domingo, março 28, 2010

Porque foi publicado no Expresso de ontem, já o posso "guardar" aqui.

A férrea doçura de minha Mãe transformou os Machado Vaz em satélites agradecidos. Marido, filho e netos habituaram-se à opinião firme e não cortante, a apoio certo mas jamais incondicional, ao colo acolhedor e contudo sempre temporário, ela não permitia que a sua força atrasasse o futuro de ninguém. Quando o primeiro bisneto nasceu, embalou-o com o enlevo que reservava a todas as crianças, mas já não o reconheceu como herdeiro e fiel depositário da lenda familiar.
O meu Pai sofreu o primeiro enfarte e a Mãe disse, com envergonhada firmeza: “se morrer, apenas fico por tua causa e dos meninos, a vida sem ele não faz sentido. Desculpa”. Abracei-a em silêncio, nada havia a desculpar - eu fora testemunha, fruto e voyeur invejoso de um árduo amor perfeito durante cinquenta anos. Quando a velha dama risonha cantada por Neil Young tentou de novo seduzir meu Pai, a vida dela rendeu-se ao horror permanente de o perder: vigiava-lhe passos, queixas, esgares e mesmo a sesta, inventava pretextos para o acordar porque lhe parecera demasiado quieto e a cabeça, derrotada, pendia sobre o peito. Como a fina inteligência!, após o segundo enfarte ele baloiçava entre a venerada lucidez e um estado confusional embrutecido, que o deixava frente à televisão em permanente e cego zapping. Enquanto o jornal amado permanecia virgem ao alcance da mão, de súbito analfabeta….
Eu abria a porta e perguntava como se sentia ela, que de imediato me chamava à (sua) realidade com um “como achas o Pai?” sem réplica possível. Entretanto, e sem eu saber, começara a perder-se na rua e a gerir o quotidiano à custa de papelinhos e aflitos regressos a super-mercados, oficialmente decretados meros esquecimentos. E o filho psiquiatra, obediente, observava-o a ele… Até que um dia reparei no seu cabelo e percebi que minha Mãe mudara, a palavra desleixo não constava no seu vocabulário. Ofereci-me para a levar ao cabeleireiro – “ele fica sozinho”…, “estou cá eu, um dos rapazes leva-te”…”não, deixa-me”. Aos gritos de raiva, face escondida nas mãos, choro convulsivo, como pudera ser tão néscio?
E à terceira foi de vez, o seu homem partiu; num sofrimento que envergonhou a Medicina, ela aconchegava-lhe os lençóis, “o Pai ainda se constipa…”. Quando lhe dei a notícia, uma calma estranha invadiu o quarto e expulsou o delírio em que vivia, disfarçou a ordem de pedido, “levas-me?”. Perante o meu olhar atónito beijou-lhe a testa e velou-o com a minha entre as suas mãos, afiançando-me que ambos trataríamos de tudo “para proteger os meninos”.
Todos fomos sendo esquecidos, talvez pelo esforço titânico para o manter a ele algures. E um dia as costas endireitaram-se, nos olhos faiscou de novo aquele verde que me assustava e enternecia, “por favor, ajuda-me a acabar com isto”. Pedia auxílio e consentimento, era incapaz de trair, “fico por tua causa e dos meninos…”. Não consegui e ela regressou às catacumbas do cérebro. O corpo resistiu doze anos, o espírito há muito que se juntara a meu Pai. Agora, espera-me em Cantelães. Onde lhe reencontrarei o colo. E bálsamo para a culpa não culpada que ainda sinto. Só ela o pode fazer, “vem, menino”. Abrindo sorriso e braços, lá onde repousa - no meio das (outras) flores.

49 comentários:

Teka disse...

O professor escreve como ninguém! Obrigada por esta partilha tão ternurenta e tão sua.

Henrique Dória disse...

Um abraço forte pela sua mãe, e por si.

Anónimo disse...

Em nome do Pai,
da Mãe,
...do Pablo Neruda,
e dos gayzinhos.
Ámen.

O Benfica está em estado de graça mas vem aí o Liverpool. O grande saber do Benfica nesta época foi ter seguido as minhas recomendações... Eu bem tinha dito que o Yebda tinha mais jeito para filmes porno; e que as suiças do Quique não me tinham impressionado. Daí o Ramires e o Jesus, sagaz mas um bocado agressivo.

