quinta-feira, agosto 14, 2008

Sessão nocturna.

O carteiro de Pablo Neruda pela enésima vez:). O privilégio concedido a - e merecido por! - Philippe Noiret: juntar esta obra-prima ao Cinema Paradiso. A tristeza que a morte prematura do extraordinário actor que deu vida ao homem simples "infectado" pelo vírus da poesia me provocou. O desconforto que o filme alimenta - há quem viva com demasiada ligeireza a influência que teve... na vida de outros! E esqueça cartas prometidas, pensamentos jurados, gratidão devida. Pode acontecer a todos, mas não é raro encontrar tal "doença" nos que falam muito do e para o povo, mas ligam pouco às pessoas de carne e osso.

53 comentários:

Filipe Carvalho disse...

Massimo Troisi deixou-nos cedo de mais, mas a interpretação dele ficará para sempre nos olhos de quem vê bom cinema. Fui ver o filme à sessão das 22h00, no antigo Pedro Cem, ao pé do Palácio de Cristal. Desde então, continua como filme da minha vida.
Abraço de um avintense a residir no Alto Douro.
FJC

cabecinhapensadora disse...

'O carteiro de Pablo' Neruda é filme sem adjectivos. Philippe Noiret é um Pablo capaz. Mas o carteiro enche a tela e o nosso imaginário. E nele se sente uma morte anunciada, o filme o seu percurso para a morte presente na tez, na cor dos lábios sem cor, na magreza esgarçada do rosto e das mãos que, como pássaros doentes, voam pela tela, a vida agitando-se em cada parte daquele corpo que se vai afilando. E depois, à exorbitante força de vida do Poeta contrapõe-se a simplicidade singular e ingénua do espírito onde a poesia vai enraizar. O carteiro a deixar-nos a sua eternidade.
Qual enésima vez? Come-se pão todos os dias. E quem não respira, morre :)

yes! my love! disse...

amei esse post ~~

Branca disse...

Obrigada Professor!
Estraordinário e comovente texto!
"O carteiro de Pablo Neruda" está na lista dos meus filmes preferidos e o poeta é também um dos meus preferidos. Ou não fosse a nossa juventude marcada pela Revolução Chilena, por uma forte associação entre Pablo Neruda e Salvador Allende, por tudo o que ela trouxe de inspiração à nossa própria revolução...a interior, a de cada um de nós e a do país também...
Mas, do que se trata aqui é da extraordinária, terna e comovente interpretação de Massimo Troisi e sobretudo da afirmação da questão fantástica que deixa na parte final do seu texto, a ligeireza com que alguns tratam a influência que tiveram na vida dos outros...
Deixo-lhe a minha vénia porque sei quão atento está a essa questão, quão importante é para si dar importância a ex-alunos que o procuram e a outras pessoas que porventura marcou fortemente...
Todos nós tivemos pessoas na nossa vida que nos marcaram e quantas vezes esperamos delas o mínimo de atenção e quantas vezes elas se mantiveram no seu pedestal...!
Obrigada professor por ser uma pessoa de carne e osso...e alma!
Beijinhos.
BrancaPinto

Canseiroso disse...

Mas quando é que deixam de tratar o senhor por Professor e lhe dão o direito de ser como é, apenas?
É que o Murcon é giro é assim mesmo, sem rodriguinhos.
Porque insistem voçês em estragar a imagem de uma pessoa que até tem uma certa piada?
Irra!...
Do sul, com um abraço sem complexos.

Filó disse...

Professor,
Uma sessão nocturna cheia e intensa.
O filme o carteiro de Pablo Neruda, transmite uma mensagem de amizade e um eco ao amor !!!
É muito bonita a forma sensível como se refere ao Homem simples "infectado" pelo virus da poesia.....
A sua mensagem é muito oportuna.
Todos nós temos pessoas que nos marcam para sempre nas nossas vidas ,ou, fazem parte nas nossas memórias, pelo que de bom nos deram e transmitiram, fazem parte na nossa fortuna pessoal.....
Gratidão é acima de tudo, ter humildade, um bem precioso...
Quando essa,a humildade falta , não pode haver doação nem entrega por inteiro..
Obrigado por nos deixar estas palavras.
Vamos ter esperança de ,cada vez menos, encontrar-mos pessoas com a tal "doença" mas sim com humildade suficiente para ouvirem e ligarem às pessoas de carne e osso... quando, estas, mais precisam delas !

