terça-feira, agosto 11, 2009

Mais valem duas vidas na mão do que uma felicidade a voar.

Enquanto os dados rolam, as gentes sustêm a respiração, esbanjam dinheiro por ganhar, sofrem desilusões por acontecer, agradecem a sorte e esconjuram o azar; esperam. E no processo deixam a vida que não depende do acaso entre parênteses. Estranho desperdício de mortais...

83 comentários:

Tangerina disse...

Ai, credo!!!

Já me deixou deprimida... ;-(

O resto pouco me diz, mas os parêntesis... right to the target!

... vamos lá trabalhar na remoção dos parêntesis, bolas!

Que ideia foi esta de pôr a gente a trabalhar em férias? ;-))

T.

andorinha disse...

Não percebo se está a falar em sentido figurado ou literal:)

Se é em sentido literal não faço a mínima ideia se é assim, porque não tenho esse vício.:))) Looool

Já o outro caso é mais grave.

"E no processo deixam a vida que não depende do acaso entre parênteses."

A vida que não depende do acaso é a mais saborosa, ou não é?
E não é gratificante construí-la?
Infelizmente parece-me que cada vez se encontram mais pessoas que já desistiram dessa construção...:(

E esperar não é viver...

Anónimo disse...

Mais vale ser cativa a vida inteira, do que rainha por um dia?

andorinha disse...

Mar,
Nem uma coisa nem outra, chiça!:)))

isa disse...

Como deixar de fazer a vida depender do passado? Virar, finalmente para a frente, já que se perdoou? Como não viver com o olhar em desilusões passadas,deixando que outras memórias se sobreponham e apaguem as que ainda magoam? Como não desperdiçar, estranhamente, já que se ama?

Laura disse...

Podia bem ser um brief numa página de jornal sobre política portuguesa...
Mas sei que não é o caso.
- Será isso um olhar sobre os veraneantes que o cercam? :):)

E contudo é bem verdade o que diz.
Ou a velha questão que raramente nos pomos com honestidade:
- O que nos faz correr?
Incómoda ;)

Francisco Caleia disse...

A pesada estratégia dos avaliadores da felicidade está acomodada nas asas dos passarões.
Por enquanto é observá-los a voar em queda livre e esperar que a sorte não nos caia em cima.

Bartolomeu disse...

O Setôr está aesquecer-se de mencionar a pressão que a publicidade bancária imprime para que se contraiam empréstimos(!?)
Está a esquecer-se ainda da ausência de regulamentação que impessa essa pressão alienada, porque se escuda na lei da liberdade de mercado e no livre arbítrio de cada cidadão decidir por si contrair ou não um empréstimo...
Esquecem-se as altas autoridades que, liberdade é algo que pode ser diametralmente oposto à capacidade de decidir e capacidade de decidir, exige consciência da realidade. A de cada um, evidentemente.
Mas... é necessário dar protecção ao capital, para que grandes grupos capitalistas não percam a vontade de investir(?) mesmo que para isso seja necessário sangrar a população e que para que ela ofereça o braço, seja permitido iludi-la, convencê-la, empurra-la, deprimi-la.

lobices disse...

...um àparte:
...
...já conheciam?
...cliquem aqui:
...
http://www.liberopinion.pt/

João Torres disse...

Gostei tanto que levei... Espero que me perdoe! (ou diga para retirar :-) )

Abraço e parabéns por tudo o que escreve e diz na rádio
João Torres

http://ninguemle.org/2009/08/12/curtas%E2%80%A6-mas-boas-29/

Eva Gonçalves disse...

Há quem espere uma vida inteira...para começar a viver amanhã...
Felizes aqueles que não deixam a vida em parêntesis...

A Menina da Lua disse...

Tal qual!...
Estranho desperdício sim!...mas que fazer quando a cabeça anda apenas entre as orelhas e a alegria de estar, a "vontade" e a decisão foram de férias!? :)

Tal como o J tambem gosto particularmente destas suas reflexões:)

Laura

Mas afinal o que nos faz correr!?:)
Pois!essa pergunta faz todo o sentido sim...Pois viver é preciso!:)

Boas férias para todos!

Julio Machado Vaz disse...

J,
Sirva-se homem:). Abraço, Júlio.

Nuno Guimas disse...

Em Macau desaparecem centenas de pessoas por ano que foram vistas pela última vez em casinos. Os agiotas tentam cobrar as famílias dos perdedores e quando o pagamento falta...
Neste caso o acaso entre parêntesis torna-se numa incerteza pairando em reticências.
É de facto muito triste. Acho que quando nascemos com perfeita saúde e esta ainda se mantém neste estado transitório que é a nossa vida, então já somos uns grandes vencedores e nem tivemos de lançar os dados. Devíamos ter este simples facto mais em mente.

noiseformind disse...

