domingo, janeiro 09, 2011

Boa noite.

Em verdade vos digo: pensava que a campanha nunca deixaria o registo sonolento. Enganei-me, ei-la merecedora de outro adjectivo - pífia. Soube o Professor Cavaco Silva que beneficiava de um "preço de amigo", privilégio recusado várias vezes pelo General Ramalho Eanes? Que meio de comunicação obterá o ambicionado exclusivo com a secretária de Manuel Alegre que levou o cheque ao BPP? (Não o primeiro, o segundo, pós-transferência bancária, que por isso acarretou a declaração em IRS).
Mas os portugueses, Senhor, porque os castigais?

101 comentários:

andorinha disse...

Mas há alguma campanha???!

Para bem da minha saúde mental tento abstrair-me o mais que posso deste lodaçal em que vivemos.

Por que razão o Senhor nos castiga?
Ora...gente que não se revolta e não luta não merece outra sorte.

Anfitrite disse...

Cavaco manda-nos estar calados que é para a Alemanha e a França nos porem a pata em cima, e para evitar que outros países, como a Espanha, se vão abaixo e não lhes paguem o que devem. Por isso nós devemos ser o carneiro a imolar.
Este povo que sempre andou curvado e de chapéu na mão, assim vai continuar, e vai eleger a maior aberração da natureza, que nos envergonha cá e lá fora.
E já prometeu que pode dissolver a AR, que é para pôr lá o passinhos de coelho para fazer o que os senhores do dinheiro querem.
Este cavaco que desbaratou 108 milhões de contos, que recebeu em 1991, por antecipar, em três anos, a abolição das cláusulas de salvaguarda da Agricultura e Pescas, permitindo que produtos estrangeiros entrassem cá ao preço da uva mijona, porque deixaram de pagar direitos alfandegários. O que a Espanha e a França se riram com isso! Só que o dinheiro não foi para reconverter a Agricultura. Isto para não falar de todos os outros Fundos.
Por isso lhe fazem uns saldos. Mas quem cala consente.
Eu estou pronta para votar em qq um menos neste, que sacode a água do capote, e ainda critica as leis que promulga. Que vergonha! Homens e Mulheres deste país tenham brio, ergam a cabeça. Não fiquem em casa, (podem ficar os que só conheceram o salazar e os que só pensam nos seus interesses).

Não é o Senhor que nos castiga é a ignorância a que este povo foi submetido toda a vida.E os mais novos agora pensavam que ainda havia àrvores de patacas e que tinham direitos adquiridos para toda a vida.

Anfitrite disse...

Ah, esqueci-me!

Não anulem os votos, porque isso não conta para nada. É isso mesmo: nulo. Não beneficia nem prejudica ninguém, apenas altera a abstenção. E também não votem em branco. Há muito sítio disperso por esse país, onde sorrateiramente, alguém pode preencher, e há sempre quem se engane nas descargas nos cadernos.
Quem vos diz isto é alguém que, enquanto o serviço não era pago, sempre esteve diposta para ir para as mesas de voto.
Agora, que já se recebe uma rica ajuda, como se fosse um membro camarário, já os sovinas e os jovens filhos dos políticos enchem as mesas.
Pensem bem.

bea disse...

Não posso deixar de concordar com a Anphy e a Andorinha. Talvez o povo mereça. Ou não. Mas nada ou muito pouco do que se passa no mundo é consequência de merecimento.Votar em branco ou não votar, neste caso, é quase crime. Afinal é a única forma substancial de podermos opinar.
Boa semana a todos

Bartolomeu disse...

Agostinho da Silva dizia que não achava pobre o nosso país, mas sim, serem pobres aqueles que o têm governado a partir do reinado de D. João II.
Pobres governantes, farão pobres as gentes.
Se ao falarmos de pobreza, nos referirmos exclusivamente aos aspectos materiais, notaremos que o nosso seja provávelmente o único país do mundo que tantas riquezas acumulou, originárias da exploração de outros povos.
Talvez essa exploração baixa, mesquinha, banhada em sangue inocente, esteja a ser expiada por várias gerações... e não adianta cada um de nós se desculpar, jurando que não teve nada a ver com o assunto. O universo é como o mar, com seus fluxos e refluxos, numa cadência eterna.

Anfitrite disse...

Que se passa Bartolo?
Filosofar nos tempos que correm? Costuma ser mais assertivo. Agostinho da Silva também disse que "a propriedade privada é aquela que impede os outros de a ter".
Mas agora o tempo é de acção, porque as opções individuais vão pôr em causa os interesses colectivos.
O nosso problema foi nunca cá termos uma guerra em casa. Fizémo-la na casa dos outros, e nem disso tirámos partido como os Ingleses e não só. Os espanhóis depois da guerra civil comiam pão preto, mas diziam, com orgulho, que era deles. Nós nem temos do que nos alimentar. Por isso estamo-nos todos nas tintas. Realmente o mal já vem de muito longe, e agora já nem se pode governar, porque os juízes põem em causa as medidas tomadas, e o Jorge Palmada já disse que o século XXI vai ser o século dos juízes, portanto tenham cuidado. Será que haverá cadeias para tantos famintos?

ana b. disse...

Bart,

infelizmente não foi só o nosso país que acumulou riqueza, a partir da exploração de outros povos.
Recomendo-lhe um dos livros que tenho atualmente em mãos, o último Vargas Llosa, "O Sonho do Celta".
Relata a vida do irlandês Roger Casement,consul britânico no Congo belga. Acérrimo defensor dos direitos humanos, acabou, condenado à morte.
Antes tivesse sido só em Portugal, Bart.

Quanto ao repto do Prof., apenas posso manifestar a minha perplexidade por estarmos perante seres tão superiores.Um acha-se moralmente superior, o outro, intelectualmente superior, um terceiro ainda,humanisticamente superior. Sinto-me esmagada perante por tanta excelência.
Ficam as restar as outras sumidades, que eu infelizmente não conheço. Por ignorância minha, certamente.
Até lá, ainda tenho de decidir qual o sapo que devo engolir...

Fora-de-Lei disse...

Anfitrite 3:55 AM

"Cavaco manda-nos estar calados que é para a Alemanha e a França nos porem a pata em cima, e para evitar que outros países, como a Espanha, se vão abaixo e não lhes paguem o que devem. Por isso nós devemos ser o carneiro a imolar. Este povo que sempre andou curvado e de chapéu na mão, assim vai continuar, e vai eleger a maior aberração da natureza, que nos envergonha cá e lá fora. E já prometeu que pode dissolver a AR, que é para pôr lá o passinhos de coelho para fazer o que os senhores do dinheiro querem."

Muito bem !!! Só discordo duma coisa: não é apenas Passos Coelho que faz «o que os senhores do dinheiro querem». Na verdade, Sócrates não tem feito outra coisa...

Anfitrite disse...

FDL
Sejamos claros. Ele tem feito as suas concessões, mas estou convencida que, nas actuais condições, outro no lugar já teria feito muito mais. Se fosse eu já tinha mandado tudo para o raio que os parta. Fama boa ou má ele já tem, dinheiro também. Porque é que está a dar cabo da cabeça? Só não vê quem não quer ver. Nunca neste país alguém foi tão achincalhado como ele, só porque entrou a matar e em guerra com as corporações.
Veja as declarações que o J. Palma tem feito.É de bradar aos céus. Um sindicato para um orgão de Soberania! Eu nem que o meu governo caísse, mas quando tinha a maioria tinha-lhes tratado da saúde.
O problema é que ainda ele e nós (mais nós) tivemos o azar de aparecerem todos os especuladores numa assentada só.



Ana
E o Vargas é um gajo de direita.
Não sei se sabe que aqui há uns tempos 60%, agora deve ser mais, dos terrenos sul-africanos estavam registados em nome de súbditos britâncos. e Angola qualquer dia também já não sabe a quem pertence.

Vote em quem quiser, mas por favor não engula um graveto seco, que ainda fica cheia de farpas. Eu sinceramente não consigo entender. Enquanto que uns têm azar, aos outros tudo lhe corre de feição. Porque raio não apareceram candidatos à altura? Ainda há gente de nível neste país. O Nobre não sabe quais são as funções dum PR, nem sabe cativar. O outro socialista de esquerda, mais parece um nobre que só pesca e caça, mas ao menos não nos envergonharia. Acho que estamos fritos, porque o óleo vai espirrar da frigideira.

Bartolomeu disse...

Portugal não é o único país do mundo que aproveitando-se do móbil da expansão da fé, saqueou, assassinou, subjogou e explorou outros povos do planeta.
Talvez seja o único que mantem o espírito povoado pelos fantasmas das suas vítimas.
Não é à toa, que o nosso país ganhou a "designação" de "Porto do Graal", o cálice da vida, da renovação, o embrião da nova era que místicamente inspirou Nostradamus, Bandarra, Camões, Pessoa, etc.

bea disse...

uiiii. É de nascença.Somos uns místicos. Toca a contribuir para o milagre que não há. Os cálices têm bom aspecto, uma certa finura cristalina, que só não quadra no "Pai, se é possível, afasta de mim este cálice". E não era possível, não calhava nada. Mas hoje ainda é.

ana b. disse...

Anfi,

o talento, eu reconheço-o à direita e à esquerda.
Canalhas, infelizmente, também os há à direita e à esquerda.Seria bem mais fácil se assim não fosse.

O apreço que tenho pelo Llosa, extravasa a sua orientação política. Proporcionou-me otimos momentos de leitura, com alguns dos melhores livros que me foi dado ler.
O Sonho do Celta não é seguramente o melhor livro dele. Não tem o sabor do "Tia júlia..." ou do "Travessuras...". É apenas a biografia de um homem que lutou até ao fim pelos ideais em que acreditava. O Roger Casement era de direita? Não sei, nem me interessa.A orientação política de cada um, nunca foi um critério na escolha das pessoas que povoam a minha vida. Prefiro antes basear-me no que elas têm no coração.
E que, por sinal também está dividido em dtº e esq. A falência de qualquer destes compartimentos leva frequentemente à morte.
A natureza é sábia!

Anónimo disse...

Enfiadissima até às orelhas na candidatura de Fernando Nobre o pouco tempo que me sobra vai para esse mesmo trabalho :-P
Por isso só agora venho desejar a todos um magnifico 2011.
Está gira a página, mas falta o bonito sorriso.
Beijinhos Dr. Murcon.

ana b. disse...

Do Mr. Blue Eyes

http://www.youtube.com/watch?v=1zrF82_sl4o

e parece que também era de direita, mas que eu adoro.

AQUILES disse...

