sexta-feira, outubro 03, 2008

Melancolia.

A ausência de liberdade de voto na bancada do PS, no que ao casamento de homossexuais diz respeito, não me surpreendeu, o que é triste e preocupante. Admitamos que ela existia, qual seria o resultado prático? Uns votariam contra por convicção; outros por considerarem necessário um debate social prévio - posição que respeito - e o tema não constar do programa do partido na campanha eleitoral; outros por saberem que "lá em cima" esperavam que o fizessem; outros refugiar-se-iam na abstenção; e outros votariam a favor. Alguém acredita que o projecto de lei passaria? Assim, nem sequer por razões da famosa real politik a decisão se justifica. Quanto a "não andar a reboque de ninguém" é um argumento inacreditável, pressupõe não apoiar as boas - ou más! - ideias dos outros pela simples razão de virem..., dos outros! Estranho conceito de democracia:(.
Para alguém da minha geração, foi especialmente doloroso ver Alberto Martins como rosto e voz do processo, pela sua importância no imaginário de tantos universitários. Das catacumbas da minha lúcida cobardia, consegui às vezes imaginar-me capaz de pedir com ele a palavra, para escândalo horrorizado e fugitivo de um Presidente da República filho da mais despudorada batota eleitoral; mas recuava perante a simples evocação das consequências, era do contra dentro dos limites do meu comodismo burguês. Ficou a admiração grata pelo seu acto, pois não se tratou de simples gesto.
Por isso busco refúgio pobre na convicção de que, passados quarenta anos, este episódio lhe deixa um sabor amargo em boca e memória. E reforço outra, que norteou ao longo de uma vida a minha intervenção política e cívica - nunca poderia ser um homem de partido. Considero obscena a disciplina de voto em matérias como esta, a lealdade não pode viver à custa do suicídio da consciência.

44 comentários:

thorazine disse...

HOMOSSEXUAIS JÁ PODEM CASAR DESDE QUE SEJAM DO MESMO SEXO.

"À luz da legislação em vigor não há nada que impeça o casamento entre um gay e uma lésbica". O primeiro-ministro desdramatizou assim a questão e adiantou ainda uma data para os preços dos combustíveis em Portugal acompanharem a queda do preço do petróleo:"os preços da gasolina e do gasóleo vão baixar proporcionalmente com o barril de petróleo quando dois homens puderem casar nos Jerónimos e o Elton John tocar Candle in The Wind no Carrilhão do Convento de Mafra". DM

in Inimigo Público. :)

Coming Up: EMIGRANTES QUE QUEIRAM VOTAR TERÃO DE ENVIAR VOTO PARA "AUGUSTOSANTOSSILVA@GOV.PT"

CêTê disse...

Há muito que vivemos numa ditadura. Se o PS voltar a governar- (este PS) então o 25 de Abril foi em vão. Tem sido em vão.

Nunca pensei que pudesse assistir uma máquina de propaganda governamental no meu país, como à que podemos assistir! Manipulação feita com o silêncio conivente dopado alienado e indiferente de tantos...

Tenho vergonha se ser portuguesa deste Portugal.

Temo pelas novas gerações de "engenheiros" que iremos desenformar- com diploma e sem mérito nenhum.

As escolas estão em pausa- estamos todos a cozinhar os tais objectivos em vez de estarmos a preparar as estratégias e a ensinar. A qualidade de ensino aposto que NUNCA FOI TÃO BAIXA.
Mas havemos de passar todos com a faca no pescoço. Mas um dia os pais nos darão razão- aqueles pais a sério que sabem educar os filhos, Estou quase a pensar passá.los mesmo a todos. Que conclusões constariam nos relatórios dos Observatórios Internacionais da Qualidade do Ensino? ;)))))) Borá lá: disciplina de passagem para todos os alunos....

(desculpe professor ter-me deitado aqui no seu "sofá")
bfds

andorinha disse...

Já nada me surpreende neste triste "PS".
Excelente post.

"Considero obscena a disciplina de voto em matérias como esta, a lealdade não pode viver à custa do suicídio da consciência.

Apoiadíssimo!:)
Mas quem tem consciência hoje em dia? Eles vendem-na, ela tem um preço...:(

lobices disse...

...100 % de acordo com o seu post
...um bom fds

...abreijos

andorinha disse...

Bom dia.

De fugida...

Cêtê,

APOIADÍSSIMO!
Subscrevo tudinhoooo.