A custo zero, o Benfica não trocava o Jesus pelo Pellegrini. E o Braga não trocava o Domingos Paciência pelo Carlo Ancelotti. O que prova que os treinadores portugueses daqui estão ao nível dos treinadores das equipas milionárias.

Anónimo disse...

obrigada pelo exemplo de lucidez o corrijo o blog onde espero colocar as próximas fotografias http://air-inside.blogspot.com

Ana Paula Carvalho disse...

Sou coordenadora da Saúde Escolar de um agrupamento de escolas e gostaria de saber da sua disponibilidade de visitar a nossa Escola no Nordeste Trsansmontano e participar numa actividade.

Cê_Tê ;) disse...

Prof.
Não sei se o sentiu mas quando eles "partem" uma responsabilidade monstruosa abate-se sobre "nós" - e é como se ficassemos com uma Nau nas mãos a navegar numa esfera de mar imprevisivel que engoliu o horizonte e a Terra à rectaguarda.
E olhamos impotentes para a nossa gente que navega na nau descansadamente como o fazíamos nós no passado!
aquele abraço
CêTê

andorinha disse...

Nem sei bem o que dizer...
Textos desta natureza deixam-me quase sempre sem palavras, como sabe. Em vez de dissertar sobre eles, prefiro senti-los.

"Agora, espera-me em Cantelães. Onde lhe reencontrarei o colo. E bálsamo para a culpa não culpada que ainda sinto. Só ela o pode fazer, “vem, menino”. Abrindo sorriso e braços, lá onde repousa - no meio das (outras) flores."

Realço este excerto. Achei-o particularmente belo, ternurento e esperançoso.

Em Cantelães confraternizam as diferentes gerações: a sua mãe, o Júlio, os seus filhos e netos.
Ao contrário do que já escreveu, a ponte está a ser construida com alicerces bem seguros.

Um beijinho e fique bem:)

MS disse...

... uma das coisas que mais gosto em si! Esse amor a seus pais, de modo intenso a sua mãe, que o acompanha, permanentemente...
Muita ternura, muita sensibilidade, muita saudade, tanta ausência sentida!

A Menina da Lua disse...

Professor

Muito intenso e tocante este seu texto! e claro que tambem me remeteu para as minhas semelhantes porem pessoais lembranças.

De repente fez-me lembrar uma doce e antiga canção "Que reste t il de nos amours", agora cantada por a cantora Stacey Kent que eu aprecio particularmente.

Aqui fica à laia de presentinho:)

Um abraço

http://www.youtube.com/watch?v=hF9FSX0kqr0&NR=1

Rosa disse...

Professor Como eu gostaria de algum dia receber das minhas filhas uma tão bela manifestação de ternura! Cada vez o admiro mais. A sua grande capacidade de transmitir todo o amor que sente pela sua familia é coisa de outros tempos! E não pense que me estou a lembrar dos seus belos 60 anos. Agora que já tenho 71 permito-me dizer que quando o oiço penso que o Professor é o tipo de homem que toda a vida procurei.E brincando, sem ofensa,o Professor continua a ser um belo gatarrão pachorento.Não se zangue. Já tenho idade para dizer estas tolices.Gosto muito de si e nunca me esqueço de ouvir as suas conversas com a Inês.Até sempre!

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
thorazine disse...

"Quando lhe dei a notícia, uma calma estranha invadiu o quarto e expulsou o delírio em que vivia, disfarçou a ordem de pedido, “levas-me?”

A minha avó contou-me que quando o avô dela morreu a avó sentou-se numa cadeira no quarto, à espera. Comia sopa que praticamente era água e só falava no amor dela - ele.

Há uns anos eu tirei esta foto: http://lixografico.blogspot.com/2006/09/vivemos-agimos-e-reagimos-em-conjunto.html#links

O meu avô já morreu há muitos anos, mas a minha avó muito tempo passou a olhar por esta janela. Sabem o que se vê se espreitarmos por lá? O caminho que vai dar ao cemitério.

No entanto o tempo passou, o neurologista diz que ela não tem alzheimer mas que tem "o cérebro cansado". Passa os dias colada ao monitor, como se a TV a induzisse num trance shamanico. E às vezes fala de quando era pequena e não almoçava para comprar pirolitos, das suas viagens por África, da revolta que sentiu por querer ir estudar Matemática e porem-na a fazer contabilidade na padaria da família..sempre do passado, onde eu acho que ela encontrou o seu mundo onde pode ser feliz!

thorazine disse...

