Eu acho que tardam em perceber que política tem de ser caminho para o desenvolvimento e para o bem-estar. Querem andar lá perto e até vão dando espaço para o debate de questões que se relacionam com as minorias: aborto e direitos das mulheres, casamento entre um par do mesmo género e minorias homossexuais, os professores por causa das minorias que há nas escolas públicas e são deixadas nos seus braços e por causa da reprodução que passa pela escola.
Não sei se já perceberam para onde querem que a reprodução social puxe. Não querem dar oportunidade à emergência de muitos direitos (que,a prazo, a saída do obscurantismo pelas massas paga-se). Não querem ter de redistribuir muito, mas continuar a desvalorizar a escola está a trazer outros problemas.
Querem, ainda assim, safar o país dos seus atrasos de modernidade, pois não o fazer será "mexer-lhes nas prerrogativas" a prazo.
Falta racionalismo de política na nossa política. A promoção de medidas ineficazes, a descoordenação de medidas, a indiferença da ausência de orientações acabará por se revelar uma política que não vai ser produtiva nem para a elite mais magra do bico piramidal.
Os políticos são naifs? Muitos ainda não perceberam para onde está a correr o rio da contemporaneidade. Depois sobrevêm em mediática aflição por Portugal estar a ficar sem grande voz na construção do futuro global até porque o seu nacionalismo de elite provinciana parece estar amedrontado com o que isso lhes pode arrebatar da sua esperança de engrandecimento transgeracional.
Passam o tempo a fazer-nos acreditar que vivem concentrados na concertação social e que até fariam cedências, mas que o bode expiatório é a crise internacional -é claro, o mal vem sempre de fora; é estrangeiro.
Portugal anda a correr atrás do combóio desde o século XVII. E o problema é que tem corrido por carris e só tem feito viagens labirínticas. Às vezes lá consegue passar de nível nesse jogo monótono de repetição.
No entanto, ainda não quer dar o passo certo, ainda se recusa a ver que as auto-estradas são agora internéticas.
Para passar ao nível seguinte e ao outro tem de se pensar. Não querem pensar sobre a família nem sobre a escola, como hão-de pensar sobre a economia de escala?
Desculpem esta soberba discursiva, mas envergonhei-me da Nação ao ver o debate parlamentar de hoje.
As suspeitas são de facto de desencanto mas será que vale a pena sermos péssimistas? A minha impressão das "coisas", naturalmente que não pode ser positiva mas por vezes vejo-me igualmente a pensar que as mudanças trazem sempre consigo e a trás de si os "lixos" e os "podres" encobertos pela astúcia de quem engana... e o que vale mesmo a pena é ter esperança e pensar no que se pode fazer para que as coisas mudem para melhor até porque o futuro traz...traz sempre!:)
O Guilherme Oliveira Martins é uma pessoa que conheço das lides da cultura e sempre me parecem muito correctas e ajustadas todas as intervenções que normalmente faz.O Supremo Tribunal de Contas tem assim e em continuidade outras garantias. :)
Se o diz...será:) Estou como a Yulunga, não faço ideia do que se está a passar. Envergonhadamente o confesso, mas a politiquice à portuguesa tem-me desiludido tanto que tento, sempre que posso, abstrair-me o mais possível do que por esses meandros vai ocorrendo.
De facto, o Mr. Bean tem-se mostrado bastante competente e, acima de tudo, isento na função que exerce. O problema é que já começa a ser muito difícil meter as mãos no lume por alguém. Por exemplo, alguma vez eu pensei que o Vitor Constâncio era o guloso que é ?!
Não é este clima de (alegada) corrupação mais ou menos generalizada, que vemoos todos os dias à nossa volta? Que toleramos sem grande aparato!? Dizem que é cultural, e eu digo que é mais resultante da falta de cultura, e de honestidade, e de conquências para quem prevarica. Concordo com o Professor: Oliveira Martins é uma "pedrada no charco" da nossa mentalidade permissiva. Conceição Marinho
Estávamos a ir tão bem… Lá voltámos à calimerisse. O grafismo dos risonhos, às vezes, tem os seus quês. Não é que parece um Calimero com um sinal no queixo? Será?
Pois e´. Este governo não chama força de bloqueio, como fez cavaco silva ao Professor Sousa Franco quando era presidente do T.C.. Burocraticamente as coisas passavam-se, mais ou menos da mesma maneira. Só que os media não se interessavam pelo assunto, porque o 1º. da altura não lia jornais. Agora desde que Jorge Coelho foi para a Mota-Engil é que é a histeria total. Esquecem-se de Joaquim Ferreira do Amaral, do negócio das pontes, quando foi ministro das Obras públicas do graveto, e que agora está e renegociar com o Estado, como presidente da Lusoponte, contractos que ele assinou como ministro e mais alguns novos.
Se MFL fosse da minha família eu tinha vergonha de o dizer. As afirmações que ela tem feito ultimamente metem nojo. Esqueceu-se do que disse anteriormente e não é por esclerose é por falta de moral política. Foi a pessoa que mais prejudicou os portugueses nos últimos anos. Exceptuando alguns amigos que compraram coisas ao preço da chuva, porque o normal dos cidadãos nem viu os anúncios, porque os que saíram já vieram atrasados. Mas também não vale a pena a gente preocupar-se muito com a situação, porque se continuar a palhaçada actual, e se entretanto não acontecer nada de especial, isto ainda se aguenta mais ou menos 20 anos. O que era dado como utópico torna-se-á realidade. Haverá uma distribuição do que restar à força, porque os pobres e famintos deste e doutros continentes assaltarão aqueles que mais têm e que entretanto se vão refugiando em prisões de luxo -os condomínios privados- e não será como antigamente em que as pessoas se protegiam nas mourarias, nas judiarias, etc., porque aí havia mais solidariedade entre as pessoas e as armas eram menos potentes. Portanto previnam-se e estimulem as vossas inteligências para arranjar soluções para sobreviver. A não ser que entretanto alguém resolva soltar , uns químicos, ou o ébola, e isso ainda não foi feito porque pode o feitiço virar-se contra o feiticeiro, a não ser que seja mesmo um louco, porque, de facto, a população não poderá continuando a crescer assim.
Hoje foi notícia que no Perú, foi dercoberto um gangue, que andava a matar pessoas às dezenas para lhes tirar a gordura para fazer cosméticos.
FDL,
Talvez não saiba que o Vítor Constâncio, aqui há uns anos atrás, recusou um convite para Presidente duma instituição financeira internacional, onde ía ganhar muito mais do que como governador do BP.
"FDL, talvez não saiba que o Vítor Constâncio, aqui há uns anos atrás, recusou um convite para Presidente duma instituição financeira internacional, onde ía ganhar muito mais do que como governador do BP."
Isso a mim não me interessa nada. O que eu sei é que ele, como governador do Banco de Portugal, ganha mais que o presidente da Reserva Federal Americana e, mesmo assim, anda sempre a dizer que os Portugueses deveriam ganhar menos...
