quinta-feira, setembro 27, 2007

Surprise, surprise...

Amantes na net eram casados um com o outro
2007/09/22 16:05

Apaixonaram-se na net e agora sentem-se traídos. Estão a divorciar-se
Um casal bósnio está a divorciar-se depois de descobrir que eram amantes um do outro na Internet. Segundo o Metro britânico, Sana, de 27 anos, e Adnan Klaric, de 32, encontraram-se numa sala chat utilizando os nicks «Sweetie» e «Prince of Joy».
Ambos achavam que tinham encontrado uma alma gémea com quem passariam o resto das vidas. O curioso é que ambos reclamavam dos mesmos problemas nos seus casamentos.
A verdade só foi descoberta quando combinaram um encontro. Agora, o casal está a divorciar-se e cada um acusa o outro de traição. «De repente, eu estava apaixonada. Era maravilhoso porque parecia que ambos estávamos presos ao mesmo tipo de casamento infeliz. Senti-me traída», disse Sana ao jornal. Para Adnan, «é difícil acreditar que Sweetie, que escreveu coisas tão maravilhosas, é, na verdade, a mesma mulher com quem me casei e que não me disse uma única palavra carinhosa durante anos».

37 comentários:

andorinha disse...

Boa noite.

Ooops!!!
Ora aqui está um bom tema para ser analisado por psis...

Confesso que tenho imensa dificuldade em me "meter" nesta situação.
Na Net apaixonaram-se, na vida real a vida era uma sensaboria...há aqui alguma coisa que não bate certo:)
Isto só prova que não se investe na relação e que se procura um escape e a adrenalina do "proibido"...deve ser mais fácil...

Isto significa o quê? Que se expressam muito mais facilmente sentimentos a estranhos do que à pessoa que vive connosco?

E agora sentem-se traídos e a culpada é a Net?
Pois...esta tem sempre as costas largas:)

Pessoalmente, acho uma idiotice irem divorciar-se; aproveitavam esta oportunidade para relançarem e darem novo fôlego à relação.
Têm aqui o condimento que faltava, só precisavam de ter sentido de humor e capacidade de encaixe.
Ao fim e ao cabo, eles são na vida real, as pessoas por quem se apaixonaram na Net.

O ser humano é mesmo muito estranho e complexo!

Marx disse...

História, absolutamente, extraordinária. Seguramente, sonho de muito argumentista de Hollywood. E, seguramente, maestro de Bollywood. Não será muito compreensível, no entanto, a queixa da Sweetie Sana. «...Era maravilhoso porque parecia que ambos estávamos presos ao mesmo tipo de casamento infeliz. Senti-me traída». Não se percebe lá muito bem a queixa da «traição». Vai-se a ver, o «Prince of Joy» utilizava uma outra password...

Fora-de-Lei disse...

andorinha 12:16 AM

"Pessoalmente, acho uma idiotice irem divorciar-se; aproveitavam esta oportunidade para relançarem e darem novo fôlego à relação."

Não dá. E porquê ? Porque falta acrescentar à estória o facto desta paixão, via internet, se ter sustentado na lógica do duplo-decímetro. O que ambos sabem que não é verdade...

Anónimo disse...

A história é interessante...
Esta situação talvez esteja relacionada com o grau de idealização que se faz do outro, a dimensão da fantasia em relação ao outro que é amado!
Parece-me que esta dimensão não foi a cada dia renovada por este casal e assim projectou todo esse desejo e dimensão de fantasia no outro que supostamente seria alguem desconhecido.
É uma hipotese?! Curisoso!!!

Conceição disse...

A uma amiga minha aconteceu esta situação há uns anos. E o problema foi não só o divórcio como acima de tudo a posição dos filhos: regeitaram a mãe porque ela "traiu" o pai!

Laura disse...