Rosa, nem sempre as melhores manifestações de ternura são tão "escancaradas", feitas de palavras bonitas que se pode encontrar num livro qualquer. Às vezes o ternura está nos momentos..não é? :)

Bartolomeu disse...

Penso que não existem fórmulas de vida, nem de acitação da morte.
Contudo, trata-se de dois processos naturais que, conscientemente deveriam ser aceites com o sentimento de missão cumprida.
Missão no aspecto em que cada um de nós, nascerá provávelmente com a sua muito definida e "registada".
Contudo, vivemos com a sensação de que o nosso "percurso" é definido pelas nossas acções e pelo nosso livre arbítreo, pela nossa consciência, mesmo quando percebemos que uma "mão invisível" nos conduz, para onde acabamos sempre por ir, seja ou não, o lugar que desejamos.
Penso ainda que, neste percurso que nos é dado percorrer, são "colocados" "modelos" orientadores, sejam eles familiares ou não, que irão contribuir para ajudar a "moldar" o nossos carácter, a nossa personalidade, a nossa forma de entender o mundo e de nele nos colocarmos.
Seria tudo muito engraçado se nos encontrássemos confortávelmente sentados no sofá da sala, assistindo ao filme da nossa vida.
O buzilis é que fazemos parte integrante do filme e quase sempre, é-nos entregue o papel de actor principal, o que faz com que tenhamos de representar a nossa parte sempre sob a responsabilidade de não nos enganarmos nas "deixas"
Oque é fo...., lixado, tramado, e assim...

Maria disse...

Que lindo doutor! Lindo o amor de seus pais, lindo o seu amor por eles.
A minha eterna Maria Clara, a doce "Costureirinha", a Sra. Dona Maria Clara, tinha na voz, a ternura dos anjos e era-o. Conheci-a desde sempre. Hoje, com 65 anos, ainda às vezes trauteio as canções que lhe ouvi. Minha mãe adorava-a e admirava-a. Gostei de ver como o filho fala dela. E tem razão. Ela estará sempre à sua espera.
Mando por si, um beijo e a saudade que me inspira.
Maria

thorazine disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
thorazine disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
thorazine disse...

And now, something completely different:


Já há algum tempo que tinha andado à procura, sacado e visto este documentário. Agora, reparei que ele está desde 2002 disponível na integra no youtube, e voltei a revê-lo. Quando comecei a ouvir e a ler sobre a historia dos Weatherman a princípio fiquei um pouco confuso, não sabia muito bem o que pensar. A primeira ideia é que a violência só gera mais violência, e que não é forma mais eficaz de combater uma guerra.
No entanto, deixei-me abrir a outra perspectiva: o início desta segregação do SDS (Students for Democratic Society) foi no fim da década de 60, quando já milhões e milhões de pessoas do "peace movement" tinham feito muito e nada tinha acontecido. Manisfestações, vigílias e festivais com milhões de pessoas não sensibilizavam os líders. Havia uma urgência em mostrar aos americanos o que era a violência, o que era a destruição: quando se vê tantas imagens de guerra na TV ficamos num transe que nos desconecta, "aquilo" tanto pode ser verdade, como pode fazer parte de um filme (tal qual como hoje os ataques bombista, sempre que ouvimos a notícia de mais um - é isso mesmo, só mais um.)
Os Weatherman nunca provocaram morte a terceiros, as únicas vítimas foram 3 membros do próprio grupo no rebentamento acidental de uma bomba [há o caso do assalto de Bricks que apesar de ter tido cúmplices ex-weather está relacionado com outra organização, o M19CO] . Os atentados que eles fizeram foram sempre a edifícios públicos e símbolos da resistência, onde verificavam meticulosamente que não haveria ninguém por perto que pudesse sair lesionado do rebentamento. Não eram "home terrorists", a intenção não era matar ninguém. Era sim despertar a atenção da américa do que era a violência, era mostrar o que os próprios americanos estavam a fazer no Vietnam, onde mataram cerca de 5 milhões de pessoas, onde civis eram mutilados, estropiados, violados, e mortes, sem dó. Fui dar uma vista de olhos nas biografias dos principais líders do movimento, e todos eles são e sempre foram cidadãos activos, tendo papeis importantes na educação, direitos fundamentais, liberdade, etc.. Por exemplo Bill Eyers em 68 foi parte fundamental na criação de uma Summerhill School na sua comunidade, parte do "free school movement", em que o objectivo não era formar os alunos competitivos entre si mais fomentar a cooperação, educados na liberdade e livre arbítrio. Aos 21 anos foi nomeado director dessa escola. Entretanto, depois de se ter entregue à justiça depois da guerra ter terminado, tem tido um papel activo na reforma da educação na América, sendo considerado em 2008 cidadão do ano e condecorado pelos seus trabalhos no âmbito da educação. Não estou a justificar as suas acções, eles próprios admitem que em muitas situações podia ter sido mais inteligentes e melhores revolucionários.