Um abraço,

lobices disse...

...o "canseiroso" TEM RAZÁO
...quando será que se deixa de tratar o mais que Amigo Júlio Machado Vaz com rodriguinhos???
...lembro que
...fui dos primeiros e dar-lhe as boas entradas neste mundo blogosférico e mesmo sabendo quem ele era logo de início o comecei a tratar por "tu" porque aqui ele é um bloguista e náo existem títulos, somos todos iguais
...depois senti que a comunidade à minha volta náo "gostou" e entao comecei a tratar o nosso Amigo por Amigo Profe
...o nosso (ele é de todos nós como eu sou todo vosso) Amigo Profe é um ser humano excelente e náo precisa de adjectivos titulantes da sua profissáo para ser diferente daquilo que é: um Amigo no meio do Maralhal
...Amigo Profe: um abraço e um bom estar em Canteláes :)
...aqui, onde estou, Gaia, chove
...a chuva que lava a Gaya
...para todos os outros/as os meus habituais
abreijos

GS disse...

... pela poesia 'inscrita' de modo tão sensível no filme 'Il Postino' que tocou e continuará a tocar tantos de nós, gostei da
'mensagem' que fez passar '...falam muito do e para o povo, mas ligam pouco às pessoas de carne e osso' :)

Mas, há uma frase/pensamento que me fez deter: '... há quem viva com demasiada ligeireza a influência que teve... na vida de outros!'

Grande, imensa verdade...

bom fim-de-semana

GS disse...

... pela poesia 'inscrita' de modo tão sensível no filme 'Il Postino' que tocou e continuará a tocar tantos de nós, gostei da
'mensagem' que fez passar '...falam muito do e para o povo, mas ligam pouco às pessoas de carne e osso' :)

Mas, há uma frase/pensamento que me fez deter: '... há quem viva com demasiada ligeireza a influência que teve... na vida de outros!'

Grande, imensa verdade...

bom fim-de-semana

CêTê disse...

É um bonito filme, sim. Só o vi há um ano...

********
Por vezes julgamos os outros com a mesma ligeireza...
... há cartas que não conseguem parir, abortam vezes sem conta sem remissão completa ocupando sempre um outro útero qualquer como um DIU [não queria escrever "Deus" ;) era mesmo aquilo ;P]
****
Bom fds

Su disse...

essa doença tem nome.......é a esquizofrenia pt......pessoas..de carne e osso..onde? ...enfim-----

jocas maradas sem promessas

Anfitrite disse...

Fez-me entrar aqui só para concordar consigo.
Estive em total sintonia quando, no "Sexo dos Anjos", fez a análise maravilhosa do Cinema Paraíso.
Agora, mais uma vez, concordo a análise do Ca....
Sabe que, como tenho certa dificuldade em separar a realidade da ficção, não gostei assim tanto do filme, só por causa da maneira como o carteiro foi tratado, depois da Liberdade (provisória) no Chile. Apeteceu-me jogar fora todos os livros que tenho de Pablo Neruda. E fez-me investigar a sua vida. E, como sempre, cheguei à conclusão que todos os ídolos têm pés de barro. Apesar do seu talento, direi da sua sensibilidade, ele não era flor que se cheirasse.

Buone vacanze per tutti.

Teka disse...

Lindas as suas palavras!

Sabemos dizer e ler palavras lindas, mas viramos as costas uns aos outros.

Anfitrite disse...