Só posso dizer:- BURROS, BURROS, BURROS!!!
O impossível aconteceu, nessa oportunidade única de se encontrarem pela 2ª vez num match perfeito , e não têm a inteligência de perceber o privilégio?
Qual quê! Amesquinharam a coisa pelo lado do óbvio e imediato. Nem mais. Ficaram no barco velho a apanhar a água do porão em vez de saltar para o outro, novo em folha, que lhes foi dado.
Só conseguiram ver ao perto...

Seremos todos assim? Só olhamos e não vemos?
Provavelmente somos.

Como aquelas bonecas russas...muita gente dentro de 1 só pessoa.

Surprise, surprise, in fact! (título perfeito!)

O ressentimento não é 1 coisa tramada?!

thorazine disse...

Hehe! Até parece aquele filme com o Schwarzeneger e Jamie lee Curtis.. ;)))))

Anónimo disse...

Reproduzi esta história no meu blog e fiz alguns comentários.

"O curioso talvez não seja o facto de os dois se terem correspondido sem saberem quem realmente eram, o curioso é que devem ter falado abertamente um com o outro, cortaram cada um na casaca das suas caras metades, falaram sobre temas que, cara a cara, nunca tinham tido á vontade para falarem e provavelmente até ficaram a conhecer-se melhor. Mas o choque com a realidade foi forte demais e não conseguiram perceber isto."

Sim, o curioso é que não tenham percebido isto e que não tenham colocado a pergunta, qual a personalidade dele(a) mais próxima da real? Aquela em com quem contacto todos os dias ou aquele que, anonimamente, me abriu o coração?

pp disse...

Já tentei opiniar varias vezes...mas não consigo dar uma opinião, ainda assim :))))))), aqui vai...

Talvez a ideia de que o casamento é uma coisa má...ou a falta de capacidade para ultrapassar o tempo da paixão inflamada e iniciar uma construção(não que não exista na paixão), a falta de auto-conhecimento, ou até a forma com que se olham um ao outro nos diferentes momentos da relação...enfim, não sei...mas é um tema interessante :)

Alice disse...

Ora aqui está uma notícia que dá que pensar...
certamente não é a acusação de traição mútua que provocará a separação do casal. Afinal, mais quites do que estes dois não pode haver! Tem que ser qulquer mais profunda, do tipo da não aceitação da própria cegueira: como é que a pessoa aqui ao lado pode ser tudo o que "mostrou" na net e eu não me dei conta? Ou como é que pude seduzir uma pessoa on-line e não fui capaz de mostrar o meu potencial a quem está comigo? Acho que é a dificuldade de encarar o próprio falhanço que motiva a separação. Isto se calhar é uma grande tolice, mas apeteceu-me largá-la!

Manolo Heredia disse...

Ele, além de ser um chato, ainda lhe roubou (a ela) possibilidade de ser feliz com o "outro".
Acho muito bem que ela peça o divórcio. E ele também!

Bartolomeu disse...

Ora bem, se me dão licença, vou-me deitar no divã, descontrair e reflectir.
«Sweetie» e «Prince of Joy», interessante, falta-nos conhecer o ou a, ou ambos, os padrinhos que lhes conferiram os adjectivados nick names. Docinha e príncipe do Joy steeck. Numa primeira análise, diria que o desfecho deste caso foi provocado por um erro de semântica, hipotéticamente devido à docinha ser Bósnia e o Juiz... Português? Muito provávelmente a Sweetie disse que se sentiu atraída e não, traída e o Principe muito provávelmente terá declarado não ser difícil que a Sana tivesse escrito coisas tão maravilhosas.
A decisão da separação devia ser contrariada, e o Sr. Dr. Juiz, deveria aconselha-los a recasarem, uma vez que através da net descobriram a forma correcta de se relacionarem.
Seria sensato, não acham?
Este divã provoca-me alergia, estou cheio de comichão nos costados.
Sweetie, come here my darling, com to play whith the joy steeck.

Branca disse...

