quarta-feira, janeiro 14, 2009

Se bem me lembro, S.Francisco de Assis falava do "irmão lobo", mas não neste registo:(.

Cardeal Patriarca alerta jovens portuguesas para «montes de sarilhos» de casarem com muçulmanos
O Cardeal Patriarca de Lisboa surpreendeu na noite de terça-feira o auditório do Casino da Figueira da Foz ao advertir as jovens portuguesas para o «monte de sarilhos» de se casarem com muçulmanos


Falando na tertúlia «125 minutos com Fátima Campos Ferreira», que decorreu no Casino da Figueira da Foz, D. José Policarpo deixou um conselho às jovens portuguesas quanto a eventuais relações amorosas com muçulmanos, afirmando: «Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam».
Questionado por Fátima Campos Ferreira se não estava a ser intolerante perante a questão do casamento das jovens com muçulmanos, D. José Policarpo disse que não.
«Se eu sei que uma jovem europeia de formação cristã, a primeira vez que vai para o país deles é sujeita ao regime das mulheres muçulmanas, imagine-se lá» , ripostou D. José Policarpo à jornalista e anfitriã da tertúlia, manifestando conhecer «casos dramáticos» que, no entanto, não especificou.
Na sua intervenção, o Cardeal Patriarca de Lisboa considerou «muito difícil» o diálogo com os muçulmanos em Portugal, observando que o diálogo serve para a comunidade muçulmana demarcar os seus espaços num país maioritariamente católico.
«Só é possível dialogar com quem quer dialogar, por exemplo com os nossos irmãos muçulmanos o diálogo é muito difícil» , disse D. José Policarpo durante a tertúlia.
Respondendo a uma pergunta da anfitriã sobre se o diálogo inter-religioso em Portugal tem estado bem acautelado, o Cardeal Patriarca sublinhou que, no caso da comunidade muçulmana, «estão-se a dar os primeiros passos».
«Mas é muito difícil porque eles não admitem sequer [encarar a crítica de que pensam] que a verdade deles é única e é toda» , sustentou.
Sublinhou ainda que o diálogo serve para os muçulmanos, num país maioritariamente católico, «como fazem os lobos na floresta, demarcarem os seus espaços e terem os espaços que eu lhes respeito».
Mais tarde, quase no final de mais de duas horas de conversa e respondendo, na altura, a uma pergunta da assistência sobre a presença muçulmana na Europa, lembrou que a comunidade muçulmana de Lisboa representa cerca de 100 mil fiéis «centrados à volta de três grandes mesquitas» e definindo as relações com o Patriarcado como «habitualmente boas e muito simpáticas».
No entanto, e noutro registo, alertou para a necessidade de existir «respeito e conhecimento» sobre a religião muçulmana enquanto "primeira atitude fundamental" para o diálogo.
«Nós somos muito ignorantes, queremos dialogar com muçulmanos e não gastámos uma hora da nossa vida a perceber o que é que eles são. Quem é que em Portugal já leu o Alcorão?» , inquiriu.
«Se queremos dialogar com muçulmanos temos de saber o bê-a-bá da sua compreensão da vida, da sua fé. Portanto, a primeira coisa é conhecer melhor, respeitar» , acrescentou D. José Policarpo.
Outra atitude a praticar na relação com os muçulmanos, sublinhou o Cardeal Patriarca é «não ser ingénuo», afirmação que ilustrou com a visão que alegadamente possuem de que o sítio onde se reúnem para rezar «fica sempre deles».
«Os muçulmanos têm uma visão na sua religião que o sítio onde se reúnem para rezar fica na posse deles, é o sítio onde Alá se encontrou com eles portanto mais ninguém pode rezar naquele sítio» , disse D. José Policarpo.
Lembrou, a propósito, um «problema sério» ocorrido na Catedral de Colónia, na Alemanha, cedida pelo Cardeal da cidade à comunidade muçulmana local para uma cerimónia no Ramadão.
«Depois consideravam a Catedral posse deles, foi preciso a intervenção da polícia para resolver aquilo (...) Não sejamos ingénuos na maneira de trabalhar com eles» , argumentou.
Lusa / SOL

46 comentários:

thorazine disse...

O problema da igreja católica é que se está a tornar obsoleta tendo em conta a educação e ambiente social que se vive. Das duas uma, ou há um fenómeno como aconteceu nos EUA de proliferação da seita ultra-conservadora (com direito a "desenho inteligente" nas escolas, exorcismos durante a homilia, enfatização do terror que é o inferno, etc..) conseguindo desta forma controlar os seus crentes, ou a igreja tenta acompanhar a "moral ocidental", como o papa João Paulo começou a fazer em várias áreas, especialmente na luta pela união de religiões.

Hoje em dia a igreja já não está sozinha no mercado da espiritualidade. Hoje em dia, ha desde a psicologia (com técnicas semi-cientificas) a culturas New Age que surgem todas as semanas na net!


Aqui fica o link para o documentário "The root of all evil" do Ricard Dawkins ( The selfish gene): http://br.youtube.com/watch?v=mkGpO1lQrLY&feature=channel

Aconselho vivamente!

Bartolomeu disse...

Avisos, todos os podem lançar, ou... oferecer. Aquele que o cardeal José Policarpo vendeu, tem alguma propriedade, na medida em que uma jovem que contraia matrimónio com um muçulmano terá boas probabilidades de ir encontrar resistências nos seus meios familiares e sociais. Preconceito religioso ou xenófubo... talvez. Mas como todos apregoamos aos 7 ventos, aquilo que se priveligia é a relação amorosa, fundamentada num intrincado sistema que vulgarmente se designa por "química". A piada no meio das razões cardinálicas, é para mim a argumentação para a dificuldade de dialogar. Se pensarmos por exemplo no paradoxo comum às pessoas de inferior "condição" cuando ao dirigirem-se aos de "condição" elevada, os referênciar baixando a cabeça, mais ou menos acentuadamente e empregando tratamentos com: excelência, digníssimo, meretíssimo, dom e outras quejandas, em contraposição com a forma de se dirigirem a Deus (no caso católico) em que levantam o olhar para o céu e O tratam por Tu.

Angela Fernandes disse...

É realmente engraçado ver como a mente das pessoas funciona e como reage nas melhores tentativas de tornar as situações mais simples!

Com certeza, ele acredita dentro de si que é a melhor solução!!

A nós, cabe-nos perguntar ao coração o que fazer, em todos os momentos!

thorazine disse...

Aqui esta o mesmo vídeo com legendas em portugu|Es: http://br.youtube.com/watch?v=L1-19mzT-28&feature=channel_page

Anónimo disse...

Crianças em fundo branco:
Hum…Bom!...