Boss,
N vamos ser assim mauzinhos para os casinos. Acho muito bem que a malta de cabo de tudo o que tem e do que n tem. Um burro, por mais dinheiro que o acaso lhe meta nas maos, vai arranjar sempre maneira de o desbaratar. E e isso mesmo que a sociedade, que somos todos nos, estamos a produzir.

Burros, asnos, mentecaptos, bovideos avulsos.

E claro, este gado so funciona bem e com a vaga possibilidade em fim de tunel de a coisa correr bem por sistema aleatorio, tipo Euromilhoes ou cunha na Policia Municipal local.

E depois "Ai meu Deus... os chineses... os chineses" quando tudo o que fizeram foi viver a pala da mediocridade que os seus empregos terciarios e dispensaveis permitiam.

Nada disso. Tudo ja para o Casino, hoje o Menu Buffet tem 20% de desconto e a Senhora Dona Sorte, ouvi dizer, esta por la.

: ))))

carolina disse...

...a vida que não depende do acaso entre parênteses ...

que é a melhor parte: é surpresa é melhor que tudo o que imaginamos, é recompensa porque tudo o resto é causa efeito...tanta responsabilidade!
Júlio, ouvi-lo e lê-lo faz parte das recompensas da minha vida é sempre um prazer ....

Tangerina disse...

Mesmo a propósito...

http://www.phdcomics.com/comics.php?n=1210

;-))


Eu tenho um problema com os homens: na generalidade pensam que o mundo gira em volta deles. Não compreendem que uma mulher tem muitos outros pontos de interesse na vida dela: filhos, pais, profissão e, ainda ;-), que precisa de momentos para ela. Para ficar só, com as coisas dela, fora da sua vida agitada, no silêncio...

Estes homens sentem-se/tornam-se inseguros porque acham que essa mulher se "está nas tintas" para eles, que tem outros homens na sua vida, etc... E aí tomam uma de duas posições: ou se vão embora porque esperam uma dedicação que não obtêm; ou começam a colar, colar, colar, colar... e a descontrolar-se com acusações insensatas que só derivam da sua própria insegurança e necessidade de estar no centro das atenções da mulher. Precisam não de uma mulher independente e autónoma, mas de um ombro, de uma mãe. A estes torna-se necessário mandá-los embora. O problema é convencê-los a ir. O problema é quando eles se convencem que a mulher é o amor da vida deles, o amor que nunca tiveram e que nunca poderão encontrar outra vez. O problema é quando começam a fazer stalking.

É por isso que eu volto a dizer algo que já disse aqui: não me importava nada de partilhar um homem com outra(s) mulher(es). Assim a gente repartia o trabalho que dá ter um homem na nossa vida... ;-)))


T.

Jorge Mesquita disse...

MAIS VALE UMA DO QUE DUAS


Senhor Júlio Machado Vaz:
É bom que os dados rolem, porque poucos são os que sabem o que é uma respiração sem dados e, então, esbanjar fortunas de ilusões, são acontecimentos sem desilusões, porque já as gastaram todas e, como já não distinguem a sorte do azar, pouco esperam por esperar. Deste modo, a vida já não tem acasos e os parênteses são desperdícios de imortalidades estranhas que se criam ao incomum dos mortais.

www.comboiodotempo.blogspot.com

Jorge Brasil Mesquita

árvore disse...

Nada nesta vida se tem de graça: o material, a saúde, a amizade, a coragem, a alegria... nem o amor! É preciso trabalhar. Na actividade laboral, no exercício, na alimentação, no carinho, na ajuda, na auto-estima, nas relações interpessoais... E umas potenciam as outras.
Portanto, maranhal! Toca a trabalhar!

Bartolomeu disse...

Tangerina; não seria mais "pacífico" ser o homem a partilhar várias mulheres!?
;)
Enquanto uma dedicava a sua concentração aos filhos, outra aos problemas domésticos, outra à carreira, outra à manutenção física, sobraria uma que lhe dedicasse a atenção desejada e lhe proporcionasse o ombro, o peito e... etc.
Afinal aqueles fundamentalistas islâmicos estarão provávelmente certos na sua poligamia...
É que, sinceramente, não conheço uma mulher com "arcaboiço" para partilhar o seu homem, sobretudo se o mesmo for macho.
;)))

Bartolomeu disse...