Professor
O Senhor não castiga os portugueses; eles são masoquistas.
Gostam de sofrer nas mãos de políticos manhosos. Por isso os elegem, e sustentam, ano após ano. São os portugueses que os legitimam nas urnas. Porque gostam.
Depois queixarem-se é que é estranho. Fazem a asneira nas urnas e depois queixam-se como se não tivessem nada a ver com o assunto. Muito estranho :):):):)
Quanto às presidenciais eu diria que não existem candidatos, só "entertainers". Mas insistimos que X é melhor que Y, tal como no futebol. Discutimos paixões clubistas, nunca analizando com racionalidade. Assim é e Assim será. (O prof começou biblicamente e eu acabo :):):) ))

AQUILES disse...

Quanto a Portugal aproveitar-se ... isso levava-nos a uma grande análise da história deste planeta. Não sei se repararam que desde quinhentos as especiarias nem paravam em Lisboa, seguiam logo para a Flandres.
Se passarem a fronteira terrestre sentirão logo a diferença abissal na monumentalidade. Coisas aqui e ali mostram que ... nunca fomos nada por aí além.

Cê_Tê ;) disse...

Boa noite a todos! ;)
Eu já escolhi em quem vou votar. Estou convencida que o cheiro da pobreza muda a consciência das pessoas e redimensiona as verdeiras prioridades dos investimentos- não será preciso dizer mais ;). Já votei em vencedores funcionando como, ainda que o não sendo, militante obdiente.

Como não tenho responsabiliades públicas como o professor em matéria da sexualidades trago à fogueira uma frase publicada algures na Net feita pelo presidente da Opus Gay, António Serzedelo: "Carlos Castro foi vítima de violência doméstica". Não pude deixar de sorrir... então não é que vejo muito melhor a história exactamente ao contrário???
No mínimo seria de esperar mais prudência do Sr. Presidente em defesa dos que defende- é que também haverá homossexuais que gostam de comprar a todo o custo objectos vivos de prazer.

Caidê disse...

Dom Duarte Pio esteve na minha escola ao lado do Dr. Mário Soares. Ironia do seu discurso: as razões que levaram à queda da Monarquia são as que agora se vivem! :-)!

Incluindo que podem governar sem ter perfil/ competências, mas porque o poder lhes foi entregue?!

Incluindo que só querem garantir a sua reprodução nos mandatos de 4 em 4 ou de 5 em 5 anos? (O rei não governa assim, porque não se preocupa com isso!) Sem política de desenvolvimento projectiva e a longo prazo?????

E entre muitos argumentos a favor da Monarquia: a redução das clientelas e a poupança que tal significaria... Nem precisou levantar o véu do caciquismo que ronda a cada arremesso de descentralização ou regionalização.

Direitos económicos - a 3ª República já deu os que tinha a dar, pois doravante o caminho é o de os retirar descarada e discriminadamente. A pobreza aumenta (em número e estrato sócio-profissional)e a possibilidade de sair dela também. Nem as reconversões profissionais são vias como se dizia que eram, quando o desemprego massivo era atribuído às transformações aceleradas.

Direitos sociais - Perdem-se aterradoramente. Não há direitos na saúde sem despesa privada - cada um que pague a que puder pagar. Direitos na educação? As escolas estão imundas, pois não há funcionários nem para a limpeza. As escolas estão obsoletas de tecnologias. Os professores já fotocopiam, matriculam e acompanham os alunos no refeitório e nas horas não lectivas - e ganham menos para serem multifuncionais e terem mais horas de trabalho no estabelecimento e com alunos ("substituindo" as famílias disfuncionais).
Direito a já não trabalhar porque já trabalhou e descontou para a sua reforma? Não! Trabalhamos cada vez mais até morrer.


Direitos políticos? E quem tem dinheiro para pagar a advogados para nos defendermos do incumprimento que fazem sobre nós apesar de algumas leis ainda terem um texto catita que nos poderia salvaguardar? As outras leis fecharam e apertaram a malha - desgraçados de nós que nunca provaremos os nossos direitos. Perdendo direitos e causas jurídicas acabamos ainda a pagar as custas dos processos e dos Tribunais.

E os políticos que temos não têm sentido de militância e de cidadania participante, mas têm-no de oportunismo e promoção pessoal.

Com consciência política e seriedade ainda só apreciei um PR. E esse, que já não governa, não deixou, nem tem, substituto à altura.

Não votaria num candidato apoiado por Sócrates e próximos. Paciência!

Com o tempo aprendi a não votar nem porque o voto é útil, nem em carrascos. Assim como assim, se continuam a bater, resta-me o regozijo de não lhes ter posto o pau na mão.

Fiz greve. Aposto no voluntariado. Mas não voto. Já vivo num regime repressivo - mas muito disfarçado. Chega!

Curiosamente o Império Romano começou com uma República - para os cidadãos, claro! - e acabou com um Imperador, ou seja, numa Monarquia Absoluta e num monarca imperial e Augusto (divino!).

Agora,professo-me bárbara. E ando a ler os Evangelhos - só podia...

Condessa de Til disse...

Ana b.,

Quanto ao Llosa, e com a absoluta consciência de que algumas das suas posições políticas poderão ser questionáveis, é o criador de uma das personagens que mais me emocionaram, a jovem Uranita Cabral da Festa do Chibo, ignominiosamente oferecida ao ditador em desespero de causa pelo próprio pai. Vi também a adaptação cinemetográfica, La Fiesta del Chibo, do realizador Luis Llosa, primo do escritor. Inesquecíveis a cena da violação, com uma jovem actriz desconhecida mas muito convincente, e a interpretação da Isabella Rossellini na Uranita adulta.

Relativamente à colonização belga do Congo, este é um assunto que me enche sempre de nojo, devido às inacreditáveis barbaridades que lá foram cometidas e que me parecem que ultrapassam tudo o que portugueses, espanhóis, ingleses e demais colonizadores possam ter feito em qualquer século.
Se está interessada no tema, recomendo o livro King Leopold’s Ghost de Adam Hochschild. Quando da publicação, houve alguma controvérsia sobre a exactidão dos dados, nomeadamente o número de vítimas, com alguns historiadores atacando o investigador e outros apoiando-o. De qualquer modo, merece a nossa atenção, assim como o documentário com o mesmo nome. Uma verdadeira descida aos infernos.

ana b. disse...

não se importam que eu vá pondo música?

http://www.youtube.com/watch?v=_j1KGHOvSkM


Aqui entre nós, e sem que o Prof. me ouça:é que eu já estou um bocadinho farta da radio murcónica...estou sempre a calar-lhe o pio, mas a bicha é teimosa.

Nuno Guimas disse...

É fácil fugir aos velhos demagogos cínicos da politica portuguesa. É só votar Fernando Nobre.

andorinha disse...

"Com o tempo aprendi a não votar nem porque o voto é útil, nem em carrascos. Assim como assim, se continuam a bater, resta-me o regozijo de não lhes ter posto o pau na mão."

Estou contigo, Caidê.

E estou saturada deste simulacro de democracia e dos fantoches que a compõem...
Saturada do país, saturada de nós como povo...

Desabafei, prontus...

andorinha disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ana b. disse...

Andorinha,

pior que os simulacros de democracia, só mesmo a ditadura!

Não é que me recorde muito da nossa herança salazarenta;tinha apenas 11 anos em 74, e os 11anos e de hoje não têm equivalência aos de há 36 anos atrás. No entanto, tremo só de pensar na quantidade de filmes, livros,...,músicas que me seriam vedados.Que mais não fosse por isso...
Ainda não sei que sapo vou engolir, mas que vou votar,vou!

Além do mais, todos somos coniventes com a nossa realidade.
Por mais que nos custe aceitar, nós somos os outros dos outros.


E mal por mal, antes participar num simulacro de democracia, do que na tragédia propriamemte dita...

ana b. disse...

Condessa,

no meio de tanta palavra e entretida na mui nobre função de DJ, escapou-se-me o seu comentário.Por isso, as minhas desculpas.
Não conheço o filme a que se refere, mas vou tentar corrigir esta falha.
Mais um para a pilha dos "lazeres urgentes",como diria o Onésimo Teotónio Almeida.

Fora-de-Lei disse...

Cê_Tê ;) 7:51 PM

"Como não tenho responsabiliades públicas como o professor em matéria da sexualidades trago à fogueira uma frase publicada algures na Net feita pelo presidente da Opus Gay, António Serzedelo: "Carlos Castro foi vítima de violência doméstica". Não pude deixar de sorrir... então não é que vejo muito melhor a história exactamente ao contrário???"

E se vê assim, vê muito bem. Na realidade, e segundo os investigadores da Polícia de Nova Iorque (NYPD), a culpa foi sobretudo da vítima por ter sido demasiado bruta ao impôr: "Renato, se-abra!". Ao que este terá respondido com uma pergunta: "Carlos, castro?". O resultado já todos conhecem...

Fora-de-Lei disse...

andorinha 11:38 PM

"Saturada do país, saturada de nós como povo..."

Quero acreditar que não estou incluído nessa tua generalizada saturação... ;-)

ana b. disse...

Fora-da-Lei

LOL

não posso acreditar que já estão a fazer piadas à custa de uma tragédia.
Ai, este povo português,tão dado ao fado e à auto-punição...
Mas com muita imaginação!

Tenho que concordar, que está o máximo!

ana b. disse...

E para começar o dia com boa disposição:

http://www.youtube.com/watch?v=iNACi85E8Gk

O Reininho está cada vez melhor!
Cantor,obviamente!

alquimista disse...

"Mas os portugueses, Senhor, por que os castigais?"

- Porque em dez milhões de almas não conseguiram arranjar melhor do que estes seis!

O Senhor

Bartolomeu disse...

Pois por serem melhores, é que os restantes 9.999.994 portugueses, não se dão ao manifesto, Alquimista!
Vá, toca a descobrir a fórmula alquímica que transforme estes gajos nos "Seis Magníficos" e os meta a dançar o vira do minho, de bracinhos no ar, e a paida a dar, a dar.
Ai... a peida não, que pode constituír alguma perigosidade... o rabinho. A cauda!

bea disse...

Andorinha

És livre para fazer o que bem entendas. todos (ou quase) sentimos o desânimo que ronda. Mas, caramba, não votar?! Entregar os pontos que são o leve peso da nossa condição? dizer, "tomem lá, façam como quiserem"? O povo tanta vez não sabe o que faz; e quanta vez, tanto se faz pelo seu não saber! Mas nem o povo é todo igual, nem existem apenas estes seis, nem a abulia é caminho. Posso até, como o poeta, não saber por ou para onde vou, mas sei com segurança que nunca irei por aí. Em nome dos pés descalços sobre as geadas da madrugada. Em nome das mães que não sabiam uma letra e saíam para o trabalho noite escura, à cabeça os filhos de berço, os restantes agarrados às saias ou a correr atrás; que os abandonavam ao fogão do rancho onde a cozinheira não dava conta dos almoços quanto mais dos garotos. Em nome de todas as crianças que não foram à escola ou lá andaram um ou dois anos, sairam para trabalhar e só pararam na reforma curta que Abril lhes trouxe. Em nome de sardinhas divididas em três, de camas onde se dormia de atravessado, de sapatos que sendo uns eram de todos. Em nome da luz da candeia em olhos cansados e mãos de fada à costura em vestidos roubados ao sono. Em nome dos sem vintém, na praça,
à espera de qualquer trabalho.Em nome de todos os que não se dobraram ao regime.
Em nome daqueles que me deram esta segunda natureza, não posso ir por aí.

ana b. disse...

