Os poetas são assim, dizem as coisas e elas ficam feitas profecia das nossas vidas. Verdades que vestimos e nos servem. António Ramos Rosa tem essa universalidade nem sempre simples. Se a Lady diz que latejam (mesmo que seja em off) é porque latejam; E, mesmo que não, nada é absolutamente inútil. Por termos memória e ser ela o possível das raizes. E isso é já fantástico. Não tem a ver, mas lembrei-me de um verso de Yeats "quem me dera ser - pois nenhum conhecimento vale uma palha - infantil e ignorante como a madrugada". Ignorante, certo; mas madrugada ignorante...
Com tanta sílaba a latejar, acaba por não sentir o pulsar da vida... E se fizesse realmente, como já foi sugerido aqui, um encontro de fiéis murcónicos...Quiçá trocasse essa nostalgia por sentimentos novos... Eu prometo manter-me virtual, a advogar o diabo....
"entre a saliva e os sonhos há sempre uma ferida de que não conseguimos regressar
e uma noite a vida começa a doer muito e os espelhos donde as almas partiram agarram-nos pelos ombros e murmuram como são terríveis os olhos do amor quando acordam vazios" Alice Vieira
Júlio, esse poema... e ainda o post infra, nem sei porquê, apeteceu-me partilhar este...
"Sem palavras
Sem rasto...os caminhos percorrem-nos de olhos fechados. Sem rosto... os horizontes vagueiam-nos por dentro. Sem casa... os aconchegos libertam-nos em dor. Sem cor... as marés geometricam-nos a alma. Sem tempo... os gritos ficam-nos em cânticos nocturnos. Sem ti... eu fico-me!"
6 comentários:
[voz off] latejam, latejam isso garanto eu. [the end]
(um abraço virtual e a continuação do meu silêncio)
p.s. para o thorazine, um beijo (já sei que n pega, pk nunca está sossegado na foto) :)
Os poetas são assim, dizem as coisas e elas ficam feitas profecia das nossas vidas. Verdades que vestimos e nos servem. António Ramos Rosa tem essa universalidade nem sempre simples. Se a Lady diz que latejam (mesmo que seja em off) é porque latejam; E, mesmo que não, nada é absolutamente inútil. Por termos memória e ser ela o possível das raizes. E isso é já fantástico. Não tem a ver, mas lembrei-me de um verso de Yeats "quem me dera ser - pois nenhum conhecimento vale uma palha - infantil e ignorante como a madrugada". Ignorante, certo; mas madrugada ignorante...
Com tanta sílaba a latejar, acaba por não sentir o pulsar da vida...
E se fizesse realmente, como já foi sugerido aqui, um encontro de fiéis murcónicos...Quiçá trocasse essa nostalgia por sentimentos novos...
Eu prometo manter-me virtual, a advogar o diabo....
"entre a saliva e os sonhos há sempre
uma ferida de que não conseguimos
regressar
e uma noite a vida
começa a doer muito
e os espelhos donde as almas partiram
agarram-nos pelos ombros e murmuram
como são terríveis os olhos do amor
quando acordam vazios"
Alice Vieira
Como se diz palavras..o vento leva
Descobri-o por si. Tem outros poemas liiindos!
Júlio,
esse poema... e ainda o post infra, nem sei porquê, apeteceu-me partilhar este...
"Sem palavras
Sem rasto...os caminhos percorrem-nos de olhos fechados.
Sem rosto... os horizontes vagueiam-nos por dentro.
Sem casa... os aconchegos libertam-nos em dor.
Sem cor... as marés geometricam-nos a alma.
Sem tempo... os gritos ficam-nos em cânticos nocturnos.
Sem ti... eu fico-me!"
Pedro Branco, in Escolhas
um sorriso :)
mariam
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