Porque já publicado, é altura de guardar aqui um texto dedicado ao Zé González.
Mentir com a verdade é a coisa mais fácil do mundo. Suponhamos que escrevia: “O Dr. José González foi Chefe da Consulta Externa no CAT- Cedofeita no período em que presidi à respectiva Comissão Instaladora. Desempenhou essa tarefa com inexcedível competência, assinalável tacto e solidariedade exemplar, razões pelas quais a sua posterior ascensão à chefia da Instituição, mais do que justa, se tornou imperiosa.” Tudo verdade. Mas a anos-luz da vida real…
O José recebeu o convite que lhe dirigi com alguma surpresa; disse que ia pensar; voltou com muitas perguntas, olhos e ouvidos atentos, eu sorri para os meus botões – era o maroto a avaliar-me e não o contrário! Não em termos pessoais, decorreriam anos até lhe ouvir conselho sábio ou reprimenda suave. Queria saber como imaginava o funcionamento do CAT no arranque e no futuro, o que esperava das pessoas e dos diversos grupos profissionais, que tipo de relação tencionava manter com a tutela. O José não punha em causa a experiência do técnico, mas queria tomar o pulso ao chefe…
…Que para ele nunca fui. Com naturalidade, passou a integrar a estrutura decisória do CAT a todos os níveis. Era mais um ao redor da mesa, a sua opinião podia não prevalecer, mas rapidamente se tornou aberrante não a pedir e escutar. Dava-a no jeito tranquilo que às vezes lhe devia custar os olhos da cara, falava baixo e sem pressas, mas era homem de causas e vivia-as com paixão.
Por isso trabalhava mais do que o estatuto exigia, seguramente mais do que a saúde aconselhava, menos do que o cidadão José González considerava adequado. E falo de cidadania por ser um dos traços mais marcantes da sua personalidade. Nós médicos somos amiúde acusados – e não injustamente… - de deslizarmos para o refúgio de casos clínicos e terapias. Alheados do mundo; numa preguiça atarefada que nos poupa às obrigações éticas decorrentes do interesse pelo estado e governo da Cidade.
Numa área como a Toxicodependência, irredutível a uma visão apenas biomédica – e que naco de vida real o não é? -, o olhar de cidadão é precioso. Para lá da Prevenção, do Tratamento, da Redução de Danos, da Prevenção e de outras contas do nosso rosário, o José pensava as drogas numa Sociedade que não desistira de ver mais justa, fiel a um imperativo de reflexão sobre a Res publica. Essa concepção global, política e humanista das drogas, mais ainda do que a competência quotidiana, valeram-lhe o respeito de quem coordenava estratégias a nível nacional - os meus velhos compagnons de route deixaram de ver o número dois do Porto e passaram a receber de braços e ouvidos abertos o José González.
O tempo voou, por razões pessoais decidi abandonar o CAT. Mas se a partida do Júlio não era grave, o Machado Vaz tinha obrigações por (tentar) cumpri. Eu e o José tivemos uma longa conversa, falei-lhe de problemas presentes e planos futuros. E pedi-lhe ajuda… Foi a primeira das únicas duas vezes em que opinou sobre a minha vida privada, o silêncio acolhedor era a sua forma preferida de solidariedade. Sabendo embora o peso adicional que o esperava, não pediu tempo para pensar – a partir desse dia eu tornei-me uma espécie de Ministro dos Negócios Estrangeiros, que continuava a pensar o metabolismo basal da Casa, mas só nele participava quando mo pedia. O que, com tocante carinho, raramente fez, desempenhando um papel muito ingrato – chefiar com outro chefe na sombra. A situação ideal para todo o género de clivagens em seu desfavor…
Quando abandonei o CAT, quem comandava o Ministério da Saúde teve a gentileza de me consultar sobre a sucessão. Limitei-me a dizer que uma alternativa ao José – que, de resto, não me foi apresentada – seria obscena, ele não era sequer um “príncipe herdeiro”, mas um líder já em funções. Imperou o bom senso. Mais tarde, voltei a ser ouvido, tratava-se da Direcção Regional. Disse da minha (e sua) justiça, preso de enorme ambivalência - o José assumia-se - de longe! - como a melhor escolha, mas eu previa tempos difíceis para quem ousasse manter a espinha direita. Só me enganei por defeito.