Diz?
Ah queres que especifique macho!?
Então...
Macho é todo aquele que aprecia a fêmia no seu todo, que lhe dedica carinho, por quem nutre amizade, com quem se torna cúmplice de segredos, mistérios e intimidades. Macho em suma, é o tipo que deseja a fêmia, por aquilo que ela é, como é, e quem é.
Onde foi que adquiri esta cartilha?
Bom, num antiquíssimo alfarrabista, dos que, tal como outros tantos se vê na eminência de ter que encerrar as portas... por falta de clientes.
;)))))

Tangerina disse...

Bart,


Mas é isso mesmo que eu disse: partilhar um homem com várias mulheres. :-))

Eu cá não consigo ter vários: um já é demais - dá muito trabalho. Contentar-me-ia com, sei lá..., metade ou um terço... ;-)

O Bart com as suas razões, eu com as minhas mas, está a ver?, defendemos o mesmo :-).

Agora, que tenho uma vida complicada. Lá mais para a frente, não sei. Uma das coisas boas nesta vida é que nada é definitivo! :-)


T.

Bartolomeu disse...

Com efeito... e essa infinitude, é propícia à descoberta.
Oh... minha amiga, sem descobertas ainda o gigante adamastor dominaria a passagem do cabo da boa esperança (que por estas alturas já deve ter sido promovido a general) e o pessoal da europa nunca teria descoberto o encanto e glamour que cobre (não se trata de um metal) um sari indiano.
É que... a (ou, pela) busca do nada, que se saiba, so os monges tibetanos, correm e mesmo esses, não estou certo que tenham descoberto que o nada é tudo, se não fosse, buscariam eles o quê?
Hmmmm?
Hmmmm?
;)))))

Tangerina disse...

:-)))


Também gosto de saris. Aliás, estou convencida, até, que noutra vida fui Indiana (não Jones ;-)). Não tenho boas recordações, mas a sensualidade do sari é algo que adivinho com prazer.

Os monges não sabem que o nada é tudo? Então não sabem??? Oh... meu amigo ;-), os monges já sabem há muito tempo que o nada coincide com o infinito, com a paz, com o silêncio. O que eles procuram? Permanecer.
Aí.
Utilizando uma expressão do Lobo Antunes, diria que eles procuram permanecer aí "a eternidade inteira".

Olhe, se quiser, no mesmo "sítio" em qualquer comum dos mortais toca, por breves instantes, quando tem um orgasmo; no mesmo sítio em que uma mulher toca quando dá à luz (já viu que expressão mais bonita?); no mesmo sítio em que alguns de nós tocam quando contemplam a fotografia de um filho ausente ou uma paisagem avassaladora... ou, também, no mesmo sítio onde alguns mortais conseguem chegar quando praticam meditação. Permanecer aí. É o que eles procuram.

E não é bom? :-)


T.

Bartolomeu disse...

É!
É!?
Será a configuração antecipada do paraíso?
Aquele descrito pelas diferentes teologias!?
Mas... quem é que busca o paraíso antecipadamente!?
Nããã... orgásmo é um salto maior... ultrapassa as fronteiras transcendentais do paraíso, do nada, do tudo. Orgásmo é uma fugaz passagem pelo momento da criação, antes que "Fiat" seja de novo proferido.
E... permanecer ali é um processo contra-natura, minha amiga Tange Rina. O corpo, na sua qualidade de particula cósmica, é vida e, vida é movimento, parando o corpo, deixará de o cósmos existir, logo tambem Logos... como fonte de ideias (né isso sô Platão!?)
;)))

Tangerina disse...

:-)

... se/quando algum dia se iniciar na "arte" da meditação, avise-me. Nessa altura conversamos. ;-))

Tanger Ina

Bartolomeu disse...

...iniciando-me nessa arte, poderei avisa-la, mas... nunca com a finalidade de conversarmos... iría dificultar-me a concentração necessária... Tanger i na.
;)))

Tangerina disse...

Ora, ora... :-))


... não precisa de ser *durante* o processo de meditação... ;-))

Além disso, o que estamos a fazer aqui? :-) Não é a conversar? ;-)


Tan Ger I

Bartolomeu disse...

Então?
Vamos ter de encontrar um timming... adequado, Tina Range!
;))

Tangerina disse...

Pois é, senhor Bart, mas primeiro faça os deveres de casa.


T.

noiseformind disse...

Bartolomeu,
Eu estou convertido, desde pelo menos os 10 anos, a poligamia. Funciona ate um homem e cinco mulheres (este Blue Man do Gerry Mulligan esta uma delicia na radio Murcon, esta sim senhora).