Fdl, Eu não digo que ele não ganha muito, mas você está a fazer uma afirmação tendenciosa, baseada no que diz o jornal i, ou o jornal de negócios, que afirmam que ele é o 3º mais bem pago porque desconhecem o que ganham os outros. E a culpa não é dele. Talvez o da reserva americana tenha menos trabalho que ele. E lá vive-se melhor com menos dinheiro do que aqui. Estou a falar de gente comum, não de governadores.
Desculpem fazer a transcrição dos artigos, mas é o que eu sei fazer.
"Só os governadores do banco central de Hong Kong e do banco central de Itália são mais bem pagos que Vítor Constâncio. O governador do Banco de Portugal, no cargo desde 2000, recebe cerca de 250 mil euros por ano. Ou seja, quase o dobro dos 140 mil euros que aufere o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Ben Bernanke. As contas foram feitas no final do ano passado pelo "Jornal de Negócios" e indicam que Constâncio ganha 18 vezes o rendimento per capita de Portugal, um dos rácios mais elevados de todos os governadores analisados. A comparação não é fácil de fazer, uma vez que não se conhece quanto ganham os governadores dos bancos de Espanha, Itália, Malta, Grécia, Áustria, Chipre e Eslovénia. Sabe-se que o governador do banco de Itália recebia 650 mil euros em 2003, mas esta informação deixou de ser pública. Além dos 896 mil euros por ano que o presidente do banco central de Hong Kong ganha, só mesmo o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, rivaliza com Constâncio no salário anual (345 mil euros). Mas este não é um banco nacional. E se o governador do Banco de Portugal admitiu em Dezembro que o seu salário é demasiado elevado, a verdade é que nada mudou desde então. "Já tenho dito que deveria haver uma redução", afirmou então Vítor Constâncio, falando à margem de um almoço da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Espanhola.
O governador lembrou ainda que o nível salarial não depende dele e que é o Ministério das Finanças que deve decidir sobre uma redução."
Em relação a G. Oliveira Martins, sobre a sua integridade pessoal não tenho como dar pontos negativos. Em relação ao seu feed-back cultural, creio ser favorável. Depende, parece-me, do Ministério em que trabalha e do governo com quem trabalha. Assusta-me que pela sua (de)formação em Direito, que ele apresente soluções para o país muito juridicizadas. Fazer isso no ensino é matar o sistema educativo. É claro que à contextualização legal já ninguém foge, mas entre o legislado ou legislável e as soluções para o país vai uma grande distância. Não sei se um Estado juridicizado e burocrático não está aí para travar as verdadeiras transformações necessárias ou para fazer crer que a democracia já está construída porque se pode ler em diplomas. Por outro lado, um cristão de tradição deve ter uma implicação política de discriminação positiva para minorias.
Eu subscrevo o post. Guilherme Oliveira Martins é um indivíduo muito culto – numa dimensão que já nem é a da acepção actual da pessoa “muito culta”, porque está bem acima disso. É, consistente. Sério. E é alguém que não corre atrás das luzes da ribalta, facto que me agrada sobremaneira pelo meio da feira das vaidades , do umbiguismo descarado e do cosmopolitismo bacoco em que se tornou o nosso presente regime. Eu bem sei que o FDL tem a sua razão: - mãos no fogo… só por nós e talvez alguns (poucos!,) depois daquilo a que temos assistido. Mas com tanta entortadela, ando a ver se não é a vida que me entorta a mim. E por isso ainda acredito. Acredito (quase) piamente em algumas pessoas. Mesmo quando desinteressada e friamente, como no presente caso (porque nem sou da ‘situação’). GOM é um exemplar socialista independente. E não mais um independente socialista, dessa novíssima casta (ou corja) que por aí abunda, numa descarada procura de benesses e lugares para os quais não têm o menor dos méritos. Fosse o regime feito de pessoas como ele e a qualidade da nossa democracia era qualquer coisa de que nos orgulharíamos.
Detesto tal criatura por esses mesmos motivos. Dei-me ao trabalho de investigar e fazer as contas pois vivi muito tempo em Nova Iorque e achei que me dizia respeito ainda mais! E o abismo entre máximos/mínimos mensais entre o Banco de Portugal e a Reserva Federal? Ao câmbio 1€=1.4USD Bernake=11.357€ Constâncio=17.800€ Mínimo salário do FRB=1.488€ BP=475€ Escrevi no Facebook: Lá, antro do capitalismo, o responsável do banco central ganha 7.6 vezes mais do que o salário mais baixo da sua instituição. Aqui, jardim socialista/social democrata, a proporção corresponde a 37 vezes mais.
SisinWah, Não é preciso ter vivido em NY, para fazer tais contas, nem máquina de calcular é necessária. Sabia que um empregado bancário, normal, nos states, também ganha menos que em Portugal?! E apesar de tanta investigação não tinha amostra válida para chegar a uma conclusão credível. Lá só ganha bastante mais, em proporção, isto para não falar em pirâmides remuneratórias, quem faz o trabalho sujo, perigoso e pesado que os yankees não querem fazer. Lá, no antro do capitalismo o sr governador rebentou com o sistema financeiro internacional, tem os maiores défices gémeos do Mundo e está a viver à custa da China e não só. Será que se deve detestar uma pessoa porque ela ganha muito? Isso é inveja.
"Fdl, talvez o da reserva americana tenha menos trabalho que ele."
Bem antes pelo contrário. Uma vez que o Banco Central Europeu é quem estabelece as regras para os países da Zona Euro, os bancos nacionais limitam a sua actuação aos "fretes" que fazem aos governos vigentes, nomeadamente nas suas previsões de inflação e crescimento económico. E nessa matéria, façamos a justiça de admitir que VC tem sido extremamente hábil...
Ainda bem que não precisa de fazer contas destas. Eu preciso. Mas eu tenho tendência para ser exacta naquilo que digo. Nomeadamente não respondo com bugalhos quando se fala em alhos. Vejamos: 1. Falei da Reserva Federal e Banco de Portugal, não da banca. São duas coisas diferentes. 2. Falei dos salários do Constâncio e do Bernake e das desproporções dos salários deles em relação aos salários mais baixos das respectivas instituições. Se acha que 37 vezes mais no caso do Constâncio contra 7.6 do Bernake não constitui uma diferença obscena, então um de nós tem um problema. 3. Quanto a “e apesar de tanta investigação não tinha amostra válida para chegar a uma conclusão credível.” Nem foi tanta investigação assim, dois números fornecidos por um artigo numa revista – máximo e mínimo do Bco de Portugal - e uma rápida consulta ao site do Fed. Quanto à credibilidade, não percebo o que quer dizer. A conclusão é o que é: números. 4. Quanto ao resto da sua intervenção, é muita coisa super-simplificada. 5. O Bernake tem menos a ver com os problemas do sistema financeiro americano do que o Constâncio tem a ver com os desastres do BPP e BPN. 6. “Um “empregado bancário, normal” ganha menos nos States”. Falso, afirmação inválida. Os states têm 50 states, que diferem tremendamente em nível de vida e salários. Depende dos estados, depende do tipo de banco, depende de cada banco, depende das localidades. O mesmo banco em Manhattan e Long Island (não, nem guetto nem pobre), que fica a uns 30Km paga salários diferentes. 7. Eu trabalhei na banca em NY.