Também eu tenho vergonha de ser portuguesa deste Portugal.

CrisTina disse...

Onde estão os ideais que estão subjacentes aquando da criação de um partido politico? Nos nossos dias os valores/desvalores e as opções partidárias são norteados por motivos económicos, por chavões vendáveis e geradores de votos.
Como devemos educar os nossos filhos? incutir-lhes valores éticos e princípios, correndo o risco de serem cilindrados pela realidade humana actual, ou ensiná-los a serem cataventos que rodam em função das conveniências?

Gonçalo Rosa disse...

"Não haverá coisas mais prioritárias para discutir?"...

...já ouvi disto q.b. e pergunto-me se não podemos discutir esta e outras questões "menos prioritárias" enquanto discutimos as outras? E já agora... "menos prioritárias"? Para quem? Para os homossexuais que desejam casar? Talvez não...

Não passa mesmo de uma racionalização daqueles que continuam a entender que teem que impor o seu código ético aos outros...

1 abraço,

Gonçalo Rosa

yes! my love! disse...

«HOMOSSEXUAIS JÁ PODEM CASAR DESDE QUE SEJAM DO MESMO SEXO.»

Thora,

penso que falta ali um NÃO;

- HOMOSSEXUAIS JÁ PODEM CASAR DESDE QUE NÃO O FAÇAM COM PESSOAS DO MESMO SEXO!

assim como os bissexuais, com pessoas de sexo diferente do seu!

Mas, no dia em que o actual conceito for alargado aos homossexuais,

nada impedirá que se possa começar a defender o casamento entre mais de duas pessoas,

e se o elemento fundamental é o amor e a vontade de constituir família,

não tardarão interessados em formar casais de três ou quatro cônjuges, a querer exercer o poder paternal em conjunto etc

até porque melhor do que ter um pai e uma mãe, ou duas mães e dois pais, só mesmo ter três ou quatro, a viver na mesma casa, e a dividir tarefas e encargos ~~

pensando bem (?) e aproveitando a ministerial dica ;)

duas lésbicas, e dois gays, podem casar entre si e passar a fazer vida em comum :))

isto só visto!

Luís Alvarenga disse...

Eu prometi (há muito, muito tempo)que nunca mais "escrevinhava" sobre política, mas o seu texto professor...
Pois é, quem viu o A.M. em Coimbra e o vê hoje...ironicamente vê a cara do regime!!!!
Para aqueles que como eu tiveram a "felicidade" de conviver e ouvir a voz de quem cantava: "...

Vi minha pátria na margem
dos rios que vão pró mar
como quem ama a viagem
mas tem sempre de ficar.
...
Mesmo na noite mais triste
em tempo de servidão
há sempre alguém que resiste
há sempre alguém que diz não.

Também não ignoro que o autor da poesia disse mais ou menos isto: há coisas mais importantes para discutir.

Também nunca consegui ser um elo de uma qualquer cadeia partidária!
Diacho que estou a falar de política!

cabecinhapensadora disse...

Desânimo deve ser a palavra mais próxima deste desacato. Lembro-me do Zeca e do Adriano a cantarem na faculdade a troco de nada, do anfiteatro cheiinho, de tanta vontade de tudo diferente. E como é que a montanha pariu um rato assim?! Por mais que o professor Eduardo Lourenço explique, não se entende o abismo da amplitude

José Cavalheiro disse...

Oh! Dr.
Desde que vi o José "Lello" a enviar o recado á sua camarada, dele, de peartido para mudar de ares partidários só porque não concorda com o rumo politico do partido, nada me causa admiração neste partido que á muito tempo deixou de ser de esquerda,
Gostei deo reve.
Fique bem

Nuno Guimas disse...

"nunca poderia ser um homem de partido"...
Por isso é que nunca foi e (lamento afirmá-lo) nunca será ministro :); mas será para sempre uma pessoa de elevado carácter, o que é infinitamente melhor.
Sempre achei ridicula esta aproximação à política (que o PS pelos vistos defende acérrimamente)em que o individuo se confunde com um robot programável para afirmar e opinar exactamente aquilo que o programador quer. Isso poderia comparar-se por analogia com o que faço no meu trabalho todos os dias codificando sequências de bits para uma máquina estúpida, oca e sem humanidade executar tarefas.
Se isto basta para ser politico de sucesso em Portugal, então enviarei com gosto o meu portátil para uma qualquer bancada da assembleia da república por troca com a respectiva remuneração mensal de que os deputados usufruem.
;)

Canseiroso disse...