Só depois de escrever é que li os comentários e, por isso, venho acabar o trabalho.
Um blogue eu considero que é público. As pessoas têm de assumir a responsabilidade por aquilo que dizem.
Isto para dizer que a censura me está atravessada...
Por outro lado, quero concordar com o Canseiroso(não tenho culpa, engracei com ele desde o início) e também
com o Lobices em relação às reverências para com o autor do blogue. Não que entenda que se deva tratar por tu, porque por tu só tratei os amigos e os meus colegas de estudo e os de trabalho que tinham sido meus colegas. Mas, quanto a mim, a culpa também é do autor (foi criado no meio de referências e obediências), por isso, apesar de ser uma pessoa simples, gosta de ser tratado assim. Só espero que não venha a ser mais um ídolo de pés de barro. Isso justifica, em parte, a minha animosidade.
Ontem, à procura de um livro, para intervir, sobre as expectativas, encontrei mais um do autor: "Domingos, Sábados e Outros Dias", que já nem me lembrava que o tinha e, que me veio trazer à memória, que o li numas férias em Armação de Pera, nos primeiros anos dos anos noventa, e que apesar de já não me lembrar bem de todo o livro, sei que me deixou uma forte sensação de angústia.Talvez se devesse ao meu estado de espírito.
Espero, que a minha sinceridade, não mereça ser censurada. Então a minha desilusão seria tamanha!
Boa noite.

Anfitrite disse...

Desculpem!
Mais outro. Retomei o doce sabor da cicuta.

Para a Su,(estava no fim)

Sei que não se importa com isso, e não entenda isto como maternalismo, mas eu sempre gostei de dizer a verdade a pessoas que me merecem essa perda de tempo.
Já uma vez, aqui, lhe chamaram a atenção por utilizar o termo esquizofrenia. Sei que o usa sem lhe dar o verdadeiro significado. Por isso peço que me desculpe, mas gostaria de lhe pedir que lesse, se ainda não o fez,
os livros do Psiquiatra Dr. António Sampaio que abordam esse assunto com conhecimento de causa. São eles: "Para Além do Mal" e "Como Deuses Entre Nós".
Este último está quase esgotado, mas ainda se encontra à venda na webboom.pt.
(não é publicidade).
Prefiro mil vezes ser tratada por imbecil, como já o fiu, neste blogue, mas a gente valoriza as coisas, de acordo com o valor das pessoas de onde vêm).
Abreijocas.

lobices disse...

...Anfitrite:
...se só tratamos por "tu" os Amigos...porque náo tratar o Profe por tu também? Náo é ele um Amigo?

andorinha disse...

Acordei agorinha mesmo e até pensei que me tinha enganado no blogue:))))))) Loooool

Fui confirmar e não, estou mesmo no Murcon...
Isto só entende quem já conhece a minha mente perversa:)))))))

Vi o filme só uma vez já há bastante tempo. Concordo com as opiniões já aqui expressas: é um belíssimo filme.

"Há quem viva com demasiada ligeireza a influência que teve...na vida de outros!"

Realço também esta frase. Dá que pensar...

Abreijos...para os amigos:)

Julio Machado Vaz disse...

Lobices,
Você é testemunha - cada um trata-me como lhe der na real gana:).

Anfitrite disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
yes! my love! disse...

"Lobices,
Você é testemunha - cada um trata-me como lhe der na real gana:)." JMV

Bem, sendo assim, em vez de escrever Senhor Professor, eu passarei a escrever Sua Alteza Real ;) o Senhor Professor Doutor Júlio Machado Vaz soa "realmente" ;) muito melhor ~~

e quanto a mim, o tratamento " por tu" e ou pelo primeiro nome - já nem vou dizer pelo primeiro e segundo :) nomes - em público, não ficam bem ~~

eles trazem consigo a revelação de uma intimidade que muitas vezes, nem sequer existe de verdade - ou seja, ela só existe na cabecinha dessa pessoa, e isso além de lhe ficar mal, é de certa forma, um tratamento enganoso de um profundo mau gosto ~~

e mesmo quando não se trata de uma falsa intimidade, amizade, etc continua a meu ver, a ficar mal em público, pelo menos ~~

Anfitrite disse...

