quinta-feira, janeiro 20, 2011

Boa noite.

Para alguns de nós, a amargura é um apeadeiro obrigatório no caminho para a lucidez. So be it. A alternativa é humilhante - embaciar o espelho e mentir. Não quero escandalizar ninguém, mas para mim a questão moral nem se chega a pôr, tal hipótese é esteticamente inaceitável.

62 comentários:

bea disse...

Não percebi nada, mas a esta hora falta-me lucidez. Apesar da bruma, "esteticamente inaceitável" soa bem. Apeadeiro! param lá menos comboios,a paragem é curta, damos um salto pra o chão e o comboio às pressas. e depois fica a linha de ferro que continua para o fim do mundo.
E nós a ir para qualquer lado. Ou, como nos sonhos, parados na tela toda da mesma cor.

Canseiroso disse...

Belo tema para a sossega Professor.

Acho que esse apeadeiro deixa muita gente encostada, vitimando-se.
A história poderá explicar também, um pouco a génese do nosso progressivo medo,que nos encalha a caminho da lucidez.
A esse medo chamo caciquismo, tão castrador depois de moçárabes e cristãos novos e...militantes partidários...

andorinha disse...

E a amargura não pode coexistir com a lucidez?
A mim parece-me que sim...

Tal como a Bea e dado o adiantado da hora:) não entendi a que se refere quando diz que: "a questão moral nem se chega a pôr..."

Qual questão moral?

Anfitrite disse...

Eu não sinto amargura. Sempre gostei de me olhar ao espelho, ohos nos olhos, porque não tenho nada de que me possa envergonhar.
Talvez sinta um pouco de desalento. Queria tanto um mundo povoado de gente linda, já que o Universo em si é tão belo. A semana passada, às tantas da noite, depos de um valente aguaceiro fui ao quintal. Olhei para o céu, estava tudo tão límpido, por cima da minha cabeça,
mais sobre o ombro esquerdo, estava a Ursa Maior. Senti-me o Principezinho. Tinha a sensação que se desse um pulinho conseguia agarrar uma estrela. Acreditem, ou não, fui buscar a máquina par a tirar uma foto, só que a luz do écran não me deixava ver nada. Depois, lembrei-me dos tempos de escola, comecei a prolongar 5 xs a distância entre a estrela alfa e beta da U.M. para encontrar a estrela da ponta da Cassiopeia, que não consegui ver toda porque estava sobre o telhado, mas sabia que fazendo mais um prolongamento encontraria a Estrela Polar.
E lá estava ela linda, pequena , mas muito brilhante. E aí eu senti que tinha encontrado o meu Norte. E então apeteceu-me correr para regar todas as rosas do Mundo, para que elas não ficassem murchas.

Isto não é perder a lucidez e esteticamente é lindo de morrer.

Condessa de Til disse...

Chère Madame L’Hirondelle,

Mon interprétation du code:

1º Para chegar à lucidez algumas pessoas precisam necessariamente de passar pela amargura;

2º A única maneira de o evitar seria recusar ver a imagem como ela realmente é = embaciar o espelho e mentir;

3º Esta opção é absolutamente afastada;

4º A razão para a afastar resulta da opção ser humilhante, o que é esteticamente inaceitável, e não desta ser uma mentira;

5º A questão moral de faltar à verdade fica assim em segundo plano ou nem se chega a colocar;

6º Esta ordem de prioridades poderá ser chocante para algumas pessoas = não quero escandalizar ninguém.

Conclusion: O reconhecimento da realidade traz um sofrimento inevitável uma vez que a negação dessa realidade é inaceitável, sendo que a recusa de se enganar a si próprio não se fundamenta no respeito por certos princípios morais, mas antes na preservação da própria dignidade.

ana b. disse...

Condessa:

Brilhante interpretação.
A lucidez comporta amargura e por vezes muito sofrimento.
Mas vale a pena o esforço.

