A minha ex-empregada foi morta pelo ex-marido, que se suicidou a seguir. Antes disso fora agredida em privado e em público várias vezes. Pediu ajuda e ela não veio. Amanhã ou no fim do mês será um número nas estatísticas. Cá em casa era uma mulher pálida, triste, às vezes queixosa, nunca esperançada. Quando eu entrava a horas inesperadas, tinha de me anunciar em voz alta para que não entrasse em pânico. Deixou de vir porque morava longe. Morreu porque uma sociedade inteira vivia longe dela:(.
22 comentários:
Eles andem aí ! Cada vez mais, há um qualquer "Massimo Tartaglia" que espera por si. Seja em casa, seja na rua, seja onde for, seja contra quem for. A violência latente que se faz sentir na sociedade é parte do problema. E esta mesma sociedade nunca será parte da solução.
Tudo nas barbas de um psi, que horror.
Tantos ex- que o quadro até arrepia. Ex- por ex-, era mais fácil casar e descasar.Se isso era amor, alguém estava doente e o amor andava, no mínimo, com H1N1.É que, em casos assim, se criam uns índices de dependência onde é bué difícil alguém exterior penetrar, ao que me foi dado observar.
Que subversão ao Romeu e Julieta. Às tantas morreram os dois por desamor ou com amor infectado. Num primeiro esboço de diagnóstico, eu arrisco - amor infectado por HIV.
Professor!
Que horror! que horror!
Esta situação de violência doméstica é absolutamente miserável...Como é que se pode violentar ou matar alguém com quem privamos e supostamente nos ama ou amou? é duma cobardia inaudita...
Concordo com o Fora-de-Lei; nas actuais sociedades, há de facto sinais cada vez mais alarmantes denunciadores de enorme violência latente, só espero que ele não tenha razão no respeita a ela, à sociedade, não poder ser parte da solução...:(.
Professor sei que para si a notícia lhe deve ter sabido a um duplo sabor amargo...mas tambem deve saber que nem sempre podemos fazer grande coisa, quando a ideia duma violência dessas nos está completamente longínqua...
Contudo arrepia-me pensar que: "Morreu porque uma sociedade inteira vivia longe dela:(.
É tristímmo:(
Neste caso , os sinais exteriores denunciavam a situação. Porque ninguem fez nada? Casos há, e muitos, em que uma face sorridente e maquilhada ilude e esconde feridas internas.
E não se pode exterminá-los?
Seria de esperar que a rapidez de informação servisse não só para saciar mais rapidamente a nossa sede de conhecimento, como também para evitar que determinadas situações deste e de outros géneros continuassem a ter "pernas" para andar.
Mas o que é certo é que pouco ou nada se faz, porque infelizmente os problemas dos outros não são os nossos. Ficamos chocados, siderados, lemos nos jornais, fazem reportagens na televisão, é assunto de conversa nos almoços ou cafés e até nos blogues falamos disso.
Mas se conhecermos alguém que passe por isso, fazemos realmente alguma coisa para ajudar? Ou fechamos os olhos, viramos a cara para o lado e dizemos para nós próprios, como uma forma de nos libertarmos da reponsabilidade: "eu acho, mas não tenho a certeza e também não vou perguntar, é um assunto muito pessoal" ou " etre marido e mulher não se mete a colher", ou outras frases semelhantes.
A questão é essa é que numa altura em que nos demitimos tantas vezes de tantas responsabilidades: de pai, de mãe, de filos, de marido, de esposa. Muito mais depressa nos demitimos da responsabilidade para com a sociedade e s seus problemas.
Arrepiante.
A estatística rouba-nos, de facto, a alma.
Para si, um abraço- porque certamente lhe dói a perda: ao psi e ao homem que a ele sobra.
Resto de um bom dia.
...Profe: não leu os sinais, antes?
...é que uma depressão pode estar escondida, como é o mau caso
...mas vou dando sinais e sei que ninguém acredita
...até um dia, se calhar, ou se calhar, não
...quem pode saber o dia de amanhã?
...mas quem me tira a "impotência" desta situação de "prisão" que sinto por estar só, com 64 anos a tratar da minha mãe de 94...???
...quem me tira esta sensação de "raiva" surda...???
...quem pode resolver o meu problema...??? ... sabendo eu que ninguém nem nada o pode fazer a não ser eu ter de aguentar o problema...
...não sei até quando vou aguentar
...e já lá vão 4 anos
...de dor
...de raiva
...de sentimento de impotência
...de saber ter de ser
...de saber que tem de ser porque não pode ser de outra forma...
...sinais que vamos dando
...e ninguém olha para eles
...porque eles, os sinais, diluem-se nos abreijos, nas palavras que escrevo, nos textos que esparramo nas folhas brancas da minha vida sem sal, sem vida
...sinais que se diluem num sorriso que forço mostrar na minha face...
...até quando?
...
...ficam, como de costume, os meus abreijos...
...e um :)
Com a história da violência doméstica fervilha-me o sangue até me provocar febres elevadas... penso que atacamos o mal pelo seu lado errado... Não temos que pedir aos "homenzitos" que espancam as sua mulheres que cresçam ao nível do ser humano!Devemos, antes, provocar as vitimas para que o deixem de ser, desculpem-me mas irritam-me as mulheres que apanham e que usam a desculpa de "aguentam" pelos filhos, pelo B.I. que diz "casada" pela igreja que apregoa "familia" pelos outros que dizem que mulher sozinha a criar filhos é "familia disfuncional" e, que no pior dos casos dizem "... mas eu gosto dele..." . Amor é em primeiro, primeirissimo lugar respeito, um individuo que bate não respeita e uma mulher que apanha dá-lhe razão porque não se respeita também...não se pode fazer amor, rir brincar, dialogar, partilhar com quem nos insulta e nos bate, então o que é que os une?? Mulheres, respeitem-se batam com a porta, todos podemos ter muita vontade de ajudar mas o primeiro passo tem de ser vosso, o de fazer valer a grandeza de ser "pessoa" ensinaram-me que quando perdemos a dignidade nada mais temos a perder... não se rebaixem e muito menos o façam em nome do amor.
