugueses", mas não justificou o seu cheque de Fevereiro. Limitou-se a agudizar a gaffe da reforma insuficiente...

domingo, fevereiro 12, 2012

Jornal das oito.

Como tantos outros, fui vítima e culpado de um verdadeiro processo de dessensibilização televisiva, acho que já vi de (quase) tudo sem interromper o movimento do garfo rumo à boca. E contudo o estertor grego acentua um humor já sombrio, aposto que muitos de vocês partilham tal sentimento. Visitei a Grécia uma vez e não tenciono regressar, o presente poeirento embaciava um passado cujo brilho reverencio. (Ocasiões houve, de resto, em que o mesmo me aconteceu em Itália.) Quando olho para trás não vejo o Paraíso, longe disso! Mas é difícil surpreender no presente réstia de grandeza, sobretudo nos poderosos. Os que cerram os dentes para sobreviver, esses, não perdem tempo a adjectivar-se e desconhecem palavras como heroísmo ou resiliência. Teimam, como diria a minha querida Mindinha:(.

segunda-feira, fevereiro 06, 2012

Entre psis.

Sempre chefiei equipas com mais psicólogos do que médicos. Nunca me deixaram ficar mal... Ao longo dos anos, por via do meu estilo de comunicação e receituário anémico, fui procurado por gente que procurava um psicólogo e não poucos jornais me chamaram isso. Se no primeiro caso esclareci sempre o engano, jamais o fiz no segundo, para grande escândalo de alguns colegas. Razão? Sou um membro da tribo dos psis, não reivindico hierarquias baseadas na possibilidade de receitar nem me considero superior por ter Asclépio como "santo padroeiro":). E por isso acolho com satisfação a circular sobre o I Congresso da Ordem dos Psicólogos, é um indiscutível passo em frente. Mas confesso que o respectivo vídeo me deixou atónito - a publicidade é prima direita da Psicologia, não houve ideias melhores do que uma alegoria cavernícola mal amanhada? Mais valia pagar os direitos de autor e utilizar a de Platão:). Dito isto - que seja um êxito!

quinta-feira, fevereiro 02, 2012

Os filhos queridos da Vitória. (Seria Massena benfiquista?).

Integrar a equipa do Trio d'Ataque teve repercussões curiosas no meu quotidiano. De um momento para o outro, passei de sexólogo a adepto benfiquista! Alguém me dizia - "vai deixar de ser consensual...". Consensual? Ainda me lembro de ser ameaçado de morte por chamar "casal" a dois homossexuais seropositivos! Irritantemente português foi o abanar de cabeça de outros - "um professor universitário a discutir a bola...". Há colegas que olham a vida ex-cathedra, lembro-me de frase dita - com assinalável honestidade intelectual! - no fim de uma das minhas conferências - "não imaginava que conseguisse expor a este nível, acho-o demasiado simples na televisão". Demasiado simples, leia-se, simplista:). Ao longo da vida usei a margem de liberdade que possuía, paguei o preço por isso, não estou arrependido. Quando apoiei o Engenheiro Guterres na sua primeira campanha, foi-me pedido para discursar numa cerimónia com alguma cobertura mediática. Eu sorri e disse que não desejava prejudicar o candidato. Mesmo calado, no dia seguinte um título de jornal rezava mais ao menos assim - "Machado Vaz trata do sexo dos socialistas". Menos mal que com Sampaio não aconteceu o mesmo... Muitos anos depois desaguei num noticiário para comentar a actualidade e estranhei a duração da entrevista. No fim perguntei o que se passara e foi-me respondido que estava a correr bem, porquê interromper? E um sorriso cúmplice acompanhou esta delícia - "não sabia que o professor também era analista político!". Bref, o sexólogo sempre engoliu o cidadão sem problemas de maior:).
Mas não o benfiquista! Hoje em dia as perguntas e sugestões são sobre o Glorioso e não o sexo, o que não deixa de ser refrescante. Mesmo os adversários, que reconhecem o velho e fiel tripeiro, me tratam com bonomia. Esta semana sucumbi à gripe e faltei ao programa. E algo de reconfortante aconteceu - alguns correligionários que não escondem a sua desaprovação pelo meu estilo, na sua opinião insuficientemente assertivo na defesa de honra e interesses benfiquistas, juntaram-se aos que mo perdoam ou até apoiam no desejo de melhoras. Fico grato. Significa que sob o desacordo quanto à forma existe um laço à prova de qualquer suspeita - todos vivemos suspensos do voo da águia:).