Sabe Lobices,

eu escrevo por impulsos. E, quando escrevemos, não podemos prever todas as possíveis interpretações.
De facto, o prof é um Amigo. Mas, sabe bem o que eu quero dizer- não é daqueles " tu cá, tu lá"...
Conto-lhe um caso da minha mente distorcida: Conheço uma pessoa, de quem sou muito amiga (até já viveu uns tempos em minha casa, e de quem eu fui madrinha de casamento), e, apesar dela me tratar por tu, eu nunca fui capaz de o fazer.
Sabe porquê?! Porque a conheci, no meu serviço, e ela era minha inferior hierárquica e eu nunca tratei por tu os hierarquicamente inferiores. Tornei-me sua amiga de peito, mas, até hoje, não fui capaz de alterar o tratamento.
Manias... mas não presunções!
Conto-lhe outra história e, talvez esta justifique o apreço que o professor tem pelos títulos:
No último programa do "Sexo dos Anjos" o Aurélio Gomes tratou o prof. por " Mestre". E este amandou uma das sua sonoras e características gargalhadas e disse: " Bolas, foi preciso chegarmos ao último programa para você me tratar por mestre!".

Como disse o autor: "O sexo dos Anjos foi uma experiência irrepetível". E eu acrescento, para esclarecer um comentário feito aqui há tempos: Este programa não era só ouvido por meia dúzia de murcónicos. Aqui, no Sul, também há rádios e pessoas com bom gosto. Este programa além de inovador foi especial, até pela equipa. Além deste, ouve outro, também na TSF,
que me prendia à rádio. Era "O Postigo na Noite" da autoria do grande jornalista Fernando Alves, de voz e sensibilidade inconfundíveis. Felizmente que os "Sinais" ainda continuam nas manhãs da rádio, para nos inquietarem e enternecerem, quiçá, esclarecer-nos.


Já agora professor ouso fazer-lhe um repto. Embora se trate de um filme de outra dimensão, mas pelas muitas sensibilidades que envolve, gostaria que o revisse e fizesse a sua análise sobre "As Pontes de Madison County".

Desculpem, mas eu sou leoa e, como tal, um pedido meu é uma ordem. Como líder nunca fui desobedecida. Eu não ordeno, peço. E, só aqueles que me conhecem e vêem a minha cara, sabem o que eu quero dizer. Nas reuniões de serviço, quando alguém estava a perceber o que se passava(de menos claro) olhava para a minha cara para "ver" o que eu estava a pensar.




P. S. - No meu tratamento de professor nada tem de subserviência, nem de adulação. (Esta causa-me mesmo náuseas, que não dão para vomitar, o que é bem pior). Por ver tanta bajulação, nalguns casos, é que eu entrei a matar. E fiquei triste com o professor, porque achei que ele não conduziu o blogue da melhor maneira e tomou uma medida drástica, desnecessária num país livre e, onde a consideração pelo autor nos obriga a um comportamento responsável. Além disso, ninguém está acima de qualquer crítica. E, por ignorância minha, desconheço o significado da palavra "murcon". Já uma vez pedi ao FDL para me esclarecer, mas ele não ligou.

Boa noite a todos, sem excepção.

Anfitrite disse...

professor murcon,

gostava de esclarecer que, quando eu faço certas afirmações, eles não são gratuitas(embora não reçeba nada por elas).
Como já afirmei, gostaria muito de entender o ser humano, e, para poder falar, dei-me ao trabalho, o que me fez perder muito tempo, de analisar alguns blogues, de participantes no Murcon e, constatei que algumas afirmações, não parecem ser feitas pelas mesmas pessoas. Serão casos de dupla personalidade?!
Quem duvida e tiver tempo, faça o mesmo.
Tenho dito.

noiseformind disse...

Pena que n es politico : ) aproveitaria entao para reinvidicar continuas reprises do Jantar do Murcon : )))))))))))))))))

non! mon amour! disse...

