Gato Fedorento ataca cartaz do PNR
2007/04/05 11:03
Humoristas colocam outdoor ao lado do do partido nacionalista
O cartaz do Partido Nacional Renovador (PNR), colocado na Praça do Marquês de Pombal, apelando ao fim da entrada de imigrantes em Portugal, ganhou na passada quarta-feira uma companhia: um outdoor da autoria dos Gato Fedorento.
José Pinto Coelho, fundador e presidente do partido nacionalista, tem agora a companhia de Ricardo Araújo Pereira, Tiago Dores, Miguel Góis e José Diogo Quintela.
Os quatro humoristas decidiram parodiar o cartaz do PNR. Com as mesmas dimensões do vizinho, o outdoor dos Gato Fedorento mostra os rostos dos quatro humoristas, todos com bigode e pêra, numa clara imitação de José Pinto Coelho, além de algumas frases em oposição à mensagem inscrita no cartaz do PNR.
«Mais Imigração. A melhor maneira de chatear os estrangeiros é viver em Portugal. Com os portugueses não vamos lá. Nacionalismo é parvoíce», é a resposta dos Gato Fedorento à mensagem xenófoba do PNR, na qual pode ler-se «Portugal aos portugueses. Basta de imigração, nacionalismo é solução».
À imagem do avião a afastar-se, com a mensagem «Façam uma boa viagem», a resposta dos «gatos» é o mesmo avião a aterrar e a expressão «Bem-vindos!».
De acordo com o jornal Público, o cartaz dos Gato Fedorento foi custeado pelos próprios e teve autorização dos serviços camarários para ser exposto no Marquês de Pombal. Resta saber se a câmara lisboeta o deixa ficar até 2 de Maio, dia em que o cartaz do PNR vai ser retirado.
P.S. Os Gatos podem ser fedorentos, mas exalam um odor a consciência cívica que me apraz registar:). É muito fácil cabecear à sombra do sucesso, evitando qualquer movimento que ponha em risco a aceitação de "largo espectro". Nesse sentido, a intervenção no referendo sobre o aborto foi exemplar, muitos sobrolhos se franziram perante a alegre ferocidade da crítica. Agradeço-lhes o "simples" riso pelo riso e as maravilhosas caricaturas dos nossos tiques quotidianos. Mas agradeço mais que mostrem a todos - e sobretudo aos jovens! - que a cidadania é um dever e um direito. Para o exercício da qual, com vontade, se encontra sempre um naco de tempo. E nada de pessimismos! - podemos exercê-la das mais variadas formas; porque não é forçoso partilhar-lhes o talento - uf... -, apenas os princípios:).
62 comentários:
...e viva o humor dos gatos
...eu "gosto" deles e do seu humor acutilante, mordaz, satírico e... bem disposto (eles gozam mesmo com aquilo tudo)
:))
...uma boa Páscoa
Fico com dúvidas se se trata de intervenção cívica ou política. E digo isto porque é público que a maioria dos Gatos são de esquerda, julgo com a excepção do José Diogo Quintela. O que me alimenta a dúvida é o orgulho patético com que, por exemplo, o Araújo Pereira afirma que é de esquerda e, ao mesmo tempo, recorda com saudade os tempos da Faculdade de Letras, bem como aqueles que não viveu, como é o caso do 25 de Abril e do PREC. Parece haver uma necessidade de afirmação, totalmente desnecessária em razão do talento que tem. Gostava de acreditar que se trata apenas de uma participação cívica, para a qual têm toda a legitimidade, mas sinto que há ali muito de politicamente correcto, no sentido em que a intolerância que o tipo do PNR demonstra é exactamente a mesma dos gatos, só que esta está mais camuflada
Para explicar melhor o que quero dizer com o "politicamente correcto" cito um texto magnífico do Pacheco Pereira, retirado do "Abrupto".