Em relação à sua última frase “Será que se deve detestar uma pessoa porque ela ganha muito? Isso é inveja.”, acho que foi muito infeliz. A que propósito teria uma cidadã ou cidadão comum (no meu caso pouco atreita a invejas) inveja do Vítor Constâncio? O comum dos cidadãos escandaliza-se precisamente pelos motivos apontados por mim e pelo/a Fora-de-Lei. Manda-nos apertar o cinto e ele, que é pago por nós, ganha o que ganha. Proporcional e comparativamente bem mais do que a maioria dos seus pares, num país bem abaixo dos seus pares.
Esse vídeo já fora amplamente difundido. Ao que parece essa senhora nunca foi Ministra e ao que parece sofre de perturbações mentais. Eu - se fosse Psiquiatra - não me atravessava:-)
Por princípio eu não venho para aqui defender nem atacar ninguém. Eu aponto factos e gostaria de alertar as pessoas. O que me interessa a mim o que ganha um governador? Não é isso que resolve os problemas dum País. São as políticas sérias, consistentes e honestas. Eu estou triste porque não vejo nada disso ser feito. Seja este ou outro partido. O que adianta andar aqui a discutir o que disse a ministra maluca que foi despedida no dia seguinte? O que interessa discutir o sexo dos anjos? Eu não compreendo como só se fala na falsa avaliação dos professores, ou no casamento dos homo, ou se um Orçamento se chama redistributivo ou rectificativo, como se isso tivesse algum impacto nalguna coisa? Terá apenas nas nossas carteiras. Eu sei que o que você disse é verdade, mas é perder tempo fazer aquelas afirmações. Eu não venho para aqui sistematizar as coisas, falo ao correr da pena. Os bancários poderão ganhar lá mais, mas menos em relaçao ao nível de vida de Portugal. A remuneração varia de esquina para esquina e não só de estado. E na semana seguinte você pode não ter emprego nem aonde se agarrar. Lá a maioria das pessoas quereria ter um emprego, e não andar com a casa às costas. Aqui os partidos defendem as pessoas que têm emprego e as que não querem trabalhar. Lá trabalha-se no duro, pendurado em cordas. Aqui andam meia dúzia de capatazes a olhar para um "preto" que está abrir um buraco no chão. Lá faz-se uma obra numa noite, para não empatar o tânsito. Aqui antes das 5 da tarde começam a tirar os peões que estiveram a empatar o trânsito. Lá não se almoça, bebe-se uma coca-cola e quanto muito um hamburguer. Foi assim que os nossos emigrantes ganharam dinheiro para enviar para o nosso País que equilibrou a nossa balança de pagamentos durante largos anos. Você está a preocupar-se com a espuma, criticando o VC por causa do BPN e do BPP. Um crime de corrupção não se descobre se não for confessado. Foi o que aconteceu com Madoff que para salvarem o dinheirinho, que não chegou a aparecer, e a quadrilha ficar com ele , confessou o velho, porque dizem que tem um cancro terminal, e depois de morto poderá fazer uma plástica e pirar-se para qualquer lado. Se não tivesse confessado ainda hoje não teria havido julgamento. E se não tivessem deixdo falir o Lehman Brothers nada deste terramoto teria acontecido. E como é que as pessoas se deixam enganar quando lhe prometem rendimentos impossíveis? Se lhe dessem pouco não se deixavam enganar.
FDL, Que interessa o comum dos cidadãos quando ele não se interessa pelas dívidas que tem e só quer é trocar de carro de 3 em 3 anos? O comum dos cidadãos, os do patamar mais baixo, nem sabem o que ganha o VC, nem quem ele é.
Quanto ao GOM ele só faz a sua obrigação, como o fez Sousa Franco. Mas o que interessa? Ele é apenas o Presidente e muito pouca coisa lhe passa pelas mãos. Aplicar rigorosamente a lei do TC, que tem elasticidade nula, não é difícil. O pior é a falta de técnicos e pessoal especializado para verem as voltas que os outros lhe dão. Ser honesto hoje, neste país, qualquer dia é crime.
A dimensão da festa é ou não importante para a existência individual? De que estratégias ainda nos podemos servir para experimentarmos essa dimensão nas nossas vidas? A verdade é que o quotidiano dos portugueses está ensombrado e os políticos devem ser contestados e afastados não só pelo que fizeram como pelo que não fizeram para respeitar a dignidade e o quotidiano dos cidadãos (pelo menos pelos do seu país, já era qualquer coisa). Vem aí o Natal e volto a perguntar por onde podemos nós escapar para a festa?
Como a si, preocupam-me os problemas sérios desta nação, que são muitos. Mas não é por isso que se deixa de falar de outras coisas que nos dizem respeito, especialmente quando vêm a propósito, que foi o caso. Insurgirmo-nos com o vencimento/benefícios do V.C. não é discutir o sexo dos anjos, por pouco que isso adiante, já que é pago pelos portugueses que ele acha que devem ganhar ainda menos, muitos dos quais já vivem muito mal. Desculpe o meu “sistematizar as coisas” mas é deformação profissional. Novamente fala de muita coisa, muito complexa que Anfitrite super-simplifica. Eu não saberia responder com uma penada rápida. Como lhe disse, trabalhei na banca em NY, uns internacionais, outros domésticos. Os States têm bancos que nunca mais acabam, de vários tipos de estatutos e vários reguladores federais, assim como leis estaduais e reguladores estaduais. Depois há os bancos de investimentos, como o Lehman Brothers, Goldman Sachs, etc., que são outro animal. Daí que Bernake tenha menos a ver com a crise financeira da banca americana do que o VC com a da nossa. Como pode dizer que “Um crime de corrupção não se descobre se não for confessado.”? Eu fui emigrante acidental nos States, um país de que não era fan. Nunca me encantei, integrei-me bem mas nunca senti que pertencia... Vivi lá mais de 25 anos, portanto conheço bem aquela sociedade. O/a Anfitrite está a repetir estereotipos. Não comparando o que não tem comparação, o que eu vejo e me choca é que os nossos politicos e dirigentes institucionais têm, na sua maior parte, uma atitude arrogante e desrespeitosa para com os cidadãos, uma falta de sentido de Estado e de service público atrozes, enfim uma postura como se tivessem um direito natural de fazer o que acham, ignorar as opiniões de outrem e mandar em nós. Saí daqui nos primeiros anos da democracia e encontrei em vez de uma jovem e pujante democracia, uma adolescente de 30 anos. Delinquente, errática, insegura, revoltada, irresponsável, gastadora, ressentida com os pais salazaristas mas a tresandar a eles por todos os poros, enfim, um caso patológico.
sisinWah, Não tem de me pedir desculpas, por sistematizar as coisas. Eu é que baralho tudo, porque já não tenho paciência, nem tempo para suportar o que se passa por aqui( no geral). Estou revoltada porque ainda não consigo ligar à terra quando oiço certas coisas. Eu até era uma pessoa bem divertida e com um sentido de humor especial, embora aqui tenha sempre aparecido como o mais azedo dos vinagtres. A propósito, eu sou mesmo A(feminina), sou demasiado sincera, nem tenho fantasias ocultas, para me fazer passar por aquilo que não sou. Penso que já lá vai o tempo em que as mulheres, que escreviam, tinham de usar pseudónimos masculinos, para conseguirem ser editadas. É verdade o que diz em relação aos políticos e dirigentes e eu se falo assim é porque sei muita coisa e tenho de simplificar para deixar no ar apenas um alerta geral. Eu digo que nós andamos a discutir o sexo dos anjos, porque os funcionários públicos, professores incluidos, estão na eminência de não receber o subsídio de natal, se o tal orçamento não for aprovado. Mas claro que vai, porque muito coisa estaria em jogo, e assim vai-se aumentando assustadoramente a dívida e empurrando o problema para a frente, com a barriga, não com a cabeça. Já não temos muito mais para vender e se nos tirarem a almofada da UE deixamos de existir, como País livre. Um país com tanta história e que foi pioneiro em tanta coisa. Vou tratar do meu jardim para ver se fico mais bem disposta. Bom dia.