Bea,

BRAVO!

AQUILES disse...

bea
Interessante o seu comentário. Julgo mesmo, corroborando-a, que ninguém quer ir por aí. Mas também ninguém quer fazer nada para não se ir por aí. Não se quer acabar com as injustiças de tratamentos dados a uns portugueses e a outros não. As desigualdades que muitos teimam em manter para prevelegiarem o seu lado. Os egoísmos estão a ser mais persuasivos que o bom senso.
Que haveria mais portugueses, capazes, para serem presidentes da república não se duvida. Mas como não aparecem os eleitores terão de se contentar com estes entertainers. É o que há. Ou seja, muito comodismo. Enquanto os portugueses não sentirem na pele, ou no estomago, não reagirão. E mesmo a esse ponto chegados, ainda terei dúvidas.

bea disse...

Ana :)
não posso agradecer uma coisa em que não há mérito próprio. É mesmo uma segunda natureza.

Aquiles
Não disse que não quero ir por aí.É mais fundo: não posso.

Quanto a ninguém querer fazer nada: não a-cre-di-to.

Não lhe chamaria bom senso apenas. Ainda que lugar comum, talvez também a visão tacanha e pobre de futuro para que sempre fomos treinados e onde revelamos talento nato. E não me parece que alguma coisa de útil, proveitoso e duradouro tenha vindo à luz sem esforço convicto, contínuo e persistente de muitos ou, pelo menos, vários. Foi o que desaprendemos. Temos que retomar.

AQUILES disse...

Bea
«esforço convicto, contínuo e persistente de muitos ou, pelo menos, vários». É o problema. Ou quase todos se empenham, ou então os "vários" não se vão arriscar a fazer, para quase todos ficarem no conforto do sofá, e de forma egoísta.

Canseiroso disse...

Por aquilo que vejo na pífia televisão e leio nos pífios jornais, concluo que o pífio Cavaco é pífio cínico e mesquinho.Que o pífio Alegre é um pífio alegro/socialista/utópico.Que o pífio Xico é um pífio estalinista.Que o pífio Nobre, é um pívio apenas...Que o pífio eleitor é assim uma espécie de português pífio,recuperado de uma pívia,de cujo resultado se obteve algo que alimentado com gemas de ovo e conservado em azoto líquido, será um dia para posterior utilização no útero de uma qualquer espécie híbrida, que possa finalmente justificar o 5º Império.

andorinha disse...

Ana e Bea,

Entendo-vos perfeitamente, não
julguem que não. Exprimi, apenas, o meu enorme desalento por tudo o que vivemos actualmente.
Já disse aqui várias vezes, em 25 de Abril de 74 tinha 20 anos. Vivi grande parte dos acontecimentos da altura em Lisboa, lembro-me de andar nas ruas vibrante de emoção, de correr de comício para comício não querendo perder pitada do que se ia passando, de andar no meio da multidão a confraternizar com os soldados, enfim, sentia em mim um entusiasmo que eu achei que iria ter correspondência em acções futuras, muita coisa iria mudar e passariamos a viver num mundo mais justo.
Trinta e tal anos depois qual o panorama?
Não sei, talvez a realidade hoje seja mais dura ou mais difícil de aceitar para quem um dia julgou embarcar na rota de um futuro melhor.

Ana, falas de livros, de filmes...é óbvio, a censura era abjecta. Mas diz-me: todos deviamos ter acesso à cultura, mas como pode muita gente que não tem dinheiro nem para pão ao fim do mês ter acesso a bens que acabam por ser para eles supérfluos quando não o deveriam ser.
E as desigualdades cada vez mais gritantes? Um reduzido número de gente cada vez mais endinheirada à custa de corrupção e compadrios de vária ordem e um número cada vez maior de gente que vive no limiar da pobreza ou abaixo.
Como se pode conviver de consciência tranquila com este panorama?

Bea, conheço bem esse cenário de que falas, pelos meus pais que me contaram dos meus avós. Vidas sofridas com muito pouco para repartir, para além de amor e ternura. Só um doido desejaria um regresso a esses tempos; aliás, hoje em dia isso seria impossível.
Mas estou saturada, sim, desta "democracia".
Pôr um papelinho na urna de 4 em 4 anos é democracia?
E não me venham dizer que toda a gente se acomoda e que se instalou por completo a inércia.
Não estou acomodada, se estivesse, não sentiria toda esta revolta...
Tento fazer o que posso no meu pequeno mundo, mas não chega, para mim é pouco...
Que sei eu?
E pronto, desabafei de novo:)
Agora não me caiam de novo em cima, tá bem? Estou a ser sincera, não posso dizer o que não sinto...

Para mim continuam a fazer todo o sentido estes belos versos de Sérgio Godinho:


Viemos com o peso do passado e da semente
Esperar tantos anos torna tudo mais urgente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
e a sede de uma espera só se estanca na torrente
Vivemos tantos anos a falar pela calada
Só se pode querer tudo quando não se teve nada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só quer a vida cheia quem teve a vida parada
Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir
.


Que educação, saúde e justiça temos nós?
Há liberdade a sério?

andorinha disse...

FDL (2.16)

Não sei...ainda vou pensar...:)))






Pensei...
Como podia eu estar saturada de um doidão como tu?:)))

AQUILES disse...

Andorinha
«hoje em dia isso seria impossível.» Seria? Não sei não.

Caidê disse...

Andorinha
Ganda desabafo!...Teve alma. Como podia eu ficar in-diferente :-)?!

http://www.youtube.com/watch?v=zz9C0xaLTxE&feature=related

http://www.youtube.com/watch_popup?v=1sgd6NuBq8w&vq=medium#t=422

Era Abril. Era 74.
Sabia do pão que tinha e até do bife e do ovo estrelado.
Sabia da pobreza, desde que andara na primária e via meninos que não tinham lápis para colorir, nem livros para ler, nem jogos para jogar. Sabia já, então, de ouvir a professora dizer que havia meninos que não aprendiam.
Sabia da "sardinha para três", mas só de ouvir aos mais velhos contar.
Aos 15 sabia que o meu destino era estudar. Mas pouco mais sabia da vida além disso e do que não ficava bem a uma menina.Colheres de moral e bons costumes vinham mal dissolvidos nos caldos do leite da manhã. Pelo menos, cada vez me custavam mais a tragar.
Depois veio Abril e vieram os 16 anos, os 17 e era um tardar até aos 18 (ou aos 20). Mas veio a certeza de que afinal, como já desconfiava, havia mais do que aquilo que me passavam. E vivi num mar tão imenso de utopia que acreditei na humanização da vida política e social.E saí para a rua em triunfo manifestando que também acreditava no "povo unido".
Não posso crer agora que sejam os tempos de fome e de tão agudizante privação que unam o povo que se sentiu outrora unido enquanto triunfava pelas ruas.
Não tarda os cérebros do povo mirram do sofrimento dos corpos e da alexitimia em que estaganam as almas privadas de sonhar, de concretizar e de acreditar num dia à frente de cada dia e do destino tecido cada vez mais longe.
Destinos parados? Destinos empurrados para trás como corpos a quem a polícia de choque empandeira para o retrocesso? Parados? Apenas no trânsito de uma cidade caótica. Já é uma concessão que faço ao quotidiano. Mais cedências são inegociáves, sobretudo as que põem morte em cãmara lenta em tantas vidas. Euros? Salários mínimos? Estatísticas de desemprego? Não! Não! Pessoas e vidas! Mas onde querem chegar com tanto desgoverno alienado? Que primitiva civilização é este desmoronar de um império de sentidos, de sonhos e de destinos que julgámos construir com o sol que Abril nos prometeu?
Onde erraram os fiéis desta religião que ousou ser feita de acreditar que haveria uma racionalidade social capaz de nos salvar do obscurantismo do passado?

Democracia? Há cracia, sim, se não for preferível dizer que há mais "des-gracia", talvez. Demo não governa e Ninguém governa para Demo.
Como pode Ninguém ainda querer ser eleito PR de uma terra que a Ninguém não pertence.

Urnas? Nunca a semãntica aproximou tanto duas palavras homógrafas como nos tempos que correm.

Parafraseando "Em verdade (também) vos digo" e não é que com tanta morte de tanta coisa, de tanto pessoa, de tanto destino ainda teremos um Alegre PR. Nós, a quem vão progressivamente convertendo em Ninguém e a Ninguém.

Não é o momento de dizer "Amén".

AQUILES disse...

Caidê
«E vivi num mar tão imenso de utopia que acreditei na humanização da vida política e social.» A mim também me aconteceu o mesmo. Só que acordei depressa do sonho. E hoje não acredito em ninguém que esteja na política portuguesa. Há 30 anos que não acredito. Só estranho, hoje, que se tenha levado tanto rempo a chegar a este estado. Ah! e não acredito na salvação.

ana b. disse...

Andorinha,

"esta demecracia" como lhe chama permite, a mim e a si,estarmos agora, neste momento, a comenta-la, sem receio de amanhã acordarmos,vendo o sol aos quadradinhos.

Além disso,parece-me que não basta a revolta, nem tão pouco começar a disparar à direita e à esquerda.
Durante as tempestades mais vale manter a cabeça fria e tentar boiar. Frequentemente o esbracejar só ajuda a afundar mais depressa.

Quanto ao nivel socio-económico do povo português, em comparação com 40 anos atrás, a diferença é abissal. Para muito melhor.
Claro que podiamos estar ainda muito melhor. A nossa sociedade enferma de grandes desigualdades e injustiças sociais, mas não é não votando que vai resolver o problema. É que pode ter a certeza absoluta!

E o mesmo Sergio Godinho que cantou aquela música, também cantou esta:

http://www.youtube.com/watch?v=o4DNblskWck

e já agora, um segredo, aqui,que ninguém nos ouve: quando eu era adolescente, de 13/14 anos tinha uma paixão assolapada por ele.
Com direito a posters no quarto e tudo.Achava-o lindo! A minha mãe era da opinião diametralmente oposta. Ainda hoje, mantemos a divergência.

Fora-de-Lei disse...

Quando pessoas com dois dedos de testa pensam de forma tão desencantada e derrotista, então como será com aquela maralha poucochinha contaminada por Big Brothers, Talk Shows da treta, Casa dos Segredos, etc, etc ?!

Por favor, não desistam de acreditar nas vossas/nossas próprias capacidades. Há mais marés que marinheiros !