Mas este "salazarismo difuso" tem uma nova companhia já há alguns anos, nascida entre intelectuais da esquerda, na Europa e nos EUA, e popularizada pela tropa de choque dos pequenos e médios intelectuais da comunicação social: o "politicamente correcto". Os seus efeitos devastadores chegam ao vocabulário, à codificação dos costumes, à censura, aos tribunais, às universidades, à teologia. As histórias aos quadradinhos de Walt Disney foram expurgadas, os cigarros apagados de filmes antigos, a "negação do holocausto" e do genocídio arménio foram criminalizados, a obra de Fernão Mendes Pinto foi recusada numa colecção da UNESCO pelo seu conteúdo colonialista e agressivo contra os não-europeus, os livros para adolescentes de Enid Blyton foram reescritos, os murais da Assembleia da República representando a submissão de uns negros a Vasco da Gama não podem ser mostrados a governantes africanos, o Charlie Hebdo foi a tribunal por causa das caricaturas que fez a Maomé, a ópera alemã encerrou um espectáculo em que aparecia a cabeça cortada do profeta, e um imenso etc. que cresce todos os dias. No concurso Os Grandes Portugueses, o "politicamente correcto" esteve representado por Aristides Sousa Mendes, a válvula de escape para quem não queria Salazar nem Cunhal, mas queria estar bem com aquilo que achava ser a sua "boa consciência". D. João II não servia, Camões também não e Pessoa muito menos.
Talvez porque a vitória "incorrecta" no concurso de Salazar excitou o "correcto", tivemos esta semana um exorcismo adequado com a guerra verbal e física ao cartaz do PNR contra a imigração. O cartaz único valeu o seu peso em ouro por cada centímetro quadrado de papel. Teve direito de abertura de noticiários na rádio, horário nobre na televisão, declaração do Governo, da Procuradoria, discursos inflamados na Assembleia, condenações partidárias e um balde de tinta atirado por um amador que quis tapar o cínico "boa viagem" que o cartaz desejava aos imigrantes que lá saíam avião fora. Não passa pela cabeça de todos estes "democratas" que a liberdade de expressão só tem sentido se defender o direito de alguém dizer aquilo de que não gostamos, dentro da lei. E se a lei não permitisse um cartaz como o do PNR, não seria uma lei da democracia.
Não é o cartaz que é um perigo público, o que é um perigo público é a hipocrisia da nossa atitude face à imigração. Esse olhar tem consagração governativa, num daqueles comissariados que institucionaliza a "correcção" em política do Estado. É o olhar "benevolente" e, no fundo paternalista, do complexo de culpa multicultural, do tratamento discriminatório falsamente positivo dos imigrantes que os coloca num gueto que pouco tem a ver com a realidade. É também por isto que a Europa não é o melting pot que são os EUA. Depois, a realidade aparece em cada esquina e é um escândalo de bater no peito.
Quer o "salazarismo difuso", quer o "politicamente correcto" são atitudes contra a liberdade, contra aquilo que é vital numa democracia: um espaço público crítico, dividido, contraditório, competitivo e árduo, sem censura e sem os salamaleques a substituírem o falar livremente, de que tanta falta temos como abominamos. Sem esse espaço, a pasmaceira respeitosa, o sebastianismo preguiçoso, a boa consciência contente são os melhores ingredientes para a mediocridade a que infelizmente estamos tão habituados na nossa casinha portuguesa, pobre, mas honrada, onde não há racistas nem xenófobos e todos queremos o bem dos outros, a unidade, o consenso, em vez de andarem às turras uns com os outros sem cuidar do país. Ámen.
Ainda não descobri se sou de esquerda ou de direita. Só sei de como sopa com a mão direita e passo a ferro com a mão esquerda. O que é que isto faz de mim???
Agora a sério, acho que os Gatos Fedorentos tiveram uma ideia muito interessante, em vez de discutir o assunto, ridicularizam-no...quem concorda com eles ri-se, quem não concorda, não concorda...perde a oportunidade de se rir...lololol
Atenção!, antes que me acusem de o ter truncado, aviso que o texto não está completo, retirei as partes que entedi serem mais importantes para a minha perspectiva.
"Ainda não descobri se sou de esquerda ou de direita. Só sei de como sopa com a mão direita e passo a ferro com a mão esquerda. O que é que isto faz de mim???"
Cara Maroska,
Podemos estar perante um caso de "hermafroditismo político"...))
Agora mais a sério, tamnbém penso que a dicotomia esquerda-direita é hoja cada vez mais posta em causa, pelo menos nos termos em que sempre foi entendida. No nosso país, o "Engenheiro" Sócrates tem contribuído muito para isso...
Gonçalo,
Que fique bem claro - também defendo o direito à colocação do cartaz.
O cartaz do PNR levanta uma outra questão importante: o mito de que os portugueses não são racistas nem xenófobos. O mito é bem real, mas o meu amor à verdade manda-me perguntar: alguém ignora que há muita gente em Portugal que se identifica com a mensagem essencial do cartaz?
