sábado, dezembro 31, 2011

Variações em tristeza maior.

E embora triste, tristemente se viu obrigado a reconhecer que o seu amor era triste. Mas tristemente encarou o triste facto de não ter outro amor - menos triste! - que tomasse o triste lugar daquele. Triste, mas verdadeiro. E triste se deitou, sem esperança de menos triste acordar, tristemente reconfortado pela certeza que um amor triste deixa a perder de vista a triste ausência do amor.

quarta-feira, dezembro 28, 2011

Projecto de futuro.

A paixão ignora olimpicamente as desilusões. O amor sobrevive-lhes a custo, mas de olhos fechados é difícil escutar a mesma canção, dizia o Tê.

sábado, dezembro 24, 2011

Gente...

Que o vosso Natal seja galgo ou tartaruga e Segunda alívio ou saudade. Fiquem bem. E tenham cuidado na estrada...

segunda-feira, dezembro 19, 2011

Estranho Portugal.

Antigamente emigrávamos a salto, a coberto da noite, o credo na boca, a prisão ao virar da esquina, a guerra e/ou a fome nas costas. Agora espera-se que emigremos a pedido caridoso do Poder...

segunda-feira, dezembro 12, 2011

Da noite para o dia.

Adormeceu feliz; acordou triste. Bateu a porta e suspirou - se Deus é eterno, porquê tanta pressa a equilibrar os pratos da balança?

quinta-feira, dezembro 01, 2011

A terminação.

Maria,

Abrandar. Por fim tempo para regressar aos (outros) livros, à música, ao remanso do jardim que exigias da almofada, "não feches a persiana". A luz ténue, que afaga o quarto e estranha a ausência da timidez gulosa, mãe de olheiras gratas matinais, o teu exagero risonho, "aposto que adivinham!" Sabes?, vou procurá-los e perguntar! E se tinhas razão, se confirmarem que notavam e riam nas tuas costas de bocejos sonhadores, volto para casa e adormeço embalado pela certeza que aconteceu. À míngua de ti no ombro...