"O desconforto que o filme alimenta - há quem viva com demasiada ligeireza a influência que teve... na vida de outros!" JMV

E por que será que há quem viva com demasiada ligeireza (?) a influência que teve... na vida de outros ?

Quantos saberão a influência que tiveram na vida de alguém ?

se tantas vezes esse alguém, só fica a saber a importância que os outros tiveram na sua vida,

tarde demais ~~

Anfitrite disse...

Non disse:

"Quantos saberão a influência que tiveram na vida de alguém ? "

Grande verdade!

Lá venho eu com as minhas historietas. Elas são fruto da idade e da boa memória.
(Como não tenho dotes suficientes para a ficção, falo de mim).

Aqui há uns anos largos encontrei um antigo vizinho de Faro, que não via desde a juventude.
Fiquei sabendo que ele tinha visto todos os filmes onde o Dirk Bogard tinha entrado, só porque me sabia uma admiradora incondicional deste grande actor, porque sempre que eu ía de férias(estava em Lisboa a estudar), aproveitava para ir ver todos os velhos filmes que passavam no saudoso Cinema Santo António, com uma amiga, que vivia na mesma casa desse rapaz. Fiquei a saber também que ele tinha uma grande admiração por mim e, talvez tivesse visto os filmes com a ideia de um dia os poder discutir comigo. Neste caso a influência foi benéfica, porque acabou vendo filmes de qualidade!

A vida tem destas coisas. E todas elas dariam muito que pensar se as pessoas, hoje, não se tivessem abstido disso.
A maioria prefere ignorar o que se passa à sua volta. Pensam que assim ficam imunes para receber a felicidade(feita de ignorância) de braços abertos. Quantos passam pela vida sem se aperberem que ela existiu!

Boa noite

Su disse...

prof já q bloqueia os comentos sendo detentor desse poder quase divino, pode explicar a sua exa a dra anfitrite que esquizofrenicos somos todos nós...pode.? então faça o favor de faze-lo
e já agora aproveite e tente informa-la que cada um contem muitos. incluindo a dita..ok? merci

obvio q este é para bloquear

andorinha disse...

Eu sei que estamos na silly season mas mesmo assim...:)))))) Loooool

Miúdo,
Não sabes que não se pode/deve repetir o irrepetível?
Que raio de psi és tu?:)))))))))

fiury disse...

"Eu sei que estamos na silly season mas mesmo assim...:)))))) Loooool"

andorinha,

loooool,para si também:)

non! mon amour! disse...

Anfitrite,

vejo que gosta cinema e de falar disso também,

e agradeço o repto, que sem abuso :) subscrevo, relativo ao filme

" The Bridges of Madison County "

também gostava de saber o que tem Sua Alteza Real [ espero que a Yes! My Love ! não me processe pelo plágio ;)] a dizer sobre o famoso filme,

que de resto já vi mais de uma vez, para tentar perceber o que algumas personalidades de peso, vêem nele de tão especial,

estava a lembrar-me, só por exemplo, de uma notícia algures, que o dava como sendo o filme eleito do Bastonário José Miguel Júdice.

Retirando a excelente forma física de Clint Eastwood, sem dúvida marcante :) o filme deixou-me uma sensação agradável quando me consigo abstrair do resto, e me recordo apenas daqueles momentos que - todos somados - davam para fazer a anatomia de uma paixão...

Mas depois, é impossível não ficar com a sensação que me deixou tudo o resto:

um terrível medo feminino de ser feliz;

a incapacidade, pura e dura, de acreditar que podemos, devemos e somos capazes de nos entregar até ao fim, doa o que o que tiver que doer, custe o que tiver que
custar...

uma tremenda de uma falta de coragem, tão imperdoável, como ofensiva - de uma benção divina(l) que desce, quando desce, sobre tão poucos e raros seres humanos...

e nunca mais, de uma única vez, na vida ...