Bartolomeu disse...

«O que diferencia um tronco flutuante de uma barca feita da mesma madeira, é que esta última tem remos e pode navegar contra a corrente»
Quem pensou e disse esta cena, foi um filósofo indiano - Sri Ram.
Devia ser marinheiro concetêza, ou então construtor naval...

AQUILES disse...

Pode-se sempre embaciar o espelho quando há mais observadores da imagem além do próprio embaciador. Todavia cada um conhece bem os contornos da imagem lá reflectida, mesmo de olhos fechados. E por isso nem a questão moral se aflora.

andorinha disse...

Condessa,

Eu sou apenas uma simples e plebeia andorinha...mas tirando isso, a interpretação do post é brilhante, como bem disse a Ana.

A esta hora já consigo reflectir um pouco mais, de qualquer forma, merci bien, chérie:)

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Amargos são os cantos da lucidez
que descobrem na sua limpidez
as verdades que não se vestem
com as mentiras que se despem.
Não, por ocasião de um senão
mas pela ilusão da sua mão
que regista nos olhos do prazer
a vida que se evita ser.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 20/01/2011

alquimista disse...

O amargo é não haver alternativa para a amargura, ou pelo menos, ainda não a termos descoberto. Se assim fosse o apeadeiro bem se poderia tornar estação. Mas o nosso judaico/cristianismo também pouco nos ajuda. Se encontrassemos a tal alternativa, a questão estética nem se chegaria a colocar, mas dar-nos-ía nesse caso o caminho para a lucidez?

AQUILES disse...

http://www.jiddu-krishnamurti.net/pt/krishnamurti-conhece-te-a-ti-mesmo

Caidê disse...

Amargura é um sentimento muito forte. Tristeza ainda se remove.

Primeiro, uma drageia para acelerar a digestão de uma perda ou ocasionalmente de um vazio no destino ou na orientação e sentido de mais pequenos trajectos imediatos. Drageia é estímulo, está visto. Pode ser uma pequena onda. Apanha-se (a onda). Ganha-se deslocação (supera-se a tristeza).
Tristeza é, assim, dor que já passa. E tardando a passar, não passa de uma espécie de enxaqueca.

Tristeza está à espera de uma noite de sono prazeiroso, de poder dormir até ser dia.

Tristeza tem razão mais exógena. A culpa é da sorte. A culpa é do ambiente em que a vida se continge e tece.

Tristeza é feita com a agulha grande do tricô enlaçando o fio de lã desproporcionadamente fino. Tristeza é o que corre, então, nas passagens de ar de cada malha laça.

Mas um dia amanhece e um raiozito de sol ou uma onda brandinha vem e – eis que a tristeza se derrete. Tristeza não é muito definitiva.

O chá deixa de amargar. Enfraquecendo, a tristeza se foi. Suave começa a doçura da liberdade sentida logo que a tristeza entrou em falência.

Não é difícil entrecortar a tristeza com claves de pequenos sóis e depois regressar às pautas tristes ainda. Até que se esfume de vez a tristeza, bem entendido.

A tristeza é um caminho mais suave e mais curto para vir a estar bem. Ainda que seja só depois ou mais tarde.

Amargura é memória da angústia. Amargura é como uma pedrinha que caiu dentro de um poço fundo. E a roldana faz descer a corda gasta e o balde ainda assim não consegue trazer a água do fundo, que se pudesse traria a pedrinha.

Amargura terá sido de tanto sonhar. Terá sido de muito se projectar. De tão inteiramente enveredar. De tão solidamente se colar.

Era ilusão, afinal. Desfocagem quiçá.

Fica-se com esta sensação de que amargura é para sempre, quer se mostre ou se esconda. Pode até guardar-se num canto onde já nela se não tropece. Creio que geralmente fica.Não se remove.