No entanto, na minha maneira de ver actual, foi mais uma forma de luta, da mesma forma que sempre que olho para o meu tio ou alguém que esteve na guerra colonial a matar pretos tento justifica-lo, pois fez o que tinha de ser feito, com o que tinha à mão.

Fez-me pensar muito que nem tudo é linear, aliás, nada é linear.

Se alguém tiver oportunidade e paciência de ver o documentário todo e vontade de comentar, era fixe.. :)

http://www.youtube.com/watch?v=LV7GSff4fIA

A Menina da Lua disse...

Thora

Bolas! O documentário é enorrrrrrrrrrme!:) não consegui ir até ao fim :(

Pois! penso que a história tambem é feita de movimentos de contestação e guerra...

A questão de haver grupos de marginais ao sistema que se movimentam por ideais é perfeitamente admissível o problema é quando eles o fazem duma forma violenta ou seja utilizando actos e comportamentos que escapam ao controlo e à segurança das pessoas "inocentes" e que inclusive eles se dizem supostamente defender...

Em princípio um sistema democrático deve garantir espaço para a indignação,para a contestação e a revindicação sem haver necessidade de se entrar em esquemas de guerrilha e ainda muito menos armada e violenta que pode rápida e internamente cair em controlo radical, autoritário e de valores arbitrários, dependentes das personalidades e carácter de quem os lidera.

Não existe pior perigo do que o Poder ou a Justiça cair nas mãos da arbitrariedade de vaidades ou meros egoísmos mesmo que disfarçados.

Quanto à questão da sensibilização às pessoas, penso que a defesa convicta, generosa, e libertária de valores em anti violência tem muito mais possibilidades de criar impacto e interiorização nas pessoas do que a mobilização para ódios, vinganças ou destruição e como grande exemplo disso temos o caso do Gandi.

A violência será sim mais rápida e circunstancialmente eficaz mas não permanece... o que permanece e orienta o ser humano será sempre tudo aquilo que verdadeiramente valoriza e deseja e a paz é uma delas...

A Menina da Lua disse...

Thora

Gostaria ainda de acrescentar que no fundo o que eu lhe queria dizer é que apesar da sua jovem idade e (talvez?) com toda a generosidade de pensar, o faz acreditar ou pelo menos pôr-lhe a dúvida que na luta a favor dos direitos humanos tudo vale... mas acredite que nem todos os meios justificam os fins pois violência é violência venha ela donde vier.

thorazine disse...

ameninadalua,
se não viu o fim perdeu uma das partes, para mim, mais importantes, em que os intervenientes se rendem física e emocionalmente.. :)

No entanto, é verdade, violência so gera violência. Sou maravilhado pelo Ghandi e pelos seus feitos através do ahimsa e acho que em muitos casos tem muito melhores resultados que a violência.
Mas, pondo o caso, e se alguém da minha "família" andasse a matar pessoas indiscriminadamente, não usaria eu a força física para deter essa pessoa? Após todas as tentativas de diálogo falhadas, não seria a força uma opçao? Como alguém diz no documentário, quando pessoas que são nossas representantes (que vão lutar em nome do nosso país, o qual nós acreditamos) andam a estropiar, torturar, violar e matar e nós nos sentamos no sofá impávidos e serenos (talvez apenas a pensar "que desgraça") - não é isso também uma forma de violência?
Não esquecer que mais de 10 anos se passaram (toda a década de 60) cheias de manifestações de paz, amor e flower power, e a guerra no início da década de 70 continuava a ser um banho de sangue. Por cada dia que passava, mais injustiça e mais dor se causavam. Mandela só conseguiu o que conseguiu porque formou guerrilheiros e o próprio Luther King referiu que a luta armada era uma opção para os não sensíveis a métodos pacíficos.