E se pensarmos na sex-drive da lusitania media, tem mesmo de ser assim, senao uma pessoa mirra de tanta fominha.

Bartolomeu disse...

Tenho por princípio, não fazer "nada" por dever, somente por querer... senhora Gina Anter
;)))))

Bartolomeu disse...

Um homem e cinco mulheres parece-me bem, barulho pá mente.
Aliás... se não estou em erro foi nessa relação que Einstein se baseou para calcular a curvatura do universo... ou não!?
Bahhh, issagora tãobain num interessa nadex.

noiseformind disse...

Bem... eu n diria que e nro ideal... e o nro limite. um homem e 5 mulheres que nao morem juntos claro. Juntos acho que mais de um homem e 3 mulheres sera o maximo entre equilibrio domestico, roupa bastante para lavar e rotacao das femmes na lide domestica.

Quando era jovem cheguei as 8, com as eventuais complicacoes que dai vinha, como laceracoes penianas e precoce uso do Viagra. Mas a velhice trouxe-me esta tranquilidade pentagonica.

Bartolomeu disse...

Pera lá... mas vocês praticávam sexo, ou imolações?
Não precisas responder, poupa-me a tremendo barulho pá carola.
;))))))

Tangerina disse...

Ora, ora, Mr. Bart... a liberdade talvez seja o princípio que eu mais prezo... :-)


Queria aproveitar para colocar uma questão aqui ao Sr. Noise.

"E se pensarmos na sex-drive da lusitania media, tem mesmo de ser assim, senao uma pessoa mirra de tanta fominha."

Sabe, Sr. Noise, é muito provável que o Sr. tenha razão. Já agora, gostava de saber qual é, na sua opinião, a razão disso acontecer.


T.

noiseformind disse...

Tangerina, filha... garanto que n foi acaso mas pura prognosticacao da tua pergunta, vai ao meu blog... vai ao meu blog e le o ultimo post : ))))

Atencao... quero deixar aqui claro, ate pq ex-parceiras passam por este recanto, que ha excepcoes a este cenario:


Quase todas as virgens -(ainda n foram habituadas aos rudes habitos sexuais dos homens lusos, portanto bem educadas portam-se como qualquer islandesa)

Algumas trintonas altamente frustradas - que percebem que aqueles 5 minutos n podem ser normais e se aplicam por via de masturbacao intensa a ampliar os seus horizontes

Um ou outro caso raro acima dos 50 - normalmente malta que se apercebe que nunca teve um orgasmo e forca o seu corpo quase ate a exaustao no sexo para ganhar qualquer coisa verdadeiramente digna para lembrar da sua vida sexual.


Tirando isto... e como Portugal depois de Lisboa... e paisagem :)

Tangerina disse...

Muito interessante a sua análise Sr. Noise, mas eu gostaria era de saber se o senhor sabe porque é que isso acontece.

T.

Bartolomeu disse...

Acontece... em mentes delirantes!

noiseformind disse...

Porque e que sera, in deed?

O tasco tem dono e os meus anos de escrever aqui longas dissertacoes pos-feministas ja passaram. Mas a falta de melhor que fazer nos proximos 20 minutos antes de nanar...

No ja vetusto ano de 1996 Phyllis Kernoff Mansfield publicava o seu "QUALITIES MIDLIFE WOMEN DESIRE IN THEIR SEXUAL RELATIONSHIPS AND THEIR CHANGING SEXUAL RESPONSE".
Uma especie de what woman want da queca.

Apesar de a premissa inicial ser sobre a meia-idade o estudo acaba por entroncar numa area da sexualidade denominada em ingles, (a falta de sexologos portugueses que escrevam sobre o assunto)Sexual Atitude Reassignement)

Nao me passou despercebido o abstract apresentado por William Stanton sobre este assunto no Congresso Mundial de Sexologia de Gotemburgo este ano, que se prolongou por todo o primeiro dia do ajuntamento. Alias, o texto da conferencia refere, a paginas tantas:


Mediterranean women, exotically portrayed in literature and films, are nowadays the heirs of a long lasting tradition of self-constriction and self-anulation on sexuality. The way a Portuguese or an Italian woman will discharge any way of measurement of their counterparts sexual performance as very deep roots into a patriarchal system that places the woman as receiver of man affection, protection and desire.