Moral não faz falta. A mim particularmente, basta-me considerá-la subclasse da estética. Belo é o que dá prazer. O que vem e dá prazer a cada um. Belo é aquilo com que cada um sabe ter prazer. E ter prazer é algo que se aprende e se conquista, para lá do prazer de subsistir.

Existir sem prazer creio que é um contrasenso.

A Menina da Lua disse...

A minha postura é exactamente essa... o contrário seria não só esteticamente inaceitável mas como diz e muito bem a Senhora Dona Condessa,:) para preservar a nossa propria dignidade. Eu acrescento ainda o sentido positivo e um certo encantamento pela vida...:)

Enfim! para muito gente, a vida é-lhes francamente madrasta e infelizmente muitas vezes não conseguem sentir ou vislumbrar muito mais para alem da amargura...mas isso só por si não justifica! leva-me a arriscar pensar que estará talvez um pouco no próprio ADN...será!:)

Canseiroso disse...

ADN e Meio Social, Económico, Político, etc, são factores aparentemente opostos, mas que se conjungam perfeitamente, numa entidade a que muitos preferem chamar deus.
Chegados aí,«ai jasus que lá vou eu, desta para melhor...» e que seja o que deus quiser.
Francamente, irmãos e irmãs a questão moral aqui não se coloca, e nem é porque seja estéticamente inaceitável, é mesmo porque é humanamente reprovável.
O Homem feito à medida de todas as coisas,é o Homem capaz de compreender as coisas e não de viver em função delas.

ana b. disse...

E a propósito de amargura e lucidez:

http://www.youtube.com/watch?v=v5XsBsoYkfA

andorinha disse...

http://publico.pt/Mundo/analise-uma-revolucao-vinda-de-baixo-e-das-classes-medias_1476013

Talvez cá fosse preciso algo do género. É necessário um novo 25 de Abril já que as instituições estão caducas e não respondem ao que se pretende de um país no século XXI.

Anónimo disse...

Felizmente que não me considero uma pessoa amarga nem amargurada.
Um dos apeadeiros obrigatórios para (alguma) lucidez? A loucura q.b.
Uma lucidez a 100% só pode ser um tédio.
;-)

Fora-de-Lei disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fora-de-Lei disse...

«A amargura é um apeadeiro obrigatório no caminho para a lucidez.»

Prof. JMV

«A queca é um apeadeiro obrigatório no caminho para o sexo tântrico.»

John Fodewell

ana b. disse...

FDL,

Mas que sugestivo nome, tem este ilutre pensador.
Dada a minha recente murconidade, desconheço-lhe a identidade e filiação.
Nada que uma leitura atenta de posts anteriores não resolva.

Bartolomeu disse...

Does John be so well shure about his family-name?!

Fora-de-Lei disse...

ana b. 12:22 PM

"FDL, mas que sugestivo nome tem este ilutre pensador."

Ilustre sim, mas não pensador. Trata-se de um ilustre poeta nacionalista irlandês, em tempos muito ligado ao Sinn Fein, sendo que uma parte significativa da sua poesia é escrita em gaélico.


Bartolomeu 2:10 PM

"Is John that sure about his family-name?!"

To my best knowledge, his surname is quite in line with the zero complaints he got so far...

ana b. disse...

Caro FDL:

Agora que disse isto, é que me recordei de o ter conhecido, há uma meia dúzia de anos, aquando de umas férias que fiz à Irlanda.
Bem me queria parecer, que aquele nome não me era totalmente estranho.
Advirto-o, no entanto, que para além de versar e poetisar muito bem, ele também pensa. É um homem, cheio de talentos e competências, fazendo juz ao seu nome de família.
Tal, pude comprovar pessoalmente, duranta longas tertúlias literárias que tive o previlégio de com ele estabelecer.
Mistério resolvido.

Fora-de-Lei disse...

ana b. 6:32 PM

"... durante longas tertúlias literárias que tive o previlégio de com ele estabelecer. Mistério resolvido."

