sexta-feira, outubro 26, 2012

Benfica.


Graças a Deus e ao calendário acabou a campanha eleitoral do Benfica. Ganhou quem, na minha opinião, devia ganhar. Mas o nível foi tão baixo…L. Tivemos direito a insultos, ameaças de tribunal, promessas de campeonatos, recusas de debates e verdadeiros atentados à nossa inteligência. Nem faltou o petardo da (des)ordem…  A grandeza do clube merece mais. Espero que a equipa de futebol se exiba a melhor nível em Barcelos ou terei outra insónia à minha esperaJ.

terça-feira, outubro 23, 2012

Noite europeia.


Braga é uma cidade especial para mim. Fiz lá a tropa, atarefadíssimo entre fingir que examinava de forma competente dezenas de mancebos e o bacalhau e os rojões do InácioJ. Nos últimos catorze anos dirigi Adaúfe, a cada Janeiro afiançando que me venho embora, para depois recuar pelo carinho dedicado à minha gente. Imagino que neste momento muitos bracarenses embalem a tristeza pela derrota sofrida em Manchester. Eu sei – perder é perder, zero pontos são zero pontos. Mas há derrotas e derrotas. Eles têm o direito – e mesmo o dever! - de temperar com orgulho a sua tristeza. Eu, apaixonado benfiquista, admito que  engulo a minha com enorme azia – está polvilhada de vergonha e desencanto. Mas não de surpresa…

quinta-feira, outubro 18, 2012

Se fossem só gotas...


No more.


Depois dos resultados eleitorais do PP nos Açores, fiquei ainda mais curioso acerca da tomada de posição de Paulo Portas sobre o Orçamento. Estamos a falar de um homem muito inteligente. (E educadíssimo!, a única vez que nos encontrámos esperou pacientemente que eu mirasse,  remirasse e namorasse umas garrafas de bom vinho, sem perceber que tornava impossível a passagem para os lavabos do estabelecimento. Ainda coro quando me lembro do seu amável e sorridente “não tem importância”, nunca estive tão perto de me mudar com armas,  bagagens e vergonha para o Centro DireitaJ))))). Estamos a falar do decano dos líderes partidários nacionais, de um homem com extraordinária capacidade de trabalho – outros em férias e ele em feiras… - e para aí umas sete vezes sete vidas políticas! E um talento extraordinário para passar entre os pingos da chuva… Tenho assistido, com deliciada deformação profissional, ao seu extraordinário número de trapézio – ser Governo e Oposição ao mesmo tempo. Mas no more. O singelo comunicado - que viu a luz do dia pela calada da noite… - é uma rendição sem condições, embora se adivinhe a aprovação de uma ou outra medida avulsa para reivindicar no próximo acto eleitoral. Manda a justiça reconhecer que o desafio era impossível. Porque não chove em Portugal – quase escrevia Santiago, coisas da memória… -, é um dilúvio que se abate sobre o País. Paulo Portas sabe que ficará politicamente encharcado. Menos mal, há por aí muito português que o está literalmente e até ao osso…

terça-feira, outubro 16, 2012

Título para quê?

O primeiro "obrigado" tecnológico é para vocês. Obviamente... Por anos de ternura, ralhetes, amuos e vida em geral:)))))))). O Murcon é hoje uma tertúlia que não depende de mim, impossível render-vos maior homenagem, sabem como prezo tudo o que cheira a tribo!

segunda-feira, outubro 15, 2012


Maria,

Desculpa mail trôpego, à hora de jantar e ainda por cima solicitando resposta célere. Acontece que acabo de ouvir o Senhor Ministro das Finanças, bem menos exuberante do que antigamente a agradecer  perguntas… Mas o problema não é esse ou  o preço elevado para a Nação do seu trajecto educativo, receio que nos saia muuuuito mais cara a tentativa de nos ressarcir do esforço pela sua actividade governamental! (Tão frenética que não lhe deixou tempo para ler – e portanto comentar… - a mensagem facebookiana do Presidente da República.) Se bem percebi, o 2013 de esperança e acalmia do Dr. Passos Coelho fica para outro ano.

Outro ano tencionava eu esperar para fazer pergunta angustiante, minha querida. Assim…, tens umas míseras três horas para  responder. O tempo é curto? Eu sei, mas pôe-te no meu lugar –  dizes “não” e até à meia-noite vou ser obrigado a parar relógios de pulso, parede, sol e tutti quanti, sob pena de a décima segunda badalada matar a esperança do amor. E isso nunca. Enfrentarei os minutos, palavras dolorosamente derrotadas da Pasionaria em riste – no pasarán! Como não passa, embora me tenha derrotado há muito, esta paixão por ti.

Maria, will you still need me, will you still feed me, when I’m sixty-three?    

segunda-feira, outubro 08, 2012

Mestre e amigo.

Partiu Nuno Grande.
Lembro ralhetes carinhosos pelos corredores do ICBAS - "você nunca me fez a vontade...". Com efeito, amei o Ensino em abstracto e os alunos em particular, mas a Cátedra não me atraiu. Ele teve  caminho atribulado a caminho da sua, vejo-o a preparar uma Lição - e nunca a palavra se justificou tanto... - em casa de meus Pais, sem me aperceber do que o seu brilho faria das notas breves, tomadas em amena cavaqueira. E o Anfiteatro rendeu-lhe a primeira homenagem ouvindo-o num silêncio religioso, para depois rebentar numa salva de palmas entusiástica, quem decretou  a  Medicina alheia à Cultura? A política universitária é conservadora, todos sabíamos que não ficaria à frente de outro distinto professor, Pinto Machado, a quem devo amizade e paciência evangélica no exame de Anatomia, até o cadáver tinha os nervos em franja..., perante o triste espectáculo dos meus:). Portanto, no que ao mérito relativo dizia respeito, estávamos conversados. Mas, para enorme surpresa indignada, houve votos contra em mérito absoluto. Cheguei a casa e explodi à mesa, o meu querido Velho sorriu com amargura e disparou - "aquele aplauso não ajudou nada...". Ah, as delícias do voto secreto, permite abraçar o candidato que há minutos, com mesquinhez, se maltratou! Momentos e gente houve que, a posteriori, me fazem abastardar o título do programa dos Gatos - "Dizem que é uma espécie de Universidade:(."
Professor Nuno - dê um abraço ao Pai e guarde outro para si. Apertado e grato...      

quinta-feira, outubro 04, 2012

5 de Outubro.

Maezinha,
Mais um aniversário sem ti. O tempo não cura nada, até a bailarina da caixa de música roda mais devagar e sorumbática. A árvore no jardim cresce, magnífica, mas parece perguntar-me quando me junto a ti e ao Pai. Não estou deprimido; amo a vida; aceito o meu dever como patriarca da tribo. Mas tenho saudades vossas. E procuro-te entre as mulheres! Se te encontrasse o reflexo numa delas, bastaria uma só palavra e a minha alma seria salva. E o Pai diria, sorrindo, maroto - vá em paz e que a Senhora o acompanhe. Não per omnia, etc...!, só até me juntar a vocês em Cantelães.