E lembram-se dos rostos ressequidos do Alentejo?
Dos heróis anónimos que inspiraram os trovadores?
Lembram-se da fome de homens, mulheres, crianças que hoje são doentes, por sede de rendição?
Sabem quem são os heróis alentejanos?
Vocês continuam a ser a vossa negação!
Burgueses, de estimação!!...
Revolução sempre!!

JFR disse...

Tenho opinião concordante quanto a esta decisão do PS. Julgo-a inteiramente justificada, à luz do que é o habitual procedimento de todos, repito, todos os partidos. Todos eles desejam e quase sempre impõem – por decisão explícita ou implícita – essa vontade. Claro que isso é muito fácil e, publicamente, pouco perceptível, quando executado pelos partidos mais pequenos (BE, CDS ou PC). Para o PS e PSD é muito difícil. Logo, ao assumir a não liberdade de voto para os seus deputados, o PS abandona uma situação hipócrita e assume as consequências políticas dessa sua atitude. Ganha pontos, pela sua clareza. Mas, os ganhos não ficam por aí. O PS, sabe que o tema é suficientemente polémico para não agradar a todos os seus potenciais votantes. Não está interessado, por oportunidade política, a discuti-lo neste momento. Sente que o BE, apresentou a proposta para, apenas, tentar tirar proveito político de uma pseudo-liderança do tema, sabendo que a posição do PS seria contra, neste momento. Ou seja, ambos estão pouco preocupados com o casamento de homossexuais, mas sim com o seu próprio casamento com os votos. Tal como o PSD ao dar liberdade de voto. Ou o PC, ao ocultar a sua aversão à homossexualidade.

Outro aspecto que não considero de somenos, é o do compromisso com os seus votantes. Num país de políticos sérios, os partidos em que militam devem ser capazes de expor de forma clara e prévia às eleições, todos os temas importantes que farão parte da sua acção e qual a sua posição. Não apenas os económico-financeiros ou deles dependentes. Também os ambientais, da educação, da saúde, da justiça, sociais, etc.. Ora, o casamento de homossexuais, é sabido, é muito importante. Não pela questão em si – Portugal continuará, seja permitido ou não -, mas pelas opiniões conflituosas existentes na sociedade. Por ter em atenção o compromisso com os seus eleitores – algo que, infelizmente, não seguiu em várias outras ocasiões e temas – o PS merece parabéns por esta decisão.

Quanto à disciplina de voto, porque não sou político, também considero um objectivo partidário que não ilustra o conceito de democracia representativa. Não apenas para este tema. A consciência de um cidadão, não se pode suicidar. Nunca. Esteja em causa a matéria orçamental, a avaliação dos professores, o casamento dos homossexuais, etc. Mas, a disciplina de voto existe e muito por culpa do sistema eleitoral existente. E, tem sido evidente que as tentativas de o mudar têm tido a oposição feroz de CDS, BE e PC. Desgraçado do deputado destes partidos que não siga a orientação que os seus órgãos de direcção definem.

Acrescento o seguinte: aceito a regularização da ligação homossexual. Daria prioridade à melhoria legislativa da figura “União de Facto” e aí enquadraria a união entre pessoas do mesmo sexo. Mas, se for possível adaptar em Direito a figura “Casamento”, criada para as uniões entre pessoas de sexo diferente, não tenho nada contra. Só não gostaria, que o poder legislativo viesse a aprovar algo que, a propósito do casamento de homossexuais, abrisse “habilmente” a porta, à adopção por casais homossexuais. Isso, sim, consideraria obsceno.

Alexandre Júlio disse...

Parabéns Professor!

Pela sua coerência, capacidade de sintese e clareza de pensamento.

Há muito que sou seu admirador, passo por aqui em silêncio, mas hoje não resisti.

É de facto uma vergonha, um governo manietar de tal forma pessoas e meios de informação!
Foi de facto doloroso ver Alberto Martins, como rosto e voz do processo, o Zeca e o Adriano devem ter dado uma volta de indignação no seu tumulo!

Estes actos fazem-nos ter vergonha de ser portugueses, e cada vez mais pensar que não vivemos em democracia, mas sim numa ditadura dos média imposta por uma maioria autoritária, sem escrupulos.