Até que enfim que há alguém que conhece John Fodewell. Já não era sem tempo...

Bartolomeu disse...

Hmmmmm... se fosse assim tão well como apregoa... nunca se iríam esquecer d'ele.
Será que o John Fode mesmo well?
Ou será mais... will!?

AQUILES disse...

E o John Fodewell já é citado, aqui no MURCON,desde 26 de Agosto de 2005.

Caidê disse...

http://www.youtube.com/watch?v=qKyWRJZnu2o

Caidê disse...

AI!
AI!
AI!

http://www.youtube.com/watch?v=YzN9uqb97bA&NR=1

Valoroso também este.

ana b. disse...

Caro Aquiles,

não se esqueça que eu sou recém-chegada a este blog.
Além do mais, o meu conhecimemto do John (era assim que o chamava), remonta a alguns anos antes desta data.

Caro Bart,

eu nunca me esqueci dele. Só não ligava o nome à pessoa.

andorinha disse...

"To my best knowledge, his surname is quite in line with the zero complaints he got so far..."

És mesmo doido, doidão:)



Aquiles,

Pois é, o FDL conhece vários membros dessa família já há
algum tempo...

Fora-de-Lei disse...

AQUILES 8:43 PM

"E o John Fodewell já é citado, aqui no MURCON, desde 26 de Agosto de 2005."

John Fodewell já não é propriamente um novato nas lides literárias. Em 2005 tinha ele 48 anos, ou seja, alguns 30 e tal anos dedicados à poesia...

Caidê disse...

O dito autor safa-se: irlandês exclui luso-britânico.

Qual de vós tem um automóvel com matrícula XX? Bom, creio que me enganei. Deixem pensar ... FD...? De quem for há que ir retirá-lo, pois há um senhor que quer sair e tem o dele trancado.

Anónimo disse...

À procura do Sonho.

Para Renato Seabra a amargura foi um apeadeiro no caminho para a loucura - telefonou para a mãe nos dois dias antes queixando-se de tanta luxúria, etc. A alternativa era humilhante - embaciar o espelho e sujeitar-se aos avanços do pederasta Carlos Castro. Não quero escandalizar ninguém, mas para Renato Seabra a questão moral tornou-se 100% asfixiante, de modo que agiu com uma vigorosa contra-humilhação retaliadora.

Graça Paz disse...

Ja vim de lá a pensar algumas vezes como conseguem os psicoterapeutas e psiquiatras "viver" as suas vidas sem viver com as angustias dos outros!!?? é que o papel é o do medico, mas a ver os nossos o lado de lá das portas que dão para o alem!. Acho que é de agradecer.

AQUILES disse...

As portas que dão para o além não é mais do padre com a extrema unção? :):):)

Caidê disse...

Amanhã é a 1ª volta. E a eleição ainda não é electrónica.

thorazine disse...

"Não quero escandalizar ninguém, mas para mim a questão moral nem se chega a pôr, tal hipótese é esteticamente inaceitável."

Ainda há tempos discutia isto com um amigo. Ele dizia-me que eu era masoquista pois recorrentemente falo das injustiças que o estilo de vida ocidental cria só por existir. Desde a exploração das minas de coltan no Congo, que alimentam toda a espécie de equipamento electrónico e que, ao mesmo tempo, explora, tortura, massacra populações inteiras longe daqui. Das roupas trabalhadas compradas a baixo custo que são feitas por criancinhas na Ásia. A carne produzida a kilo, sem qualquer respeito pelos outros seres vivos. E etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc..! Para vivermos tal como vivemos aqui, num outro lado alguém - animal racional ou não - terá de se sacrificar ou ser sacrificado.
O meu amigo diz que prefere não pensar muito nisso porque saber a realidade não traz nada de novo, para além da angustia. E que mesmo que a sociedade fosse "afinada" não haveria hipóteses de termos todos a mesma qualidade de vida. Eu acho que o simples facto de ganharmos consciência já é uma forma de respeito e talvez um caminho para a mudança, mesmo que ela nem seja viável da "altura" a que estamos a observar..