Se bem me lembro, S.Francisco de Assis falava do "irmão lobo", mas não neste registo:( :

O senhor D.José esqueceu-se de que certas coisas que se conversam entre amigos, não devem ser ditas em público. Até porque, ao contrário das primeiras, as segundas perdem depois oportunidade, ou contexto, de serem esclarecidas. Esta coisa dos amores é sempre complicada, mesmo quando não existem diferenças culturais. E depois, há diferenças que são mais diferentes que outras. Não se deve é generalizar, particularmente, sob o acalorado de um momento testemunha de um caso próximo que descambou em drama.
Agora, ainda que o senhor D. José estivesse a ser intolerante com os muçulmanos, não faça o mesmo com ele. Estávamos tão bem..., aconchegados nesta modorra....Teve de estragar o momento.
É um chato!

Teófilo M. disse...

Acho bem que o senhor bispo tenha falado abertamente, até porque falou para a comunidade católica, que o deve ouvir com atenção.

Eu já tive na família um caso que acabou em separação por motivos religiosos, pois Alá falou mais alto e mais forte ao coração do Ahmed... sobraram no entanto, um lar desfeito e duas crianças que são elemento de disputa entre famílias.

Terá valido a pena?

Tangerina disse...

"O Cardeal Patriarca «está a dizer a verdade, está a falar da realidade, de mulheres, de casos concretos. E é preciso coragem para dizer esta verdade incómoda». Mário Bota, especialista em Ciência das Religiões, faz questão de sublinhar que não é católico, para logo a seguir frisar que «temos de abandonar o olhar teórico e perceber que, na prática, D. José Policarpo tem razão».

«Temos de nos deixar de conversa cínica, de salão», alerta aquele professor universitário. «Não podemos ignorar o estatuto de menoridade a que as mulheres estão votadas nos países muçulmanos. E não podemos continuar a viver num mundo onde muitas vezes, em nome da tolerância acabamos a tolerar a opressão. A tolerância tem como limite o inaceitável», salienta Mário Botas."


Retirado do IOL Diário em http://diario.iol.pt/sociedade/religiao-d-jose-policarpo-cardeal-patriarca-igreja-muculmanos-catolicos/1032293-4071.html

Tangerina de Marrocos

Fora-de-Lei disse...

Estou convencido que o Cardeal Patriarca tem razão naquilo que disse quanto ao perigos que uma mulher corre ao casar-se com um muçulmano.

Mas o que, quiçá, lhe apetecia mesmo ter dito não tem nada a ver com isso. Tenho quase a certeza que era qualquer coisa deste género: "Eu quero lá saber da população da Faixa de Gaza. Força nisso, Israel!

CêTê disse...

Deus é uma doença mental grave. Seja qualquer que seja o quadro sintomático, quando vivenciada em grande grupo põe seriamente em perigo os saudáveis. Para mim, num mundo ideal não havia lugar para Deus.
Dá-me pena saber que há quem precise de uma benção de uma crença para Ser! Para ser o que quer que já se seja- mulher, homem,... ser-se sexuado, heterosexual, homossexual,...
O que importa - e havia de se pagar caro por isso é quando se deseja à cobertura de uma "crendice"- diminuir os direitos dos outros: quer sejam crianças, homens, mulheres,...
Incomoda-me a protecção a todos os níveis que continuam os "religiosos" a ter sobre os comuns mortais.

thorazine disse...

Tangerina,
mas que tipo de Muçulmano estamos a falar? Dos extremistas? Ou dos que moram cá em Portugal? É que tipo...Muçulmanos não são só os meninos das boombas!! Fazer grupos e atribui-lhes características tem um nome: PRECONCEITO. A mensagem do Cardeal foi para os portugueses, e os muçulmanos residentes em Portugal vivem a religião de uma forma bem diferente que se vive lá. E se por acaso houver uma pessoa que seja muçulmana e mal trate a mulher há leis que a protegem.

É que a palavra muçulmano hoje em dia trás logo aquela imagens dos aviões a bater nas pontes, e mensagens como esta só vem fomentar a segregaçao dentro das proprias religiões . Era a mesma coisa de falarem nos cristão como se todos pertencessem à OPUS DEI.

Eu sou agnóstico (há que mesmo ateu!), mas acho que toda a gente é livre e tem o direito de acreditar no que quiser.

cabecinhapensadora disse...

As religiões fascinam pelo que têm de humano e na verdade o diálogo é um estado difícil ao homem. Pertenço ao número laico que não leu o corão. Muitos portugueses são descendentes dos mouros,e conhecem a mesquita de Lisboa ou o sheik Munir, um gentil senhor que esclarece algumas dúvidas e explica muito bem semelhanças e diferenças entre as duas religiões. A religião muçulmana, no entanto, até nas suas amenas conversas,parece um bocado invasiva - reza-se muita vez ao dia, o que exige abluções em cada uma e um estado de prostração, em tapete próprio virado a Meca. E depois há aquela menoridade feminina que é aviltamento.Como diz a tangerina, a opressão não é de tolerar. Por isso, apesar de hipotéticas tiradas doces de olhos mouros, não sendo padre nem tendo D., não recomendo. E amor, todos o sabem, nada liga a recomendações.

CêTê disse...

Thora,
"E se por acaso houver uma pessoa que seja muçulmana e mal trate a mulher há leis que a protegem."

Ouve-te. Se é dificil para as que não são muçulmanas imagina para elas!


Há tempos vi uma programa sobre as mulheres argelinas e fiquei escandalizada. Como são pesadas as correntes invisíveis da "cultura" de um povo! Não quero com isto dizer que a nossa não esteja cheia de "pesos" e que eu própria não os passe aos meus filhos... e não só a eles, claro.


boa noite

Nuno Guimas disse...

Antes de mais subscrevo as palavras de CêTê. Se não existisse uma certa manipulação de massas por discurso religioso provavelmente o mundo até seria melhor. Quanto às palavras de D. José Policarpo, elas apenas retrataram uma realidade que diversas tristes histórias comprovam. O problema do Islamismo é que fomenta o fanatismo de uma forma dificilmente igualada por qualquer outro tipo de religião, o que leva a tal manipulação de massas a um potencial extremo. Qualquer mulher que se veja envolvida com um homem que viva o islamismo "à letra" terá com certeza uma vida que à luz da actualidade só poderá ser classificada como medieval.
Por muito que me custe afirmar isto, até porque como membro da Amnistia defendo a igualdade e a tolerância, há realidades das quais não podemos fugir ou estaremos a cair na tal "ingenuidade" de que nos fala D. Policarpo.
É evidente que nem todos os islâmicos tratarão as mulheres como "menores" assim como nem todos os católicos as tratarão por "igual" (aliás, a Amnistia tem feito da defesa da mulher em termos de violência doméstica uma das suas batalhas em Portugal), contudo caso haja um daqueles casamentos "à pressa" baseados numa daquelas paixões assolapadas que vêm com a força de um tsunami e em que o amanhã parece ser um fartar de momentos felizes, em que não se conhece bem o outro e o que realmente pensa e defende, pode acontecer que mulheres caiam numa rede da qual de facto poderão nunca conseguir sair, especialmente se abandonarem Portugal.
Lamento Professor :(.