É um tema delicado, e a mim até me faz confusão eu estar a defender isto. Mas é a conclusão que chego: deixar os "nossos" provocar dor nos outros é o mesmo que sermos nós. :S

Anónimo disse...

Infelizmente só as catástrofes naturais nos unem.

Anónimo disse...

ou um eclipse do sol :(

Anónimo disse...

tudo o resto tem que ser negociado :S

andorinha disse...

Thora,

Vi tudo até ao fim. Sou uma heroína:)))

Como é que se pode comentar um documentário de hora e meia aqui no blog???
Quando muito pode-se esmiuçar alguns aspectos que achemos mais pertinentes.

Quanto aos Weathermen foram um grupo de jovens universitários, contestatários, aguerridos, que procuraram libertar os EUA do capitalismo e pôr fim à guerra do Vietname.
Utópicos,como são normalmente os jovens.
Atenção, isto não é uma crítica, é apenas a análise que faço depois de visualizado o documentário.

Tinham uma ideologia muito pouco consistente, tinham propostas absolutamente irrealizáveis.
A parte "boa" da coisa foi a acção, o não quererem ficar em casa, o pensarem que tinham que ter uma atitude interventiva.

Usaram, muitas vezes a violência de uma forma gratuita; não acho que partir montras e coisas do género sejam necessárias. Penso que isso até se tornou nrgativo para eles não eram assim que poderiam fazer vingar as suas ideias e eventualmente cativarem mais pessoas

Outro aspecto com que não concordo, foi a ideia mil vezes repetida de que quem ficava em casa era forçosamente um cúmplice do regime, alguém que era conivente com ele.

Reconheço aos Weathermen ( grupo que eu não conhecia) a vontade de mudar as coisas, de lutar pela concretização dos seus ideais, enfim, todo o entusiasmo que os jovens( alguns)imprimem às suas causas.

Mas eram imaturos, não tinham consistência ideológica. Tanto assim foi, que logo que terminou a guerra no Vietnam se dispersaram e o movimento morreu. Nada mais os ligava.

Faz parte da juventude ser contestatária, irreverente e pensar que podem mudar o mundo:)

Fizeram coisas positivas, valorizo sempre quem luta por causas, abandonando por vezes a família para lutarem por objectivos para o bem comum, muitas vezes até pondo a vida em risco.

É preciso coragem para o fazer, mas a luta por um ideal é superior a tudo isso.

Aprecio muito mais estes jovens do
que os jovens de hoje que são muito pouco interventivos, que se-estão marimbando para eventuais injustiças, para quem o colectivo nada diz. O que importa é ter o último gadget da moda e "tásse bem".
A única excepção que conheço, és tu:)
Já estou a divergir do caso em discussão, mas não consigo cingir-me só a ele, é superior às minhas forças:)

Ainda voltando aos jovens de hoje, vi há pouco na SIC algumas entrevistas com professoras que já foram alvo de violência física e psicológica.
Uma das professoras referiu que numa turma, um aluno do 12º ano de
Matemática achou por bem aconselhá-la a dar-lhe uma boa nota para passar no exame porque assim o pai oferecia-lhe um carro( a ele, não à professora):)
Perante isto nem é preciso dizer mais nada.

Miúdo, desculpa o testamento, só agora me apercebi da extensão disto.

andorinha disse...

P.S. Gostei muito do comentário da senhora que disse que se fosse agora faria o mesmo, corrigindo apenas alguns erros cometidos.

Não é necessário justificar a participação do teu tio na guerra.
Os soldados que partiam eram carne para canhão.
Como tu dizes, ele fez o que tinha de ser feito. Não tinha alternativa.

Anónimo disse...

:)

bea disse...

Senhor Professor

"um árduo amor perfeito". Não seria eu capaz de me lembrar de dizer tão completamente a imperfeição do melhor amor. O Senhor Professor foi um sortudo por respirá-lo. Um dia li num conto tradicional que uns meninos que foram levados para a floresta iam deixando migalhas de pão no caminho para poderem voltar. Mas os pássaros comeram-nas. E perderam-se mesmo. Como o que neste caso ficou não são são migalhas, não há o risco de desvario absoluto. Por isso, responsabilidade é agradecimento pelas pedrinhas/flores que os pássaros não comem e ajudam na rota.
Os meus cumprimentos

Anónimo disse...

just fear ;)

lobices disse...