Caidê disse...

Globalização?
Não é de continentes, nem de países que importa falar.É de futuro.
É de pessoas e de destinos pessoais.
http://www.youtube.com/watch?v=tcvHUcboB6E&feature=related
E hoje é já um dos dias das suas vidas.

andorinha disse...

Aquiles,

Hoje em dia seria impossível uma ditadura na Europa.


Ana,

Temos posições diferentes a este respeito. Aceito a tua, mas tenho direito à minha.
O meu não-voto é a minha forma de protesto. Claro que não vai resolver nada, isso sei eu, mas é a única atitude que a minha consciência me permite tomar.
E o teu voto vai resolver alguma coisa?
Não vai, pois não? Mas não é por isso que deixas de votar, presumo, portanto...


Caidê,

:)

FDL,

Nem toda a gente tem que ser optimista, pois não?
E não me venhas com a história do copo meio cheio ou meio vazio, já estou farta...:)))

A maltinha que vê esses programas da treta se calhar encontra neles os únicos momentos de evasão que tem de uma vida madrasta. Não estou a dizer que é positivo, é a alienação a funcionar no seu melhor.
E depois vão atrás de promessas espatafúrdias ou de quem lhes dê o melhor rebuçado.
Nem acho que a maior parte da culpa seja delas mas sim dos políticos que temos.

E acreditar nas nossas capacidades ainda vou acreditando embora cada vez com maiores intermitências.:) Nas capacidades de quem nos (des)governa nem pensar...:(

Fui...

ana b. disse...

Andorinha,

eu tenho consciência, que o meu voto isoladamente, não muda nada.Mas se todos pensarem o mesmo...já não estarei tão certa da sua inutilidade.
Em ultima instância, honra quem por ele lutou.

A Menina da Lua disse...

Professor!

De facto concordo com a sua opinião; afinal a campanha promete mais do que o esperado...ou seja no meio do inicial "registo sonolento" lá se vai sabendo mais qualquer coisinha e aqui fica uma interessante informação acerca do referido tema:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=PU7Aajs3sTQ

Os grupos e as sociedades reflectem de alguma forma as atitudes, os valores e os comportamentos das pessoas que os compõem...
Não quero chegar ao extremo de afirmar que os lideres que temos são os lideres que merecemos mas temos com toda a certeza os lideres que elegemos.
Não votar permite não só ignorar todo o esforço e todo o caminho que levámos para aí chegar e que historicamente foi longo e duro...como ainda permite que os outros resolvam por nós. Como se pode então assim reclamar direitos?


FDL:

"Por favor, não desistam de acreditar nas vossas/nossas próprias capacidades. Há mais marés que marinheiros !"

Muito bem!:) não o fazia tão optimista mas já agora lhe digo que partilho rigorosamente da mesma opinião...ou melhor não se trata de ser optimista , trata-se de olhar a esperança que é fundamental enquanto por cá se anda e se está vivo...

Anfitrite disse...

Ana b.

Ainda não tive oportunidade de ler todos os comentários, mas preciso de responder a um que me dirigiu, como resposta a outro que eu fiz, que acho que foi mal interpretado, porque eu estava aqui a ferver de ver uma cena revoltante na TV.
Quando eu disse que o Llosa era uma pessoa de direita, estava apenas a reforçar a sua afirmação. Regra geral as pessoas de direita defendem a colonização, com excepção do F. Nobre que diz que nasceu na província ultramarina de Moçambique, se calhar em Lourençp Marques, esquecendo-se que esta designação é uma criação do estado novo.
Quanto ao Vargas falei como cidadão porque até conheço (e muito mais gente) um nosso jornalista que teve de ir a tribunal por causa dele. Não me refiro à sua obra que não tive o prazer de ler(por alguma razão(?) lhe atribuiram o Nobel). Eu já disse que não tenho tempo para ler tudo o que tenho. Até tenho livros de fascistas assumidos, porque para falar gosto de ter informação.
Todos nós temos direita e esquerda, embora o coração esteja encostado mais à esquerda, mas não vamos discutir isso agora. Conheço pessoas ditas de esquerda de quem tenho nojo, porque se servem da falta de informação das pessoas, para as manipular. Dos de direita já estou à espera de certas posições, embora haja pessoas como o Prof. Adriano Moreira, que é um sábio que dá gosto ouvir falar. Até o Prof. Freitas do Amaral, apesar de não ser tão eloquente sabe do que fala e não é faccioso, O Lucas Pires era outro, porque não lhe faltava cultura.E há muitos mais.

Como não sei em que onda estão, mando-lhe este borracho de manitas de oro.
A música pode ser para todos os que gostarem, mas em especial para o Thora que adora ouvir uma Fender bem esgalhada.

http://www.youtube.com/watch?v=Dkj8LXNmLKI

Fora-de-Lei disse...

andorinha 1:39 AM

"FDL, nem toda a gente tem que ser optimista, pois não? E não me venhas com a história do copo meio cheio ou meio vazio, já estou farta...:)))"

Andorinha, muito mais difícil era a situação das pessoas que antes do 25/4 lutaram contra o fascismo e, no entanto, a Liberdade acabou por ser uma realidade. E será que valeu a pena lutar para 30 e tal anos depois chegarmos a tão tamanha tristeza ? Claro que valeu !!!

A dialética associada à luta de classes - que continua(rá) a existir por muito que alguns o queiram negar - não se traduz num copo meio cheio ou meio vazio. É um copo que vai enchendo e, outras vezes, vai esvaziando. Não é estático, ou seja, nunca fica a meio. A abordagem certa não passa por manter o copo meio cheio ou meio vazio mas, antes pelo contrário, por tentar enchê-lo ou esvaziá-lo na sua (quase) totalidade.

E isto não se consegue com derrotismos; consegue-se usando todos os mecanismos que temos à mão, seja ele o voto ou seja lá o que for. Entrar num esquema mental de que são todos iguais e já nada vale a pena, é fazer o jogo daqueles que - nunca desistindo da defesa dos seus intereses e antigos privilégios - fizeram com que o país chegasse onde chegou.

Anfitrite disse...

http://lh6.ggpht.com/kmuleka/SLWGfM3ANTI/AAAAAAAAAWU/qHNlBmpGMb4/s400/image007.jpg

ana b. disse...

Anfi,

Tem razão!
Voltei a ler o seu comentário.
Confesso que interpretei mal a sua afirmação inicial. O que a Anfi disse foi que´até o Llosa que é de direita reconhece e critica o colonialismo. Na realidade o que eu entendi, foi que me estaria a advertir sobre a sua (dele) orientação política, visto eu estar a evoca-lo em defesa do meu ponto de vista.
É no que dá as leituras apressadas.
Peço-lhe desculpa.

Já agora, permita-me que lhe recomende o livro dele, que mais prazer me deu ler: "Travessuras da menina má".
Que casal mais curioso.
Ela faz-me lembrar a máxima da Mae West: "Eu sou boa mas quando sou má sou melhor ainda" (cito de cor).
Genial!

AQUILES disse...

Andorinha
Minha querida amiga, tens a certeza que uma ditadura na Europa seria impossível? Eu não tenho assim tanta certeza. E estou a vê-las por aí, sub-reptícias, a instalarem-se paulatinamente. Já vejo a ditadura dos partidos políticos. Que achas que significa o facto de, às vezes, os partidos darem liberdade de voto aos deputados das suas bancadas? Que esses deputados não são livres. E se não são livres … . Isto dava pano para mangas.

andorinha disse...

FDL(1.09)

Eu entendo o que tu/vocês dizem, porra! Não sou burra!:)
Mas estou saturada desta nossa bela democracia parlamentar, saturada dos políticos que temos e de toda a mediocridade que vejo à minha volta.
Chama-lhe derrotismo, chama-lhe o que quiseres. Eu chamo desalento porque derrotismo significa que abdicámos de lutar e eu não o fiz.
E como te disse acima em (alguns) de nós ainda vou acreditando...
Em relação a estas eleições a minha opção está feita, não vejo qual seja o crime:)
Somos livres de votar ou não, isto sem nunca pôr minimamente em causa a luta de todos aqueles que por essa e outras liberdades lutaram.



Aquiles,

Certezas não tenho, mas continuo a achar que seria impossível, os tempos são outros.
Quanto aos deputados tens tu toda a razão, amigo. A partir do momento em que se entra num partido e e tem pretensões a subir na hierarquia acabaram as ideias próprias, com todas as honrosas excepções que possamos encontrar.
Por isso mesmo eu seria incapaz de ser militante de qualquer partido - não suporto que me tentem condicionar o pensamento ou a acção.

Fora-de-Lei disse...

andorinha 6:09 PM

"Somos livres de votar ou não, isto sem nunca pôr minimamente em causa a luta de todos aqueles que por essa e outras liberdades lutaram."

Claro que somos livres de votar ou não votar. Aliás, há momentos em que o facto de não se votar pode, por si só, representar um voto de protesto. Mas isso tem que ser enquadrado pois, caso contrário, não passará nunca de uma atitude meramente individual sem quaisquer reflexos no panorama político de um país.

Eu vou votar contra aqueles cujos amigos lhes arranjam acções ao preço da uva mijona, amigos esses que - dado o buraco que criaram no BCP - nos fazem andar agora a pagar aquilo que eles sacaram à má fila. Mas também vou votar contra aqueles que arrecadam 1500 euros "sem saber ler nem escrever" e depois se "esquecem" de devolver a maquia à precedência. (e aqui, quase sem querer, acabei por abordar o tema central induzido pelo post do Prof.)

Ou seja, em casa é que eu não fico. E numa (mais que) hipotética 2ª volta, logo se vê...

PS: como é óbvio, este "em casa é que eu não fico" não tem nada a ver com o "só eu sei porque não fico em casa"... ;-)

Fora-de-Lei disse...

ana b. 9:49 AM

"LOL, não posso acreditar que já estão a fazer piadas à custa de uma tragédia. Ai, este povo português, tão dado ao fado e à auto-punição... Mas com muita imaginação! Tenho que concordar, que está o máximo!"

Vira-se o Carlos Castro para o namorado:
- Sabes, dizem que sou como o vinho do Porto, quanto mais velho melhor.
Responde o Renato Seabra:
- Então espera aí que vou ali buscar o saca-rolhas…!

Caidê disse...

Ando a ver se leio, desta vez mais a eito "A realidade é real?" de Paul watzlawick e é claro que existem tantas perspectivas!
Eis uma:
http://www.youtube.com/watch?v=m1nePkQAM4w
Se leram a última escrevinhada que teclei, desculpem qq coisinha, pois àquela hora já troco a esquerda com a direita. É que obvia-(não)-mente, Urna de funeral e urna de eleições são palavrinhas com o mesmo nome, i.e. homónimas. Mas o erro pode até ser publicitário. Acho que chumbar a esta hora nem no Alentejo. Não dava jeito (nem tempo quiç
á).É que vou agora ao ginásio.
Mas já volto, caros eleitores e caros nem por isso...
Bom jantarinho (Ai Alentejo da saudade!:-)!

andorinha disse...