Esqueci-me de dizer: Um crime de corrupção, se for mesmo bem feito, não consegue ser provado. Pode ser descoberto parcialmente, mas não arranjam provas para condenar a pessoa. Podem condená-la por ter cuspido para o chão mas não pelo crime que fez mesmo.
"Esqueci-me de dizer: um crime de corrupção, se for mesmo bem feito, não consegue ser provado."
O crime perfeito não existe. Só teoricamente. Os Estados de Direito que estão verdadeiramente empenhados na luta contra a corrupção produzem leis que forçam as próprias empresas a criar mecanismos internos de controlo contra eventuais "tentações" dos seus quadros. É por isso mesmo que existem sistemas de gestão vocacionados para essa finalidade. A Anfitrite desconhecerá, mas estou certo que a SisniWah conhece, que - para evitar surpresas desagradáveis - há muitas empresas por esse mundo fora que implementam os seus Compliance Systems com base em leis anti-trust e anti-bribery. Só que, infelizmente, a nossa CMVM ainda está a léguas da SEC. Até em matérias de Capitalismo Selvagem, não passamos de uns meros "aprendizes de feiticeiro". Como eu costumo dizer, em termos muito pouco politicamente correctos, não somos - nem mais nem menos - do que um país de "mestiços"...
Pois é, somos uma tribo tramada, governada por uma seita complicada. Acho que a nossa liberdade e democracia se resumem a uma certa liberdade de expressão, ao voto e a uma Constituição que os garante. Tudo o resto é oco. O espírito, esse é um derivado qualquer do salazarismo, que persiste na fibra deste país. Espírito democrático não é. Penso eu de que… Por muitos defeitos que os americanos tenham são muito pro-activos e exigem dos seus representantes – que têm a noção de que estão a servi-los - que defendam os seus interesses. Eles fazem-no porque lá quem manda são os eleitores e é comum os congressistas e senadores votarem contra as propostas dos seus próprios partidos. Em muitos aspectos o sistema funciona bem. A Anfitrite sabe quem é o seu/a sua representante? Eu também não. Lá é comum as pessoas escreverem ao seu congressista e ao seu senador. Isso é até incentivado. E são ouvidas, muitas vezes por eles recebidas e muitas leis têm a sua origem em problemas ou situações por elas levantados. Aqui quem manda são os dirigentes dos partidos e os deputados são paus mandados que se não seguirem a linha dos seus partidos estão tramados. Depois de eleitos sentem-se com um mandato para implementar as suas teorias feitas no joelho e mandam os eleitores a um sítio que a gente sabe. E começam a passar-nos a mão pelo pêlo quando precisam outra vez do nosso voto. Ainda bem que tem um jardim para descontrair, eu pego na máquina fotográfica…
"A continuação de Guilherme Oliveira Martins é aparentemente dar a sensação de uma réstia de azul no céu carregado de suspeitas desencantadas que cobre este país! Quais os efeitos práticos dos "pareceres", "relatórios", etc do Tribunal de Contas? Quando não agradam ao Governo (quase sempre), ou são "métodos diferentes de avaliação", ou despudoradamente vem um "Gestor" dizer que as obras seguem o seu normal percurso... e que depois um Tribunal vai decidir! Onde está o poder deliberatório do Tribunal de Contas?!
Pois é, a mente corrupta arranja sempre maneira. Há sempre quem seja muito criativo, inteligente e sofisticado e que encontra um novo ângulo para bater o sistema. Mas depois de descoberto – e eventualmente tudo é descoberto quando o sistema funciona com outras salvaguardas – dificilmente volta a acontecer. Um sistema interessado em eliminar a corrupção luta contra ela implementando políticas de transparência e estando em cima do acontecimento com medidas imediatas. As burocracias intermináveis e contabilidades obsoletas que nós usamos até facilitam a corrupção. O grande desastre financeiro que se deu nos States deveu-se à eliminação de regulamentação que existiu, contra a qual os reguladores foram em grande parte mas que principalmente a administração Bush implementou. Além dos americanos trabalhei num banco brasileiro, num italiano e num de Hong Kong. Em termos de controles, o pior o de Hong Kong, os melhores os americanos. Posso dar-vos rapidamente alguns exemplos da minha experiência na banca (que não tinha a ver com o SEC mas agências do Fed) de items de códigos de conduta e procedimentos básicos internos usados para evitar subornos e desfalques. - regras muito definidas sobre ofertas de fornecedores e clientes a pessoal. Ou nada ou por exemplo um valor não superior a 25 dólares por ano. Refeições de negócios OK. - despesas de cartão de crédito limitadas a despesas de representação, justificadas ao departamento do controlador: quem se levou a almoçar e qual a razão. - duplas e triplas assinaturas para qualquer compra ou contrato de produtos ou serviços acima de determinada quantia, sempre com pelo menos três orçamentos competitivos. - contratos feitos só com companhias financeiramente sólidas, mediante a apresentação do relatório anual e várias outras salvaguardas - nos bancos cotados na bolsa salários e compensação total dos executivos de topo publicados no relatório anual. - segregação de deveres/poderes
E urgente alguém explicar isto ao Crespo: enquanto chover da Europa o subsídio para trocar o telemóvel, não há nada a fazer. O povo quer lá saber dos mafiosos. Ainda viram "action man" no Natal.
35 comentários:
Eu acho que tardam em perceber que política tem de ser caminho para o desenvolvimento e para o bem-estar. Querem andar lá perto e até vão dando espaço para o debate de questões que se relacionam com as minorias: aborto e direitos das mulheres, casamento entre um par do mesmo género e minorias homossexuais, os professores por causa das minorias que há nas escolas públicas e são deixadas nos seus braços e por causa da reprodução que passa pela escola.
Não sei se já perceberam para onde querem que a reprodução social puxe. Não querem dar oportunidade à emergência de muitos direitos (que,a prazo, a saída do obscurantismo pelas massas paga-se). Não querem ter de redistribuir muito, mas continuar a desvalorizar a escola está a trazer outros problemas.
Querem, ainda assim, safar o país dos seus atrasos de modernidade, pois não o fazer será "mexer-lhes nas prerrogativas" a prazo.