Bem, bom dia de reflexão: http://www.youtube.com/watch?v=-MCvfxKFFHk

bea disse...

Ai traz, traz, Thora. a ignorância nunca será igual ao saber. Mas do que tu falas é de sabedoria. E essa a ignorância não dá. A informação pode ou não criar-lhe caminho. E igual para o saber.
Dantes, os velhos eram sábios.Agora são só velhos. Contudo, nada os substitui: a vida lavrada no corpo, o trabalho exposto na ferrugem instrumentalizada das mãos hesitando ternuras leves.E nos olhos tranquilos, todas as pregas da alma.
Pois. Boa reflexão (olha o soturno que ele é:)

ana b. disse...

Murcons,

Não percam por nada o último Woody Allen: "You will meet a tall dark stranger".
Como sempre, a falar de coisas sérias, mas com um sorriso nos lábios (e umas boas gargalhadas).
Há coisa melhor?
Para abrir o apetite:

http://www.youtube.com/watch?v=OLLbzJC_mp4

Atentem na frase que abre o filme:

Shakespeare said:
"Life is full of sound and fury and in the end it signifies nothing".
É mais uma pérola do mestre!

thorazine disse...

bea,
mas a questão mantém-se: saber por saber é só masturbação - ou masoquismo, até porque aqui nem temos direito ao "grand finale"! Até que ponto adianta não manter o espelho embaciado para coisas que dificilmente podemos mudar?

Ou talvez sou eu que estou num dia nim, e quase que concordo com o meu amigo - apesar de ainda esta semana ter estado com toda a mina cavalaria a lutar contra a opinião dele.. :)

ana b.,
já fui ver..e achei o guião engraçado, as personagens típicas do Woody - grande qualidade! - mas o final deixou-me deveras frustado.. :S

ana b. disse...

Anfi,

já chegou o filme que tanto aguardavamos, "Hereafter".
Irei vê-lo amanhã.

E para todos os Murcons, mas em especial para si:

http://www.youtube.com/watch?v=lowWOVmVois

ana b. disse...

Thora,

não me posso alongar em comentários sobre o final, pois isto seria uma maldade para quem ainda não viu o filme.
Concordo consigo, o final deixa-nos desconcertados.Parece, que agumas vidas ficam em suspenso, com o destino por definir.
Mas a vida é assim mesmo.

thorazine disse...

*frustrado

Ana,
é verdade que a vida é mesmo assim. É por isso que se vai ver um filme, para variar.. :)

ana b. disse...

Thora,

o que eu gosto verdadeiramente no cinema, e nas artes em geral, é que me permite comprender melhor a vida. A minha, e a dos outros.
Se o puder fazer a rir, então é mesmo genial.
Daí o meu fraquinho pelo Woody Allen.

A Menina da Lua disse...

Ana B :)

Acabei de chegar de ver o filme "Hereafter".
Para mim foi simplesmente de encantamento desde o princípio ao fim...
Curioso que na bilheteira na hora da escolha do filme tambem estava indecisa entre um e outro filme.:)
Continuo-me a preocupar com estas coincidências de gostos e de opiniões entre as duas!...:)mentira!:)

Thora:)

Pois! já o Eça dizia:- "como podes tu comer enquando a Polónia sofre..."

Eu penso que a sua questão deve ser vista a dois níveis; por um lado é importante conseguirmos ter essa consciencialização e uma visão colectiva dos ideais que nos devem assistir e nortear para futuro... mas por outro lado todos nós temos de viver hoje... aqui e agora e as coerências nem sempre são possíveis e nem sequer razoáveis... O Bom Senso e a Sabedoria ajudam-nos sem dúvida a encontrarmos o caminho dos tais equilíbrios possíveis e desejáveis.