Maroska,
Ambidextra ;p
Gonçalo,
Já lhe ocorreu que o Mundo em que vivemos não se compadece com reaccionarismos? Apercebe-se da facilidade com que dum momento para o outro podemos estar em guerra com o Médio-Oriente? Se formos todos extremistas e se dissermos todos o que pensamos, para além de, potencialmente, estarmos a ferir os sentimentos de alguns (sem necessidade disso) a democracia deixa de existir porque passaremos a puxar todos para cada lado. A democracia não é isso... A sua liberdade de expressão acaba quando começa a liberdade do receptor da mensagem e toda a gente tem o direito a não ser insultado...
Eu já não gostava muitos dos gatos fedorentos por saber que um deles não era benfiquista, ou melhor, que um deles é "lagarto".
Agora que fiquei a saber que um deles é de direita, rezo para que esse seja o "lagarto".
Para ficar a gostar ainda menos deles, só me faltaria saber que um deles era gay. Então aí não rezava... aí, eu ia a Fátima pedir para que esse fosse o "lagarto".
Qualquer semelhança desta conclusão (precipitada) com o resultado de uma análise comparativa dos irmãos Portas é pura coincidência.
Vivam os Gato Fedorento !!!
goncalo 12:27 PM
Qualquer participação cívica, pelo menos a este nível, é forçosamente uma intervenção política. E onde é que está o problema ???
Ainda não vi o Cartaz dos Gatos, mas pela descrição do post, a ideia
agrada-me !
Faz todo o sentido responder a uma piada, com outra piada ! e para mim, os Gatos são actualmente, os Campeões da Piada aliada ao Bom Senso !
Por sua vez, o PNR com este Cartaz, revelou ter um sentido de humor bastante negro, que eu não aprecio !
e além disso, ao desejar boa viagem aos Imigrantes em Portugal,
esqueceu-se de desejar um bom regresso aos Emigrantes Portugueses, espalhados pelos quatro cantos do Mundo !
o que denota falta de gentileza para com Nacionais que se encontram nas mesmas circunstâncias, e isto poderá ser interpretado como uma grande falta de Nacionalismo ! no mínimo, paradoxal ? não ?
De seguida, deixarei aqui, mais dois apontamentos relacionados com o tema da E/Imigração - Hipocrisia I e Hipocrisia II !
( asdtg.adv@gmail.com )
HIPOCRISIA - I
"É preciso, por último, promover uma concepção positiva da imigração a partir daquilo que a história nos mostra. A imigração não constitui uma ameaça à identidade cultural dos povos, mas pelo contrário representa uma enorme oportunidade para que estes se enriqueçam com novas experiências e saberes alargando-lhes os horizontes. "
***
Portugal País de E/Imigrantes
Durante séculos fomos um povo de emigrantes, espalhamo-nos pelas diferentes partes do mundo. No inicio dos 3º.milénio constatamos que também somos um país de imigrantes. Constituem cerca de 5% da população, 11 % da população activa e provêem de mais de 180 países. Números que só por si revelam a dimensão do fenómeno e que necessariamente tem que ter profundos impactos na sociedade portuguesa.
É preciso todavia dizer que este é relativamente recente. Ainda nos anos 80 a imigração era encarada como algo marginal ao tecido social. No Censo de 1960, registava-se a presença de apenas 29 mil estrangeiros, dos quais 67% provinham da Europa, 22% eram brasileiros e apenas 1,5% africanos. Após o 25 de Abril de 1974, em resultado da descolonização, mas também dos dramáticos conflitos que posteriormente devastaram a maioria das ex-colónias portuguesas, aumentou sem cessar o número dos imigrantes africanos. Em 1980, num total de 58 mil estrangeiros residentes em Portugal, 48% eram já oriundos de África, 31% da Europa e 11% da América Latina. Apesar de tudo estes valores eram pouco significativos em termos demográficos. A maioria destes imigrantes continuava a estar fortemente concentrada na região da grande Lisboa.
O grande surto da imigração em Portugal, deu-se nos anos 90, em virtude de uma série de efeitos conjugados:
A profunda crise em que mergulhou o continente africano e a América Latina. O crescimento desigual da riqueza a nível mundial tornou os ricos mais ricos e os pobres cada vez mais endividados;
A derrocada da ex-União Soviética, a partir de 1989, entre outras conseqüências teve a de engrossar o contingente de imigrantes à escala mundial;
O desenvolvimento econômico que se regista em Portugal, depois da adesão à CEE, em 1986, trouxe consigo o crescimento exponencial das obras públicas que não tardaram a atrair milhares de imigrantes.