Ao longo dos anos fundáramos uma tertúlia a dois, almoços tranquilos à beira-rio em que falávamos de tudo e eu calava a preocupação pelo seu estado de saúde. Quando os sinais de alarme já não permitiam dúvidas, confesso que o aconselhei a bater com a porta, afligia-me sabê-lo a prazo por razões que abominavam palavras como rigor e competência. Também ele reconhecera os presságios, mas decidiu permanecer no seu posto até ao fim. Calava-me sempre com um “tu no meu lugar fazias o mesmo, é a nossa gente” que não correspondia à verdade.
E finalmente aconteceu: um Ministro deixou-se enredar em politiquices paroquiais e exonerou um Director Regional por ele defender os interesses e as políticas do Ministério! Não lhe ouvi uma queixa, mas cresceu nele uma amargura que não mais o abandonou. O José voltou ao CAT e de novo foi chefe pelo exemplo e não por simples decreto. Segundo sei, até em situações que uma saúde periclitante em absoluto desaconselhava. O que não o impediu de se preocupar com a minha, o segundo momento em que arriscou uma pergunta pessoal foi após a publicação de O Tempo dos Espelhos: pigarreou e disse, olhos no rio – “estás bem? Achei o livro tão triste…”
O contrário nunca aconteceu, ele preservava a sua intimidade de um modo gentil, mas firme. Sempre respeitei a sua distância de conforto e isso permitiu que gozasse ainda mais determinados momentos. Recordo-lhe sorriso doce e confissão de avô recente, “acertaste, apaixonei-me pelo miúdo!”. À medida que a saúde se deteriorava os almoços foram rareando. Embora penalizado, compreendi-lhe o pudor e ele sabia, nunca sentiu a obrigação de explicar o afastamento. Uma sms aqui e acolá provava o que ambos construíramos de precioso – o outro estava lá.
Agora ele só permanece aqui, na eternidade a prazo da minha memória. Sem idealizações, ofensivas por nascerem da morte, o José tinha os seus defeitos. E a ternura nunca o levou a ignorar os meus… Prefiro assim, estamos para além do risco de nos desiludirmos. Quando o tempo melhorar levo-o ao rio.
35 comentários:
Prof:
Já uma vez tinha falado aqui deste seu amigo e colega. Por esta sentida homenagem, percebe-se bem os laços de cumplicidade e afeto que vos unia. E a imensa saudade que deixou.
Sem palavras, Júlio...
Belíssima homenagem!
“estás bem? Achei o livro tão triste…” (Os Amigos vêem mais longe e mais fundo.)
"Agora ele só permanece aqui, na eternidade a prazo da minha memória."
"Quando o tempo melhorar levo-o ao rio."
“estás bem? Achei o livro tão triste…” (Replay)
Eu quero acreditar que estas cartas chegam até eles. Os comovem. Hão-de enviar-lhe andorinhas que só verá à beira-rio quando menos esperar.
(Não me refiro à "nossa" andorinha, claro ;D)
Aquele abraço.
São também os outros que determinam a nossa existência.
Desde Outubro último, que o José passou a existir sempre que um de nós se lembra deste relato. Aliás, também e ainda, sempre que alguém leia este post - o que prolonga substancialmente a eternidade a prazo :)
E eu, tal como o seu amigo José, acho-o muito triste.
Bem sei que um sexagenário tem muito para contar, mas caramba, também conhece gente viva! E certamente interessante.