Fora-de-Lei disse...

thorazine 11:04 PM

Thora, não seja(mo)s ingénuo(s).

Num momento em que o exército israelita mata palestinianos a torto e a direito, ficando a nú aquilo que é comum designar-se por Terrorismo de Estado, dá um jeitão enorme que apareça alguém - ainda por cima com grande audiência - que faça despertar alguma "raivinha" contra os muçulmanos, nem que seja a troco daquilo que a própria Igreja Católica nunca soube respeitar: a liberdade da Mulher.

Deve ser o resultado de alguma "promessa" feita aos judeus como forma do perdão que lhes foi solicitado depois da cegada ocorrida em Lisboa, a partir da igreja de S.Domingos, há 500 anos atrás... ;-)

Uma coisa é certa: o Cardeal Patriarca de Lisboa é suficientemente vivido, culto e inteligente para que uma "bojarda" tão preconceituosamente generalizadora lhe saia pela boca fora de forma inocente.

thorazine disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
thorazine disse...

Cêtê,
"Se é dificil para as que não são muçulmanas imagina para elas!"

Acho que há uma certa ignorância sobre o que é o Islamismo! Os fanáticos são uma minoria, mas na verdade é a tal minoria que nos entra todos os dias pela casa dentro. Em portugal eles tem uma vida completamente normal, seguindo os seus rituais sem entrarem pela liberdade a dentro. O islão pode ter uma ideologia fechada, mas igreja católica não tem? Na católica as freiras até podem rezar missa, não pode é fazer homilia (ou seja, quando é para partilhar o pensamento, a moral, etc..). Têm uma série de rituais diferentes dos nossos, é verdade...mas os Jeovás também têm.

Tenho uma amigo meu da minha turma ( de um curso ciêntifico, é verdade) que é Jeová e ele rege-se por normas talvez muito mais apertadas que os muçulmanos cá em portugal. Não pode receber uma transfusão de sangue, não pode festejar o aniversário nem o natal, não pode fornicar até ao casamento, etc... Eu perguntei-lhe: e se pecares, o que acontece? "Bem, se alguém da congregação souber pode chamar-me durante uma cerimónia e se se provar eu sou expulso do mundo jeová!!" Obviamente também não vou extrapolar e dizer que todoos Jeovás são assim, só estou a demonstrar que há inúmeras formas de correntes e nós não as podemos controlar a todas. Simplesmente respeitar e tentar perceber. E não é com mensagens "tenham cuidado.." que se vai lá. O medo é dos piores instrumento nas relações humanas...

thorazine disse...

*Aviões a bater nas pontes?
**pela nossa liberdade a dentro!

FDL,
Qd falas sem sarcasmo até pareces outro!! Concordo, obviamente..

Fora-de-Lei disse...

thorazine 12:14 AM

Eu tenho um problema comigo: nem sempre sou da minha opinião. ;-)

thorazine disse...

;)))

http://www.youtube.com/watch?v=B5MkpzMAOZM

Tangerina disse...

Thorazine,


Tolerância, sim. Mas não à custa da cedência de princípios e de valores morais. Não à custa da liberdade e muito menos da liberdade de pensamento. A tolerância deve ser um meio e não um fim em si mesma.

Voltando á vaca fria: o cardeal patriarca não disse que “as jovens” católicas não deviam casar com muçulmanos. Disse que deviam pensar muito bem antes de o fazerem. E devem mesmo. Especialmente se estiverem a pensar sair do país. É que nem todos cultivamos a tolerância da mesma forma. Nem todos temos o mesmo conceito de tolerância. E, quer queira, quer não, esta é uma questão cultural. E o que é um limite muito estreito para si ou para mim, pode não o ser para outras pessoas crescidas noutras culturas. Devem pensar bem, sim.

Tangerina

Tangerina disse...

Fora-de-Lei e Thorazine,

Devido à minha profissão, conheço e dou-me bem com gente de todas as partes do mundo incluindo Israelitas, Tunisinos, Iranianos, Paquistaneses, Indianos, Japoneses, Chineses, etc., etc.

Conheço, por exemplo, Israelitas e Iranianos ou Jordanos que são amigos, dão-se bem. São pessoas que, apesar das diferenças conseguem perceber o ponto de vista do outro. Até chegam a fazer política juntos. Já conversei com muitos deles sobre estes e outros problemas. Gente boa. Conversas sérias. Tudo muito tolerante.

Os muçulmanos que conheço sentem-se mal, incomodados, pela imagem que têm no ocidente. Eles que vivem lá, e não aqui, sentem-se perseguidos pelo próprio regime e têm até receio em falar abertamente sobre certas questões. A história que os media nos pintam sobre os muçulmanos tem muito que se lhe diga também. Os que conheço são, como disse, gente boa. Imagino até, alguns como silenciosos opositores ao regime vigente.

Mas a realidade é que esse é o regime vigente. A realidade é que há gente a morrer na Palestina. A realidade é que Israel é um país sob ameaça permanente. A realidade é que há gente boa e gente interessada em manter a guerra. E há muita gente a sofrer.


Os Israelitas que conheço sentem-se mal, também incomodados pela imagem que têm na Europa e nos EUA. A de assassinos de crianças e civis indefesos.

No entanto, caros companheiros de tertúlia, quando chega a hora da verdade, aquela hora em que no limite se tomam decisões difíceis, duras!, aquela hora em que a própria vida pode depender dessas decisões, quando chega essa hora, cada um tem a sua "verdade".

Os Israelitas, por exemplo, falam dos radicais Islâmicos e da vida contida que têm em Israel em termos de segurança. Sabiam que não podem ir ao cinema, às compras e até à praia sem serem revistados? Porquê? Porque qualquer um pode levar uma bomba no saco ou atada ao corpo e fazer-se explodir. Lembro-me em particular de um amigo, habituado a viajar em negócios para a Europa que um dia veio a Portugal. Levei-o ao cinema (algo que não faz habitualmente na Europa). Estava encantado por estar tão à-vontade, nunca ter sido revistado e, apesar de tudo, sentir-se seguro. Consegue imaginar o que é viver assim?