A proveniência dos imigrantes diversifica-se, e estes espalham-se por todo o país. Hoje nas aldeias mais recônditas é possível encontrar imigrantes. Facto que só por si constituí uma completa novidade.
O Quadro Negro do Acolhimento
A presença dos imigrantes desperta sempre sentimentos e reacções contraditórias, mesmo quanto estes vêm suprimir recursos humanos que escasseiam, e que se perspectiva que se venham a agravar ainda mais no futuro.
À semelhança do que ocorre em todos os fluxos emigratórios, repetem-se em Portugal os mesmos problemas e dramas humanos: Seres humanos violentados nos seus direitos mais básicos. Trata-se uma dimensão de imigração exposta e explorada quotidianamente pela imprensa. Importa agora destacar alguns dos seus aspectos.
Entregues à sua sorte, em terra amiga mas estranha, se não na língua, pelo menos na cultura, hábitos e costumes, estes imigrantes sofrem de três terríveis males: a precaridade de condição, a solidão e falta de interpretes fiáveis com a realidade em que vivem.
O primeiro do males marca desde logo o imigrante, remetendo-o para os piores trabalhos e condições salariais. O imigrante faz o que os naturais se recusam a fazer, as suas escolhas são mínimas. Por mais qualificado e produtivo que seja está, em geral, "condenado" a receber muito menos pelo seu trabalho. Neste caso também aqui trabalho igual não significa salário igual.
O segundo mal - a solidão -, produz freqüentemente a tendência para os comportamentos auto-destrutivos (suicídio, alcoolismo, etc. ). Trata-se de um drama vivido intimamente pela maioria dos imigrantes que por vezes conhece um desfecho trágico.
O terceiro decorre das dificuldades de comunicação. Vivendo uma situação de enorme fragilidade, os imigrantes procuram entre os seus pares a segurança e força indispensável para enfrentarem as diversas situações. Se a sua comunidade vive em alojamentos precários, será provavelmente nestes ambientes degradados que se fará a sua integração social. Esta integração torna-se deste modo no primeiro passo para um longo processo de auto-segregação que os irá impedir de se afirmarem na sociedade que os acolhe.
Mais tarde, estas situações que foram aceites como "naturais", serão vividas pelos seus filhos como humilhantes e discriminatórias.
É neste contexto que a questão os seus direitos, está quase sempre no fim de uma longa cadeia de aspirações e desejos, onde à cabeça estão preocupações mais imediatas como a sobrevivência, o trabalho, o alojamento, a legalização, o português com língua de comunicação, a família, etc. Este é um dos pontos fundamentais que condiciona a afirmação e integração dos imigrantes na sociedade e os leva a aceitarem, por vezes, situações reconhecidamente degradantes.
Para a população que os recebe, a vinda de estrangeiros para se fixarem e trabalharem no seu país, é entre outros aspectos marcada pela dimensão do seu número. Poucos passam despercebidos e sobretudo são facilmente integráveis. Mas quando são bastante significativos, como é o caso actual em Portugal, não deixam de despertar reacções que se podem traduzir em sentimentos de ameaça. Ameaça por uma possível diminuição dos empregos disponíveis, mas também pelo medo uma perca da identidade cultural. É neste terreno movediço, onde se alimenta o racismo e xenofobia, que muitos atentados contra os direitos humanos são cometidos. Nem sempre estas reacções se manifestam de forma flagrante, freqüentemente assumem uma dimensão institucional. As estatísticas demonstram que a probabilidade de se ser preso e severamente punido é muito maior para os imigrantes do que para os portugueses, excepto se estes forem negros.
Reconhecimento da Dignidade e dos Direitos
A questão da imigração não pode ser separada da questão mais vasta dos direitos humanos. É preciso em primeiro lugar pôr fim à lógica utilitarista dominante, onde os seres humanos são encarados como mera mercadoria.
No actual contexto português, no quadro de um projecto humanista assente na convicção que é possível construirmos um mundo de seres humanos livres e iguais em direitos e dignidade, destacamos alguns objectivos mobilizadores:
A promoção de políticas de integração que garantam a todos os trabalhadores imigrantes um tratamento igual a todos os trabalhadores nacionais, e assegure a todos eles, legais ou ilegais, o respeito pelos direitos humanos. Como a experiência demonstra esta é a forma mais conseqüente para acabar com o tráfico e a escravatura de seres humanos.