E por mais que me esforce não consigo encontrar outra explicação para a decisão de Francesca - uma mulher fraca e insegura incapaz de amar para além da loucura da sua paixão, seguramente, um ser humano muito limitado, que não foi capaz de encontrar o caminho para a verdadeira felicidade, julgando-se insubstituível para o marido e para os filhos, e perfeitamente substituível ao grande amor da sua vida - um amor recíproco inteiro raro e "normalmente" irrecusável...

Privando assim, DOIS ( e não apenas um homem ) da verdadeira felicidade; a felicidade que ela decide recusar a si mesma...

Entre ser absolutamente feliz - se fosse capaz de o ser, como Robert K. certamente seria - Francesca escolhe, sozinha, uma vida de mentira a que condena também o seu marido, sem lhe dar a oportunidade de escolher ele próprio viver uma vida de verdade...

O " amor " (?) que acredito que ainda pudesse sentir pelo marido e pai dos seus filhos, devia significar algum respeito por aquilo que ele próprio quereria... se soubesse o que se passava dentro dela...

Como eu, a uma vida de mentira, não condenaria nem os meus piores inimigos...

se tivesse de escolher a pior de todas as histórias de amor, talvez escolhesse precisamente esta,

e nessa perspectiva, o filme não deixa de ser um importante elemento de estudo :) e ou um excelente ponto de partida para o debate...

Anfitrite disse...

Porque será que eu, mesmo escrevendo tão mal, incomodo tanta gente?! Será porque falo verdade, ou porque mexo com algumas consciências? Ou porque falo da minha experiência, da realidade, e não do mundo virtual dos blogues, que alguns criam para dar azo às suas fantasias?

Su,
de si, não esperava essa reacção.
Quem tem sensibilidade para escolher imagens que dizem mais do que mil palavras (porque já me apercebi que não gosta muito de se espanejar), não percebo porque levou a mal a minha sugestão. Garanto-lhe que são óptimos livros, que tendo por base a realidade, são obras de ficção.
Felizmente que a maioria de nós não é esquizofrénica. Pode-se ter vários estados de espírito, de acordo com as circunstâncias, mas isso é diferente.
Eu prefiro que me chame cancerosa, que realmente sou, a que me chame esquizofrénica porque não o sou. Embora, ambas sejam doenças muito graves, que se não levarem à morte, nos deixam marcas e dúvidas para toda a vida. Poderei ser um pouco bipolar, ou até borderline, porque vivo sempre na corda bamba, ou no fio da navalha.
Não riam, nem tenham pena, porque certas experiências ajudam-nos a dar valor a tanta coisa em que antes nem reparávamos.

Divirtam-se.




P.S. - A minha estação não tem nada de estúpida. Há muitos anos que não tenho férias. Uma das razões foi porque tive de tratar da minha mãe, como o Lobices, mas a minha estava acamada e eu nunca a abandonei. Mas como me sinto contente por o ter feito!

Su disse...

proffffffffffffff só tinha logica meter este ultimo comento ali em cima, se não tivesse bloqueado o anterior........ops

Stranger disse...

Eu amando
Tu amandas
Ele amanda
Nós amandamos
Vós amandais
Eles amandam

andorinha disse...

Fiury(10.21)

Não te rias porque muito riso é sinal de pouco juízo:)
Looooooooooooooooooooooooool

Su disse...

no tal comento que foi parar ao espaço , dizia mais ou menos o seguinte, sei a que livros se refere, que já os li, e que os tenhocomigo. enfim conheço o psiq....

ninguem me chamou à atenção, qto mto pensaram q o tinham feito....

qd falo em esquizas, falo em delirios, alucinações em sentido lato........

(atenção não chamei ninguem em particular de esquizofrenica)

.....eu bem bem que posso confessar q tb as sinto........apesar de meu tipo andar nos ...polos...........

qto a celulas que se reproduzem à velocidade da luz...tb tenho.as comigo.........


ok entendido...........logo além de marcas, cicatrizes, tatuagens e afins.............sou tudo isto e muito mais.............


jocas maradas sem traumas

Anfitrite disse...