...UMA PÁSCOA FELIZ COM MUITOS ABREIJOS...

isabel disse...

[ e podemos ir ao jardim ? ver cheirar e sentir... tudo isso ? ]


*


Hoje, lembrei-me que podia ser tão divertido se o Murcon tbm estivesse no FB ~~

Unknown disse...

É tão lindo lê-lo...
Obrigada!
Uma Santa Páscoa!
MH

Anónimo disse...

Keep cool! Abreijos, abraços e uma boa Páscoa para Todos.

Anónimo disse...

A esperança nunca morre. Obrigada pelo seu espaço de aconchego e catarse :).

fiury disse...

Boa Páscoa a todos!

Cê_Tê ;) disse...

Uma Boa Páscoa para todos.
;)

Com folares ou 100! ;P

fiury disse...

cêtê

isso depende do padrinho:

http://www.youtube.com/watch?v=e0LZ_Xeg6dc&feature=player_embedded

hi hi hi

Sylvia Beirute disse...

belo;)

Cê_Tê ;) disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Cê_Tê ;) disse...

@fiury,;))))) a brincar a brincar...
Só falta, casar-se no Santuário de Fátima, vestido com a camisola do Di Maria, tendo a criançada de acólitos (tipo voto de confiança ;P).

Se não fosse portuguesa, era capaz de lhe achar piada. Pergunto-me o que os estrangeiros acharÃO de um povo como o nosso... Devem achar-nos uma provincia Italiana.

E, francamente(!), desilude-me quem põe a rolha. ;[[[

(Tu não voltes a picar-me fiury ;P)

fiury disse...

cetê

foi o que eu pensei: a brincar, a brincar, o plano de entreter até os mais iluminados mas apaixonados pelo futebol,até faz sentido.

aguarda pela minha próxima picada:)
só tu me compreendes :))))

quem será o godfather? hi hi hi

deve ser um qualquer daqueles que já cerrava os lábios e franzia as sobrancelhas nas fotografias da primeira comunhão:)))))

bj
Boa Páscoa.

disse...

A Páscoa significa, para mim, nascer para uma vida nova! Que ela nos seja dada a todos em abundância:)

Santa Páscoa, Professor!

Tangerina disse...

Júlio,


Quando é que se decide a apoiar a candidatura do Fernando Nobre à Presidência da República? ;-)


Tanger IN A Blue Sky

Anónimo disse...

http://www.youtube.com/watch?v=9DhEiD6iVYs

thorazine disse...

andorinha,
concordo com quase todo o teu comment.. (o que é raro!!! :P )

Dedicated to all short people: http://www.youtube.com/watch?v=1NvgLkuEtkA&feature=player_embedded#

andorinha disse...

Thora,

Não é tão raro assim.
E sem o "quase". Havemos de chegar lá.:)))))

Jinhos, miúdo.


BOA PÁSCOA, malta.

Branca disse...

Por muita falta de disponibilidade, tenho passado por aqui menos vezes, mas ainda bem que hoje encontrei este texto, do qual saio comovida.
Não me esqueci que um dia prometi mandar uma fotografia igualzinha a alguns momentos do vídeo ali ao lado.
Tantas vezes ouvi a minha mãe cantar as canções de Maria Clara, algumas vezes também passava ali ao fundo do seu blog para ouvir e ver o vídeo que agora está na barra lateral, também porque me lembrava a minha infância, tudo tão igual naquela praia, foi junto àquele paredão do Molhe que aprendi a nadar e quando vi o vídeo aqui ao lado, intui o segnificado da sua mudança de lugar, embora não soubesse logo da notícia da partida de sua mãe.
É enternedor este texto e bem significativo da força de carácter e da dedicação desta linda e talentosa senhora
Deixo um abraço de ternura.
Branca Pinto

Cereja disse...

Sei do que fala.

Também o corpo de minha mãe esteve comigo vários anos depois de ela me ter deixado. Um tempo que eu jamais conseguirei traduzir em palavras.

Congratulo-me, por isso, com as boas notícias do seu post de 6 de Abril.

Cumprimentos.

Alice P.

Su disse...

amei ler...por tudo.....pelos sentires, pela vida


jocas maradas