Falta racionalismo de política na nossa política. A promoção de medidas ineficazes, a descoordenação de medidas, a indiferença da ausência de orientações acabará por se revelar uma política que não vai ser produtiva nem para a elite mais magra do bico piramidal.
Os políticos são naifs? Muitos ainda não perceberam para onde está a correr o rio da contemporaneidade. Depois sobrevêm em mediática aflição por Portugal estar a ficar sem grande voz na construção do futuro global até porque o seu nacionalismo de elite provinciana parece estar amedrontado com o que isso lhes pode arrebatar da sua esperança de engrandecimento transgeracional.
Passam o tempo a fazer-nos acreditar que vivem concentrados na concertação social e que até fariam cedências, mas que o bode expiatório é a crise internacional -é claro, o mal vem sempre de fora; é estrangeiro.
Portugal anda a correr atrás do combóio desde o século XVII. E o problema é que tem corrido por carris e só tem feito viagens labirínticas. Às vezes lá consegue passar de nível nesse jogo monótono de repetição.
No entanto, ainda não quer dar o passo certo, ainda se recusa a ver que as auto-estradas são agora internéticas.
Para passar ao nível seguinte e ao outro tem de se pensar. Não querem pensar sobre a família nem sobre a escola, como hão-de pensar sobre a economia de escala?
Desculpem esta soberba discursiva, mas envergonhei-me da Nação ao ver o debate parlamentar de hoje.
Não opino. Nem faço a menor ideia porque estão contra a nomeação dele.
Estou na mais absoluta ignorância.
Oh Professor!
As suspeitas são de facto de desencanto mas será que vale a pena sermos péssimistas?
A minha impressão das "coisas", naturalmente que não pode ser positiva mas por vezes vejo-me igualmente a pensar que as mudanças trazem sempre consigo e a trás de si os "lixos" e os "podres" encobertos pela astúcia de quem engana... e o que vale mesmo a pena é ter esperança e pensar no que se pode fazer para que as coisas mudem para melhor até porque o futuro traz...traz sempre!:)
O Guilherme Oliveira Martins é uma pessoa que conheço das lides da cultura e sempre me parecem muito correctas e ajustadas todas as intervenções que normalmente faz.O Supremo Tribunal de Contas tem assim e em continuidade outras garantias. :)
Se o diz...será:)
Estou como a Yulunga, não faço ideia do que se está a passar.
Envergonhadamente o confesso, mas a politiquice à portuguesa tem-me desiludido tanto que tento, sempre que posso, abstrair-me o mais possível do que por esses meandros vai ocorrendo.
De facto, o Mr. Bean tem-se mostrado bastante competente e, acima de tudo, isento na função que exerce. O problema é que já começa a ser muito difícil meter as mãos no lume por alguém. Por exemplo, alguma vez eu pensei que o Vitor Constâncio era o guloso que é ?!
Forças vivas e music-hall:
www.youtube.com/watch?v=q_dQOXKIocU
Não é este clima de (alegada) corrupação mais ou menos generalizada, que vemoos todos os dias à nossa volta? Que toleramos sem grande aparato!?
Dizem que é cultural, e eu digo que é mais resultante da falta de cultura, e de honestidade, e de conquências para quem prevarica.
Concordo com o Professor: Oliveira Martins é uma "pedrada no charco" da nossa mentalidade permissiva.
Conceição Marinho
Estávamos a ir tão bem… Lá voltámos à calimerisse.
O grafismo dos risonhos, às vezes, tem os seus quês. Não é que parece um Calimero com um sinal no queixo? Será?
Pois e´. Este governo não chama força de bloqueio, como fez cavaco silva ao Professor Sousa Franco quando era presidente do T.C.. Burocraticamente as coisas passavam-se, mais ou menos da mesma maneira. Só que os media não se interessavam pelo assunto, porque o 1º. da altura não lia jornais. Agora desde que Jorge Coelho foi para a Mota-Engil é que é a histeria total. Esquecem-se de Joaquim Ferreira do Amaral, do negócio das pontes, quando foi ministro das Obras públicas do graveto, e que agora está e renegociar com o Estado, como presidente da Lusoponte, contractos que ele assinou como ministro e mais alguns novos.
Se MFL fosse da minha família eu tinha vergonha de o dizer. As afirmações que ela tem feito ultimamente metem nojo. Esqueceu-se do que disse anteriormente e não é por esclerose é por falta de moral política. Foi a pessoa que mais prejudicou os portugueses nos últimos anos.
Exceptuando alguns amigos que compraram coisas ao preço da chuva, porque o normal dos cidadãos nem viu os anúncios, porque os que saíram já vieram atrasados.
Mas também não vale a pena a gente preocupar-se muito com a situação, porque se continuar a palhaçada actual, e se entretanto não acontecer nada de especial, isto ainda se aguenta mais ou menos 20 anos. O que era dado como utópico torna-se-á realidade. Haverá uma distribuição do que restar à força, porque os pobres e famintos deste e doutros continentes assaltarão aqueles que mais têm e que entretanto se vão refugiando em prisões de luxo -os condomínios privados- e não será como antigamente em que as pessoas se protegiam nas mourarias, nas judiarias, etc., porque aí havia mais solidariedade entre as pessoas e as armas eram menos potentes. Portanto previnam-se e estimulem as vossas inteligências para arranjar soluções para sobreviver. A não ser que entretanto alguém resolva soltar , uns químicos, ou o ébola, e isso ainda não foi feito porque pode o feitiço virar-se contra o feiticeiro, a não ser que seja mesmo um louco, porque, de facto, a população não poderá continuando a crescer assim.
Hoje foi notícia que no Perú, foi dercoberto um gangue, que andava a matar pessoas às dezenas para lhes tirar a gordura para fazer cosméticos.
FDL,
Talvez não saiba que o Vítor Constâncio, aqui há uns anos atrás, recusou um convite para Presidente duma instituição financeira internacional, onde ía ganhar muito mais do que como governador do BP.
Anfitrite 6:55 PM
"FDL, talvez não saiba que o Vítor Constâncio, aqui há uns anos atrás, recusou um convite para Presidente duma instituição financeira internacional, onde ía ganhar muito mais do que como governador do BP."
Isso a mim não me interessa nada. O que eu sei é que ele, como governador do Banco de Portugal, ganha mais que o presidente da Reserva Federal Americana e, mesmo assim, anda sempre a dizer que os Portugueses deveriam ganhar menos...
Fdl,
Eu não digo que ele não ganha muito, mas você está a fazer uma afirmação tendenciosa, baseada no que diz o jornal i, ou o jornal de negócios, que afirmam que ele é o 3º mais bem pago porque desconhecem o que ganham os outros. E a culpa não é dele.
Talvez o da reserva americana tenha menos trabalho que ele. E lá vive-se melhor com menos dinheiro do que aqui. Estou a falar de gente comum, não de governadores.
Desculpem fazer a transcrição dos artigos, mas é o que eu sei fazer.
"Só os governadores do banco central de Hong Kong e do banco central de Itália são mais bem pagos que Vítor Constâncio. O governador do Banco de Portugal, no cargo desde 2000, recebe cerca de 250 mil euros por ano. Ou seja, quase o dobro dos 140 mil euros que aufere o presidente da Reserva Federal dos Estados Unidos, Ben Bernanke. As contas foram feitas no final do ano passado pelo "Jornal de Negócios" e indicam que Constâncio ganha 18 vezes o rendimento per capita de Portugal, um dos rácios mais elevados de todos os governadores analisados.
