segunda-feira, outubro 25, 2010

Boa noite.

Fim-de-semana em Baião, a convite da Sociedade Portuguesa de Psicodrama. Pretexto? A Cidade e as Serras de Eça de Queiroz. A satisfação de trabalhar com velhos amigos, mas sobretudo o enlevo por receber o abraço de antigos alunos e colaboradores ou de simples companheiros de viagem nas minhas tropelias radiofónicas. Há mais de vinte anos que sou um privilegiado, conto pelos (meus) dedos os casos de agressividade ou ingratidão.

Testamento vital na RTP1. As consequências devastadoras de uma Sociedade em geral ter "roubado" a morte à vida - de que é parte integrante... - e de a Medicina a sentir como uma derrota humilhante e ignorar que a prática clínica começa e termina - OBRIGATORIAMENTE! - numa relação médico-doente baseada no escrupuloso respeito por dois Sujeitos.

12 comentários:

thorazine disse...

Não tinha reparado na nova posta..já tenho o site do Murcon aberto há dias! :) Rescrevo para aqui:

No decorrer do debate sobre o testamento vital no P&C as i speak:

Estou chocado, a minha opinião é a mesma da do padre que falou: não há dignidade na morte! Poderá haver apenas humanidade!

Esta discussão remeteu-me para esta posta e respectivos comments:

http://murcon.blogspot.com/2007/03/com-autorizao-de-quem-enviou-e-no.html

Anfitrite disse...

"É uma infâmia nascer para morrer não se sabe quando nem onde"-Clarice Linspector
E eu acrescento: nem como.


Vi esse programa e nessa noite não dormi.
Dinheiro eu tenho para ir à "Dignitas", só não tenho quem me acompanhe.



Thora,
"Um bom vinho é como uma paixão: Primeiro alegra, depois embriaga e finalmente azeda".
Outra ainda: "A auto-extinção é uma das razões porque somos superiores aos animais" em "O Céu Não Tem Favoritos" de Erich Maria Remarque.

Anfitrite disse...

Quando fiz o comentário estava a referir-me ao programa que vi a semana passada sobre os cuidados paliativos e não sobre o que estava a passar na RTP1.


http://www.youtube.com/watch?v=LWy6pKVendQ

Bartolomeu disse...

Porrada nos gajos da igreja que, para terem um rebanho dócil e obediente, colaram na testa dos ovídeos, uma imagem dantesca.
Medo de morrer!
Alguem tem medo de nascer?
E se essa imagem de inferno e de purgatório não fosse colada à mente de cada um, como seria a vida?
Uma balda, imagino. Acentuar-se-ia a lei do mais forte e a partir daí, seria um fartar vilanagem, culminando na extinção da espécie.
Então é necessário que o juízo final, seja um dado adquirido e incontestável para todos, ninguém lhe sobrevem, ninguem o pode evitar, todos deverão aguentar até ao último suspiro, o qual terá de respeitar as regras naturais e não poderá em circunstância alguma, ser produzido artificialmente.
Não! não se trata de uma questão religiosa, trata-se de um processo natural, ao qual a consciência humana se encontra condicionada.
Quem é que mandou a Eva ser abelhuda e o Adão ser tótó?!

A Menina da Lua disse...

Professor!

Será que o vamos ver como actor de teatro ou cinema?:)

A propósito de cinema e para os entusiastas de filmes do tipo cineclube, vejam o recentíssimo estreado filme "Mistérios de Lisboa", baseado na obra homónima do Camilo.
Tem uma direcção e realização absolutamente irrepeensível...já há muito tempo que não via um filme assim; absorvi-o em pleno acto de contemplação...

Unknown disse...

Olá Professor, sou um jovem de 27 anos com algumas dúvidas e um problema, desta forma gostaria de lhe expor mais profundamente o meu problema.

Se for possível gostava de poder contacta-lo através de email.

hugoricardosantos@gmail.com

Agradeço desde já a sua atenção.
Cumprimentos
Hugo Santos

bea disse...

Cada um escreve a sua proposição. E, para que possa sê-lo, tem que haver o ponto que a encerra e limita. Posto pela mão de quem a escreve ou outra. Não sendo palavra, é ele que lhes potencia o completo sentido. Mesmo se é um des-sentido.

Bartolomeu disse...

Parabéns Hugo!
27 anos e um só problema... considera-te um prodígio da a ctual geração e da anterior e da outra antes, e...
Bah!!!
Sabes Hugo?!
Sem querer desvalorizar o teu problema, porque cada problema é um problema que difere dos outros todos... quando tive 27 anos, tinha um mólho de problemas, bués mesmo; olha... tinha tesão e não tinha gajas para...
tinha vontade mudar o mundo que me rodeava, porque era uma merda pegada e depois havia uns gajos que cantavam umas baladas e garantiam que o mundo podia e devia ser melhor, e... não consegui mudar nada... aqui entre nós, nem mudei o mundo, nem me modifiquei a mim... ou mudei?!
Olha... secalhar mudei e nem dei por isso.
Mas sabes mais, Hugo?
Hoje, com cinquenta e tal, tenho um problema, um único, que 250 Júlios Machados Vaz juntos, não conseguiríam resolver... o meu problema é não conseguir voltar a ter 27 anos, por mais que tente.
Mas se voltasse a tê-los, Hugo, juro-te... ía fazer tudo, mas mesmo tudo, para conseguir mudar o mundo!
E...para realizar os meus sonhos, lutando por aquilo que entendesse ser os meus objectivos de vida!
Ah!!! E iría comer as gajas todas que pudesse... não deixava uma... queres apostar?
;)
Olha man... se tiveres curiosidade em percorrer os comentários dos post mais recentes, vais encontrar um endereço de mail do Senhor Professor Júlio Machado Vaz.
Good luck!
;)

andorinha disse...

Thorita:)

Na minha opinião, neste caso humanidade e dignidade são sinónimos.

thorazine disse...

Andorinha, sinónimos? Como podes pôr dignidade e morte na mesma frase? Dignidade têm-se em vida!

andorinha disse...

Thora,

Acho que já uma vez discutimos isto, nós ambos dois:)))
Continuo a achar que dignidade tem-se (ou não) tanto em vida como na morte.

Também não podemos estar sempre de acordo, não é, miúdo?:)

Paula disse...

Bartolomeu, e ainda tem dúvidas se mudou? Com essa pica a falar sobre o mundo, acredito piamente que anda por aí a trocar-lhe as voltas, a ele...Mundo. E, com tanta indignação, ele também já lhe trocou muitas direcçoes. Mas gostei, haja quem continue nesta luta incessante de mudar o ele, o nós e o eu. Já agora, achei que tem um problema de gula, será? Veja se não se enfarta...e se deixa "alguma" para que outros, em vez de comerem, possam apenas AMAR.