Bem haja professor.

yes! my love! disse...

"Diacho que estou a falar de política!" Frank Verlag

pois... está :)

yes

A Menina da Lua disse...

Ponho algumas dúvidas que o casamento entre homossexuais faça grande sentido e penso igualmente que mesmo ao ser permitido legalmente, muitos dos casais não o realizariam. Os valores associados ao casamento e que nos assistem culturalmente, tais como ter filhos e todo o ritual comportamental ligado ao casamento que sempre foi heterossexual, pode estar ainda na cabeça de todos nós mesmo na dos homossexuais.

Esta situação não justifica contudo nem pode justificar que numa sociedade que se diz democrática onde todos mas todos temos de ter espaço para ser, que não deva garantir a tendência evolutiva ao direito de opção para quem o desejar. Depois de se ter dado o grande passo de assumir legalmente a homossexualidade, a sociedade deve permitir e garantir que o espaço de liberdade e opção de escolha seja igual para qualquer tipo de relação que se tenha.
Trata-se no fundo dum preconceito sentido à semelhança do que aconteceu no passado ainda muito próximo em que havia uma forte condenação por parte da sociedade aos elementos de casais que abandonavam o casamento para irem "viver em pecado" com outros.

Mas e tal como refere o JFR (com o qual estou de acordo em muitos dos seus aspectos aqui abordados) "Daria prioridade à melhoria legislativa da figura “União de Facto”, pelo menos por agora enquanto e tal como diz ainda o JFR os vários partidos políticos "estão pouco preocupados com o casamento de homossexuais, mas sim com o seu próprio casamento com os votos." :(

Professor

"Considero obscena a disciplina de voto em matérias como esta, a lealdade não pode viver à custa do suicídio da consciência."

Pois! tambem concordo em pleno mas pelos vistos, os senhores deputados têm flexibilidades mentais cujos elásticos são como as pilhas duracel, não duram mas esticam...esticam ...esticam!! :))

Fora-de-Lei disse...

"Por isso busco refúgio pobre na convicção de que, passados quarenta anos, este episódio lhe deixa um sabor amargo em boca e memória."

Engana-se, Professor. Alberto Martins não é diferente - por exemplo - do Governador do Banco de Portugal, que tem a lata de nos dizer que os portugueses ganham muito, quando estabelece ordenados escandalosos para ele próprio. Não se iluda... isto é tudo gente que já vendeu a alma ao diabo há muito tempo.

Quanto ao tema do post, em si, é giro ver tanta gente indignada com a posição do PS sobre os casamentos da rabichanagem e não ver ninguém preocupado / revoltado com a Lei Geral do Trabalho que aí vem...

Até na questão dos "casamentos gays", a discriminação social é latente. Ou será que ainda ninguém viu que o casamento entre pessoas do mesmo sexo é relevante apenas para os maricas ricalhaços ? Ao fim e ao cabo, que interesse tem este tipo de "casamento" para um qualquer "paneleiro de urinol" que pouco ou nenhum dinheiro tem para deixar seja a quem for ?!

Julio Machado Vaz disse...

Meu caro FDL,
O casamento não está "soldado" a heranças. E quanto a "paneleiros de urinol", devo dizer-lhe que conheço muitos machos latinos que vão lá para ganhar umas coroas! É caso para perguntar quem realmente vende as suas convicções morais, não acha? E não me venha com o privilégio das "questões fracturantes", as leis do trabalho lixam pessoas sem olhar a orientações sexuais:(.

martagaspar disse...

Olá, Júlio.

Gostava tanto de ser esclarecida por si em tanta coisa!!!
Tenho mais de 70 anos e muito para contar, mas receio meter a pata na poça.

A senhora sua Mãe era a minha rival porque meus primos, mais velhos que eu, diziam:se tu cantasses como a Maria Clara eras perfeita...

Fora-de-Lei disse...

"... as leis do trabalho lixam pessoas sem olhar a orientações sexuais."

Ora nem mais. Daí eu achar que as chamadas "questões fracturantes" não devem merecer - neste momento - qualquer privilégio em termos de calendarização legislativa. Mas esta minha posição não vem na linha da daqueles que pretendem adiar sine die a discussão dos casamentos gays. É apenas uma questão de foco pessoal.

Ao contrário, é José Sócrates - precisamente aquele que usa enviesadamente o argumento das prioridades - aquele que mais contente fica com a inclusão do tema "casamentos gays" na presente agenda política. É que enquanto o pau vai e vem, as costas folgam...