Se eu quisesse ser um pouco mais assertivo, diria mesmo que o facto de a Professora Maria Helena Matarazzo ser ser neste momento o standard do discurso sexologico luso, quando acabou de ser jubilada em Gotemborg precisamente para encerrar o ressurgimento do relativismo sexual face ao estabelecimento de standards afectivos, explica uma especie de dormencia sexual lusa. Se eu copy pastar para aqui frases de livros da Professora, muitas trinto/quarento/cinquentonas vao dar saltinhos das cadeiras e benzer-se pelas suas escolhas de vida:


"É por isso que, às vezes, o encontro acontece da cintura para baixo, mas não da cintura para cima (ou vice-versa). As pessoas que ficam embriagadas por esse delírio numérico - quantos parceiros, quantas vezes por semana fazem amor, qual a intensidade do orgasmo - correm o risco de transar por transar, deixando de lado os sentimentos.

É provável que quem quiser saciar a fome sexual a qualquer custo acabe comendo qualquer coisa, sem sentir o gosto."

Ora o problema e que o acompanhamento constante de individuos independentes em busca desta "divinopolis" (expressao tb criada por Materazzo) revelou que estes individuos se encontravam insatisfeitos ao nivel da sua situacao corrente mas satisfeitos ao nivel do seu funcionamento sexual ordinario. Ou seja: o que toda a literatura analitica digna de nota nos diz desde meados dos anos 90 e que as pessoas que teem sexo mais intenso teem uma media superior de parceiros a media da populacao e auto-identificam-se como insatisfeitas quanto a sua performance POREM apresentam-se como MUITO MAIS SEGURAS face a mesma.

noiseformind disse...

O que fez com que nos ultimos anos se tracasse um paralelismo entre o feminismo e a satisfacao sexual. Nos paises onde as mulheres teem mais direitos, como a Noruega ou a Finlandia, as mulheres aparecem sistematicamente nos estudos sobre direitos percepcionados como menos satisfeitas que mulheres de paises com maiores assimetrias de direitos, como o Butao ou Portugal. O termo slaves defending slavery pode aqui ser usado sem qualquer problema. De facto, quanto menos consciente e uma mulher dos seus limites animicos sexuais, menos tendencia tera em questionar-se sobre o seu posicionamento em termos de desempenho.

Ao longo dos ultimos anos, varios estudos teem sido publicados nos Archives of Sexual Behavior demonstrando que o prazer das mulheres, apesar de complexo, assenta a sua complexidade EM ASPECTOS MECANICOS E SEQUENCIAIS do acto sexual e da REGULARIDADE com que o orgasmo e provocado pelo parceiro da mulher.

Kaura M. Carpenter e a sua equipa, teem publicado, sistematicamente nos ultimos 15 anos, artigos que demonstram que e essencial que o parceiro da mulher esteja predisposto a colmatar os seus esforcos coitais com o ciclo de excitacao da mulher, que e em 80% dos casos, multi-orgasmica.

Enquanto que a consciencia para a situacao das mulheres multi-orgasmicas tem sido levantada cada vez mais intensamente em termos de estudos internacionais, em Portugal a questao continua alegremente fora sequer do discurso mais desbragado daquela alma ignorante que faz "programas de sexo" e cujo nome me recuso a mencionar mas que termina igual aquela modelo americana.

Carol Darling tem sido, juntamente com Pere Font em Barcelona e a sua equipa do Instituto para a Familia e Sexualidade, exemplar a demonstrar que as mulheres multi-orgasmicas nao possuem, per se, nenhuma vantagem comportamental em termos sexuais face as mono-orgasmicas e que facilmente a ausencia de consciencia sexual e posicao de igualdade de exigencia de desempenho face ao parceiro elimina o potencial enorme desta valencia sexual.

Em Portugal, os "sexologos" (ou como eu costumo dizer """""""""sexologos""""""""") ainda nao ponderaram sequer fazer um congressozito que fosse para trazer a lume o misero desempenho temporal dos homens portugueses, a sua completa dissociacao de praticas nao-penianas e a total ausencia de processos de equidade no discurso da dissatisfacao femea, ciclicamente atribuida a disfuncoes comportamentais, historicas ou fisiologicas.

E tenho dito... vou para a cama que e quase 1 da manha.

noiseformind disse...

PNF... que e esta merda de n se poder escrever mais de 4096 caracteres??????????????????? Amuei...

noiseformind disse...

E ja que estamos a bater nas ceguinhas e nos ceguinhos...