Toca a arrebitar ;)
Impressiona-me imenso a falta de sensibilidade de certas pessoas...
andorinha, nem quero acreditar que estejas a referir-te ao meu comentário. Mas tudo é possível. Quem sabe mais alguém entendeu da mesma forma que tu. (O que seria uma pena)
Bom dia :D
Em Lisboa, até parece
A Amizade sobrevive à distância, à morte. E permanece no tempo. Sem idealizações.
O que é uma coisa muito bonita.
Rain
Numa amizade não devem existir idealizações, sob pena de a desfazerem.
Não foi só o José que achou o livro tristre. Foi através do livro que descobri o blogue. E mal acabei de o ler precipitei-me para aqui. Tinha acabado de escrever um postal, também tristre. E, a partir daí, sempre que o via nalgum programa, a primeira coisa em que reparava era no cabelo, andava sempre atrás da câmara para ver se encontrava alguma clareira.
Hoje também estou muito triste. Ontem perdi o resto da minha história viva.
Anfy:
http://youtu.be/Rk1hye5CW-U
Tens que usar phones e pôr o som no máximo. (o som do clip está gravado muito baixinho)
Pode ser que encontres a tua clareira de rodeada de frutos doces porque o que é maduro, acaba por cair.
Cêtê,
Ao teu, amiga????????!!!!!
Porque acharia isso dele?
E conheço-te, não? Sei a tua sensibilidade...
Só vim aqui agora e até fiquei chocada. Falo a sério, cachopa.
E eu dirigia-me assim a ti, dessa forma impessoal? Como poderia eu???:(
Vê se ganhas juízo, tá?:)
Os amigos profundos são um Abril no calendário da vida que tivémos.
http://www.youtube.com/watch?v=lr8yV8pqcOg&feature=related
E por vezes deles ficamos apenas já só com a música do que foi nossa relação enquanto nos tivémos.
Aleluia!
(andorinha, olha que eu pensei que era MESMO sobre o meu comentário! Escrevo o que penso - não penso tanto sobre o que escrevo mas de repente as coisas escritas ficam, às vezes como uma leitura estranha- falta o tom, a cadência, o volume a ressonância ;) Vai daí.. poderia ser o caso.
Portanto já sabes mesmo que te arrisques a levar uma canelada ;) atira sempre de frente. É assim que eu entendo os amigos.
E a boa disposição está em alta a ver pelo tema e abordagem dos mesmos nos programas - qualquer dia só de auscultadores. ;D
E estamos sempre a aprender: começo a suspeitar de uma vida sexual MUITO satisfatória de todos os que temem perda de memória. ;P
É URGENTE
Escrever um poema
Nas ondas para que
Elas o façam, vaga a vaga.
Ler ao mundo
Sedento de Amor.
É urgente
Que o poema chegue
Até toda a gente…
Dos marinheiros
Mulatos (as) nas senzalas
Carregadores de sonhos
Moribundos da dor
Doentes na infelicidade
Pescadores mineiros
Áqueles que combatem
Sem e nem porquê…
Porque caem
Como folhas de Outono
Antecipando Invernos tristes
Há chegada da Primavera
- uma volta sem-fim
Na roda da Vida
Esperança amarga
Da perfeição medíocre
A que o homem
Vaidosamente chama civilização
É urgente
A coragem de modificar
As linhas gastas
Em vozes dispersas
Que o egoísmo disfarça
…Urgente é
Um acordo entre o homem
Pó e o ser imortal.
Na estreita porta da Vida
Aguardo as frases
Do poema; todos o havemos
De escrever um dia
E amanhã o vamos
Declamar em voz
De ternura ás gerações
Lactentes de paz.
É urgente
Também a dor
O tratado divino
Do ser com a forma
Altruísta
Do não ser
Na procura incessante
De um bálsamo
Redentor…
Por gestos e desejos
Arruinados de morte.
É urgente
Que eu acorde
E te chame
Para unidos com o mundo
Levarmos uma
Letra do poema
Da vida
A cada ser
Que encontrarmos.