Muito interessanta e inexplicável!
Porque será que as pessoas conseguem dizer muito mais por escrito, que frente a frente? Porque será que se relacionam melhor à distância? Concordo com todos os que dizem que eles são muito burros em se separarem agora, era o grande momento para a reflexão e se a solução fosse escrever, porque não? Há pessoas com grande incapacidade de expressão oral, porque não deixarem cartas ou bilhetinhos debaixo da travesseira, ou mesmo irem para a net conversar antes de irem para a cama?!Talvez esse fosse o fetiche perfeito para este casamento, talvez...talvez...tanta coisa que poderiam imaginar à volta desta situação!E são tão jovens para desistirem já...que pena!

Ni disse...

Delícia... a história-base do post. Delícia... os comentários!
...
O 'poder das palavras' é fascinante!

(Uma amiga de infância fez algo semelhante, mas... para salvar o casamento. (!!!)... Uma espécie de 'dança' numa sala escura -de chat- onde (só)ela sabia que aquele nick que abraçava com palavras... era o marido.)

No caso do post... e em tantos outros que desconhecemos... A sedução pelo que é dito... pelos silêncios... funcionou. Entraram no estado de 'enamoramento', paixão, que não verbalizavam olhos nos olhos. Mas... será que foi mais 'forte' o que cada um contou relativamente ao desencanto face ao casamento... face ao outro?

Devem estar confusos, de facto: «Amo-te ou odeio-te?»... amo-te pelo que me deste a conhecer de ti, por esse rio fluido de palavras de afecto onde mergulho e que me faz sentir tão bem OU odeio-te pelo mal que ME disseste sobre MIM? Pelo real que me dás e que não é nada deste sonho... que até ías dar a outro(a)?
...

Bem interessante, este tema...

Abraço de vento

Ni*

peciscas disse...

Posso deixar aqui uma confidência?
Quando namorava com aquela que hoje é a minha consorte (ou devo dizer com sorte?), após estar com ela e regressar a casa, escrevia-lhe umas (como sempre ridículas ??) cartas de amor que lhe dava a ler no próximo encontro.
No fundo, para mim, era uma forma de continuar a conversar com ela...
E prometi que continuaria a escrevê-las, mesmo depois de nos casarmos.
E assim foi acontecendo, muito embora não com a frequência desejável.É que a vida de todos os dias nem sempre nos deixa cumprir os projectos mais idealistas que vamos armazenando na vontade.
No entanto, desde que descobri esta coisa da blogosfera, dei por mim a, de vez em quando,a retomar essa escrita, que,fica exposta
( ou seja, exibida em forma de post...), essencialmente para a única destinatária que a motivou.
E ela lê, como sempre o faz, em silêncio.
Só com a diferença de que, agora, outra gente lê.E há pessoas que fazem comentários e intervêm nestes momentos de intimidade.
Estes novos meios tecnológicos trazem novas formas de expressão que tanto podem servir para afinar e depurar emoções e sentimentos, como podem levar à evidência de rupturas (como essa que é relatada) mas que já andavam a germinar nos subterrâneos da mente.
Apenas acrescentam um toque de picante insólito que não deixa de nos provocar um sorriso.

CD disse...

Normalmente na net as pessoas mentem.

Anónimo disse...

Bom dia maralhal.

É um nitido sinal de Deus :-)
Deus iluminou-lhes o caminho para salvarem o casamento.

Num universo tão grande como a Net é preciso "ter galo" para isto suceder.

andorinha disse...

Boa tarde.

Um dos mais fascinantes temas do Murcon. Depois de ter lido mais alguns comentários cada vez estou mais convencida disso.

Concordo com quase tudo o que foi dito aqui:)
É que este não é um dos temas em que a realidade seja a preto e branco...há muitas nuances pelo meio.