A comparação não é fácil de fazer, uma vez que não se conhece quanto ganham os governadores dos bancos de Espanha, Itália, Malta, Grécia, Áustria, Chipre e Eslovénia. Sabe-se que o governador do banco de Itália recebia 650 mil euros em 2003, mas esta informação deixou de ser pública. Além dos 896 mil euros por ano que o presidente do banco central de Hong Kong ganha, só mesmo o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, rivaliza com Constâncio no salário anual (345 mil euros). Mas este não é um banco nacional. E se o governador do Banco de Portugal admitiu em Dezembro que o seu salário é demasiado elevado, a verdade é que nada mudou desde então. "Já tenho dito que deveria haver uma redução", afirmou então Vítor Constâncio, falando à margem de um almoço da Câmara do Comércio e Indústria Luso-Espanhola.
O governador lembrou ainda que o nível salarial não depende dele e que é o Ministério das Finanças que deve decidir sobre uma redução."
É mandá-lo "pá" estiva :-P
Em relação a G. Oliveira Martins, sobre a sua integridade pessoal não tenho como dar pontos negativos. Em relação ao seu feed-back cultural, creio ser favorável.
Depende, parece-me, do Ministério em que trabalha e do governo com quem trabalha. Assusta-me que pela sua (de)formação em Direito, que ele apresente soluções para o país muito juridicizadas. Fazer isso no ensino é matar o sistema educativo. É claro que à contextualização legal já ninguém foge, mas entre o legislado ou legislável e as soluções para o país vai uma grande distância. Não sei se um Estado juridicizado e burocrático não está aí para travar as verdadeiras transformações necessárias ou para fazer crer que a democracia já está construída porque se pode ler em diplomas.
Por outro lado, um cristão de tradição deve ter uma implicação política de discriminação positiva para minorias.
Eu subscrevo o post.
Guilherme Oliveira Martins é um indivíduo muito culto – numa dimensão que já nem é a da acepção actual da pessoa “muito culta”, porque está bem acima disso. É, consistente. Sério. E é alguém que não corre atrás das luzes da ribalta, facto que me agrada sobremaneira pelo meio da feira das vaidades , do umbiguismo descarado e do cosmopolitismo bacoco em que se tornou o nosso presente regime.
Eu bem sei que o FDL tem a sua razão: - mãos no fogo… só por nós e talvez alguns (poucos!,) depois daquilo a que temos assistido.
Mas com tanta entortadela, ando a ver se não é a vida que me entorta a mim.
E por isso ainda acredito. Acredito (quase) piamente em algumas pessoas. Mesmo quando desinteressada e friamente, como no presente caso (porque nem sou da ‘situação’).
GOM é um exemplar socialista independente.
E não mais um independente socialista, dessa novíssima casta (ou corja) que por aí abunda, numa descarada procura de benesses e lugares para os quais não têm o menor dos méritos.
Fosse o regime feito de pessoas como ele e a qualidade da nossa democracia era qualquer coisa de que nos orgulharíamos.
Tal e qual.
Fora-de-Lei:
Detesto tal criatura por esses mesmos motivos. Dei-me ao trabalho de investigar e fazer as contas pois vivi muito tempo em Nova Iorque e achei que me dizia respeito ainda mais!
E o abismo entre máximos/mínimos mensais entre o Banco de Portugal e a Reserva Federal?
Ao câmbio 1€=1.4USD
Bernake=11.357€
Constâncio=17.800€
Mínimo salário do FRB=1.488€
BP=475€
Escrevi no Facebook:
Lá, antro do capitalismo, o responsável do banco central ganha 7.6 vezes mais do que o salário mais baixo da sua instituição. Aqui, jardim socialista/social democrata, a proporção corresponde a 37 vezes mais.
SisinWah,
Não é preciso ter vivido em NY, para fazer tais contas, nem máquina de calcular é necessária. Sabia que um empregado bancário, normal, nos states, também ganha menos que em Portugal?! E apesar de tanta investigação não tinha amostra válida para chegar a uma conclusão credível. Lá só ganha bastante mais, em proporção, isto para não falar em pirâmides remuneratórias, quem faz o trabalho sujo, perigoso e pesado que os yankees não querem fazer.
Lá, no antro do capitalismo o sr governador rebentou com o sistema financeiro internacional, tem os maiores défices gémeos do Mundo e está a viver à custa da China e não só.
Será que se deve detestar uma pessoa porque ela ganha muito? Isso é inveja.
Anfitrite 10:10 PM
"Fdl, talvez o da reserva americana tenha menos trabalho que ele."
Bem antes pelo contrário. Uma vez que o Banco Central Europeu é quem estabelece as regras para os países da Zona Euro, os bancos nacionais limitam a sua actuação aos "fretes" que fazem aos governos vigentes, nomeadamente nas suas previsões de inflação e crescimento económico. E nessa matéria, façamos a justiça de admitir que VC tem sido extremamente hábil...
Sim, é verdade: ainda bem que não é tudo,tudo mau.
Tem dado provas de muita integridade.
Anfitrite:
Ainda bem que não precisa de fazer contas destas. Eu preciso. Mas eu tenho tendência para ser exacta naquilo que digo. Nomeadamente não respondo com bugalhos quando se fala em alhos.
Vejamos:
1. Falei da Reserva Federal e Banco de Portugal, não da banca. São duas coisas diferentes.
2. Falei dos salários do Constâncio e do Bernake e das desproporções dos salários deles em relação aos salários mais baixos das respectivas instituições. Se acha que 37 vezes mais no caso do Constâncio contra 7.6 do Bernake não constitui uma diferença obscena, então um de nós tem um problema.
3. Quanto a “e apesar de tanta investigação não tinha amostra válida para chegar a uma conclusão credível.” Nem foi tanta investigação assim, dois números fornecidos por um artigo numa revista – máximo e mínimo do Bco de Portugal - e uma rápida consulta ao site do Fed. Quanto à credibilidade, não percebo o que quer dizer. A conclusão é o que é: números.
4. Quanto ao resto da sua intervenção, é muita coisa super-simplificada.
5. O Bernake tem menos a ver com os problemas do sistema financeiro americano do que o Constâncio tem a ver com os desastres do BPP e BPN.
6. “Um “empregado bancário, normal” ganha menos nos States”. Falso, afirmação inválida. Os states têm 50 states, que diferem tremendamente em nível de vida e salários. Depende dos estados, depende do tipo de banco, depende de cada banco, depende das localidades. O mesmo banco em Manhattan e Long Island (não, nem guetto nem pobre), que fica a uns 30Km paga salários diferentes.