FDL(7.12)

Loooooooooooooooooooooool
És mesmo doidão!
Diz-me lá como é que eu podia estar saturada de ti?:)

Anfitrite disse...

Mas que raio é que se passa aqui?!
Com tanta lamúria o professor deve estar todo contente porque alimentam o seu baixo-astral.
As pessoas falam de fartas, porque têm toda a informação(quase toda má),mas têm acesso à informação de todo o mundo e sabem o que se passa.
Quando eu nasci nem rádio se podia ouvir. Não havia reformados. Apenas alguns escassos pensionistas. As pessoas trabalhavam até à morte e não tinham direito a nada. As primeiras Caixas de Previdência e Abono de Família foram criadas na década de 40 e só muitos anos depois é que passou a haver reformados. Os funcionários públicos que não descontassem para o Montepio, quando morriam deixavam a família na miséria, se não tivessem amealhado alguma coisa. Até os militares, eu conheço um caso(lá estou eu com os meus exemplos), em que um militar da força aérea que estava num lugar isolado da Guiné, teve uma pâncreatite aguda, mas como ele era o único piloto aviador, não teve ninguém que o levasse par ser socorrido, morreu por falta de assistência. A viúva ficou lá abandonada e sozinha para tratar de tudo e ficou sem um tostão para sobreviver, porque como a morte não foi em combate não teve direito a nada. Tinha um filho de 13 anos no Colégio Militar que foi expulso para dar lugar a outro. E ela teve de ir viver para casa da mãe para poder sobreviver e foi trabalhar como telefonista.
Eu quando andava a estudar não tinha dinheiro para comprar livros para ler. Depois de esgotar os da biblioteca da Escola passei a ir às quartas-feiras requisitar livros à biblioteca itenerante da Gulbenkian. Agora não há nenhum puto que não tenha um telemóvel de último modelo e os pais se calhar nem almoçam e vêm para aqui dizer que não há dinheiro para a educação. A casa de banho na minha escola era um buraco no chão que espirrava por todos os lados. Agora tem que andar uma empregada atrás para apanhar os papéis que os meninos deitam para o chão.
Os governos não podem andar a criar manuais de comportamento para os imbecis que querem viver acima das suas possibilidades comprando a crédito com juros superiores a 30%.
Em Dezembro, por causa do IVA ir aumentar, o estúpido do português pequeno-burguês comprou que se fartou. Leiam este artigo:


http://dn.sapo.pt/inicio/economia/interior.aspx?content_id=1748133

Isto implicou a saída de milhões de euros, em grande parte para a Alemanha, França e até Itália.
Portanto somos nós que também pagamos os juros do dinheiro que nos emprestaram para depois ir lá para fora outra vez. E ainda por cima estes imbecis esquecem-se que um carro comprado em dezembro, em janeiro do ano seguinte já tem um ano, portanto 25% de desvalorização.
É isto que nós somos.

Mas nós já estivemos falidos e não mãos de outros e sobrevivemos.A mim também me cortaram nos rendimentos e eu não me queixo, e há muitos anos que não troco de carro.Quando morrer não preciso de mais nada e para sobreviver preciso de muito pouco.

Anfitrite disse...

FDL,
Adorei o seu "(mais que).

Vote em quem quiser (menos no príncipe de Boliqeime).
Quanto ao outro dos 1500€, ele fez o trabalho, não tinha nada que devolver o dinheiro, mas acho que o fez, e foi ele que impediu a publicidade. Além disso o escritor é livre de escrever o que quiser enquanto houver democracia.

Caidê,
Dom Duarte Pio também tem uma fundação e recebe uma retribuição por ser seu Presidente.É uma Fundação que não serve absolutamente para nada, a não ser par os ditos nobres se reunirem de quando em vez.
Já pensou qual é o orçamento da rainha de Inglaterra, só para manter aquela malta toda, além dos palácios, e o que é que ela faz? Acha que há pouca clientela política no seu reino?

Quanto ao seu link esse senhor não se importou de despedir de um dia para o outro mais de uma dezena de jornalistas.
E nunca teria sido prémio Nobel se não tivesse ido viver para Espanha e casado com uma jornalista relações públicas.
Mas se estivesse cá ele iria votar nem que tivesse que engolir um sapo.

Ana,
Não disse se gostou do borracho que lhe mandei.

http://www.youtube.com/watch?v=1j6avX7ebkM&feature=related

P.S.-Diga-me uma coisa: Você tem tempo para nã fazer nada?


Está a dar no jornal das 9 o bagão felix a dizer que o leilão foi combinado. Este ser que não seria nada se não fosse o Morais Leitão. E o abjecto crespo tendenciosamente a opinar em vez de informar.

Caidê disse...

Anfi
Eu só me referi aos argumentos do discurso de Saramago, não fiz a apologia do político nem do escritor.

Gente da nossa geração lembra-se bem da linha que separava os bens acessíveis dos não acessíveis às camadas populares, bem como de como era possível viver com tão pouco consumo e tanta reciclagem - dos livros, aos móveis, ao vestuário tudo se consertava e passava de umas mãos a outras. Comprava-se avulso e alugava-se. Um automóvel em 1ª mão levava muitos anos a adquirir, pois vivia-se (quando se vivia) de prestações mas para comprar bens menos caros.

Falar da sociedade de consumo também é falar de cidadania e de política - concordo. Até porque se passou de uma racionalidade económica a uma outra no seio da gestão do próprio orçamento das famílias - que hoje berram de endividamento, mesmo quando não foram grandes pecadoras em esbanjamento.Quanto ao capitalismo também já não vivemos na era do Karl Marx e o imperialismo refinou muito.

Também quanto ao valor da vida de um Homem (ou de uma criança) ele é hoje muito diferente do valor que lhe era dado nesse tempo. (Apesar de se continuarem a fazer guerras e a mandar gente para as guerras). Também aprendemos o que era a violência (activa ou passiva) e o que são Direitos Humanos. Temos mais Organizações Não Governamentais que apelam em muitos sentidos para que mudemos a filosofia da vida social no Ocidente.

A minha consciência social diz-me, não obstante, que democracia não é o sistema para que caminhámos.
Por exemplo, temos imprensa livre? É um facto que não temos Tribunal da Inquisição nem Censura Prévia, mas o grande capital e a sua ideologia de marketing controlam a informação que temos de "chupar" ou de beber a copo e é tudo menos medicinal. O jornalismo que se pratica é científico? Cultivam-se mentes acríticas, repare -embrenham-nos tanto na cultura que serve a este modelo social que já não é possivel ver sem ser turvo - há muita neblina que já não é possível remover, mesmo continuando a ser reflexivos.

A máquina do poder político e do poder económico cada vez está mais e melhor organizada e é mais poderoso, no sentido em que desapossou mais gente.

A vida do cidadão é controlada quase ao centímetro. São os media!São as tecnologias! É a vida privada, hoje, legislada até às entranhas.Verdadeiras bombas atómicas da desprivatização da vida individual.

Quanto aos valores éticos, morais, sociais, inter-pessoais que dizer? Vão desmoronando os aprendidos e/ou os construídos por uma geração que será a nossa. Que alfabetização de valores deveria estar a ocorrer no sentido de acompanhar a transformação, os tempos da Modernidade e também a Humanização da vida social?

Já só quero fazer a política do quotidiano. Não quero fazer a política da eleição, porque não delego nas instituições o poder que dizem que eu tenho de poder votar. Se tenho esse poder não o transfiro. Congelo-o. Protesto contra as instituições que me não servem. É que isto não é só trocar de homem :-). É mais profundo.

Com estas instituições cada vez estou mais convencida que o poder corrompe. Ele é quase mais homem menos homem.

Secalhar os Brasileiros lá sabem ou pelo menos desbravam o sertão - mudaram o género do Presidente. Pode ser um começo.

andorinha disse...

"Já só quero fazer a política do quotidiano. Não quero fazer a política da eleição, porque não delego nas instituições o poder que dizem que eu tenho de poder votar. Se tenho esse poder não o transfiro. Congelo-o. Protesto contra as instituições que me não servem. É que isto não é só trocar de homem :-). É mais profundo."

Eram estas as palavras de que eu andava à procura. Obrigada por as teres encontrado, Caidê:)

AQUILES disse...

Caidê
Já que refriu a imprensa ...:
Entre 15 e 18 de Novembro de 2010 houve "the 4th edition of the International Symposium on Journalism and Information" em Estrasburgo. Philippe Lefait disse: «Encontramo-nos numa fase crítica. Antigamente os cidadãos eram questionados pelos jornalistas. Agora lidamos com um público consumidor e jornalistas vendedores.» In "Courrier Internacional".

Cê_Tê ;) disse...

fdl,=)

ana b. disse...

FDL´

LOOOOOL!
Mas pesa-me sempre a consciência de rir das tragédias...

Anfi,

claro que gostei do guitarrista. É lindo de morrer!
E não o conhecia, mas agora vou mantê-lo debaixo de olho...
Magnífica interpretação do Summertime pela Ella.
Mas a minha preferida é a Nina Simone. Ora espreite:


http://www.youtube.com/watch?v=mfpwaq9R40c

A Anfi perguntou-me se eu tenho tempo livre.Respondo-lhe: muito pouco.
Trabalho cerca de 50-60h.por semana.Mas com horários irregulares.
E tenho uma criança para cuidar. Adoro ler (jornais, revistas, romances, ensaio, tudo que tenha letras) e ir ao cinema. E gosto de ouvir musica deitada no sofá às escuras (a visão é um factor distrativo).
Aqui,vou espreitando nos intervalos, mas neste momento está-me a tirar horas ao sono.
É claro que durmo pouco e televisão, quase não vejo.
Parte positiva: não tenho muito tempo para pensar nos candidatos à presidência.Apenas o q.b.

bea disse...

Engraçado como todos nos rodeámos de razões para justificar a razão pessoal.Quando, no final, porque em democracia (sei, algo conspurcada), vai vencer a maioria de razão igual. Que pode ser tudo menos racional. E nos deixa a pensar no que faltou; se não tinha que ter havido a educação democrática que não houve em mais de 30 anos. A arraia miúda agarra-se às aparências com afinco de náufrago: o único candidato de direita arranca mais de 50% de votos? As tendências da moda política são cá uma coisa. O facto é que Alegre não está a fazer uma campanha alegre para a esquerda: Ai a força do poeta que não se vê no homem! Ai o pouco que do homem se vê no político (e o inverso)! Ai os estrategas que não conhecem o povo!
Ai da democracia se não forem os eleitores a divergir das aparências.