A mãe desse amigo, quando ele nasceu, disse: “Quando tiveres 18 anos já a guerra acabou”. Quando ele fez 18 anos foi para a tropa e depois para a guerra. A esposa também. Quando nasceu o primeiro filho, ele disse: “Quando tiveres 18 anos já a guerra acabou”. E disse o mesmo quando nasceu o segundo. E o mesmo quando nasceu a menina mais nova. Os dois mais velhos estão a combater agora. A menina está a crescer e vai para a guerra um dia. Agora apenas se esconde com os pais, quando o alarme toca, no bunker que têm em casa.

Sei, os palestinianos não têm bunkers e caem como tordos. Melhor seria que os tivessem. Melhor seria, aliás, que ninguém os tivesse por falta de necessidade. Não advogo as causas nem de uns, nem de outros. Quem pode atirar a primeira pedra? Quem se atreve a escolher um culpado e uma vítima? Eu não. Eu não, porque conheço os argumentos de uns e de outros na primeira pessoa.

Isto apenas para dizer que é fácil ser “tolerante” quando estamos comodamente em casa a teclar no computador e não ouvimos o barulho dos morteiros ou não temos de fugir com a família a meio da noite para um abrigo. Ou não nos morre um filho nos braços por causa de uma guerra pretensamente religiosa e verdadeiramente estúpida.

Até nos damos ao luxo de ser tolerantes com os opressores, como muito bem dizia o Prof. Mário Bota.


Tangerina de Marrocos

Bartolomeu disse...

Notícias de última hora!
-A ASAE vai começar a fiscalizar o grau do tinto que é servido durante a homilia.
-The English Commission for the Protection of the Donkey, apresentou em Roma uma petição para que seja abulido o uso do "D.", entre o cardinal e o nominal!

cabecinhapensadora disse...

Em Portugal, 'tolerar' alguém não é aceitá-lo; é deixá-lo viver no seu canto. Toleramos os muçulmanos que por cá existem e cultivam os seus princípios religiosos sem alarde - não os vemos orar virados para Meca; vamos aos países árabes e encontramos pessoas normais, muito fora dos estereótipos que os media vendem. E que nem do 'irmão lobo' se aproximam. Mas não pode haver consciência livre em países cujos princípios são clara violação da liberdade. E não é o sexo que importa,é a condição de todos sermos pessoas. O mundo parece ter adoptado o nosso conceito de tolerância, assiste às guerras em directo e tolera. Os nossos hábitos culturais de sofá estão a anos luz dos romanos do Coliseu. Reconhecemo-nos pessoas. Dizemo-nos livres.
Desculpem, mas Guerras como a da faixa de Gaza desanimam-me da espécie; dou a mão a Francisco de Assis.

andorinha disse...

Perdoai-lhes, Senhor, porque eles( o Cardeal) não sabem o que dizem...:(

Pertinentes os comentários da Tangerina e do Cabecinha.
Penso da mesma forma: nem todos os indivíduos podem ser confundidos com os regimes onde vivem e que os oprimem.

E há limites para a tolerância, sim. Não se pode tolerar a opressão e o 'aniquilamento' seja por que forma for, de outro ser humano.

E sim, é fácil para nós opinarmos na comodidade das nossas casas...

Fora-de-Lei disse...

Tangerina 2:31 AM

”A realidade é que Israel é um país sob ameaça permanente.”

A realidade é que há umas largas dezenas de anos a ONU disponibilizou um espaço geográfico para “acantonar” 600.000 judeus e hoje já lá estão 6 milhões. E à custa de quê ? À custa do famigerado expansionismo sionista. Era a mesma coisa que Portugal abarbatasse a Galiza e a Estremadura a Espanha, para pôr lá novos colonatos, e a esta hora andássemos a dizer ao mundo que nós portugueses só queremos viver em paz, mas os malandros dos espanhóis não nos deixam.

É uma realidade que os judeus, empreendedores como são, mostraram merecer o que lhes foi “doado” criando novas cidades, transformando areais em laranjais, etc, etc. Mas o facto de serem inteligentes não faz com que os seus vizinhos sejam necessariamente estúpidos e/ou de casta inferior.


”Os Israelitas que conheço sentem-se mal, também incomodados pela imagem que têm na Europa e nos EUA. A de assassinos de crianças e civis indefesos.

Claro que, de um modo geral, o povo israelita não tem quaisquer culpas no cartório quanto à morte de crianças e civis indefesos, nem tão pouco quanto ao autêntico “Muro de Berlim” que foi criado à volta de Israel e do qual tão pouco se fala. Muito raramente os povos são cúmplices das acções criminosas dos seus governantes. Mas toda a gente sabe quem movimenta os cordelinhos da guerra: o lobby judeu americano.

Portanto, talvez não fizesse mal nenhum que esses tais israelitas que se sentem incomodados pela imagem que têm no mundo começassem por se sentir incomodados pela influência nefasta que o seu lobby à escala global representa para o mundo. E para que não se criem falsas expectativas, ou seja, para que não se pense que tudo vai mudar para melhor pelo facto de Obama ser negro, basta ver o “enxamemamento” de judeus com que estão a ser formados os gabinetes da futura presidência americana. Há até já quem diga que Clinton foi o primeiro presidente negro dos EUA e que Obama será o seu primeiro presidente judeu.


A mãe desse amigo, quando ele nasceu, disse: “Quando tiveres 18 anos já a guerra acabou”. Quando ele fez 18 anos foi para a tropa e depois para a guerra. A esposa também. Quando nasceu o primeiro filho, ele disse: “Quando tiveres 18 anos já a guerra acabou”. E disse o mesmo quando nasceu o segundo. E o mesmo quando nasceu a menina mais nova. Os dois mais velhos estão a combater agora. A menina está a crescer e vai para a guerra um dia. Agora apenas se esconde com os pais, quando o alarme toca, no bunker que têm em casa.”

Um retrato bastante triste mas que, por certo, não será tão traumatizante para os envolvidos como para aqueles palestinianos que se vêem - de um momento para o outro - sem mãe, sem pai, sem filhos, sem irmãos, and so on.

A Menina da Lua disse...

Bartolomeu

"Avisos, todos os podem lançar, ou... oferecer. Aquele que o cardeal José Policarpo vendeu, tem alguma propriedade, na medida em que uma jovem que contraia matrimónio com um muçulmano terá boas probabilidades de ir encontrar resistências nos seus meios familiares e sociais."

Sem dúvida que sim...o casamento para muçulmanos está longe de ser apenas a concretização duma relação afectiva e ainda muito menos "química"; um casamento nesta cultura implica o seguimento e cumprimento rigoroso de todos os valores e princípios morais que lhes são enquadradores e orientadores de vida e todos nós sabemos muito bem qual é o papel das mulheres nesse contexto; aliás muito semelhante aquele que durante séculos e séculos nos acompanhou de perto na nossa própria cultura ocidental.