Boa tarde!

Mais uma vez, por ignorância minha, dada a minha inesperiência com blogues, gostaria que me explicasse se o autor pode escolher a ordem em que coloca os comentários.

Professor, como professor que foi, acho que uma pergunta merece resposta. Não só a de cima, como a do significado de murcon. Eu apenas conheço o de morcão. E não há qualquer espécie de sofisma nas minhas perguntas. Não se acanhe, e dê-se ao trabalho de participar, mais um bocadinho, no "debate". É que assim dá a sensação que criou a obra e fica a assistir, no camarote, e a gozar com as várias reacções.

Non,
o meu repto, só pela sua resposta, mereceu a pena. Fiquei comovida com a sua análise. Mas fico a aguardar a do especialista na matéria.
Pelo menos um esclarecimeto, se é que já fez a sua análise em qualquer outro lugar. Poderia ter sido encaixado no "Estes difíceis amores" e que me tivesse passado, dada a hora tardia a que passava. E esse livro eu ainda não tenho, porque a sua publicação me passou despercebida. Outros valores mais urgentes se levantariam na altura.

Obrigada.

Anfitrite disse...

Ó canseiroso,

já viu a confusão que criou?
A malta do Norte não conhece o gozo qe dá estar estendido à sombra dum chaparro e ver o ar a tremeluzir por causa do calor.
Agora que disse o nome já descobri a razão da minha simpatia. É da homofonia da palavra, além da graça que acho ao termo canseira.
Passe bem e porte-se mal.

Anfitrite disse...

Su,

Por ter conseguido arrancar de si tamanho comentário mereço ir para o Guinness, e deixou os espaços necessários para eu conseguir respirar.

Eu própria afirmei que, quando usava a palavra, não a utilizava com o verdadeiro significado. Por isso não compreendi a sua reacção. Acho piada às suas observações, mas não gosto de ver esse termo (o problema será meu porque sei quanto isso é triste, e esta malvada sociedade, prefere ignorar esses assuntos). Quando falo de sociedade, falo de pessoas, não de instituições.

Quando ao resto, sabe tão bem falar verdade. Não ouviu a Professora Doutora Teresa Paiva, dizer que é preciso falar dos assuntos, para eles não se tornarem numa bola de neve, depois do trauma que sofreu, quando ficou sequestrada no assalto ao BES? E ela tem tem conhecimentos, e devia ter arcaboiço, para aguentar tal embate. Mas há situações que estão para além do mal, e que num momento destes, só nos servirão de âncora, para aguentarmos melhor o embate.

A vida continua...não sejamos como o outro que afirmava no livro"Escola de Férias" de André Bay: "Não sentia vontade de continuar a viver atormentado pelo medo de morrer".

Anfitrite disse...

Yes,

SUA ALTEZA REAL, para um bisneto dum
Bipresidente da República, açho que é ofensivo!

fiury disse...

pronto,andorinha lá se foi a mimha reputação aqui:)
vou-te mandar um mail,tá atenta:)

Unknown disse...

Bom dia maralhal.

Anfrite sobre o ser humano li por aí uma coisa muito gira.
Deixo aqui o que me saltou mais à vista:
"O Homem é um animal que vai mudando o mundo, e depois tem de se ir reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou."

Su disse...

anfitrite..por mto que lhe pareça estranho, entendo.a...........

.. na verdade eu tenho resmas de defeitos, um deles, é o mau feitioooooooo.....opsssss

profff ..opss eu acho que não bloqueou nadica, sem querer deitei eu fora..........ok ..tb sou impulsiva.......pardon-------:)

ops não digo mais nada---------



jocas maradas per tutti

thorazine disse...

Professor, companheiro, palhaço...deste circo que é a vida!

:))

Anfitrite disse...