A multicenter, 8-week, observational study of men with and without PE was conducted in 5 European countries (France, Germany, Italy, Poland, and Britain).[9] A total of 1115 men and their female partners participated. Male subjects recorded IELT (timed by stopwatch held by female partners) after each event and completed a 5-point scale, 4-question item measure (control of ejaculation, satisfaction with sexual intercourse, personal distress, and interpersonal difficulty due to PE). The mean and median IELT for men with PE was 3.3 minutes and 2.0 minutes, respectively; for men without PE, times were 10.0 minutes and 8.8 minutes, respectively. Men without PE reported significantly better control over ejaculation and satisfaction with sexual intercourse and significantly less personal distress and interpersonal difficulty. These results demonstrate that IELT distributions are different for men with and without PE but that there is some overlap. This study also shows the reliability and validity of the 4-item patient-reported outcome measures and emphasizes that IELT is not the only parameter that should be used for the diagnosis of PE.An interesting study looked at the understudied female perspective on men with PE.[11] Interviews with women who have partners with PE from Australia, Spain, and the United States revealed that women clearly recognized how frustrated, anxious, and annoyed with themselves the PE men were. Yet, these women were reluctant to bring up the subject of PE for fear of making the situation worse. Often, women did not disclose their feelings of dissatisfaction, usually reassuring their sex partners that they had enjoyed the experience. These women also highlighted the fact that investigators often incorrectly focus on orgasm as an endpoint to success instead of general pleasure from the sexual encounter. Surprisingly, these women commented that none of their male partners recognized the pressure that was placed on them to have an orgasm. Further study of the nature of the frustrations and dissatisfaction experienced by women living with men afflicted by PE is warranted.

(minha gente... quando se pensa que a actividade media de uma multi-orgasmica equivale a 45 minutos de pratica sexual... e se diz que um gajo com 8 a 10 minutos de coito e um gajo NORMAL... o mundo esta perdido... ai esta, esta)

Tangerina disse...

Muito obrigada pela explicação, Sr. Noise.


Já agora, para quem não sabe:

PE - Premature Ejaculation

IELT - Intravaginal Ejaculation Latency Time


:-)


T.

Bartolomeu disse...

Acerca desta matéria não me vou pronunciar, a tese de doutoramento apresentada pelo nosso amigo "ruído pá cachola" derreia toda e qualquer argumentação desviante do sentido que se queira dar ao ato (segundo o novo acordo ortográfico).
Contudo, quero assinalar que estes três gladiadores, «Crescens Spartacus e Ártemis» ocuparam demasiadamente o espaço pertencente ao Prof. J.M.V. com questão divergente da original. Esse fato (de acordo como novo acordo ortográfico)merece uma reparação, por mim deixo desde já o convite ao «dono» do blog para almoçar, quando ele se deslocar a terras da moirama ké kumo kem diz... a Lisboa.

Zoe disse...

deixar a vida em suspenso é desolador, mas ver o destino decidido numa fracção de segundo é arrepiante. match point.

Anónimo disse...

Viver entre aspas é muito pior.

magnolia disse...

olá
preciso urgentemente de uma consulta sua. por favor. por favor. estou a deixar a vida - inteira - entre parênteses rectos.

Mateso disse...

mas caro prof, não somos maus a matemática? dizem...
abraço

thorazine disse...

Professor,
já viu o video do seu "colega" Manuel Pinto Coelho denominado "A droga de Sócrates"?

http://www.youtube.com/watch?v=M29dfjU6NZs

Não sei se já viu, e nem sei qual é a sua opinião sobre o assunto mas é inadmissível que, em primeiro lugar, se utilize ideologias políticas para passar uma mensagem que deveria ser do interesse da saúde pública e em segundo lugar, que essa mensagem seja completamente deturpada e lançada para um público intelectualmente indefeso dos programas da manhã.

Fumar, seja o que for, bem não faz. Isso ai é do conhecimento geral. Mas não é a demonizar e manipular a informação que se consegue lutar contra o "flagelo da droga" ("a droga" essa entidade com vida própria com características virais!) Como é que é possível utilizar o QI para estudar o impacto que a canabis tem num ser humano? Este parametro não é variável de pessoa para pessoa, cultura para cultura, idade para idade? Fui procurar o tal estudo : "Current and former marijuana use: preliminary findings of a longitudinal study of effects on IQ in young adults". Como já disse, apesar dos meus conhecimentos de psi sejam praticamente nulos, não acho o QI um parametro com significado cientifico para uma comparação. Depois, na conclusão do estudo poderá lêr-se: "..showed an average decrease of 4.1 points in current heavy users (p < 0.05) compared to gains in IQ points for light current users (5.8), former users (3.5) and non-users (2.6)." Ou seja, um consumidor light tem um aumento maior de QI do que um não consumidor, e visto isto, consumir canabis de forma moderada aumenta o QI (o que eu tb não me acredito!!).