Fora de Lei
estamos no mesmo barco.eu, Por vontade e condição :)

AQUILES disse...

Bea

Peço imensa desculpa, mas a sua referência à arraia-miúda leva-me a algumas reflexões. Desde já devo repetir o que já anteriormente disse, ou seja que não reconheço em nenhum dos candidatos condições mínimas para ser presidente. Continuo a achar que não passam de “entertainers”. E como tal sou equidistante de todos. Posso achar que os portugueses votam mal. E acho. Mas todos, eu inclusivo, certamente. Essa coisa de culpar uma arraia-miúda, não esclarecida, em oposição a uma nata esclarecida é algo que não aceito muito bem. Era o pressuposto que os mais instruídos, e com o nível medíocre da instrução pública actual nem se sabe bem já o que isso significa, estariam certos nas suas avaliações e os outros não. E claro que a classificação desta divisão cabe sempre à tal nata esclarecida, seja lá o que isso for. Há anos que me apercebo que a expressão “o povo” é usada de forma displicente, como aquela gentinha que atrapalha a vida dos outros. E falam sempre do povo como se não estivessem contidos no povo, não fizessem parte desse povo. E descarrega-se sempre a culpa, para esse tal povo, das asneiras das votações, quando não condizem, no resultado, com os desejos dos que se acham certos. Eu nunca tenho certezas assim tão absolutas. E temo, muito, as certezas absolutas, que redundam em ditaduras, daquelas que a Andorinha julga impossível de acontecer na actualidade. Por isso “os estrategas não conhecem o povo”. Mas há quem conheça e opine, de fora, sobre esse povo de que não quer fazer parte? Pois… Chegaríamos agora à questão dos elitismos. Que não vou focar. Mas elitismos não são elites. Há muita falta de elites, mas em contrapartida temos elitismos a mais, e contraproducentes.
Reitero o meu pedido de desculpas por comentar o seu comentário.
Atenciosamente
Aquiles

Bartolomeu disse...

Quando alguém conseguir explicar-me de forma inequívoca, para que serve na prática, um presidente da república, então, nessa altura, votarei, se encontrar em algum candidato sinais, que me levem a crer que seja aquele o melhor qualificado para desempenhar o cargo.
Entretanto, consigo perceber unicamente, que um presidente da república no nosso país, exerce o cargo de uma forma monarquica, naquilo que de pompa e circunstância ele se reveste:
- Opera num palácio, onde lhe estão dedicadas em exclusividade, diversas dependências oficiais e residênciais; diversos salões decorados com obras de arte e mobiliário de estilo, é servido por diversos funcionários, e tudo se paga através do erário público.
- Nesse palácio, o presidente oferece banquetes, ou almoços e jantares privados, servidos requintadamente, onde são apresentados pratos da mais fina qualidade e confecção, regados pelos vinhos de maior qualidade, tudo pago pelo erário público.
- Desloca-se, assim como a esposa em vários carros topo-de-gama que têm exclusivamente ao seu serviço, sendo os carros, os combustíveis, as reparações, os seguros e o vencimento dos motoristas, pagos pelo erário público.
- Nas deslocações regionais, assim como ao estrangeiro, aloja-se, juntamente com a comitiva que o acompanha, em hoteis de luxo, tomando refeições também de luxo, tudo pago pelo erário público.
Ora... num país onde no ano de 1910, no 5º dia do mês de Outubro, um golpe revolucionário depôs o regime monárquico e estabeleceu o regime republicano, apoiado nos mais nobres pincípios humanos de igualdade e fraternidade, o seu mais alto representante não pode ter uma actuação que colida frontalmente com esses princípios.
Sobretudo, quando no mesmo país, uma larga faixa da população vive a baixo das condições mínimas de qualidade de vida, residindo em habitações degradadas, sem meios de subsistência, de saúde, alimentação e saneamento básico.

bea disse...

Aquiles

passo a elucidar alguns conceitos pessoais, quiçá um pouco nublados :)

NATA
qual? qual? só conheço a do leite. O "crème de la crème" será talvez muito estilizado, não sei. Se existe, desconheço onde pára; logo, não posso falar dele. Suponho que sentimentos, crenças emoções, ideias e outras coisas de que não me lembro, podem aproximar-nos como povo que somos e diluir ou tornar a nata aproveitável ou mesmo imprescindível :).

"arraia miúda"
são os menos esclarecidos sim, mas não apenas e nem sempre os desfavorecidos. O enciclopedismo pode ser acompanhado de indescernimento. O excesso informativo também. Há múltiplos perigos a rondar a ecologia do pensamento - que nos tornam arraia de cada vez que lhes damos guarida.

Outra coisa: não estou a falar "deles", mas de nós.

Culpa
culpar????!
como pode uma planta trepar se não tiver por onde? já viu uma trepadeira que não trepou? Cresce na mesma, mas nem bonita é, baralhada pelo chão com crescenças para todo o lugar. Quando os psicólogos falam da poda na adolescência fico caladinha, disso nada entendo, mas talvez, como nas árvores, a poda tenha que ser contínua e sempre cuidadosa.
Tentar entender não é culpar. É o esforço para entrar dentro do pensamento de alguém, espreitar a realidade desse lado. Foi o que tentei...e é também o que o Aquiles está a fazer com o que escrevi; pelo interesse, muito obrigada.

"O Povo"
é meu entendimento que somos todos povo: o povo português.

Certeza absoluta: vamos todos morrer. O resto é incerto e, por isso mesmo, atraente.

Serão os mais letrados os que mais acertam, Aquiles? Nem por isso. Ouso dizer que a capacidade de discernimento não é directamente proporcional à dose de liberdade mental necessária a. Mas também ouso pensar que o mix é mais interessante que o igual. Porquê? por ser a única hipótese que nos serve sem cansar :)porque é muito mais interessante ir pensando sempre, do que já ter tudo pensado e isso só é possível se o mix for variando. O próprio quotidiano é um mix nunca repetido. Não diga que não é interessante

bea disse...

Bart

Olha o protocolo!...

AQUILES disse...

Bea
Apreciei devidamente a sua resposta. Obrigado :):)
Atenciosamente

Aquiles

Bartolomeu disse...

Tou-ma ca... borrifar pró preto ao colo. Que vá a pé como eu... é bem mais higiénico.

Fora-de-Lei disse...

Por mais rebuscados que sejam os argumentos usados, os democratas que não forem votar estão - para todos os efeitos - a pactuar com gentinha deste calibre...

bea disse...

Bart
tem de haver quem cumpra rituais,alguns deles necessários e úteis. Não precisam é de ser rituais tão caros, o valor seria de outra natureza. E os presidentes também.
Ninguém estará a pensar na extinção da espécie Presidente da República.

andorinha disse...

FDL(5.48)

Argumentos falaciosos, não. E insultos muito menos!

Mas a ti o que te vale é nem sempre seres da tua opinião:)

Caidê disse...

De repente veio-me à ideia o celebérrimo e antiquíssimo poema do Daniel Filipe, no qual ele exorta que "É urgente o amor". E sobre aqueles dois amantes desse poema, cujo amor punha em causa uma forma de amar instituída diz um dos versos que também "é urgente denunciar".

A denúncia só a coloco no fim.

Até lá, confesso-vos que... não sei como... passei do poeta aos políticos que nos têm governado.

Isso tudo sem deixar de pensar naqueles que , à guisa de misses em passarelles, continuam primeiro a desfilar em vilas e praças de cidades, e em ecrãs de televisores, e continuam também a pousar para fotográficos enquadramentos de capas de jornais e magazines, como candidatos a cargos que a cada nova apresentação do candidato, são mais elevados em prestígio e grau nobiliárquico.

A cada um cabe aprumar a eloquência, mais do que ao vestido de noite, mas não deixa de ser importante o pormenor da gravata, até porque algumas são cativantemente vermelhas.

Nesta rodagem fílmica mental, vejo-os passar de condes a marqueses a cada 4 ou 5 anos.

E, curiosamente, como nos afastámos do ouro do Brasil, já não é o monarca Magnânime que lhes distribui as propriedades e os rendimentos. Agora é o povo. É a arraia-miúda do Fernão Lopes. São estes a maioria, pudera!

Há ou não aqui uma inversão? A ideologia alimenta-se de cada Carnaval! :-)Mas que ilusão nos querem dar - fazem-nos crer que somos nós a mandar. Mas será que é o povo que mais ordena?

O sistema, todo ele, se apresenta ao Mundo como vontade liberal e democrática (ou democrática e liberal) da maioria.A esse regime de governo chegámos por civilização, diga-se mesmo que barbárie é vergonhoso passado histórico nada mais.Na Modernidade, vota-se: o povo vota. Reunidas que estão as Cortes, nenhuma Monarquia Absoluta ( Ditadura Europeia, traduzindo)nos poderá agora governar. Até porque não é esse o destino da sociedade Moderna.

Olhem, no meu filme d'"A mais louca história do Mundo", ainda vejo o capitalismo na tentativa de se não finar por os recursos serem escassos e esgotáveis, a vender sim, mas agora virtualidades, pois o que é material é finito e só o pensamento e a invenção são infinitos.

Amanhã é 6ª feira e já sou ao Maximercado. Consta da minha lista de compras: mil réis de dívida pública, títulos do endividamento, eteceterá...Virtualidades. Como vêem: ando a par do tempo. Sénior, mas não "demodée" (?)... Muito fashion, por sinal.

Caidê disse...

A denúncia vem agora. Quantos mais querem pôr a ganhar isto que se segue?
Os que elegermos não tardam em votar para nós ganharmos pouco mais de 200 Euritos de reforma mínima. Estamos servidos? Bom proveito... a digestão seguir-se-á.


"O mais recente relatório da Caixa Geral de Aposentações, a que o Diário de Notícias teve acesso, revela que o Estado gastou mais 3,5 milhões de euros com 383 deputados do que com as reformas de mais de 22 mil pensionistas que ganham até 217 euros.
Para um funcionário público ter acesso à reforma precisa de trabalhar 30 anos. Porém, até 2005, bastava a um político trabalhar oito ou 12 para ter direito a uma pensão vitalícia. De acordo com o DN, são estas pensões para a vida toda que vão custar ao Estado 80 milhões de euros só numa década.
Entretanto, revela também a investigação do DN, a despesa subiu todos os anos, gastando-se já mais 33% com estas pensões do que há 10 anos. ES a tendência é que este valor dispare ainda mais.
Segundo as contas do DN, o somatório da despesa com estas pensões é superior ao conjunto de todas as pensões mínimas.
Almeida Santos, Manuela Ferreira Leite ou Santana Lopes são exemplos de beneficiários desta reforma, assim como os candidatos presidenciais Manuel Alegre e Cavaco Silva, embora este último tenha abdicado da pensão enquanto exerce o cargo de Presidente da República."
in http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=8830

Post Scriptum - O Manuel Alegre respondeu há tempo a um dos meus mails. Chamou-me ignorante ( e não usou de qualquer charme ao dizê-lo, para mais). "Então a menina não sabe que eu não sou Deputado?! Já sou Conselheiro de Estado, filhinha. A menina é que ainda não passou da cepa torta".
Eu não costumo mentir. Acreditem se quiserem.