Concordo com o senhor do pontinho:), com a Alice que faz uma observação muito pertinente: "Acho que é a dificuldade de encarar o próprio falhanço que motiva a separação."
E com a Ni:
"Devem estar confusos, de facto: «Amo-te ou odeio-te?»... amo-te pelo que me deste a conhecer de ti, por esse rio fluido de palavras de afecto onde mergulho e que me faz sentir tão bem OU odeio-te pelo mal que ME disseste sobre MIM? Pelo real que me dás e que não é nada deste sonho... que até ías dar a outro(a)?"

Várias perspectivas e hipóteses se levantam, de facto, e fazem-nos pensar...
Por isso eu adoro esta tertúlia, por um tema poder ser analisado por tantos prismas diferentes que nos levam a reflectir, algo que normalmente não é muito usual hoje em dia.

Continuo a dizer, no entanto, tal como a Laura, que eles estão a ser burros. Pessoas inteligentes, com capacidade de encaixe e sentido de humor dariam a volta à situação e concediam a si próprios uma segunda chance. Se não resultasse, então cada um seguia o seu caminho.
Era o que eu faria...:))) Lol

Anónimo disse...

Passarinha da Primavera
Tens que dominar mais as coisas da Net.
Não é costas largas. É banda larga, ok?
Não tens que agradecer.
:-)

andorinha disse...

Yulunga,

Banda larga? Pensava que era banda gástrica. Já me estás a baralhar:)))))

Pronto, não agradeço.

:)

andorinha disse...

Ni,

Li agora com mais atenção a história dessa tua amiga.
Brilhante e imaginativa estratégia!
Espero que tenha resultado:)

andorinha disse...

FDL,

Happy birthday !

Não é todos os dias que se faz 50 aninhos...
Um resto de dia feliz, pá.:)

Blogger de Saúde disse...

Sinais dos tempos! O casal não fala, tecla... Se calhar por Sms teriam tido mais Sucesso! Enviam dentro de casa um ao outro mensagens de amor e de carinho!! Lol :)

Agora a sério.. Concordo com o disseram anteriormente (andorinha por ex.). Encarar o erro, a falta de dialogo é dificel, será mesmo o olhar para o espelho e ver o que não gostamos! A não ser que se seja narcisista assim nada se muda ao longo da vida.

Anónimo disse...

CD
Só na net?
Olha que este caso parece-me uma "mentira" pegada mesmo antes das idas à net.

Fora-de-Lei disse...

andorinha 10:13 PM

Obrigado !

Fora-de-Lei disse...

yulunga 12:25 AM

Thanks, sister in arms !

Sirk disse...

kéké isso da "lógica do duplo-decímetro"?

É um novo paradigma?
É um fetichismo sexual?
É uma medida SI?
...

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Quanto à notícia, dava um filme fantástico. :D

Nossa "Senhora do Teclado" que os proteja. A vós também, Murcons.

:D

un dress disse...

pra digerir lentamente :)

espelho-palavra-traição-redenção

palavras revestidas de traços esquecidos.

re.inventadas

re.compostas

e a dor das palavras

dadas ao "outro"...


beijOs

Tangerina disse...

Que pena serem dois tolos. Porque só os tolos se enamoram cegamente pela net, só os tolos arruinam casamentos por falta de investimento emocional, só os tolos não veem o que têm a um palmo de si.
Dá vontade de rir, esta irónica história.
Confesso: eu ri, não pelo cómico da situação mas pelo ridículo.
Oxalá essas duas marionetes aprendam a ser felizes.

Sal e Pimenta disse...

Concordo com o que aqui se disse, na generalidade.
Assim mesmo aqui vão mais umas linhas...

Usar a net ou outro suporte para comunicar por escrito é usar um canal imperfeito. Que neste caso dá uma sensação de mais liberdade, impunidade, e pode facilitar o uso da franqueza. Tanto mais se escondidos atrás de um pseudónimo.