Dizer que a droga de há 10 ou 20 anos era mais "fraca" que a de hoje é uma enorme falácia! Se é mais perigosa? Sim, é! Simplesmente porque há mais procura, logo a oferta aumenta, existindo um maior numero de adulterações. As substancias são as mesmas, e canábis é a mesma, só que leva mais adulterantes. Feitas as analises à resina de haxixe foram encontrados adulterantes tóxicos cancerisnos (como PVC, tolueno, benzeno, madeira, borracha...e até vestigios de fezes de animais!). E isto acontece simplesmente porque não há um mercado regularizado de canabis. O que se estuda hoje em dia não é os efeitos da droga X mas o efeitos da droga X + adulterantes!

Eu faço parte de um projecto de drug testing em contextos festivos, e afirmo-lhe já que o meu maior medo não são as drogas em si, mas a quantidade de substancias tóxicas que os dealers juntam para fazer peso. Já foram encontradas amostras de erva pulverizadas com chumbo para lhe dar peso.

O que este senhor, Manuel Pinto Coelho, anda a fazer é um atentado aos técnicos de redução de riscos e deveria ser chamado à atenção logo em primeiro lugar pelos seus colegas, visto que anda a disseminar barbaridades científicas!

PS- Malta, continuação de boas férias!!

j. manuel cordeiro disse...

Ah tem um blog, já vou vasculhar :-)

Su disse...

estraho..............
desperdício, pois


jocas maradas

Su disse...

ok esqueci o "n" ..por ler tanta "femIa" ops e macho que é bicho de cornos:)
sem pachorra para palavras ocas

mau feitio, o meu, eu sei...............

Cê_Tê ;) disse...

Visão impressionista da "coisa".
Boa nôte. ;)

Unknown disse...

help me please

LadyAnt disse...

hi. de tanto se esperar viver algo que seja necessário partilhar com outrém, espera-se demasiado. e os dados rolam, intrepidamente e sem magia. que se viva sim. mas é pouco não se viver inteiro... porque só se é inteiro na partilha.

de que felicidade se fala aqui? de que vida?

estou lenta, peço-vos perdão...


suaves beijos, daqueles que ainda sabem a vida... mas que valem apenas na partilha :)

lobices disse...

...abreijossssssssssssssss

Principe Encantado disse...

Gostei muito do conteúdo de seu blog, você esta de parabéns.Gostaria de saber
se existe interesse em trocar nossos links, se sim deixe seu recado em meu mural.
Te espero por lá, ok?
Felicidade! É inútil buscá-la em qualquer outro lugar que não seja
no calor das relações humanas... Só um bom amigo pode levar-nos pela mão e nos libertar.
Abraços forte

LadyAnt disse...

hummm... continuo um pouco lenta. mas estive atentamente a ler os ultimos posts do noise... interesting, very interesting. mas n cheguei a conclusão nenhuma quanto à minha sexualidade em especifico, do que retirei dos posts :( terei algum problema de que não esteja ciente????

agora fiquei preocupada!!! sou parte duma percentagem.... mas atenuou qqr coisita "ver" o thorazine :))))

um beijo para todos e tal ... vou-me considerar sempre à margem das percentagens e ser feliz assim e tal... noise: posso não ser percentagem????

****** fui ali ver o rapaz lindo que cheira a pó de talco do bar novo pah .... 20 aninhossssssssssssssssssss tão lindo aiaiai não sei porque é que ele se atrapalha todo quando me serve o café com adoçante... espalha-me os adoçantes todos por todo o lado ... já pensei se o problema será das minhas feromonas rsrsrsrrsrsrrsr

LadyAnt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fora-de-Lei disse...

"Mais valem duas vidas na mão do que uma felicidade a voar."

ERRATA: o pior é quando uma (só) vida se transforma em (quase) nada...!

andorinha disse...

Ó amigo e companheiro:)

Já tinha saudades tuas...
As férias foram fixes?
Fizeste muitas asneirolas?:)

Cristina Fernandes disse...

Quando pensamos que temos a vida numa das mãos, ela sabiamente sabe o sentido a seguir...
Parabéns pelo seu blogue que desconhecia.
Abraço
Chris

Tânia Magalhães disse...

Ora boas! Depois de ler este post tenho mesmo que vos sugerir a visita ao seguinte blog: http://angelaescada.blogspot.com/
Prosurem o post cujo título é:Crescer é mesmo opcional.
E, já agora passem Na Brecha e no Nutrição em Prática

Su disse...

profffffffffffffffffffff
não sei se sabe............

eu estou já em setembro---


entendido???

ok !!!!!!!!!!!!!!!!! :)))))))))


jocas maradas

Cê_Tê ;) disse...