7. Eu trabalhei na banca em NY.
Em relação à sua última frase “Será que se deve detestar uma pessoa porque ela ganha muito? Isso é inveja.”, acho que foi muito infeliz. A que propósito teria uma cidadã ou cidadão comum (no meu caso pouco atreita a invejas) inveja do Vítor Constâncio? O comum dos cidadãos escandaliza-se precisamente pelos motivos apontados por mim e pelo/a Fora-de-Lei. Manda-nos apertar o cinto e ele, que é pago por nós, ganha o que ganha. Proporcional e comparativamente bem mais do que a maioria dos seus pares, num país bem abaixo dos seus pares.
SisinWah 8:28 PM
"O comum dos cidadãos escandaliza-se precisamente pelos motivos apontados por mim e pelo Fora-de-Lei."
Pois claro. No entanto, tudo isto é assustador. Já nem sei se vale a pena andarmos aqui a discutir isto e aquilo, visto que - muito provavelmente - não passamos de meras marionetas... :(
Esse vídeo já fora amplamente difundido. Ao que parece essa senhora nunca foi Ministra e ao que parece sofre de perturbações mentais.
Eu - se fosse Psiquiatra - não me atravessava:-)
sisinwah,
Por princípio eu não venho para aqui defender nem atacar ninguém. Eu aponto factos e gostaria de alertar as pessoas. O que me interessa a mim o que ganha um governador? Não é isso que resolve os problemas dum País. São as políticas sérias, consistentes e honestas. Eu estou triste porque não vejo nada disso ser feito. Seja este ou outro partido. O que adianta andar aqui a discutir o que disse a ministra maluca que foi despedida no dia seguinte? O que interessa discutir o sexo dos anjos? Eu não compreendo como só se fala na falsa avaliação dos professores, ou no casamento dos homo, ou se um Orçamento se chama redistributivo ou rectificativo, como se isso tivesse algum impacto nalguna coisa? Terá apenas nas nossas carteiras.
Eu sei que o que você disse é verdade, mas é perder tempo fazer aquelas afirmações. Eu não venho para aqui sistematizar as coisas, falo ao correr da pena.
Os bancários poderão ganhar lá mais, mas menos em relaçao ao nível de vida de Portugal. A remuneração varia de esquina para esquina e não só de estado. E na semana seguinte você pode não ter emprego nem aonde se agarrar. Lá a maioria das pessoas quereria ter um emprego, e não andar com a casa às costas. Aqui os partidos defendem as pessoas que têm emprego e as que não querem trabalhar. Lá trabalha-se no duro, pendurado em cordas. Aqui andam meia dúzia de capatazes a olhar para um "preto" que está abrir um buraco no chão. Lá faz-se uma obra numa noite, para não empatar o tânsito. Aqui antes das 5 da tarde começam a tirar os peões que estiveram a empatar o trânsito. Lá não se almoça, bebe-se uma coca-cola e quanto muito um hamburguer. Foi assim que os nossos emigrantes ganharam dinheiro para enviar para o nosso País que equilibrou a nossa balança de pagamentos durante largos anos.
Você está a preocupar-se com a espuma, criticando o VC por causa do BPN e do BPP.
Um crime de corrupção não se descobre se não for confessado. Foi o que aconteceu com Madoff que para salvarem o dinheirinho, que não chegou a aparecer, e a quadrilha ficar com ele , confessou o velho, porque dizem que tem um cancro terminal, e depois de morto poderá fazer uma plástica e pirar-se para qualquer lado. Se não tivesse confessado ainda hoje não teria havido julgamento. E se não tivessem deixdo falir o Lehman Brothers nada deste terramoto teria acontecido.
E como é que as pessoas se deixam enganar quando lhe prometem rendimentos impossíveis? Se lhe dessem pouco não se deixavam enganar.
FDL,
Que interessa o comum dos cidadãos quando ele não se interessa pelas dívidas que tem e só quer é trocar de carro de 3 em 3 anos? O comum dos cidadãos, os do patamar mais baixo, nem sabem o que ganha o VC, nem quem ele é.
Quanto ao GOM ele só faz a sua obrigação, como o fez Sousa Franco. Mas o que interessa? Ele é apenas o Presidente e muito pouca coisa lhe passa pelas mãos. Aplicar rigorosamente a lei do TC, que tem elasticidade nula, não é difícil. O pior é a falta de técnicos e pessoal especializado para verem as voltas que os outros lhe dão. Ser honesto hoje, neste país, qualquer dia é crime.
A dimensão da festa é ou não importante para a existência individual?
De que estratégias ainda nos podemos servir para experimentarmos essa dimensão nas nossas vidas?
A verdade é que o quotidiano dos portugueses está ensombrado e os políticos devem ser contestados e afastados não só pelo que fizeram como pelo que não fizeram para respeitar a dignidade e o quotidiano dos cidadãos (pelo menos pelos do seu país, já era qualquer coisa).
Vem aí o Natal e volto a perguntar por onde podemos nós escapar para a festa?
Anfitrite:
Como a si, preocupam-me os problemas sérios desta nação, que são muitos. Mas não é por isso que se deixa de falar de outras coisas que nos dizem respeito, especialmente quando vêm a propósito, que foi o caso. Insurgirmo-nos com o vencimento/benefícios do V.C. não é discutir o sexo dos anjos, por pouco que isso adiante, já que é pago pelos portugueses que ele acha que devem ganhar ainda menos, muitos dos quais já vivem muito mal.
Desculpe o meu “sistematizar as coisas” mas é deformação profissional.
Novamente fala de muita coisa, muito complexa que Anfitrite super-simplifica. Eu não saberia responder com uma penada rápida.
Como lhe disse, trabalhei na banca em NY, uns internacionais, outros domésticos. Os States têm bancos que nunca mais acabam, de vários tipos de estatutos e vários reguladores federais, assim como leis estaduais e reguladores estaduais. Depois há os bancos de investimentos, como o Lehman Brothers, Goldman Sachs, etc., que são outro animal. Daí que Bernake tenha menos a ver com a crise financeira da banca americana do que o VC com a da nossa.
Como pode dizer que “Um crime de corrupção não se descobre se não for confessado.”?
Eu fui emigrante acidental nos States, um país de que não era fan. Nunca me encantei, integrei-me bem mas nunca senti que pertencia... Vivi lá mais de 25 anos, portanto conheço bem aquela sociedade. O/a Anfitrite está a repetir estereotipos.
Não comparando o que não tem comparação, o que eu vejo e me choca é que os nossos politicos e dirigentes institucionais têm, na sua maior parte, uma atitude arrogante e desrespeitosa para com os cidadãos, uma falta de sentido de Estado e de service público atrozes, enfim uma postura como se tivessem um direito natural de fazer o que acham, ignorar as opiniões de outrem e mandar em nós.
Saí daqui nos primeiros anos da democracia e encontrei em vez de uma jovem e pujante democracia, uma adolescente de 30 anos. Delinquente, errática, insegura, revoltada, irresponsável, gastadora, ressentida com os pais salazaristas mas a tresandar a eles por todos os poros, enfim, um caso patológico.
sisinWah,
Não tem de me pedir desculpas, por sistematizar as coisas. Eu é que baralho tudo, porque já não tenho paciência, nem tempo para suportar o que se passa por aqui( no geral). Estou revoltada porque ainda não consigo ligar à terra quando oiço certas coisas. Eu até era uma pessoa bem divertida e com um sentido de humor especial, embora aqui tenha sempre aparecido como o mais azedo dos vinagtres. A propósito, eu sou mesmo A(feminina), sou demasiado sincera, nem tenho fantasias ocultas, para me fazer passar por aquilo que não sou. Penso que já lá vai o tempo em que as mulheres, que escreviam, tinham de usar pseudónimos masculinos, para conseguirem ser editadas. É verdade o que diz em relação aos políticos e dirigentes e eu se falo assim é porque sei muita coisa e tenho de simplificar para deixar no ar apenas um alerta geral.