Quanto à outra questão por si abordada - a das coroas ganhas indignamente - perdoe-me a minha arrogância intelectual, mas sou obrigado a considerá-la um mero fait-diver.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, o casamento é um contrato económico; e se o casal tiver filhos, então os filhos entram no contrato económico e vêm os abonos, etc.

O casamento em si não tem nada a ver com o sexo. O que tem é elas (as pessoas) estarem a viver juntas. Mas como não precisam de se casar para isso.

Para além do contrato económico, claro que também temos um carácter simbólico que é atribuído ao casamento mas que é puramente virtual, é o quereres te acreditar que ao casar atinges o último degrau do amor ou coisa parecida (isso é prazer puramente virtual). Em segundo lugar, temos também uma estratégia de status social. Digamos que um casal casado provoca mais excitação em muitas pessoas - é uma forma de ficarem excitadas, a de verem um casal casado! É uma forma de entretenimento, também! (Sendo a "última forma" o swinging.)

Agora é fácil. Se os gays querem casamento, querem "União Económica de Facto Gay", com vantagens económicas.

O simbólico aqui passa a ser igual. E o entretenimento provocado no meio é micro - é só na comunidade gay que causa entretenimento. Ou então é mesmo negativo, ou seja, enjoo, repugnância ou nojo. Portanto, o status diminui sempre.

A questão meramente simbólica. O simbólico é virtual, é uma questão de organização puramente interna. Isto não é nada. Mas pode-se fazer um registo na própria sede da associação de gays e lésbicas. Vão lá, dão os dados pessoais e ficam simbolicamente registados como casados - se é que isso tem algum interesse.

Agora, a questão dos políticos é diferente. A este "fenómeno" eu dou-lhe o nome de "tesão homofilofóbico". A questão é que o sexo não é só sexo, mas convívio e sexo. E portanto, aqueles políticos homens ao conviverem uns com os outros estão a ser obrigados a um convívio homofilo, daí que possam sentir uma maior necessidade de negar essa homofilia de convívio, assumindo valores opostos.

Julio Machado Vaz disse...

Martagaspar,

Obrigado pela ternura:).

FDL,

Claro que lhe perdoaria a arrogância, mas seria arrogante da minha parte fazê-lo:). Mas aproveito com gosto a sua expressão: quando a orientação sexual for um fait divers no que ao definir uma pessoa diz respeito, tudo será mais simples!

Julio Machado Vaz disse...

Martagaspar,

Obrigado pela ternura:).

FDL,

Claro que lhe perdoaria a arrogância, mas seria arrogante da minha parte fazê-lo:). Mas aproveito com gosto a sua expressão: quando a orientação sexual for um fait divers no que ao definir uma pessoa diz respeito, tudo será mais simples!

Fora-de-Lei disse...

Julio Machado Vaz 7:16 PM

By the way, amanhã em Matosinhos é que não pode haver arrogância de espécie alguma... ;-)

thorazine disse...

yes,
yes, u r right! Foi transcrito de jornal numa mão e outras coisas na cabeça..:)

"Claro que lhe perdoaria a arrogância, mas seria arrogante da minha parte fazê-lo:)." Isto é comentário-tipo assembleia!! :D

O FDL é daquelas pessoas (ou nicks!!) que tem o dom de me transportar para o limbo: devo aceitar o seu direito a uma opinião diferente ou devo espanca-lo (que na e-linguagem pode significar muitas coisas) visto que o seu tipo de ideias prejudicam pessoas que estimo? Penso sempre o mesmo sempre que aperto a mão a um amigo, que apesar de ser extremamente inteligente, é racista. :|

JFR,
viu a reportagem que passou na RTP a semana passada sobre filhos que foram criados por casais do mesmo sexo?

Acho que se confunde muito as pessoas homossexuais com a cultura gay!

thorazine disse...

PAra quem não viu a reportagem aqui está: http://ww1.rtp.pt/multimedia/index.php?tvprog=20716&idpod=17599&formato=flv&pag=recentes&escolha=

(Basta fazer copy/paste do URL :)

martagaspar disse...