A promoção do conhecimento da língua portuguesa entre os imigrantes. Sem a aquisição deste instrumento básico de comunicação é sabido que os imigrantes se tornam presa fácil dos mais "variados interpretes locais da realidade", nomeadamente de redes mafiosas.
A promoção do conhecimento da identidade cultural dos vários grupos de imigrantes, de forma a possibilitar o seu efectivo reconhecimento como seres humanos, ultrapassando a sua humilhante identificação como meros instrumentos de trabalho. Na verdade só se está disponível para aceitar como igual aquilo que se conhece.
4. O empenho efectivo do Estado na solução das questões relacionadas com a imigração clandestina, nomeadamente através de acordos bilaterais entre os países de e/imigração, projetos de cooperação específicos e oportunidades mais amplas de obtenção da permanência legal no pais.
5. A formação dos agentes da Administração Pública sobre a realidade da imigração, o respeito pela dignidade de cada pessoa, independentemente de sua origem.
6. A denúncia e o combate ao tráfico de seres humanos.
É preciso, por último, promover uma concepção positiva da imigração a partir daquilo que a história nos mostra. A imigração não constitui uma ameaça à identidade cultural dos povos, mas pelo contrário representa uma enorme oportunidade para que estes se enriqueçam com novas experiências e saberes alargando-lhes os horizontes. http://imigrantes.no.sapo.pt/index12.html
HIPOCRISIA - II
cfr. Capa do "CORREIO da manhã" de 5 de Fev de 2004, via link infra indicado - " Caça a ilegais, prende 200
" Na semana em que o comissário da União Europeia responsável pela imigração, o português António Vitorino, declarava que o aumento da imigração na Europa é a única saída contra o envelhecimento da sua população, um jornal português - Correio da Manhã - tratava os imigrantes ilegais como animais, afirmando que a polícia se entretinha a "caçá-los" na ruas.
Estamos perante um exemplo paradigmático da forma sensacionalista e racista como certa imprensa por toda a Europa explora a questões da imigração, que onde os imigrantes ilegais são frequentemente associados a "marginais", "criminosos" e agora também a "animais".
Por mais estranho que possa parecer a noticia dada na primeira página deste jornal, não provocou qualquer comentário quer das entidades oficiais, quer das organizações que se dizem defensoras dos direitos humanos.
Ora, é neste ponto que a situação se torna particularmente preocupante, dado que a mesma revela que já estamos perante uma sociedade que começa a aceitar como natural que seres humanos sejam destituídos da sua dignidade como pessoas. A partir deste ponto entramos no caminho que nos conduz directamente à barbárie. "
O Paradoxo dos Europeus
"Quando perguntamos aos cidadãos de cada Estado-membro da UE (União Europeia) se aceitam mais estrangeiros, 60 a 70 por cento dizem que não. Mas quando olhamos para a realidade económica e social, sabemos que as sociedades europeias estão em envelhecimento acelerado. Não tenhamos ilusões: em 2050, a média etária dos EUA será de 37 anos, a da Europa de 52 anos".
(...) Temos de assumir que as nossas sociedades vão ser mais diversas no futuro - etnicamente, religiosamente, culturalmente. É preciso que essa diversidade não ponha em causa os valores fundamentais: o respeito pela democracia, pelos direitos fundamentais, pela igualdade entre homens e mulheres, pela laicidade do Estado. Quem vem para cá ( para a Europa) tem de aprender a respeitá-los e nos temos a obrigação de os integrar no respeito por esses valores".
António Vitorino, comissário da UE, entrevista ao jornal Público, 2/2/2004
http://imigrantes.no.sapo.pt/page3ImgIlegais.html
Maiatorga,
A questão não é saber se há espaço para o fundamentalismo. Ele não desaparece por decreto. O que distingue uma cultura liberal é precisamente não usar o mesmo método daqueles que só têm certezas absolutas. Essa é a identidade ocidental. E ela está em causa quando se perde a liberdade de expressão pelo receio de ofender alguém, vendo ofensas imaginárias em todo lado. Não compreende que é justamente esse o objectivo de várias correntes fundamentalistas, designadamente as Islâmicas?
FDL,
Nenhum, desde que isso seja assumido pelos próprios. O problema que eles usam o humor (genial) para disfarçar justamente objectivos políticos...O referendo do aborto é o melhor exemplo do que acabo de escrever.