FDL

"Uma coisa é certa: o Cardeal Patriarca de Lisboa é suficientemente vivido, culto e inteligente para que uma "bojarda" tão preconceituosamente generalizadora lhe saia pela boca fora de forma inocente."

Até poderá ser mas daí a ele querer e pensar em: "Eu quero lá saber da população da Faixa de Gaza. Força nisso, Israel" vai um grande passo".
Não seja assim homem! e como o Thora diz você sem sarcasmo, concorda-se!...e até se gosta:).

A Igreja continua sem dúvida a manter ainda uma posição fechada e até um pouco autista em relação à aceitação de muitos comportamentos absolutamente generalizados e assumidos na vida das pessoas, o que tem feito com que elas ou se tenham afastado ou pior que isso, vivam uma vida religiosa mergulhada em sentimentos de culpa nada apaziguadores e pouco compatíveis com o espírito de caridade e amor que o próprio Cristo apregoou.

Fora-de-Lei disse...

A Menina da Lua 12:45 PM

"Até poderá ser mas daí a ele querer e pensar em..."

Pois é, mas quem não quer ser lobo não lhe veste a pele.

Mas não foi só esta "pérola" sobre os muçulmanos. Na realidade, o Cardeal Patriarca anda ultimamente com um discurso um bocado embrulhado.

Ouvi dizer que ele fuma(va) que nem um desalmado. Se calhar anda a tentar deixar de fumar e isso traz-lhe um stress acrescido, o que pode estar a retirar-lhe alguma serenidade.

Já agora a propósito de serenidade, louve-se a forma como reagiu a comunidade muçulmana residente em Portugal.

Anyway, todos temos os nossos maus momentos. Desta vez, calhou ao Sr. Cardeal. Melhores dias virão. Para ele, para os outros, para os ateus...

Anónimo disse...

Bom dia maralhal.

Acho que Sua Eminência foi deselegante, inconveniente, inconsciente, redutor, religiosamente incorrecto, etc., etc.
Certas afirmações na boca de uma pessoa comum não têm qualquer peso, mas na boca de pessoas que ocupam determinados na sociedade podem dar azo a grandes mal-entendidos.
Ele provavelmente estará esquecido do pedido de desculpas que Sua Santidade João Paulo II fez ao mundo em relação às atrocidades e abusos cometidos pela Igreja Católica ao longo dos tempos; também não somos nenhuns meninos de coro.
"Meia dúzia" de fundamentalistas alteram a Sharia a seu belo prazer e "prontos" já todos são iguais.
Isso é uma visão "tipo burro" para uma maioria, não o deveria ser para pessoas informadas.
A propósito da mulher a Sharia (não a dos fundamentalistas) não proibe a mulher de trabalhar fora, mas lá vai dizendo que o melhor é serem boas donas de casa, boas esposas e boas mães e tal; a Igreja Católica também não anda muito longe deste tipo de pensamento.
A Sharia permite o divórcio de uma forma muito peculiar, mas depois na prática as coisas são bem mais complicadas. A Igreja Católica não o permite. Ok! Tem duas ou três excepções, mas de um modo geral não o permite.
A Sharia não permite mulheres no seio religioso; a Igreja Católica também não.
Até Gabriel foi um anjo comum às duas religiões. Um vendido é o que é :-)
Os fundamentalistas maltratam as mulheres, tratam-nas abaixo de cão, lapidam-nas. Não sei se a Biblia deveria ter algumas partes mudadas, mas o célebre "olho por olho, dente por dente" também tem alguma cariz fundamentalista e já nem deveria constar das Escrituras.
Acabam por ter ambas as religiôes muitos podres comuns.
Portanto não se atire pedras porque estão todos em pecado.
Numa altura em que se impõe cada vez mais a paz entre povos, entre nações, entre religiões as afirmações de Sua Eminência não trazem nada de bom para esse caminho. Trazem desconforto, levantam desconfianças, geram conflitos.
Decididamente foi inconsciente.

Em relação ao que o Teófilo disse:
Eu já tive na família um caso que acabou em separação por motivos religiosos, pois Alá falou mais alto e mais forte ao coração do Ahmed... sobraram no entanto, um lar desfeito e duas crianças que são elemento de disputa entre famílias.
Acontece sim :-( e lamento que tenha batido à porta da sua familia, mas quantos casos existem assim, e principalmente, nas familias de maiores posses não porque Alá tenha falado mais forte, mas porque o dinheiro e os interesses pessoais falaram mais alto e se sobrepuseram aos interesses das crianças? Mas como são ambos da mesma religião essa questão nem se põe.

Anónimo disse...

A propósito de religiosidades não tive opotunidade de desejar as Boas Festas aos amigos este ano por causa de um virus natalicio.
Espero que todos tenham tido um Santo Natal e desejo a todos um 2009 bacano e acima de tudo com Paz.

CêTê disse...

Se valesse de alguma coisa os apelos dos perigos que podem advir de actos cometidoas aquando de uma paixão assolapada não haveria tanta gente infectada com o HIV, tanta adolescente grávida e tanta gente a escrever boa poesia. ;)

Quem pensa... não casa. Porque casar de facto é levar tudo o que está à volta dos genitais de quem se deseja- inclui sogros, cunhados,amigos e amigas do dito/a arrasto em rituais dos mais variados contextos, partilha de manifestações orgânicas TUDINHO.
;P

Tangerina disse...

Fora-de-Lei,


Fiquei perplexa com os seus argumentos!

Porque razão invoca o “lobby judeu americano”? Acaso acha que não existe lobby Islâmico nos EUA e em vários países Europeus e Asiáticos? Acaso será tão ingénuo que pensa que o que se está a passar no médio Oriente se limita a uma guerra entre Israelitas e Palestinianos? Acaso acha que o mundo Islâmico se limita à palestina? Acaso pensa que os Palestinianos não estão a ser usados por países e organizações bem mais poderosas?

E sobre as crianças Palestinianas? O que pensa sobre grupos organizados de guerrilheiros que se infiltram no meio da população indefesa, dos seus irmãos, amigos, filhos, sobrinhos, sabendo que são o alvo procurado pelo inimigo? O que pensa sobre esta gente que, cobardemente, se esconde por trás de crianças que depois exibem estropiadas para as câmaras Ocidentais sedentas de sensacionalismo? Acaso os Israelitas não têm crianças? Acaso as colocam debaixo de fogo inimigo? Acaso as usam como escudo e como prova da bestialidade inimiga? Que maneira fácil e barata de manipular a boa-fé Ocidental, não acha? Quem é o pior assassino? O que dispara a bala ou o que coloca a criança na frente dos canhões inimigos? Consegue escolher?

Já se sabe: as crianças Palestinianas vão direitinhas ao céu, não é? Anjos inocentes apanhados numa guerra perpetrada por monstros demoníacos que é urgente aniquilar.

