quinta-feira, junho 03, 2010
A última fronteira.
Este amor interesseiro que sinto por alguns amigos mais velhos. (Alguns, não todos, o facto merece reflexão aturada.) Protegem-me, são cercas de ternura farpada entre mim e a morte. Eu sei: os acidentes de viação às cavalitas do álcool ou dos telemóveis; os cancros - perdão!, doenças prolongadas... - tão previsíveis como as campainhas das slot machines; os quinze minutos de fama nos telejornais, porque alguém entrou num local que nem sequer frequentávamos e descarregou arma e raiva, etc... Não falo disso, mas do ciclo "natural" da vida. Oiço-lhes o riso e a vida parece eterna. Frustrante, mas eterna, pois não os vejo atacar tripas à moda do Porto e sangria, alheios ao mero pensamento de uma insónia enfartada? E contudo o amor sem adjectivos resiste ao oportunismo hipocondríaco. Deixo-os em casa e sorriso e aceno deles acompanham-me Boavista abaixo, não sei quem partirá primeiro, mas os que ficarem selarão um quarto nos seus corações.
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18 comentários:
Caro Professor,
confesso que este texto mexeu comigo. Não que os outros não mexam. Talvez assolada por determinado estado de espírito, me reveja assustadoramente nestas palavras.
Os caminhos que percorremos são, por vezes, irónicos. O ciclo natural da vida é maravilhoso mas pode ser igualmente doloroso. É injusto que tenhamos de assistir obrigatoriamente à degradação cruel dos que mais amamos. E o medo da perda, aliado à sensação de impotencia é, só por si, terrível.
Sempre convivi, socializei e me dei mais a pessoas mais velhas do que eu.
Este texto, recordou-me que a vida e esses 'amantes' são demasiado preciosos para correr o risco de banalizar e perder um só minuto que seja com eles.
Obrigada!
Abraço!
Professor,
ainda bem que é hipocondríaco, sabe- regula-lhe a gula (;))) e fá-lo apreciar os afectos de forma intensa.
Se o conforta não é o único aqui por estas bandas. ;P
Mas, como bem sabe, os males podem atacar a qualquer momento e eu sou de uma estirpe que preferia ser enterrada a enterrar os que mais amo.
beijo (hoje apetece-me ;P)
Bolas! Não tenho amigos mais velhos! Nunca tinha pensado nisto. Mas também é verdade que a morte vem quando vem. E de nada vale preferir isto ou aquilo. Amigos não têm idade ou têm sempre a mesma idade, que é nenhuma.Não os meço em dias, misturo os que já partiram sem partir, com os que andam por aí. E o egocentrismo da memória faz-me pensar que todos me são companhia.
Cumprimentos cordiais e obrigada pelo assunto
muito bonito
Bea, é verdade tudo o que escreveu. Mas às vezes é complicado - muito mais do que desejaríamos.
Abraços!
;)
com selo de ouro
porque sei que nada sei.
deixei o cão e o gato lá fora ;)
abraço eterno
rrrrccchhhhmmmnnnhhhhzzzzfffff
aster - laous
shhhhrrrrr
pronto!
Carpe Diem!
(São as emoções que pintam as palavras.)
"E contudo o amor sem adjectivos resiste ao oportunismo hipocondríaco."
O post vale por esta frase.:)))
Ao contrário do que acontece com a ? a maior parte dos meus amigos são mais novos do que eu, alguns posso mesmo dizer que são ainda umas "crianças":)
Confesso que já me tenho interrogado qual será a razão de isso acontecer. Talvez seja por a convivência com eles ajudar a preservar o meu lado "criancil" que tanto prezo.
Já tem acontecido num grupo de cinco ou seis pessoas ser eu a única chavala madura ( como me chama carinhosamente um grande amigo meu):) e irmos pela rua ou estarmos numa esplanada ou noutro lado qualquer e haver pessoas que me olham de soslaio pelas risotas e larachas que trocamos em voz alta.
Não ajo assim por desafio - seria idiotice - mas estou-me completamente marimbando para olhares desaprovadores.