Maiatorga,
há algum teste para saber se sou ambidextra??? é que esta ambiguidade na minha vida está a perturbar-me...lololol Se há, em que partido político é que o posso realizar? lololol
Se realmente sou ambidextra, afinal qual a parte do cérebro que uso mais? (se é que uso)
Há alguma lista de definições de cada partido para eu saber, finalmente, qual deles devo apoiar?
desculpem, mas estou na idade dos porquês!
goncalo 1:48 PM
Sinceramente, não acho que eles disfarcem seja o que for. Acho até que a "mensagem" deles é muito clara. Aliás, quando eles (ou alguns deles) assumem publicamente simpatias por determinada área política estão a ser tudo menos farçantes.
Quem gosta, gosta... quem não gosta, não gosta. Só espero é que a fama não lhes suba à cabeça e que eles não caiam na verdadeira merdice em que caiu, por exemplo, um Herman José.
Gonçalo
Não me referia só à problemática Islâmica, mas a toda uma questão de cidadania. As figuras públicas sejam elas políticos ou não têm o dever de terem algum cuidado com aquilo que dizem, não por uma questão de subversão, mas por uma questão de tolerância. Nós vulgos mortais por uma questão cívica devemos ser moderados nos nossos comentários, respeitando a individualidade de cada um se queremos ser respeitados. Por exemplo, eu sou ateu e ninguém me vê a descascar nas pessoas religiosas por aí. É uma questão de liberdade. Agora se me falar dos cartoons de Maomé e se me perguntar se a imprensa tem o direito de fazer aquilo... Eu respondo: tem e não tem nada que pedir desculpa. Agora, se quiser evitar conflitos desnecessários não o deve fazer. Faço-me entender?
Os Gatos não foram minimamente politicamente correctos quando destruíram aquela teoria ridícula do nim, mas a teoria na sua índole tão pouco tinha de racional, como tinha de politicamente correcta... Portanto... olhe... é a vida...
Maroska 2:15 PM
"Há algum teste para saber se sou ambidextra???"
Então não há...!? Por exemplo, havia um puto na minha rua que nos confessava masturbar-se sempre com a mão esquerda porque dizia que - ao lhe parecer uma mão estranha - sabia-lhe muito melhor. Irremediavelmnte, esse puto nunca seria um ambidextro. So, go ahead !
FDL,
O ponto aqui é saber se é legítimo misturar a condição de humorista com a de cidadão. Como cidadãos, os Gatos têm todo o direito de intervenção na área política. O problema é que não me parece aceitável que tenham utilizado o programa de televião na RTP para fins políticos.
Boa tarde.
1.Como julgo que já disse anteriormente, Deus os guarde, que (do meu ponto de vista) bem precisos são neste país.
2.Subscrevo o P.S. do post e os comentários de JMV das 12.48 e do FDL das 2.22.
3. Relativamente ao comentário do Gonçalo das 2.57, penso que voltamos ao tema do programa de autor. Não vejo problema em que expressem as suas opiniões políticas no programa (como diz o FDL, não enganam ninguém). Problema seria/será se a RTP tivesse recusado/recusar, exclusivamente por motivos politico-ideológicos, que não de qualidade, outros programas de autor de sentido diferente (excepto os que propaguem ideias proibidas pela Constituição, evidentemente). Se isto vier a acontecer, sendo o projecto de mérito, cá estaremos certamente para protestar contra essa actuação da RTP.
Aproveito para desejar a todos uma Boa Páscoa.
goncalo 2:57 PM
Toda a arte é política. Aliás, aquela arte que nos parece ausente de sentido político é tão ou mais política do que aquela onde a pretensa mensagem a passar é por demais explícita.
Os artistas (cómicos, pintores, actores, etc) que nos tratam como seres inteligentes jogam normalmente pela evidência da mensagem; os outros, aqueles que nos tratam como um rebanho, jogam invariavelmente pela aparente negação da mensagem, afirmando - muitas vezes - que não estão para fazer política. Falso... nada mais falso !
Eles fazem serviço público, sem dúvido! ;))))))))))))))
E agora..o que "os outros" dizem (já parece o Lost): http://www.forumnacional.net/showthread.php?t=22985
Gonçalo
Não percebi porque é que eles não podem dizer aquilo que pensam. De certeza que quando eles gozam com os polícias, ou com os labregos, ou com as velhinhas, ou com os políticos, não fica chateado, porque é que há-de reagir assim quando eles gozam com um partido absolutamente ridículo?