Já reparou nas notícias que nos entram pelos olhos adentro? Já viu mesmo com olhos de ver? Pare. Aguente por um momento a batata frita que vai meter à boca durante o jantar. Observe bem. O que vê? O que vê quando falam dos Israelitas? E quando falam dos Palestinianos o que vê? Eu digo-lhe o que vejo: homens grandes, fortes, com armas feias, grandes e negras a tiracolo – os Israelitas; depois, vem a xixinha: crianças rotas, chorosas e perdidas (quanto mais rotas, chorosas e perdidas, melhor!) – os Palestinianos. Não nota algo de estranho aqui? Não lhe parece que há aqui algo que não bate certo? Se aqueles representassem verdadeiramente “o inimigo”, não seria mais lógico Israel armar-se de biberões e fraldas? Não se sente manipulado? De que lobbies falamos nós agora?

Pois é!: não compreendo porque invoca um lobby étnico e não invoca o outro. Não compreendo, sequer, porque invoca um. Se invocasse o lobby dos traficantes de armas. Se invocasse o lobby dos senhores do petróleo e da guerra... Um lobby étnico? Porquê um étnico, bolas? Soam-me tão mal as suas palavras... :-( Arrepio-me e penso em xenofobia.

Entristece-me. Entristece-me porque já ouvi argumentos iguaizinhos ao seu de pessoas de quem gosto muito, que respeito e que admiro intelectualmente. E o que mais me desconsola, no meio disto tudo, é que são todas pessoas de esquerda. Ver argumentação xenófoba em gente de esquerda dói.

Salazar disse...

http://www.youtube.com/watch?v=6bCI93N6TLI

Fora-de-Lei disse...

Tangerina 12:11 AM

"Fiquei perplexa com os seus argumentos!"

Comigo não aconteceu o mesmo em relação aos seus contra-argumentos. Para ser sincero, já esperava qualquer coisa do género. Ou seja, em vez de rebater argumentos insofismáveis:

"- A realidade é que há umas largas dezenas de anos a ONU disponibilizou um espaço geográfico para “acantonar” 600.000 judeus e hoje já lá estão 6 milhões. E à custa de quê ? À custa do famigerado expansionismo sionista. Era a mesma coisa que Portugal abarbatasse a Galiza e a Estremadura a Espanha, para pôr lá novos colonatos, e a esta hora andássemos a dizer ao mundo que nós portugueses só queremos viver em paz, mas os malandros dos espanhóis não nos deixam."

preferiu ir por um caminho do estilo coitadinhos dos "narizes-de-papagaio", denegridos pela Comunicação Social ao ponto de até as pessoas de esquerda se tornarem xenófobas para com eles.

E eu agora estou a "atanzaná-la" ao brincar propositamente com uma das características normalmente associadas ao fenótipo dos judeus. Olhe, aproveite para me rotular de xenófobo mais uma vez... ;-)

Para acabar com esta discussão deixe-me só dizer-lhe que nunca há um só culpado numa guerra (e neste caso concreto o Hamas tem muitas culpas no cartório) mas não consigo interiorizar como é que um povo que que foi vítima do Holocausto pode actualmente pactuar com tamanhos crimes contra um povo vizinho. Por essas e por outras, não me admiraria que houvesse cada vez mais gente a pensar "volta Adolfo que estás perdoado". Uma tristeza...!

6ºC disse...

Por acaso, penso que relativamente à 2ª guerra mundial, houve fundamentalmente um culpado - Hitler e o Povo Alemão. Os Aliados foram culpados por terem adiado tempo demais a sua intervenção e não terem querido ver os horrores que se perpretavam na Alemanha desde 1933, pq n/ lhes batia directamente à porta.
O que acontece com Israel é que não está à espera para ver quanto tempo demoram a ser invadidos ou destruidos, por quem afirma textualmente, que eles deviam ser exterminados!
E quanto às vítimas inocentes da Palestina, que todos lamentamos, não esqueçamos que é o próprio Hamas que lança rockets de casas particulares, não se importando com as famílias que lá vivem, para depois se queixarem que mataram crianças e civis inocentes! Pudera!
Confesso que me asustam bastante as opiniões expressas pelo FDL,nomeadamente o seu último parágrafo!, estando de acordo com Tangerina e Cabecinhapensadora, que me parecem sensatos e moderados.
Até agora não me quis pronunciar sobre este assunto que me parece demasiado complexo para ser discutido por escrito, mas agora foi demais!

Laura disse...

Fora-de-Lei
Você, para manter o santo e a senha ( = continuar politicamente incorrecto), devia era absolver o Cardeal Patriarca!
Estou desiludida consigo!!
;);)

1º) porque ele fuma ;)
2º) porque ele merece créditos. Quanto mais não seja por constituir uma notável excepção ao “deserto neuronial” a que se reduzem as personagens da vida pública portuguesa
3º) porque vc. destoa no meio do detestável beatério laico português, sempre pronto a malhar na santa madre igreja quer esta faça, quer não faça; quer seja irrealista e apregoe coisas impossíveis; quer seja realista e pragmática e recomende coisas sensatas (e sobretudo quando não diz aquilo que lhe quiseram pôr na boca…...)

Também me há-de explicar porque é que "melhores tempos virão para os ateus".
- Em que sentido? - Considera que os ateus são maltratados no Portugal de hoje?!

Please, enlight me ;);)

noiseformind disse...

Achei piada ao comentário do sr vigário, n percebi a reacção dos media. Ou compreendi, num tom estupidamente bovino característico da jornalecagem racaia que por aí anda. É uma deriva parva ninguém poder falar mal de ninguém sem poder ser a brincar ou ser num palco de standup.

Eu pegava no que o cardeal disse e fazia a volta ao texto, coisa que ninguém nos meios de comunicação, e aqui pela caixa de comentários, se deu ao trabalho de fazer dado que implica, horror dos horrores, ler.

E se lessem diriam que o país que neste momento mais se aproxima de Portugal na OCDE em termos de violência para com as mulheres, depois de termos sido ultrapassados por todos os outros países de base cristã, é a Turquia.

Em Portugal, o estudo da Universidade Lusófona de 2001 sobre a situação familiar em Portugal referia que 70% das mulheres portuguesas já tinham sofrido algum tipo de mau trato (psicologico ou físico) enquanto que os estudos de 2006 e 2005 em vários países árabes da WHO referiam taxas entre os 65% e os 89%.

Sendo assim a minha opinião e conselho ao mulherio luso é a seguinte: escolham bem o vosso tipo de muçulmano. Se o gajo for muçulmano E português n se metam nisso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Quanto a este post ter derivado numa crítica judaica ao nível da caixa de comentários só posso lamentar, apetece citar alguns nros, alguns livros, mas todos os recipientes desses meus eventuais comentários seriam pessoas com elevado alto grau de auto-instrução, insensíveis a esse tipo de argumentos.