Fora-de-Lei disse...

andorinha 6:30 PM

"Argumentos falaciosos, não. E insultos muito menos!"

Desde que ouvi o Cavaco dizer que não se devem insultar os mercados, aproveito todas as oportunidades para insultar seja quem for... ;-)

Fora-de-Lei disse...

Caidê 6:49 PM

"Post Scriptum - O Manuel Alegre respondeu há tempo a um dos meus mails. Chamou-me ignorante (e não usou de qualquer charme ao dizê-lo, para mais). «Então a menina não sabe que eu não sou Deputado?! Já sou Conselheiro de Estado, filhinha. A menina é que ainda não passou da cepa torta». Eu não costumo mentir. Acreditem se quiserem."

Eu acredito. Mas por uma questão de garantia, e dado que não costuma mentir, gostava de saber se esta foi uma das vezes em que seguiu esse (bom) costume...

Caidê disse...

Fora-de-Lei
O meu pai dizia "Quem te ouve falar não te leva presa. Tu davas era para política". "Para advogada" rematava a minha mãe, querendo conduzir-me a melhores caminhos.

"Falar verdade a mentir" foi apanágio do nosso Garrett.
Eu só faço anedota dos meus dissabores.

Existem duas verdades acima.
Primeira: o Manuel Alegre atingira o meu Aquiles- que ignorância a minha! Há quanto tempo não andava eu afastada da actualidade política. São espinhos da profissão - absorvente como o Renova.
Segunda: eu escrevo mesmo para toda a gente, mas isso é política do quotidiano.
E...se gosto de escrever? Acho que sim, pois falar não é para tímidos. Saltam-se umas barreiras quando é de todo em todo a única saída.
A terceira verdade é que um professor não passa da cepa torta.

Mas apesar do nosso candidato ter razão em todos os sentidos desta vez não vou mesmo votar.

Por mim ficamos sem PR - o governo que governe!

E a propósito da dissolução dos 3 poderes. Os juízes ontem deram forte ao Governo - queixam-se já eles de estarem a ser desapossados do poder judicial e, assim sendo, a sua deontologia está em risco - como vão exercer em isenção se são pressionados por quem governa?

Anfitrite disse...

Caidê,
V. não é burra. Para que está com demagogias? Se MA lhe deu essa resposta imagino o que não lhe teria preguntado e de que maneira.
Segundo o meu ponto de vista está a torcer tudo. Em vez de ler os Evangelhos devia ler um pouco de Economia e Finanças. Porque não se pode dar aquilo que não se tem. O Guterres que teve condições para pôr este país um pouco em ordem, não o fez porque não era capaz de dizer não a ninguém e fartou-se de distribuir aquilo que havia, esquecendo-se que os que mais aproveitaram foram os mais espertos. Criou infantários... enfim, criou condições que seriam ideais, só que com base na declaração de IRS, não há justiça possível, sobretudo naquela altura, em que não era possível ainda, haver algum controlo, e ainda hoje há muito "independente" que não passa recibos.
Eu não estou a fazer a defesa de ninguém, só estou a tentar que as pessoas
percebam o que se passa e não é só olhar para o seu umbigo.
Quanto a essas reformas não foi o Socas que as criou. E não são só os deputados. Os presidentes e vereadores das Câmaras também. E antes eram só precisos 8 anos, 2 mandatos, depois passaram para 12.
Diz muito bem até 2005. Pois foi ele que acabou com parte da mama, por isso é que o 1º ministro das finanças, Luí Campos e Cunha, se foi embora ao fim de uns meses porque não quis abdicar da reforma que tinha do banco. E o cavaco também não abdicou foi obrigado. Há pessoas que passam pelos bancos uns meses e ficam com reformas doiradas para toda a vida. Mas aí nem o Governo pode mexer. Nem nas do Banco de Portugal, tem de ter autorização do BCEuropeu.

E quem não votar, está a cotribuir para o lamaçal que o outro fala. O governo não pode governar se o PR, a AR(com a oposição em maioria), os juízes a autorizarem providências cautelares, não o deixarem. Desde o princípio que não lhe deram um bocado de sossego. Nem que entre o FMI podem ser adoptadas medidas porque não vão ser aprovadas na assembleia. E aí sim estaremos fritos.É capaz de me dizer como é que o governo interfer com os juízes? Não é para uma pessoa esclarecida.
Sabe que a mim também me diziam em pequena que eu devia ir para advogada, mas que só podia ser advogada de defesa.
Porque é que as pessoas agora é que se lembraram de falar nas despesas oficiais? O cavaco quando foi 1º, rejeitou 1 BMW topo de gama ao fim de pouco tempo porque achou que tinha a suspensão muito rija e quis um Citröen
especial.

Canseiroso disse...

Andaram os atenienses a trabalhar para isto?
Ou as sociedades,culturas e civilizações clássicas,foram uma invenção dos sofistas demagogos, proxenetas e homossexuais de plumas?
É que estou a pensar sériamente ir desenferrujar a baioneta que roubei na tropa...

Bartolomeu disse...

Bea,
talvez seja conveniente esclarecer que não me refiro específicamente a um presidente da república, mas sim, á figura institucional, em geral.
Repara; porque carga de água, tem o erário público de suportar a despesa de instalação e manutenção de escritório, pessoal assessor, administrativo, auxiliar, segurança e motorista, viatura e todas as despesas que lhe são inerentes, com um ex-presidente da república, além da correspondente subvenção?
Neste momento, o erário público, suporta estas despesas com o ex-presidente Ramalho Eanes e Mário Soares, se Cavaco Silva não fôr reeleito, vai ser mais um a crescentar ao rol.
Dizes que é necessário existir alguém incumbido de cumprir rituais... de uma forma mais baratinha. Pois mesmo que o fizesse de borla, esse alguém continuava a não exercer coisa nenhuma. Isto porque, os poderes do presidente da república, são limitados. A própria constituição, porque se rege, establece esses limites, não permitindo ao presidente, em matéria de governação, ir além do aconselhamento. Em matéria de legislação (e o presidente é também o mais alto magistrado da nação) os poderes do presidente, permitem-lhe vetar ou promulgar leis. Se as vetar, elas retornam à assembleia e se passarem no parlamento por uma maioria de dois terços, o presidentvê o seu poder de veto, anulado. Ou seja, esvazia-se uma das figuras "rituais" do presidente. O presidente é garante da democracia e do bom funcionamento das instituições. Mas... como é que exerce este "ritual"? Qual é o poder do presidente nesta matéria? Nenhum! Ou seja, o presidente pode somente sensibilizar e conversar com o governo, aconselhar. O presidente não pode em caso algum, impôr. Esntão esviaziam-se os seus poderes em mais um "ritual".
O presidente tem "liberdade" somente para contactar as populações tomar conhecimento das suas necessidades e prometer-lhes que fará o que estiver ao seu alcance para ajudar a solucionar os problemas que as afect. E como?
De uma única forma. Sensibilizando o governo, aconselhando, chamando à razão, mas nunca impondo, nunca determinando. Ou seja; imagina uma família com um filho maior de idade e financeiramente independente. O filho visita a casa dos pais e diz; sabes pai? vou trocar de carro, vou entregar o BM e comprar o porshe cayene. O pai dá um pulo no sofá e responde: ó pázinho, tem tento nessa carola, tu fazes ideia de quanto custa um porshe? e depois, já pensaste, os empregos estão instáveis, sabes lá se amanhã estarás desempregado, ficas com um encargo que não vais poder satisfazer, tens de entregar o carro... é só prejuízo, pensa bem.
O filho responde; ok kota, toumacagar pró que táz a dizer, vou comprar o porshe com o meu guito, portanto eu é que decido.
Nessa altura o pai mete a viola no saco e reduz-se à sua insignificancia.
Com o PR passa-se de forma identica; cada quinta-feira recebe no palácio o PM ouve-o relatar as acções governativas e se tiver uma opinião diferente, manifesta-a. o PM ouve e acata se quiser, se não volta-lhe as costas e despede-se... até quinta, se Deus quiser.

Caidê disse...

Querida Anfi
Bem sei que não leva a sério tudo quanto digo. Eu... ainda... gosto de brincar.
Não me deu Deus o talento do cartoon, então é só texto - monótono! Uma pitada de "soft", q.b. de mordaz e cozinho uma demagogia au style.
Burra sei que sou. Virá o dia em que me hei-de despojar de umas tantas convicções que me estreitam a alma? Mas não me recomende Economia e Finanças. Brrrrrrrrrrrr...Já tenho que ler legislação! Brrrrrrrrrrrrrr.....
Ainda vou pensar se vou votar.
Beijinho poético

Bart,
Gostei do post.Afinal, qual o papel de um PR?!...

Anfitrite disse...

FDL,
Vamos animar a malta.
Já que lê a Visão, deve ter lido, aqui há semanas a entrevista com Keith Richards, aquando da publicação do seu livro, com a sua biografia.
Quando o jornalista lhe perguntou:

Em que acredita?

...Acredito em Deus...quando me venho.

A sério?

Sim. Quando tenho um orgasmo, é o momento em que exclamo:«Oh, meu Deus! Oh, meu Deus!».

Bartolomeu disse...

Caidê,
Lamento dizer-to, em minha opinião, e não por culpa directa do próprio, um presidente da república no nosso regime político «semi-presidencialista» pouca ou nenhuma serventia tem... para o cidadão comum.
Terá para outros, por exemplo, os empresários que lhe subsidiam a campanha, para aqueles que nomeia seus assessores, para aqueles a quem beneficia indirecat, ou directamente para nomeação em presidências de empresas semi-privadas, etc. Agora, para aqueles do povo, para aqueles a quem nos comícios, enquanto candidato pede o voto, prometendo empenho, na resolução das problemas sociais que afectam a maioria... para esses minha amiga... tudo se manterá como d'antes.
Basta ter em atenção uma atitude que é comum à generalidade dos candidatos. Quando em campanha, visitando mercados, associações, nas ruas, no contacto directo com as populações, os candidatos dão abraços, beijinhos, apertos-de-mão. Depois de eleitos, tudo esse esfusiante contacto, toda essa abertura e entrega, termina e, quem desejar acercar-se um pouco mais, é imediatamente barrado pela segurança. Um dia, passava junto ao portão da presidência que dá para a calçada da ajuda, e assisti a um homem que, segundo ele, quando o ex-PR Mário Soares uns dias antes, numa "presidência aberta" passou pela sua terra, dera-lhe a oportunidade de lhe expor uma dificuldade de vida. No fim disse-lhe; vá ter comigo a Belém para a gente ver oi que é que se pode fazer.
O homem, na sua boa-fé, veio lá de cascos-de-rolha, pagou transportes, alimentação e dormida e não passou do portão para dentro. Ou seja; se tinha um problema, com aquela promessa, viu o mesmo agravado.
Agora assistimos Fernando Nobre prometer em campanha, que se fôr eleito, irá dedicar um dia por mês para atender as queixas dos portugueses. Já estou a imaginar que se isso vier a suceder, será só da primeira vez, porque a fila de pessoas para serem recebidas no palácio, vai certtamente dar 10 voltas ao perímetro da fregusia.
Das duas, três; ou Fernando Nobre não conhece o país onde vive, ou então a sua boa-vontade e espírito humanístico, estão cobertas por um imenso manto de ingenuidade...

