terça-feira, junho 16, 2015

quarta-feira, junho 10, 2015

A caricatura.

Cena habitual - senhora da "minha colheita" sorri por lhe ceder a primazia no cruzar de uma porta, "vai-se tornando raro". Não sei, fui educado assim. Mas para lá de regras básicas interiorizadas rumoreja sonho utópico que me faz sorrir. Eu, que nunca usei um colete e jamais poria as mãos no fogo pela limpeza dos meus jeans, na mais remota das entranhas ainda aspiro a parecer-me com meu Pai, esse petit grand seigneur. Nas boas maneiras!, intelectualmente seria caso para internamento psiquiátrico imediato por baforada delirante:).

terça-feira, junho 02, 2015

A dúvida.

Hesitei muito antes de ver Still Alice (a tradução portuguesa não me parece feliz). Acabei por o fazer em casa, enroscado no sofá e na saudade. A parcimónia era justificada, o filme não se limitou a convocar a memória, também a culpa se espreguiçou. Não apenas a que me assalta quando me lembro das racionalizações que usei para não visitar mais vezes minha santa Mãe. Também a que me acusa por não me ter apercebido de sintomas precoces da doença. É verdade que ela me "obrigava" a concentrar a atenção na saúde periclitante de meu Pai, mas isso não justifica tudo, havia sinais que eu devia ter valorizado.
E ao aperceber-me de tal desleixo, pergunta lógica me assalta - tenho simplesmente medo de sofrer de Alzheimer ou receio merecer a sua chegada?