Fora-de-Lei disse...

Laura 5:11 PM

Regra geral, a Igreja Católica - pela boca dos seus mais altos signatários - tem a grande virtude de não se coibir de transmitir a sua mensagem só por esta poder ser politicamente incorrecta. Caso contrário, não condenaria o uso do perservativo, a homossexualidade, etc, etc.

Melhores tempos virão para todos, ateus incluídos, porque a crise não durará eternamente.

Anfitrite disse...

Porque raio não me foi dado o dom da fé? Será porque não acredito em milagres?
Sou agnóstica porque não acredito que haja alguém que tenha todo o comhecimento para fazer certas afirmações.
Mas posso afirmar que sou ateia e custa-me a acreditar como é que pessoas minimanente inteligentes podem acreditar que haja um deus que venha punir ou agraciar os maus ou os bons. Como se distiguem? Os conceitos vão sempre variando ao longo dos tempos.
Apenas há dois mil anos, já a humanidade era velha, apareceu alguém com boas intenções (como tantos outros), e houve um grupinho que e apoderou da ideia para explorar o filão. Não para ajudar o próximo, porque os que os fazem não precisam que lhes indiquem o caminho. Daí em diante tanto mal tem sido feito ao Homem em seu nome. Entretanto outros vão se
enchendo e vivendo à sua custa. Mas como acontece que às vezes a dor é tamanha as pessoas tem de se agarrar a qualquer coisa. Eu agarro-me às árvores do meu jardim e aos meus mortos, apesar de enquanto vivos, alguns me tenham feito sofrer. A maioria dos vivos só pensa nela.
Será que alguém, no seu perfeito juizo, acredita que o Cardeal esteja preocupado com as mulheres portuguesas? Então porque não se preocupa com as que estão a ser espezinhadas pelos portugueses?! E em menor escala o contrário. Também pode haver um árabe que seja vítima duma perversa odalisca do Ocidente.
Quem se lembra dos direitos, que apenas há pouco mais de trinta anos, eram negados às mulheres, dos que lhe eram mitigados e dos que, ainda hoje, lhe são vetados por uma maioria dominante? Enquadremos as coisas nos contextos históricos e nos continentes próprios e não façamos afirmações balofas.
Aconselho vivamente um livro, a quem ainda não o leu, se o conseguirem encontrar, não é ficção é pura reaidade. Já tem uns anitos. Hoje já não causa tanto impacto por causa da internet. Chama-se: "Assim Seja (Ela) de Benoîte Grould. Cá foi publicado pela Bertrand. Na edição original chama-se "Ainsi Soit-Elle" e foi publicado, em 1975, pelas "Editions Grasset & Fasquelle".
Quanto às histórias das criancinhas, ainda há poucos anos, não lhes ligavam muito.
Os chineses tinham muitos filhos porque precisavam de muito estrume para fertilizar os arrozais. Outros porque precisavam de mão-de-obra intensiva. Aqui lembro também o livro do grande médico, sociólogo, professor e político Josué de Castro que se chama"Geopolítica da Fome". Acrescento também a "Geografia da Fome". Em Àfrica, hoje, ainda há locais onde os homens só fazem filhos para os vender e viver desse rendimentos. Não fazem mais nada.

Agora falando de árabes e judeus é mesmo verdade que o lobby mais poderoso nos EU é o dos judeus. Eles controlam o negócio das armas, do petróleo, dos diamantes, para não falar na prostituição, porque essa está em todo o lado. Eles influenciam qualquer decisão nos Orgãos dos EU. O lobby dos árabes limita-se a meia dúzia de indivíduos, que exploram as riquezas que têm e a viver esbanjando escandalosamente dinheiro, coleccionando carros, jóias, etc. e deixando o seu povo na miséria e na opressão.

Obama afirmou que não saberia o que faria se um foguete lhe entrasse pela casa e lhe matasse as filhas. Que fará ele agora que viu imagens de aviões lançarem bombas sobre escolas lotadas de crianças?
Se os palestinianos lançam foguetes de casas particulares é porque não tem mais espaço. Já não há Palestina, há uns retalhos de terra minada e nada mais. Alguém pensa que alguns dos extremistas dos colonos israelitas irão abandonar a Cisjordânia? Onde chegam tomam conta de tudo. Como os colonos da Austrália, como os da américa profunda, como os da África do Sul, etc. Eles sabem também que a vida é dificil e não olham a meios.
Alguma vez Israel cumpriu alguma resolução da ONU? O Iraque tranformou-se numa verdadeira "babilónia" por causa de uma. E a Tangerina não fale do Irão. Acaso não sabe as vezes que as suas centrais são bombardeadas cirurgicamente por aviões feitos para escapar aos radares. Fazem o serviço e voltam para Israel. Será que não tem o direito de enriquecer urânio como os outros? E de quem é a culpa do que se está a passar no Paquistão? Já estou a ser redutora porque não me posso expandir mais, porque não é possível explicar tudo assim.

Ainda voltando às seitas e religiões e para que pensem bem nisso, digo-lhes que eu fui vítima, aqui há uns anitos, de assédio religioso pela minha directora de serviços, que pertece a uma seita japonesa que se chama MahiKari e que ninguém imagina do que se trata. Émuito pior do que aquilo que diz a Wikipédia.
Falando ainda na crise de missões para o sacerdócio, não se esqueçam que antes quem ía para padre, regra geral, eram os filhos das famílias pobres do interior que eram mandados para os Seminários, porque assim sempre tinha a hipótese de estudar e arranjar alguma equivalência nos estudos. O grande Vergílio Ferreira foi um deles. Não tinha vocação e teve coragem de quebrar as amarras.
Desculpem o esbanjamente, exitei muito, mas este postal do Professor deu origem a comentários fabulosos. Continua a ser necessário agitar a malta e não na modorrice dos pés aquecidos pelos cães. Os cães são para andar cá fora a correr e brincar com eles.
Boa Noite

Su disse...

o cardeal entrou em delirio...........

o problem não deveria ser esse--

ops


jocas maradas

Laura disse...

Fora-de-Lei

Exactamente. O discurso oficial já todos conhecemos (e muitos discordam de dentro). Mas o discurso oficioso (de que a frase do cardeal é um exemplo) tem muitíssimo mais interesse do que o discurso oficial.
Devíamos era aproveitar...

Quanto às atribulações dos ateus em Portugal, ouf! estou mais descansada. Afinal são as mesmas por que cristãos e muçulmanos também passam. A mesma crise, que nos põe a todos de nariz para baixo.
Estou mais descansada;)

cabecinhapensadora disse...