Seria maravilhoso
Cada um de nós
Ter uma palavra
Do poema
Na curta existência
Ilusória de palavras
Também
É importante que eu não
Acabe com as frases
Ocultas de mim…
Vagueando por estações
Incompletas
Joaquim Carlos
(porque o ouvi um dia destes na rádio, se bem que nada tem a ver..)
Têzinha,
Vê se ganhas juízo de uma vez por todas:) Loooool
Claro que posso discordar de ti - o que não foi de todo o caso - mas nunca me dirigiria a ti daquela forma. Tu não és "uma certa pessoa", porra!
Assunto esclarecido, mas fáxabor de nem sequer imaginares semelhantes disparates da minha parte.
Já agora e a propósito, eu ando com falhas de memória, mas pensei que fosse da idade...:)))))))))))))))))))
Esqueceram-se de uma: "a placa que diz Porto":)
http://youtu.be/92aNWxp8Kqo
Em casa do Murcon-Mor seria de uma grande indelicadeza fazer-te provocações.
Vais recebê-las por correio-expresso. :)
Andorinha, ok. ;P
Mudando de assunto,;) por acaso até pensei que tivesses sido tu que tivesses ido parar às urgências. LOL (pela idade, claro ;D). Parece-me mais do que óbvio que esse estado amnésico tem mais a haver com o reumático e falta de flexibilidade em movimentos "jugulares", ;)))) do que permofamance extraordinária ou resposta a ela. Mas que a fé não esmoreça ;D
Professor
É triste ver partir um amigo!...
Penso que escolheu aqui neste seu texto factos e atributos meritórios que valorizam bem a memória do seu amigo mas todos sabemos que um amigo é sempre para ser lembrado...nem precisava ter tantas razões para isso...
Gostei do seu cuidado em manter o ponto de equilíbrio entre uma admiração sincera mas sem cair no tom lamecha de elogias fáceis e exagerados que muitas vezes turvam nestas situações...
Sim! não deixe de o levar ai rio...:)
Um abraço
http://www.youtube.com/watch?v=HeLdF7ONGts&feature=related
Pegando nas palavras da Bea,
Sejam felizes
«A situação dos mercados financeiros é tão má que as mulheres estão de novo a casar por amor.»
Boas músicas e bom fim-de-semana:
«Ballade pour Adelina»: Richard Clayderman
http://youtu.be/8_m8uMuLsl8
«Tower of Song»: Leonard Cohen
http://youtu.be/UmON_0bzUZc
«Summertime»: Jimmy Hall & Pat Metheny
http://youtu.be/WD5f3sxw7J4
Cêtê,
:)))))Looooooooooooooooooooooooooool
Tu tens uma imaginação fértil, cachopa:)
Rainbow,
Essa é uma das minhas preferidas do Elvis.
Tu também...
Tentemos, pelo menos.
FDL,
E casar por amor não é bom? Para mim é a única razão...
Manuel,
Obrigada e bom fds também:)
Pedro
Para teu gaudio, um grupo do Porto em Berlim.
FDL
Pucha, que rir faz rugas :D
São os outros que nos moldam, nos delineiam em espaços e tempos reservados à amizade...e a verdade nua e crua...o que é isso, nas relações humanas?...
Sr. Presidente do Conselho para a Ética e Segurança no Desporto:
Haverá alguma rivalidade com guerras, quer seja desportiva ou não, que seja saudável?
Doce Pedro.
Obrigada pelo mimo.
Só não segui um conselho porque se o fizesse tinha rebentado com os ouvidos.
É que eu tenho um caixote que amanda até 450W RMS, não PMPO, e ando normalmente com auscultadores, sem fios, para andar no quintal, ou onde me apetecer/precisar, porque eu não gosto de peias.
Ouvi bem e se não me engano, até identifiquei um pintassilgo. Na Primavera, costumo fazer uma desgarrada de assobio, aqui com os passarinhos.
FDL,
Preste atenção que anda por aí muito textículo a ser sustentado por muita loira, morena ou ruiva, mas de qualquer forma, burras, com certeza. As outras preferem ser sustentadas pelos burros de carga.