Eu digo que nós andamos a discutir o sexo dos anjos, porque os funcionários públicos, professores incluidos, estão na eminência de não receber o subsídio de natal, se o tal orçamento não for aprovado. Mas claro que vai, porque muito coisa estaria em jogo, e assim vai-se aumentando assustadoramente a dívida e empurrando o problema para a frente, com a barriga, não com a cabeça. Já não temos muito mais para vender e se nos tirarem a almofada da UE deixamos de existir, como País livre. Um país com tanta história e que foi pioneiro em tanta coisa.
Vou tratar do meu jardim para ver se fico mais bem disposta.
Bom dia.
Esqueci-me de dizer:
Um crime de corrupção, se for mesmo bem feito, não consegue ser provado. Pode ser descoberto parcialmente, mas não arranjam provas para condenar a pessoa. Podem condená-la por ter cuspido para o chão mas não pelo crime que fez mesmo.
Anfitrite 12:09 PM
"Esqueci-me de dizer: um crime de corrupção, se for mesmo bem feito, não consegue ser provado."
O crime perfeito não existe. Só teoricamente. Os Estados de Direito que estão verdadeiramente empenhados na luta contra a corrupção produzem leis que forçam as próprias empresas a criar mecanismos internos de controlo contra eventuais "tentações" dos seus quadros. É por isso mesmo que existem sistemas de gestão vocacionados para essa finalidade. A Anfitrite desconhecerá, mas estou certo que a SisniWah conhece, que - para evitar surpresas desagradáveis - há muitas empresas por esse mundo fora que implementam os seus Compliance Systems com base em leis anti-trust e anti-bribery. Só que, infelizmente, a nossa CMVM ainda está a léguas da SEC. Até em matérias de Capitalismo Selvagem, não passamos de uns meros "aprendizes de feiticeiro". Como eu costumo dizer, em termos muito pouco politicamente correctos, não somos - nem mais nem menos - do que um país de "mestiços"...
Pois é, somos uma tribo tramada, governada por uma seita complicada. Acho que a nossa liberdade e democracia se resumem a uma certa liberdade de expressão, ao voto e a uma Constituição que os garante. Tudo o resto é oco. O espírito, esse é um derivado qualquer do salazarismo, que persiste na fibra deste país. Espírito democrático não é. Penso eu de que…
Por muitos defeitos que os americanos tenham são muito pro-activos e exigem dos seus representantes – que têm a noção de que estão a servi-los - que defendam os seus interesses. Eles fazem-no porque lá quem manda são os eleitores e é comum os congressistas e senadores votarem contra as propostas dos seus próprios partidos. Em muitos aspectos o sistema funciona bem. A Anfitrite sabe quem é o seu/a sua representante? Eu também não. Lá é comum as pessoas escreverem ao seu congressista e ao seu senador. Isso é até incentivado. E são ouvidas, muitas vezes por eles recebidas e muitas leis têm a sua origem em problemas ou situações por elas levantados. Aqui quem manda são os dirigentes dos partidos e os deputados são paus mandados que se não seguirem a linha dos seus partidos estão tramados. Depois de eleitos sentem-se com um mandato para implementar as suas teorias feitas no joelho e mandam os eleitores a um sítio que a gente sabe. E começam a passar-nos a mão pelo pêlo quando precisam outra vez do nosso voto.
Ainda bem que tem um jardim para descontrair, eu pego na máquina fotográfica…
"A continuação de Guilherme Oliveira Martins é aparentemente dar a sensação de uma réstia de azul no céu carregado de suspeitas desencantadas que cobre este país!
Quais os efeitos práticos dos "pareceres", "relatórios", etc do Tribunal de Contas?
Quando não agradam ao Governo (quase sempre), ou são "métodos diferentes de avaliação", ou despudoradamente vem um "Gestor" dizer que as obras seguem o seu normal percurso... e que depois um Tribunal vai decidir! Onde está o poder deliberatório do Tribunal de Contas?!
Fora-de-Lei e Anfitrite:
Pois é, a mente corrupta arranja sempre maneira. Há sempre quem seja muito criativo, inteligente e sofisticado e que encontra um novo ângulo para bater o sistema. Mas depois de descoberto – e eventualmente tudo é descoberto quando o sistema funciona com outras salvaguardas – dificilmente volta a acontecer. Um sistema interessado em eliminar a corrupção luta contra ela implementando políticas de transparência e estando em cima do acontecimento com medidas imediatas. As burocracias intermináveis e contabilidades obsoletas que nós usamos até facilitam a corrupção.
O grande desastre financeiro que se deu nos States deveu-se à eliminação de regulamentação que existiu, contra a qual os reguladores foram em grande parte mas que principalmente a administração Bush implementou.
Além dos americanos trabalhei num banco brasileiro, num italiano e num de Hong Kong. Em termos de controles, o pior o de Hong Kong, os melhores os americanos.
Posso dar-vos rapidamente alguns exemplos da minha experiência na banca (que não tinha a ver com o SEC mas agências do Fed) de items de códigos de conduta e procedimentos básicos internos usados para evitar subornos e desfalques.
- regras muito definidas sobre ofertas de fornecedores e clientes a pessoal. Ou nada ou por exemplo um valor não superior a 25 dólares por ano. Refeições de negócios OK.
- despesas de cartão de crédito limitadas a despesas de representação, justificadas ao departamento do controlador: quem se levou a almoçar e qual a razão.
- duplas e triplas assinaturas para qualquer compra ou contrato de produtos ou serviços acima de determinada quantia, sempre com pelo menos três orçamentos competitivos.
- contratos feitos só com companhias financeiramente sólidas, mediante a apresentação do relatório anual e várias outras salvaguardas
- nos bancos cotados na bolsa salários e compensação total dos executivos de topo publicados no relatório anual.
- segregação de deveres/poderes
SisinWah
Estamos em Portugal!
E urgente alguém explicar isto ao Crespo: enquanto chover da Europa o subsídio para trocar o telemóvel, não há nada a fazer. O povo quer lá saber dos mafiosos. Ainda viram "action man" no Natal.
Se podíamos viver sem corrupção em Portugal?
- Podíamos, mas não era a mesma coisa!
Mas já agora deixem lá passar a auto estrada do sul (Beja-SInes) que faz cá muita falta, vá lá....
E quanto à corrupção definam lá isso...
É que se isso corresponder a 30 ou 40% do PIB nacional,para que se haverá de estar a falar nisso?
Vá...vamos lá todos falar de amor que é bem melhor.
Fiury,
Explique-me essa do subsídio para trocar o telemóvel que eu estou um pouco fora das "nuances" da UE e de como se usam os dinheiros...
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