Voltando atrás, meti mesmo a pata na poça, com um comentário nada dentro do tema em questão. Mas já agora dou a minha opinião, se mo permite: Cada um de nós é dono de seu corpo e faça com ele o que bem entender. Quanto a casamento no papel, isso é da conta dos legisladores. E ninguém sabe o que pode ou não sair de cabeças medíocres.Se os Hetero, hoje em dia se«amigam», como se dizia nos anos 50, os Homossexuais que saem do armário simplificam a coisa desse mesmo modo. Que interessa o papel?
Noite de Paz para o Professor e sonhos maravilhosos. Aceite 1 beijinho.

Julio Machado Vaz disse...

FDL,

Se não nos esfarraparmos vai dar asneira:).

andorinha disse...

Li todos os comentários e só posso dizer que alguns continuam a entristecer-me bastante.
Mas enfim, é este o país que temos, em que as mentalidades custam a mudar cumócaraças:)

Thora,

Entendo-te, chavalo:)
O FDL é um gajo que nos irrita com os 'disparates' que diz, mas com o qual até nos damos bem porque me palpita que por detrás desse nick até está um gajo porreiro.
Mas é um osso duro de roer, isso é!:)

Júlio,
"Se não nos esfarraparmos vai dar asneira:)"

Por amor de Deus!
Não comece já a agoirar...
Eu não era nada supersticiosa, mas até já estou a ficar:)

Vamos ganhar, carago!
Homens de pouca fé......:(((
:)

yes! my love! disse...

"as leis do trabalho lixam pessoas sem olhar a orientações sexuais:(." JMV

tendo em conta que as entidades patronais, também são pessoas ~~

não podia estar mais de acordo ~~

ah e quanto aos machos latinos que ganham umas coroas a fazer uma coisa que lhes dá prazer, isso só vem reforçar a minha tese :) da bissexualidade masculina ser tão natural ;) como a heterossexualidade feminina; ãfinal dá tanto jeitinho haver homossexuais necessitados destes machos latinos ~~

Fora-de-Lei disse...

thorazine 8:30 PM

"Penso sempre o mesmo sempre que aperto a mão a um amigo, que apesar de ser extremamente inteligente, é racista."

Mas a mim também podes apertar-me a mão à vontade. Embora saibas de antemão que eu tenho a particularidade de ser contra qualquer tipo de Pride, seja ele Gay ou White... ;-)


andorinha 11:29 PM

"O FDL é um gajo..."

ERRATA: Senhor Gajo

Maria Isabel Pedrosa Branco Pires disse...

Gosto da hipocrisia "se forem homossexuais de sexos diferentes podem casar".
Este país é hilariante!

Anónimo disse...

Na verdade, o "macho latino" não existe, é um mito!

Eu vou provar que o macho latino não existe. Uma demonstração simples. E começa com um exemplo do mundo animal.

Então está um ursinho quala num galho duma árvore, ele é o macho dominante. Aproxima-se uma fêmea, quer fornicar com ele, o macho dominante - que é o equivalente ao macho latino! Ele está pouco interessado. Entretanto um segundo macho vê a recusa do outro, e também a sua oportunidade. Sobe na árvore e vai-se chegar à fêmea. O macho dominante - que estava muito calminho -, fica então furioso e salta para cima do pretendente, dá-lhe uma boa carga de porrada, fazendo o pretendente fugir. Agora, o macho dominante está mesmo nervoso e salta para cima da fêmea para fornicar com ela à força...

Portanto, se não fosse o outro macho, o dominante não tinha tido tesão.

Aí está, o verdadeiro macho latino é aquele que precisa de bater num outro gajo para ficar com mais tesão. Logo temos uma contradição, precisa de homens para ter tesão...

É básico!

LR disse...

Aqui no Murcon, ao menos, há liberdade de voto...
Portanto, digo - pelo menos - que não estou com a vaga.
Acho até que esta matéria dos casamentos homossexuais iria ser como é a história dos divórcios a pedido: uma histeria de "moda política", uma precipitação, um capricho, por parte de quem não pára um segundo para auscultar e pensar na sociedade que o rodeia, e na sua realidade.
A verdade é que não me espanta. Há muito que o governo se alheou e borrifou de alto na dita sociedade.

Estamos portanto na era do puro voluntarismo.