Volto aos muçulmanos, tá?
Fora de Lei, a pertinência do nick inibe-me a crítica :) sei que não sente que possa ser verdade, em mente sã, um desejo do Adolfo; também me parece que foi das teclas para fora, o desejo que supôs no senhor dom. Perante o quadro pintado, prefiro, sem hesitar, os árabes. Se é verdade que a religião católica tem seus anacronismos, também é verdade que os crentes não lhes ligam muito. Diria nada, em alguns aspectos. Num país como o nosso, maioritariamente católico, quem segue, por exemplo, o planeamento familiar que a igreja propõe aos casais? E talvez fosse melhor perguntar quem, de todos os ditos católicos, o conhece. Faltar a este ou a outros princípios da igreja, é um problema do crente com a própria igreja, confina-se à esfera religiosa. A cada homem cabe a liberdade que pode e a religião muçulmana é só mais uma religião. Mas quando princípios religiosos se tornam deliberações legais, cuja desobediência é punível por lei...O fundamento de uma religião é a liberdade, se a obrigação deixa de ser moral, é coerção. No entanto, há países, como a Jordânia, em que o islão se mantém nos seus limites, desligado do poder temporal. E a mentalidade do povo é muito outra.
Maomé, nada de invasões à península. Estamos de fim de semana

Tangerina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tangerina disse...

‘Ou seja, em vez de rebater argumentos insofismáveis:

"- A realidade é que há umas largas dezenas de anos a ONU disponibilizou um espaço geográfico para “acantonar” 600.000 judeus e hoje já lá estão 6 milhões. E à custa de quê ? À custa do famigerado expansionismo sionista. Era a mesma coisa que Portugal abarbatasse a Galiza e a Estremadura a Espanha, para pôr lá novos colonatos, e a esta hora andássemos a dizer ao mundo que nós portugueses só queremos viver em paz, mas os malandros dos espanhóis não nos deixam."

preferiu ir por um caminho do estilo coitadinhos dos "narizes-de-papagaio", denegridos pela Comunicação Social ao ponto de até as pessoas de esquerda se tornarem xenófobas para com eles.?'

1 – A verdade é que rebati todos os seus argumentos excepto esse. Muito bem, rebato-o agora com uma pergunta apenas: para si quando é que a história começa a contar?

2 – Eu não disse que “até as pessoas de esquerda” se tornam “xenófobas com eles”. Disse que ouvi esses argumentos xenófobos apenas de pessoas de esquerda.


“Olhe, aproveite para me rotular de xenófobo mais uma vez... ;-)”

3 - Não o rotulei de xenófobo. Disse que utilizava argumentos xenófobos. Embora acredite que o seu último parágrafo não passe de um chorrilho de disparates a que recorreu porque viu toda a sua argumentação desmontada, não posso deixar de reparar nele.

E com isto, I rest my case.

Tangerina disse...

Anfitrite,

A sua argumentação peca tanto por defeito como por excesso quando se refere aos lobbies. Em primeiro lugar, não sei os judeus estão por detrás do tráfico de armas, diamantes, etc. É provável que alguns estejam. Mas não é honesto identificar esses grupos malfeitores apenas com os judeus. E a Anfitrite fá-lo quando diz que “Eles controlam o negócio das armas, do petróleo, dos diamantes, para não falar na prostituição, porque essa está em todo o lado.”

Todos sabemos que há várias pessoas, pertencentes a diferentes grupos étnicos, envolvidas nesses e noutros negócios ilegais e imorais, como também, por exemplo, o tráfico de órgãos e, já agora, de pessoas. Generalizar e associar esses grupos malfeitores a uma etnia é perigoso. Quando esses argumentos se disseminam criam condições para perseguições étnicas as quais, acredito, todos abominamos.

Os Muçulmanos têm vários lobbies, ou grupos de pressão, se preferir, sim, disseminados por vários sectores da sociedade Norte-Americana Europeia e Asiática. Na economia, na politica, na ciência e, acredito, na imprensa.

Estes povos têm, também, profundas diferenças entre si e provavelmente não são tão unidos como o povo judeu porque são muitos mais. Estas diferenças já originaram guerras terríveis no passado e poderão originar no futuro se os povos se mantiverem ignorantes e a generalidade dos dirigentes estiver mais interessada em manter o status quo do que em educar e melhorar as condições de vida deles (dos povos).

Se um dia o estado de Israel desaparecesse do mapa, eles deixavam de ter um inimigo comum e as suas diferenças tornar-se-iam ainda mais visíveis. Por outro lado, acredito que Israel é, até, bastante útil a alguns países Árabes e grupos malfeitores organizados. É, claro, uma forma de irem perseguindo os seus interesses pessoais à custa da personalização de uma besta a um povo ignorante e miserável.

Quanto ao Irão, se bem me lembro (posso estar enganada), o seu líder já enunciou a aniquilação de Israel como objectivo. Então porque se admira com os ataques cirúrgicos às centrais Iranianas?

Este é um problema complexo. Eu não o conheço suficientemente bem para tomar partido. Acho que, mesmo que conhecesse, não iria conseguir tomar partido. É quase imoral, dado as atrocidades que já se cometeram por ambos os lados. E dados os fins e interesses imorais envolvidos. Tenho pena de uns e de outros e não vejo fim à vista.

Fora-de-Lei disse...

6ºC 1:17 PM

"Confesso que me asustam bastante as opiniões expressas pelo FDL,nomeadamente o seu último parágrafo!"

cabecinhapensadora 12:21 AM

"Fora de Lei, sei que não sente que possa ser verdade, em mente sã, um desejo do Adolfo..."

Tangerina 12:36 PM

"Não o rotulei de xenófobo. Disse que utilizava argumentos xenófobos. Embora acredite que o seu último parágrafo não passe de um chorrilho de disparates a que recorreu porque viu toda a sua argumentação desmontada, não posso deixar de reparar nele."

Sabem perfeitamente que aquilo que eu disse não foi uma opinião pessoal mas sim fruto daquilo que eu vejo / oiço em muitas pessoas. Na realidade, já ouvi muita gente dizer coisas do género em função das atrocidades cometidas pelo estado de Israel contra o povo palestiniano.

Não sou anti-semita. Sou, isso sim, defensor da Justiça - contra seja quem for. Mesmo quanto ao lobby judeu, não sou propriamente um David Duke mas também não ando cá por ver andar os eléctricos...

Unknown disse...

Creio que, por vezes, para dizer certas coisas ou melhor é ficar calado... o mundo não precisa mais deste tipo de "acendalhas" e de incendiários...

«Mas é muito difícil porque eles não admitem sequer [encarar a crítica de que pensam] que a verdade deles é única e é toda» ... só eles Sr. Cardeal???