Boa noite.

Nem um postezinho sobre o Benfica?!?!?!?!

Professor: está bem? ;P

Cê_Tê ;) disse...

Se, nas proximas horas, não houver um novo post sobre o Benfica... ALGUÉM TOME PROVIDÊNCIAS:P
Mas que vão pé-ante-pé não vá o prof. estar a viver num qualquer paraiso terráqueo. ;P

Bogas disse...

Como a pessoa que faz o dado rolar (sim, sou croupier...) e vê a sorte e o azar nas caras dos mortais, devo dizer que, como dizem no outro lado do Atlântico, "atingiu o prego na cabeça"...

Obrigado pela leitura

Isabel disse...

Tantas vezes que se espera por nada, que nos desgastamos por menos ainda!... às vezes, é preciso um estalo de realidade para nos lembrarmos de relativizar!

Unknown disse...

Dr. Júlio, à falta de melhor veículo uso este para lhe exprimir os meus pêsames pelo falecimento de sua mãe. Porque também já perdi a minha (conheço o sabor dessa côdea!); porque gosto muito das canções que a Maria Clara nos deixou; porque sou seu ouvinte fiel nas manhãs de Domingo.

Um abraço solidário!

Vítor Monteiro Santos
Condeixa-a-Nova
eiradopovo@iol.pt

Anónimo disse...

Receba um beijo dado com o coração.

Fora-de-Lei disse...

Caro Professor: os meus sentimentos!

andorinha disse...

Deixo-lhe um beijo com muita ternura e um abraço solidário.

Sara Veiga disse...

Um abraço...

Anónimo disse...

Um enorme beijinho.

Anónimo disse...

Doutor, estou aqui a entrar, para lhe manifestar desta maneira, o meu profundo pesar pelo falecimento da sua querida mãe.
Embora nunca a tenha conhecido, a não ser pela TV e pelas canções, a notícia da morte da Maria Clara deixou-me bastante amargurado. Posso dizer-lhe, com os meus 66 anos, que a sua linda voz é uma das vozes da minha vida. Que Deus lhe dê o lugar que Ela merece.
Antonio Cardeira - Cuba (Portugal)

goncalo disse...

Caro Prof:

Aceite os meus sentimentos.Quando soube hoje da notícia,lembrei-me do programa do Malato, onde se comoveu com a homenagem que fizeram a sua mãe. Abraço

Cê_Tê ;) disse...

Deixo aqui "aquele abraço" a adiinhar mail entupido.


(Desatenta... eu.As minhas desculpas)



(eira do povo, obrigada)

Mas volte professor. Faz-nos falta.

Cê_Tê ;) disse...

Deixo aqui "aquele abraço" a adiinhar mail entupido.


(Desatenta... eu.As minhas desculpas)



(eira do povo, obrigada)

Mas volte professor. Faz-nos falta.

A Menina da Lua disse...

Oh Professor os meus mais sinceros sentimentos...
Clara é um lindo nome de mulher mas ganha outra dimensão quando se lhe correspondeu na elegância, na beleza, e principalmente, tenho a certeza, na bondade de coração...
Posso imaginar o que sente!

Abraço

Anamar disse...

Professor soube agora da morte de sua mãe, quero dizer-lhe que lamento e deixar-lhe aqui os meus mais sinceros pêsames.
Um forte abraço e força que o momento é de grande dor, eu sei por infelizmente já ter passado pelo mesmo.
Ana

ASPÁSIA disse...

E de súbito desaba o silêncio.
É um silêncio sem ti,
sem álamos,
sem luas.

Só nas minhas mãos
oiço a música das tuas.

Eugénio de Andrade


Professor, um grande abraço.

Leonor

Sandra disse...

É mesmo assim, infelizmente. Mas penso que todos somos assim, "pré - ocupamo-nos" muitas vezes sem necessidade e tenho sempre a sensação de que vivemos mais vezes no passado e no futuro do que propriamente no presente. Que desperdício...não há dúvida.
Fiquei contente de o encontrar no mundo virtual. Gosto muito de o ouvir falar, de ler o que escreve.
Quando o ouvi a 1ª vez na rádio - " O sexo dos anjos", fiquei deliciada, não perdia uma única emissão, sentia a sua paixão pelo que fazia em cada palavra. Hoje ouço-o falar e fico igualmente deliciada...a paixão existe mas deu também lugar a uma maturidade de discurso que aconchega.
Fica o convite para uma visita ao meu blog: http://sandrablogwithaview.blogspot.com/
Obrigada
Sandra