Camões criticava o poder político! Eça de Queirós também! Pessoa também! Porque é que se pode criticar em poesia e em prosa e não desta forma?!
Gonçalo,
concordo plenamente consigo e com o texto do abrupto, mas acredito piamente que é uma intervenção cívica. Ele aproveitam o seu veículo para transportar as suas ideias. Eles não são intolerantes..ridicularizam é todas as situações ao máximo.
O que mais me assusta é que todos usam armas diferentes. No FN já ameaçaram vingar-se nos filhos de Araújo Pereira.. ;(((((
A discussão vai interessante e, contrariamente à quadra, nada abstinente. Ainda bem. Concordo em absoluto com o P.S. do Prof. Tal como acho inovadora mais uma (post referendo) entrada dos Gatos nos terrenos da cidadania. Finalmente, a intervenção do Gonçalo enriqueceu claramente o tema.
«Fico com dúvidas se se trata de intervenção cívica ou política.»
Sendo dúbia a frase (claro que qualquer intervenção, mesmo não cívica, será política; daí o significado, também político, que é dado à «maioria silenciosa», por exemplo), percebe-se o sentido que Gonçalo dá a essa dúvida. Quererão eles, desinteressadamente, fazer humor com o cartaz, ou pretenderão, militantemente, condicionar o outro ponto-de-vista que é aquela mensagem? A resposta a isso, naturalmente, só os Gatos poderão dar. Talvez que nos próximos capítulos desta novela que, algo me diz, não ficará por aqui.
Entretanto, Gonçalo junta um texto de Pacheco Pereira para justificar o que ele critica, por «politicamente correcto», na atitude dos Gatos. Ora, parece-me que nesse artigo, Pacheco Pereira identifica alguns comportamentos (sumariamente, de auto-negação da liberdade do confronto) que serão o contrário do que fazem agora os Gatos. Isto é, a um acto de liberdade (proclamação do PNR) não deixaram de responder. O que os expõe, tal como ao PNR. Quando o politicamente correcto da coisa seria, naturalmente, não o fazer. Tal como o seria, por exemplo, se as autoridades tivessem retirado o primeiro cartaz da via pública. (Por mim, embora discordante da mensagem do PNR, devo avisar que já vi publicidade comercial bem mais estúpida). Já o facto dos Gatos poderem ser de esquerda ou de direita parece-me irrelevante. Tal como será se, num eventual terceiro cartaz, alguém alvitrar que a entrada, ou retirada, dos migrantes deveria ser feita de comboio.
Já vai sendo tempo, em Portugal e também na Europa, de se retomarem as tradições de respeito pela liberdade de pensamento, artística, crítica, de manifestação, de associação, etc., que distinguem a cultura ocidental das demais. O que, na minha perspectiva, nem sempre tem sido assim devidamente entendido por alguns grupos no Ocidente. Curiosamente, alguns dos que se julgam os seus mais obstinados protectores e herdeiros. PNR’s, Le Pen’s, Fortuyn’s e quejandos. Que não serão mais do que causas sociais de um declínio contra o qual julgam estar a lutar.
Talvez não tenha sido claro quando falei em intervenção política. Criticar o poder político, através de uma manifestação artística, não levanta qualquer problema, é até desejável. Gosto do programa dos Gatos, justamente porque contém uma crítica inteligente aos costumes sociais, - ainda que prefira o humor mais "psicológico" do Seinfeld. Tal como o Eça fazia há 150 anos. Agora, não me parece que seja isso que os Gatos fazem no que à política propriamente dita diz respeito. O que me parece é que eles defendem uma agenda, usando para isso um programa de humor ou mesmo um cartaz. Essa agenda é a da esquerda, aqui genericamente considerada. A escolha dos temas e, sobretudo, dos alvos não deixa dúvidas: são sempre da área do centro-direita ou da direita radical. Não me lembro de lhes ver uma sátira ao Louçã, ao Jerónimo ou até mesmo ao Sócrates. Nada! Tudo sempre para o mesmo lado, sendo curioso que fazem exactamente o mesmo no futebol, deixando o Eng.º Santos e o LFVieira completamente "esquecidos". Ora, é precisamente este sectarismo que me parece incompatível, pelo menos numa democracia, com um programa de humor ou qualquer outra manifestação artística.
gonçalo,
mas se eles fossem "incentivados" de qualquer forma a exprimir uma opinião também seria incompatível com a drmocracia.