"Um dos «deuses» tem o diagnóstico de Esquizofrenia.....E os outros «deuses»? Terá a sociedade sabedoria e meios para poder encará-los? Continuarão a ser intocáveis? Mas o que fica em aberto é a questão de sabermos quem é realmente mais perturbado, num mundo socialmente «louco»".

(contra-capa do livro - Como deuses entre nós)

andorinha disse...

Thora,

:)))

yes! my love! disse...

"SUA ALTEZA REAL, para um bisneto dum
Bipresidente da República, açho que é ofensivo!" Anfitrite,

seu sentido de humor foi de férias ? ou se evaporou de vez ?


O real do meu Sua Alteza Real, tem de tanto de Real como a real gana da resposta do Senhor Professor ~~

capisce ?

fiury disse...

tás a rir muito andorinha:)

Fora-de-Lei disse...

Andorinha, qual a interpretação a dar a esse novo pássaro que surge agora como tua "imagem de marca" ? Qual a razão da mudança ? Acabou-se a Primavera ?!

andorinha disse...

FDL (11.09)

Bem re-vindo:), amigo e companheiro...
Este pássaro não é uma andorinha?!!!
Se não é, passa a ser:))))) Looool

Estava farta da outra imagem e resolvi substitui-la por esta; não há nenhuma explicação oculta...
:)

Anfitrite disse...

My love!,

veramente io capisce.

Mas parece-me que foi o seu humor que foi de f´erias. Eu tenho-me fartado de rir.

Un sorriso vero

Anfitrite disse...

FDL,

Desejando que tenha tido umas boas férias, e que esse humor venha num alto astral, espero que me ajude, dizendo qual o meaning(eu sei que gosta de inglês) de murcon, já que uma vez tão bem explicou a origem dos moletes.
Olhe que eu nunca me esqueço de quem me ensina alguma coisa. E mereço essa atenção porque fui a única pessoa que falou de si, na sua ausência.

Quanto às falsas imagens eu já tinha oferecido os meus préstimos, graças ao rico bando de imagens que tenho, mas o Murcon cortou-me o pio.

OBRIGADA

Fora-de-Lei disse...

anfitrite 2:00 AM

O termo "murcon" é uma tentativa de imitar - por escrito - a pronunciação tripeira da palavra "murcão". No entanto, ortograficamente falando a palavra correcta é morcão.

Como alfacinha que me orgulho de ser, não serei - por certo - a pessoa mais certa para lhe explicar o significado da palavra morcão, dado tratar-se de calão nortenho. Até poderia apelar à experiência adquirida durante os dois anos que vivi na Invicta mas preferi socorrer-me do CyberDúvidas para corresponder à sua solicitação. Então aqui vai:

"Segundo o dicionário da Porto Editora, 7ª edição, página 1231, morcão é um indivíduo indolente, bisonho ou aparvalhado; mandrião. Trata-se de um regionalismo que vem do castelhano morcón que significa - além de pessoa gorda, baixa e mole - morcela feita de tripa grossa."

Agora, como forma de pagamento pelo serviço prestado, diga-me lá em que sítio é que falou de mim durante a minha ausência... ;-)

rosa disse...

Uno.
Numero uno...
...onde a Cala di Sotto. Onde piccole.
Vai, vai!
Numero due...
...onde grandi.
Vai!
Numero tre....
...vento della scogliera.
Numero quattro...
...vento dei cespugli.
Numero cinque...
...reti tristi di mio padre.
RINTOCCHI DI CAMPANA
Numero sei...
Basta così?
Campana dell'Addolorata con prete.
Non mi ero mai accorto che fosse così bello.Numero sette...
...cielo stellato dell'isola.
Numero otto...
...cuore di Pablito.

Luda disse...

"Mas cá dentro, clandestina e psicopata, uma parte de mim segreda-me que do óptimo passaria à perfeição se declarasse avariado o sinistro Disney Channel:)."

"Pode acontecer a todos, mas não é raro encontrar tal "doença" nos que falam muito do e para o povo, mas ligam pouco às pessoas de carne e osso."

:)