Até porque como dizia o inspiradíssimo Shakespeare:

"Life is full of sound and fury and in the end it signifies nothing". :)

Bom fim de semana para todos

ana b. disse...

Menina da Lua,

Também eu estive indecisa entre os dois filmes.Até porque os vou ver aos dois; foi apenas uma questão de prioridade. Optei pelo Woody Allen porque estive a trabalhar durante a noite e pareceu-me mais adequado para ver após três horas de sono( e um café duplo).
Deixei o Eastwood para amanhã. Preciso de estar com todos os sentidos a 100%. Ele é só o maior cineasta vivo, com uma sensibilidade única, talentosissimo. O verdadeiro Mestre! Merece toda a minha atenção.

Realmente já reparei que temos gostos similares. E uma visão parecida do mundo. É bom sentirmos eco à volta. Sentimo-nos acompanhados.

G-Souto disse...

... acho interessante este seu jeito (ou não fosse psi) de escrever, por vezes, e ficar a observar as pessoas entrarem em divagação...

"Lucidez - Demasiada lucidez é culpada num mundo de cegos, que com a cegueira se contemplam sem desastre de maior."

Agustina Bessa-Luís, Dicionário Imperfeito, Guimarães Editores, 2008

Fique bem! Boa noite!
(a foto está linda!)

Canseiroso disse...

Aí está uma das razões que me levou a não «gramar» a escrita e os pensamentos dessa senhora.

O receio que ela evidencia,neste excerto descontextualizado, pelo facto das pessoas serem demasiado lúcidas, é arrepiante...

Cheira a bafio

Anónimo disse...

aqui não

Anónimo disse...

cheira a tulipas

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anónimo disse...

Mas as tulipas são de papel.

Teresa Santos disse...

Embaciar o espelho nunca resolveu qualquer problema.
Vou ficar por aqui, Prof.

Teresa Santos disse...

"Ficar por aqui" leia-se, pelo blog...

Zé Duro disse...

"... acho interessante este seu jeito (ou não fosse psi) de escrever, por vezes, e ficar a observar as pessoas entrarem em divagação..."
Pois, é como se o sr. professor viesse aqui periodicamente lançar um "incêndio" e ficasse a ver as reacções dos diversos "bombeiros"... Uns a quererem apagar as chamas, outros a mantê-las, outros a atear ainda mais o fogo! E depois, há sempre a possibilidade de encontrar uma hipótese de solução para alguma pergunta/assunto que tenha ficado em aberto...
Não está mal pensado (digo eu).

ana b. disse...

Menina da Lua,

Já vi o "Hereafter". Arrasador!Soberbo!
Obriga-nos a olhar a morte e a angustia do desconhecido.
E como tão bem filma o desamparo daquela criança.Magnífico.
Será sem duvida, um dos filmes do ano.

Anónimo disse...

ana b.

Olhar para a vida e felicidade do desconhecido (tambem não está mal pensado-tambem "VOU FICAR POR AQUI"

A Menina da Lua disse...

Ana:)

Ainda bem que gostou:)

No final fica-se suspenso com tanta emoção, mesmo que contraditórias; tristeza, desamparo, amor, esperança...emfim! mas a vida é mesmo assim...!:)

Anónimo disse...

(:

bea disse...

Thora

digamos que nim. Sempre julguei que há coisas que são para nada, apenas são. Não é o caso do saber ou da ignorância. Porque há um peso em cada um que afecta quem os detém. Mas hoje até julgo que há um bocadinho de um poema que serve ao que não sei dizer, talvez por desânimo de um país tão o mesmo

Passou a diligência pela estrada e foi-se;
E a estrada não ficou mais bela, nem sequer mais feia.
Assim é a acção humana pelo mundo fora.
Nada tiramos e nada pomos; passamos e esquecemos;
E o Sol é sempre pontual todos os dias.
Alberto Caeiro