Lobices,
Eu e as autoridades, vou ver se consigo postar a notícia.
Não é a sociedade que se afasta, mas sim as pessoas, que se fecham em si mesmo. Pelos mais variados motivos, principalmente a falta de carinho e de dinheiro. Quando se dão conta os anos passaram e viveram à margem da sua própria vida. Temos que "bulir" senão somos atacados pela solidão.
Beijinhos
Lobices,
Um abraço!
Para quando uma cafezada no café ribeiro? :)
lobices, quantas vezes não há sinais! quantas vezes em vez de lágrimas saem gargalhadas e em vez de queixas se sobrepõe a vergonha.
mas aqui havia sim, à polícia, mas sabe que a polícia só actua depois de a ocorrência se verificar e às vezes corre mal.
já experimentou pedir ajuda à polícia? nunca andou na rua com medo? nunca ouviu dizer que enquanto não lhe fizerem mal não podem fazer nada?
Oh Lobices:(
Como tambem deve saber a vida ensina-nos e dá-los forças que nunca pensávamos que possuíamos.
Abraço grande!
Lobices,
Só li isto agora. Não sei se o percebi bem. Se não, peço desculpa.
Em primeiro lugar temos de ser racionais. Vai já marcar uma consulta médica, porque há uns comprimidinhos, que só os doutores podem receitar e que fazem milagres. O seu organismo está a pedir ajuda. Primeiro isso, e depois contar com os amigos, que há-de ter, e abrir o coração e dizer que precisa de ajuda. Também há umas instituições ligadas às paróquias que prestam apoio domiciliário. Informe-se. Não é preciso ter vergonha de pedir ajuda. Hoje é o senhor, amanhã sou eu. E escreva aqui muitas vezes, estique aqui o seu lençol. Escreva muito, faça catarse. Não mande só abreijos. PEÇA!
Deixo-lhe aqui o meu enorme beijo e um grande abraço. Força homem!
Mar
Estas notícias de violência doméstica deixam-me completamente revoltada.
As pessoas apresentam queixa e ainda é pior, as autoridades normalmente não actuam, leio isso constantemente.
E a minha revolta aumenta...
Como é possível fecharem os olhos????
Ou actuarem quando já é tarde de mais?
Lobices,
Aceita a sugestão do Thora, toma um café com o miúdo, o miúdo é fixe:)
E conta com os amigos que tens aqui, há mails e telemóveis...
Não te isoles, isso é o pior que podemos fazer.
Um beijo grande, Quim.
Horrível. Quando estas coisas acontecem lembro-me do caso que me tocou de perto e que me marcou profundamente, embora bem diferente. Chamava-se Florence. Florence Band, mas Band devia ser o nome do marido, que me custa usar. Foi assassinada por ele. Atirou-a por uma escada abaixo, mãos e pés atados, depois de um jantar com visitas, as filhas tinham saído. Alta classe média, mansão em Old Westbury, uma área caríssima de Long Island, Nova Iorque. Havia violência doméstica pois uma colega disse-me mais tarde que sabia que uma vez ele lhe tinha apontado uma pistola à cabeça. E esta mulher, inteligente, culta, profissionalmente assertiva, 42 anos, com um doutoramento em educação, uma óptima carreira e um futuro promissor, pais vivos, muito ricos (em cuja companhia de importação de flores o assassino trabalhava), duas filhas adolescentes, NÃO SE PROTEGEU. PORQUÊ?
Acabei neste momento de ver no Google que a filha Cindy escreveu um livro em 2007 a contar a história. Isto passou-se em 1980.
Estranhamente tive uma reacção visceral imediata. Florence era a minha chefe, minha amiga e sendo eu jovem, há pouco tempo em Nova Iorque, aconselhava-me e interessava-se por mim. Engraçou comigo e eu com ela. Quando me notificaram logo de manhã e me foram buscar para a cerimónia religiosa antes do funeral - ela era judia e os funerais judeus são o mais depressa possível – as circunstâncias pareceram-me estranhas e senti que algo não batia certo. Só se sabia que ela tinha “caído” pelas escadas abaixo, depois do jantar, que o casal estava sózinho em casa e que ele tinha ido procurar ajuda a um amigo médico que vivia perto. Segundo ele ela tinha caído quando foi à cave para pôr os restos do jantar num congelador. Ninguém sabia a causa da morte. No caminho perguntei às colegas se o conheciam e se poderia ter sido ele. Então não telefonou logo para o 911 (112) ficando ao lado dela à espera, morta ou viva? Deixou-a sózinha e foi chamar o amigo? Acharam que eu era maluca, estaria desorientado. Na casa funerária não fui capaz de os ir cumprimentar. Num canto, sentado com uma filha de cada lado, chorava alto, baba e ranho.
Pouco tempo depois foi preso. Veio no jornal, mas foi logo libertado por falta de provas. Só mais de 2 anos depois, graças aos esforços de um detective da polícia e da família dela, que nunca desistiram, é que conseguiram provar o crime. Foi condenado a 25 anos de cadeia, onde morreu.
eu não quero acreditar no que leio..................sim........
acho que entende a razão.......
"pediu ajuda e ela não veio"
pelos vistos de lado nenhum
ops
sem jocas
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