É pá eu andava a rezar terço à volta do quintal com os braços em cruz mas já estou um bocado cansada e por isso, olhem, vim aqui descansar, até porque já me enganei nas salvérainhas do fim, naquela pontinha do terço, não sei se sabem, e depois também não me lembro daquela coisa que fala dos resplendores da luz perpétua, e até me parece que esta é mais dos funerais, nunca percebi bem o que é que a minha prima andava a fazer no meio das três avé marias do fim que ela nem tem nada de especial pa ir parar àquele lugar, mas quando perguntei disseram-me que não era ela. Não era ela! então é quem? para já, cá para mim, entre luz e perpétua falta de certeza uma palavra, a oração tá mal, é o que é. Eu percebo o que é a luz, sei quem é a perpétua, não tenho ideia do que sejam resplendores e falta ali qualquer coisinha. De certezíssima. Mas tudo bem, a gente diz resplendores da luz perpétua e não tenho certeza se sem ofensa à minha prima.
e eu ia pa muito longe, mas pensando bem, já não viverei assim tanto e o murcon fica mesmo aqui à mão. Por isso já sabem: de quando em vez é vez :)
Andorinha
tu não te esqueças de ir voando, tá?
Interessada
lá atrás escreveu-me qualquer coisa que já não me lembro. Tenho ideia de que não era muito bom, mas também não entendi. E agora não me apetece entender e não gosto de voltar atrás, encontro uma estopada, quer o quê?!
Respondendo à pergunta da "rivalidade com guerras"...a rivalidade é o de menos o pior é a guerra, isso é doença.
E senhor professor eu gostei desse bocadinho de vida que aqui escreveu. Andava a faltar-lhe. E não o acho triste (ao bocadinho). A memória, desde que não se perca por completo, até que é engraçada quando nos baralha. A gente vai deixando de saber às quantas anda mas ainda sabe que vai andando "com a cabeça entre as orelhas". Há quem já não saiba. E quem não possa saber. Aí, é uma tristeza.
Rain, como tens razão!
Sejam felizes. E comam o bolo rei ou outro. Façam coisas que vos apeteça. Ok?
Cycle
TU amuaste? E isso é para quê, podemos saber? Deixa de passar porque não tens tempo, porque a vida te leva para outros lugares, porque não podes. Porque. Mas amuo, não. Se sim, pronto, tá bem. Tás virada pá parede?
E portem-se. E agora desculpem lá, mas é que tenho que ir cantar as janeiras não sei a quem porque me esqueci. Mas entretanto pode que me vá lembrando. E ainda tenho que inventar umas quadras e assim. Se estivesse aqui o Bart…
Bea,
O Murcon fica sempre ao virar da próxima esquina, não te esqueças:)
Abração, miga:)
Bom fds, malta.
Boa noite:)
Andorinha,
Sermos felizes... às vezes bastam pequenos momentos que, aparentemente insignificantes,se não os soubermos captar e apreciar, corremos o risco de não sermos felizes nunca.E a vida é tão curta...
Interessada,
"uma amizade não devem existir idealizações, sob pena de a desfazerem."
Nem em qualquer tipo de relação afectiva.
FDL
Estou com a Andorinha.
Casar por amor é a única razão.
Bea,
:)
Já tinha saudades de ti.
E que história é essa "já não viverei assim tanto"? Há tanta vida na tua vida...
Manuel,
Obrigada pelas canções. Vou agora ouvi-las.
'o silêncio acolhedor era a sua forma preferida de solidariedade'
Sem saber como dei com este texto, com este blogue. Já conhecia o texto que por sinal, li-o à pressa no caminho casa-aeroporto há quase 1ano atrás.
Sem dúvida que estas são palavras que melhor o que caracterizavam. E é assim que para sempre me vou recordar dele. Do seu silêncio, e do seu olhar calmo e profundo por cima daqueles pequenos óculos..
Obrigado.
FilipaGuedes
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