Independentemente da idade podemos/devemos manter uma saudável maluqueira. Sabe tão bem!:)
Partilho muito a opinião da Bea, os amigos não têm idade,são amigos, ponto.
Andorinha; ;))) não será dificil seres a mais velha do grupo, convenhamos!;P
Pois eu, ao contrário de ti, costumo gostar de malta mais velha. Também gosto de pessoal da minha idade. Mas 10 anos mais velhos é a média. Têm aquela "pinta", aquele charme, aquela história,...
Cosigo entreter a miudagem e fazer figuras tristes com grande alegria e descontração sabe-me bem- talvez por gostar tanto desse meu lado catraio prefira os mais velhos. ;p
Com Amigos/Amigas costumo dizer que mais dia menos dias começa a consultar a necrologia para me ... animar, digamos LOOOOL
bjnhs
The last frontier, the ultimate goal of achievement, the undoubtable... Quero dizer, quero dizer... As reflexões paliativas: para uns, chocolates amargos; para outros, a real disappointment!
Também há aquelas pessoas, normalmente mulheres, que gostam de estar com - tcham, tcham, tcham, tcham - velhos e crianças, são, nesta minha definição, as denominadas necropedófilas.
Há gostos diversos, como é sabido.
Mas eu queria era falar da Bruna Real, e do professor Martelo (,agora de regresso à TVI).
Marcelo responde: a vantagem de Passos e as fotos da professora Bruna
As fotos da Bruna estão na net, eu vi... Fiquei no entanto com a dúvida se vi a rata dela ou um traço no photoshop. Mas também pouco interessa, o que conta é a intenção...
Mas quem é que compra a Playboy hoje em dia?! Com as mulheres todas nuas na net. Talvez as crianças de 10 anos, pelo comentário do professor Martelo... Aliás, a nudez de mulheres bonitas é acolhedora para as crianças.
No entanto, eu estou mais interessado em falar das preferências do professor Martelo. A minha análise conclui que o professor Martelo quando vai à praia prefere ver, por esta ordem:
1º peitos de homem (a indubitável preferência do professor Martelo)
2º crianças pequenas nuas (uma coisa que se acaba sempre por encontrar)
3º mulheres em topless
4º mulheres nuas
É claro que cada um faz a ordenação que mais lhe agrada. Eu, por exemplo, prefiro mulheres nuas. Enfim... atchim... são gostos...
as crianças divertem-se no jardim das delícias de Bosh ao som da Opus 21 de Mozart, jogam alegremente à cabra-cega :)
deixo mais uma moedinha para a slot.
pode ser que desta vez acerte no disco ;)
sorriso eterno
:)
BoOMm DiiiIAa
beijÚú
rrsssss
Ah!
http://www.youtube.com/watch?v=KUa1JA1oZQI&feature=related
:)
Cêtê,
"não será dificil seres a mais velha do grupo, convenhamos!"
Vai-te lixar.
:)Looooooooooool
Não me dás nenhuma novidade, quando estava a escrever, pensei isso mesmo:)))
Mas eu não disse que não gosto de malta da minha idade ou com uns anitos mais. Gosto, até porque têm um encanto e uma sabedoria muito próprios.
E olha, também sou hipocondríaca e a minha gula continua desregulada:(((
Jinhos...e ganha juízo:)
Sr.Prof.
Adoro todos os seus textos,mas este tocou-me por perto, trouxe lagrimas aos meus olhos, porque tenho 62 anos e sei o valor inestimavel das minhas 'velhas'amigas.Arrisco dizer que sao mais importantes que a familia, elas chegaram primeiro e a familia nao tem tempo nem esta interessada em conversas de sexagenarios.
Acredito que a solidao comeca com a perda desses amigos,pois um bocado de nos parte com eles.
'L'un de nous s'en ira le premier'como diz a Nana Mouskouri.
Obrigado Prof. por estes deliciosos minutos de reflexao, agradecimento e celebracao da amizade de 45 anos , entre 4 amigas!
Beijinhos.
MC
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