Caidê disse...

Anfi
Boa piada! Humor ao rubro. Gosto de anedotas picantes q.b. como essa.
Bart
É isso.
Pelo que estas eleições são campanha.

Anfitrite disse...

Caidê,
Pode crer que E&F é muito mais interessante do que ler só o D.R., embora no caso da primeira, também tenha de ler e interpretar as leis, o que é uma chatice. Não foi o Cadilhe, que por causa duma vírgula ganhou uma fortuna? E dias depois, tirou ou pôs a dita coma? já nem me lembro bem, se faltava ou estava a mais. É que há tantos advogados feitos a martelo(por isso se insurgem com o actual Bastonário), que as leis têm de ser feitas de modo a que possam ter várias interpretações.
Sabe que eu uma x cruzei-me c/ MA, vinha ele a passear a cadela, na alam. D. Afonso Henriques, meti conversa com o sujeito e ele não me tratou por filhinha, o que teria adorado com aquela voz de barítono, não chega a tenor.
Já agora, será que já leu o "Cão Como
Nós"? é interessante. Aproveitava ía pedir-lhe um autógrafo e mostráva-lhe a resposta dele.

Se eu desaparecer daqui é porque fui presa. É que esta semana, ao fim de décadas de carta, tive o prazer de pagar 15 contos(é como está no código) de multa (€74.82), só por ter passado um sinal vermelho. (nem vocês sabem em que circunstâncias, mas é uma grande história). Além disso tenho uma condenação acessória de inibição de conduzir de dois meses a dois anos. (uma maneira de poupar). Mas como não estou para isso, hoje ao fim do dia irei à polícia, montada no meu carrinho, saber o que tenho de fazer para que o acessório deixe de ser principal. Saber eu sei, até adorava ir prestar novas provas, só não sei é como. Aguardemos.
Não são coisas que me preocupem. Já falei com o jardineiro para me tratar do gato.

Bartolo,

Que se insurja que os antigos presidentes fiquem com todas as regalias e mais uma, tem toda a razão. O Eanes até refilou, logo na altura, que lhe faltava a secretária de carne e osso. Mas o papel dos ditos cujos não é assim tão irrelevante, nas actuais circunstâncias, dada a falta de maiorias, não só de presenças,como simples ou de 2/3 em efectividade de funções. E não ouviu o que o graveto disse ontem?. Brada aos céus. No outro dia, no jantar com os agricultores, até teve a pouca vergonha de dizer que ele é o rústico dos irmãos, lá isso é, mas noutro sentido, porque ficou com os prédios rústicos dos pais enquanto os irmãos ficaram com os urbanos. Pudera! Com o Seruca Salgado, como presidente da Câmara qualquer dia já temos o PDM alterado. Ah, também disse que não é para fazer negócio, porque dá os kivis,as mangas as abóboras, os figos, as couves, etc, a instituições de CARIDADE.

BEM-HAJAM, e que Deus os proteja, de todas as professias do Bandarra, do Nostradamus, do Paulo Coelho, etc.

Anfitrite disse...

Para que o Canseiroso se console:

http://www.youtube.com/watch?v=tM3UhueemQM&feature=related

Fora-de-Lei disse...

Anfitrite 1:56 PM

"Sim. Quando tenho um orgasmo, é o momento em que exclamo: «Oh, meu Deus! Oh, meu Deus!»."

De um gajo que até snifou as cinzas do pai, espera-se tudo... ;-)

ALGUNS TIPOS DE ORGASMOS FEMININOS
:

A ASMÁTICA
ahhhhhh… ahhhhhh…

A GEOGRÁFICA:
aqui… aqui… aqui…

A MATEMÁTICA:
mais… mais… mais…

A RELIGIOSA:
ai meu Deus… ai meu Deus…

A SUICIDA:
eu vou morrer… eu vou morrer…

A HOMICIDA:
se parares agora eu mato-teeeeeeeeeeeee!!!!

A GULOSA:
ai kibon… ai kibon…

A BIÓLOGA:
vem meu macho! vem meu macho!

A PROFESSORA DE INGLÊS:
ohhhh yes! ohhh god!

A MALUCA:
Tu deixas-me louca, enlouqueces-mmeeeeeeeeee!!!

A VIAJANTE:
eu vou… eu vou… ai… tou a vir… vai…

A DESCRITIVA:
eu vou gozar… eu vou gozar… eu tou gozando eu togozando… gozeeeeeiiiii!!!

A NEGATIVA:
não… não…

A POSITIVA:
sim… sim…

A PORNOGRÁFICA:
Fode-me… isso seu filho da puta… Faz-me vir… caralho!

A SERPENTE INDIANA:
ssssssssss… ssssss…

A PROFESSORA:
sim, isso… exacto… assim…

A SENSITIVA:
tou sentindo… tou sentindo…

A DESINFORMADA:
ai? que é isso? O que é iiissooooo?

A ANALISTA DE SISTEMAS:
o.k.

Anfitrite disse...

Fdl,
Leia a biografia que ainda fica a saber muito mais. Mas ele diz que isso não o afectou. Continua firme aos 66 anos.

Arre que V. quando lhe dão corda não há servo-freio que o faça parar.

Para o sexo oposto é tão monótono que nem há piadas.

Já conhecia parte mas é com boa disposição, que este país avança. Não é com um casal de trombudos, a que não há boa disposição que resista. É que a gente nem consegue rir das caricaturas.

A Menina da Lua disse...

FDL

:)))

Anfitrite:)

"Arre que V. quando lhe dão corda não há servo-freio que o faça parar.

Para o sexo oposto é tão monótono que nem há piadas."

:)))

Você quando quer, tem umas muito bem apanhadas:)))

Bom! mas não seja tão mazinha para com o nosso querido sexo oposto! as generalizações são sempre perigosas...:)

Caidê disse...

FDL
Veja se sabe a profissão da que diz:
"É muito bom, não foi?"

joao de miranda m. disse...

Só não concordo com o voto electrónico. Se o voto for electrónico, perde-se muito encanto. No Brasil, quando as votações nominais eram em boletins de papel, os eleitores normalmente acrescentavam o seu próprio nome e depois a cruzinha à frente. Ou Acrescentavam um candidato chamado Pinto (o inapelável órgão sexual dos brazucas) e votavam nesse. Era, depois, inefável para a mesa de voto, no final do expediente, contar todos aqueles votos nulos, cheios de vaginas e tesourinhas. Como será um voto nulo, no sistema electrónico? Não consigo imaginar. Por isso, nem lá aparecerei. Não devo ter como dar liberdade à minha expressão artística…
Grande abraço.

Fora-de-Lei disse...

Caidê 6:21 PM

"Veja se sabe a profissão da que diz: "É muito bom, não foi?"

Eu sei que o coelho diz para a coelha "vai ser bom, não foi ?!". Mas quanto a profissão, propriamente dita, não sei qual será...

Já agora a propósito de coelhos e de profissões (neste caso, a mais antiga profissão do mundo) lembrei-me daquela que diz que o maior sonho da vida de um coelho é ter um casaco de pele de prostituta dado que todas as prostitutas têm um casaco de pele de coelho.

andorinha disse...

FDL,

Looooooooooool

Estás inspirado, amigo e companheiro:)
É por já cheirar a fim de semana?

ana b. disse...

Murcons,

eu,que tenho andado arredada desta tertúlia, nem queria acreditar, quando me deparei com a evolução que isto está a levar... Para melhor ,é claro!

Anfi,

não deixamos que seja presa. Nem que tenhamos de fazer uma petição nacional. Até mesmo interceder junto dos candidatos a presidente, se tal for necessário.
De qualquer meneira, pode sempre contar comigo para lhe ir levar uns livrinhos.

E para começar bem o fim-de-semana, nada como a companhia do melhor cantautor de sempre:

http://www.youtube.com/watch?v=_e39UmEnqY8

Que portento de inteligência, sensibilidade e talento!

ana b. disse...

FDL e Caidê,

só se for alguma corredora dos 100 metros, barreiras...

ou corredor dos 110, na versão masculina.
Cheira-me que o Prof. deve saber a resposta.
Se bem que não há mulher que se preze que não já não se tenha deparado com tamanho alarido de homem.
Ladies, façamos um esforço para nos recordarmos da profissão do dito.
Pela minha parte, eu confesso que não me lembro. Devo ter ficado com amnésia, tal foi o trauma.

Canseiroso disse...

Anfitrite

Gostei da sua proposta de consolo a mim dirigida e da publicidade que fez a tal dádiva.
Vi e ouvi e continuo a considerar que você é a alma disto.
Quanto ao ter-me atirado com o Ney para cima, com aquele ar híbrido descomprometido a falar das mulheres de Atenas, louvo-lhe a acção femininista, mas considero que gostar daquela personagem (lixo) é mero exibicionismo intelectual.

ana b. disse...

Canceiroso,

o Ney Matogrosso é do melhor que há!
Já o vi para cima de 10 vezes. E espero continuar a vê-lo, muitas mais.

Anfitrite disse...

Canseiroso,

O Chico (Buarque) não tinha nada a ver com o seu comentário sobre plumas e não sei que mais, apesar de eu gostar mais da interpretação dele. Obrigada pelo elogio.

Gente,
nem a polícia quer nada comigo. Vou ter de continuar a alimentar-me. Às tantas já eram três à minha volta, porque eu fui de código da estrada em punho, mais o dec. regulamentar, mas ele mandaram-me vir par casa descansada, e aguardar que me seja enviada uma carta grande, porque se eu não tenho cadastro vou apanhar uns meses de pena suspensa. Mas mesmo assim ainda não estou convencida porque não é isso que a lei diz.
Obrigada também pela solidariedade.

Este é para a caidê, para ver se a consigo convencer a votar, se não for eu que seja o caballo rucio.

http://www.youtube.com/watch?v=ax4KCpfoPRg&feature=related

Para os outros,

http://www.youtube.com/watch?v=aip3836VtZ0&feature=related

Um fim de semana de bem e de bom