Sobre isto, limito-me a citar o Filipe Nunes Vicente (que é a favor), no Mar Salgado
(A Agenda dos Costumes)
...
Para mim nada de requintes, mas apenas os saberes de que a cidade precisa, ensinava Eurípedes.
...
Prefiro a expressão livre dos cidadãos ao lançamento de búzios, tal como escrevi no post anterior ( I). O assunto é trivial? Não será o mais premente dos temas, mas define uma orientação cultural e uma tradição social; e ainda que o casamento seja hoje pouco mais do que um ritual tauromáquico, existem questões de igualdade a observar bem como definições do papel do estado a considerar. Também é verdade que o referendo permitiria discutir a importância da família tradicional, coisa que não me parece ser um assunto trivial. Longe disso.
Não somos mais nem menos do que os californianos e alguns políticos-gelatina e hiper-inteligentes estão a precisar de adquirir solidez e simplicidade

...
Independentemente das opiniões, que se desajam livres, gosto quando se ''pega o toiro pelos cornos''.

Grande pega!!!

Anónimo disse...

Caro Júlio: só tem vocação para carneiro quem já nasce carneiro. Às vezes veste a pele do lobo, mas uma sintética e de má qualidade que acaba por escorregar.
Eu continuo sem perceber porque é assim tão importante ser o "mundo" a decidir com quem passamos a "noite", quando é "de dia" que nos movemos entre o mal e o bem.
Não tenho vocação para carneira. Política não sei o que é. Cada qual que case com quem quiser.

Anónimo disse...

P. S. - Estou pasma! Então não é que desta vez encontro coments do Sr. Professor... Sim senhor, nada como um fdl para efeverescer o sangue!
Vá, isto assim é bem mais interessante, vê-lo debater-se por opiniões que são as de muitos. Eu sei que nos rouba um tempinho precioso, mas também nos alimenta o espirito, certoS!

Ó Xelim's Skull... então vieste daqui. É melhor eu passar a perceber os comentários ao meu blog, senão continuo em veto administrativo. (desculpe Prof. Machado Vaz, usar o seu espaço para um recadito...)

Stranger disse...

Não me envergonho nem envergonharei nunca do meu País! O meu País eu amo. Já os que o (des)governam há muito que perderam o meu respeito.
Este cheiro a "mofo", esta falta de liberdade, este querer andar para trás NÂO PASSARÁ!
Ele é a ASAE, ele é os inquéritos aos recém casados e agora quem quiser fazer "queixinhas" on line (olha o requinte) contra os Professores já pode ir ao site do IGE!
E o "governo", tem livro de reclamações?

Esta bufaria (perdoem-me a palavra mas não me ocorre outra)esta falta de vergonha não pode ficar assim! Não é isto que eu quero para o meu País!
E se pensam que nas próximas eleições não estou lá caída, desenganem-se! Estarei à porta prontinha e de caneta em mão logo de madrugada!

lobices disse...

...em boa verdade vos digo que o pior ainda está para vir..........
...
...abreijos, entretanto...

Fora-de-Lei disse...

susana 1:17 AM

"Sim senhor, nada como um fdl para efeverescer o sangue!"

Então diga-nos lá porquê...?

Unknown disse...

?

cabecinhapensadora disse...

O governo quer ser naturalizado democrático hasteando uma bandeira de. É mesquinho que a bandeira seja o casamento entre homossexuais. Como é mesquinha a disciplina de voto. E as finalidades desta posição, ao contrário do que possa parecer, não dignificam a causa.
Os portugueses são um povo melancólico, disse um dia uma realizadora francesa; e não é porque o tenha dito, mas somos. Também o Outono traz alguma melancolia. Mas o desânimo e a impotência são dados factuais e oxalá não se constituam apenas como uma diferença de grau. Podem ser a diferença. E a Esperança pensa-se a verde porque, como as ervas do chão, renasce:)))

Anónimo disse...

Fdl: o prof Machado Vaz ainda me põe fora do blog se eu continuo com estas conversas cruzadas… Desta vez quem leva um arraial de porrada sou eu!
O que eu quis dizer é que as suas opiniões mexem com a sensibilidade do Prof. M. Vaz ao ponto de ele lhe responder a uma série de coments. Pelo que tenho percebido, não é vulgar ele responder aos coments (o que é natural, dado o número e o tamanho da maioria) e se respondeu aos seus é porque, de certa forma, a sua mensagem o “agrediu”.
É só isto. Calminha, tá, que as mulheres do nuorte nunca se ficam!

carlos disse...

É doloroso ver alguém como Alberto Martins agir (pensar?)assim. Sei lá..."mudam os tempos, mudam as vontades"?