Permite imaginar em vez de ver. E a imaginação é tudo, ou quase. A ideia que se faz na mente de que tudo iria ser muito melhor, e que se iria livrar ou dar uma facadita no conjuge com quem as coisas não andavam bem deve ter elevado bastante as expectativas. A fasquia estava alta. E quanto mais alto se sobe, maior a dor na queda.

Ainda outra hipótese que pudesse contribuir para a explicação d separação (tipo descodificar a caixa negra de um avião), seria a presença do uso descarado da mentira.

É que como já aqui foi dito, a net também dá para mentir. Caso isso tenha acontecido, em particular de forma descarada, pode ter ficado demasiado obvio para cada um que foi completamente apanhado, sem margem para fuga ou outras desculpas.

E qualquer relação, baseada em mentiras grosseiras sobre o outro (se é que aconteceu) está de imediato condenada, penso eu de que...

Trolha disse...

Independentemente do facto de se saber se este relato é verídico ou se foi «inspirado» numa anedota q correu pelo ciberespaço, o que é real é ser o sexo virtual uma realidade presente, cada vez mais omnipresente.

Quem, ainda, não experimentou certamente vai descobrir q uma experiência/envolvimento sexual virtual(seja um relacionamento baunilha ou S/M) pode ser bem mais reconfortante ou tão reconfortante como um envolvimento ao vivo e a cores.

E não é, por acaso, que milhões de pessoas (homens e mulheres e cada vez mais mulheres) são adeptos (fervorosos ?) do sexo virtual.

CêTê disse...

mais hilariante seria a descrição que cada um há-de ter feito ao seu melhor amigo- o que obviamente perdemos.;(((( à falta de amor acresce a este casal a falta de humor e sem uma nem outra...

Eu acho a história inspiradora! Verdadeiramente cómica! E não tendo nenhum morrido posso gargalhar sem remorsos.
E deve haver histórias bem bem mais giras! AI se deve!!!!

Andreia Azevedo Moreira disse...

Delicioso! Em vez de se sentirem traídos deveriam ter visto aqui uma oportunidade para se voltarem a entender, uma hipótese de diálogo e deveriam dar-se por felizes por afinal de contas estarem realmente ao lado da suposta "alma gémea". No fundo só lhes faltou o diálogo e o serem sinceros um com o outro como foram capazes de o ser virtualmente. Esta história é do melhor que tenho ouvido nos últimos tempos!!Nem se apercebem da oportunidade que a vida lhes deu...

carpe diem disse...

As pessoas são estranhas!!! :)

APC disse...

Eheheh... Li essa notícia numa revista, creio, e também me mereceu um quê de pensamento (difuso demais para gerar palavras, mas mereceu).
As pessoas são estranhas, diz o "Carpe". Pois são! Demasiadamente, para que algo pudesse ser tão simples como a "Laura" acima alvitra. É que, apesar de ambos serem aquela parte que apaixonou o outro, ambos carregam também com eles a outra parte; e qual das duas a mais real?
Suponhamos que um deles tinha mentido ao outro e, afinal, quando se fossem a ver, eram duas mulheres, ou dois homens? Se tudo o resto havia sido verdadeiro, até que ponto seriam tolos em deixar que "esse pormenor" estragasse tudo, apesar de nenhum deles se sentir atraído pelo mesmo sexo?". Ora, não se trata aqui de serem tolos, mas de, entretanto, deixarem de sentir algo que até então haviam sentido. Dirão que estou a dar um exemplo extremo, e nem porei em causa isso. Todavia, insisto em ver algo de parecido neste caso: "Ele atraia-me por muita coisa, mas especialmente por não ser o meu marido", ou "Eu imaginei-a como quis; afinal ela é quem eu já conheço", ou "Mesmo a verdade que nos aconteceu foi algo mentira, porque eu não sabia que do outro lado estava uma pessoa cuja presença não me atrai", etc.
Ocorre-me que cada um deles tenha o mesmíssimo potencial de ser um magnífico amante/companheiro de alguém que não seja aquele com quem não foram. Foi a isso que deram asas, foi para isso que ambos concorreram, foi com isso que sonharam.

Mas é claro que também podemos pensar em finais felizes.

:-)

Cec disse...

Acaso dos acasos eles ate se entendem... mas na net, porque reaprenderam a falar um com o outro sem saber quem era esse "outro" e o que os separa ´e a sensaçao de despeito por ter havido uma "escapadela cibernetica" que ambos fazem...e afinal um com o outro, ora que raiva! ; )

Estes ainda acabam juntos.

Cecilia L

agent disse...

Ontem passei os olhos por uma notícia que muito me surpreendeu. A espionagem electrónica com o objectivo de denunciar infidelidades está a aumentar disparatadamente. Os advogados especialistas e os detectives privados são unânimes em dizer que tudo é válido para provar a traição do(a) parceiro(a) do(a) cliente. As provas electrónicas são cada vez mais utilizadas em processos de divórcio e que são os próprios cônjuges desconfiados que praticam a violação de correspondência electrónica, quer nos telemóveis quer nos computadores. O detective dá o exemplo de um sistema de “artilhação” do telemóvel que fica sob vigilância integral num outro telemóvel, em tempo real sem que o seu dono sequer desconfie.
Ora, indo directa e imediatamente ao cerne desta questão, falemos de sexo, ou melhor, das nossas ligações sexuais. No passado, definíamos a fidelidade como a promessa de nos ligarmos sexualmente a uma pessoa e mais nenhuma. Hoje em dia e no futuro, com a mudança de mentalidades, com o aparecimento de novos tipos de relacionamento, com casamentos mais liberais, em que as ligações sexuais podem ser efectivamente mais abertas e indefinidas, o que significará, no fim de contas, a infidelidade? A diferença significativa é que em vez de a fidelidade sexual ser a marca identificadora de uma relação, um dado adquirido como no passado, nas relações do futuro teremos que ter a liberdade de escolher o que queremos o que ela signifique. Ou seja, pode significar o que sempre significou: a opção de ter relações sexuais com um só parceiro; mas também pode significar a lealdade emocional mas tendo a coragem para assumir outras ligações sexuais com outros parceiros, e não só com a pessoa com quem se escolheu para viver. Os defensores acérrimos da monogamia sexual estarão neste momento a tentar arranjar argumentos para demonstrar que esta hipótese só nos tornaria sexualmente mais irresponsáveis. Eu pergunto: e já não o somos actualmente? Pelo que se lê nos jornais, dizem os advogados e detectives, o nosso vizinho do lado e a senhora da quiosque, a resposta é sim, só que, e este é o pormenor importantíssimo desta questão, não admitimos! Fala-se em irresponsabilidade e dá-me a parecer que ela esteja mais associada a relacionamentos tradicionais muito pouco transparentes, cheios de desconfianças, que enchem os bolsos dos advogados e detectives particulares e acabam em disputas e litígios num tribunal, do que a um relacionamento mais liberal, mas assumido e partilhado honestamente entre os seus dois elementos.
Com isto tudo não quero eu dizer que ache, por exemplo, o “swing” a “cena” mais excitante dos últimos tempos ou que não deixará de ser uma forma encapotada e hipócrita de não assumir as limitações de um modelo de casamento à beira de ruptura, mas digo, por outro lado, que é de louvar todos os relacionamentos onde ainda há sinceridade, respeito e confiança mútua, independentemente do tipo de ligação sexual que tenha sido acordada conscientemente entre o casal.
Um casamento que supostamente deveria ser, entre outras coisas, a oficialização de um relacionamento amoroso, para além do jogo de ilusão e de aparências que já é, passa a ser também uma espécie de competição de fidelidade entre dois seres, que, supostamente e acima de tudo, deviam querer-se bem.