O RAP já fez uma rábula a este assunto com a personagem do provedor. Aliás, o último post do blog deles fala mesmo disto, em relação ao sketch do Marcelo Rebelo de Sousa.
Boa tarde.
O humor é uma arma poderosa, claro que é. Fã dos Gatos desde a primeira hora, admiro o seu estilo de humor corrosivo, mordaz e interventivo.
Por isso, subscrevo também totalmente o P.S. do post.
Tendo lido todos os comentários, posso dizer que estou bastante em sintonia com o FDL e em desacordo com o Gonçalo.
Passo a explicar:): qualquer intervenção cívica é uma intervenção política.
Se eles são de esquerda qual é o problema de os seus sketches reflectirem esse facto?
O contrário é que até seria estranho. Seria quase como que querer agradar a gregos e a troianos...e por aí não se vai a lado nenhum.
Aliás o próprio RAP já referiu numa entrevista dada a Judite de Sousa que sendo essa uma das críticas com que eram confrontados, o de "cairem" sempre para o mesmo lado, logo retorquiu que "o humor não tem que ser isento, não faz sentido."
Concordo plenamente.
Refere o Gonçalo a dada altura que "O ponto aqui é saber se é legítimo misturar a condição de humorista com a de cidadão."
Eu penso que é não só legítimo como é a única forma de não se ser esquizofrénico:)
Estou totalmente de acordo com o comentário do FDL das 4.05.
Toda a arte é política e os Gato têm todo o direito de expressar através do humor as suas ideias.
E fazem-no totalmente conscientes do que estão a fazer e por isso têm ainda mais mérito.
Gonçalo,
Desculpe mas está bastante desinformado. Os Gatos fartam-se de criticar o governo! Aliás ultimamente aparece constantemente o RAP como provedor como muito bem disse o Thorazine.
"Gato Fedorento" só o nome faz adivinhar muita alergia.;]
Enquanto o FDL (com muito sentido de humor) faz contas de cabeça com a (des-)orientação sexual dos "animais"... eu cá ficaria contente se o Ricardo Araújo fosse filho de um professor (mãe, não! pois não teríamos certamente aquele talento, hoje). Até parece que já estou a ver os cartazes da Ministra da Educação!LOL
E por falar em ensino...em que Universidade andava o Ricardinho a licenciar-se? Cruzes calhoto, que não seja naquela privada pois ainda acaba com um diploma a 1 de Abril ou a 30/2);]
Abraços
Quanto aos genes oriundos de outros quadrantes... venham eles.
Estes rapazes são geniais... mas infelizmente, o cartaz já valeu ameaças ao Ricardo e à sua família.
minerva, A SÉRIO? Bolas vão andar os Fedorentos protegidos pela máfia Russa.
Mas que não se desperdice a forcinha bruta dos "nacionalistas"
Espalhemos então a mentira conveniente que ele é filho na Ministra da Educação e irmão do Sr. "Engenheiro". ;]]]
Fora de lei (2.34)
Loooooooooooooooooool.
Pensas sempre no mesmo, mas esta teve graça:)
Thora (6.28)
"....mas se eles fossem "incentivados" de qualquer forma a exprimir uma opinião também seria incompatível com a drmocracia."
Miúdo, tu tens 20 anos, mas uma maturidade que se revela na tua forma de pensar que me assombra.:)
Sei que não gostas muito de elogios, mas...tinha que ser:)
ANDORINHA
DEIXEI-TE UM COMENTÁRIO NA CX. DE COMENT. DO POST ANTERIOR.
APROVEITO PARA DESEJAR BOA PÁSCOA A SI, PROF. E A TODOS EM GERAL.
Aproveito para informar que o cartaz dos Gato Fedorento vai ser retirado por não possuir licença camarária...Por vezes, o método denuncia uma causa))))..
Mais a sério, gostei do debate, como sempre respeito todas as opiniões diferentes das minhas. Já tinha saudades de vir aqui ao Murcon.
Caro Prof. JMV,
Tenho pena que não intervenha mais vezes. Por vezes, faz-me lembrar o Zaratrusta do Nietzsche, no alto da montanha, observando cá em baixo a mesquinhez do mundo quotidiano)))))))...
Perdoe, se fui injusto...
Aspásia,
Sim, já vi. Quanto ao que lá dizes, não rebato sequer, não vou perder mais tempo com isto.
Era o que me faltava agora ter que aturar todos os defensores oficiosos da MJ.
Só me espanta que sendo tu, aparentemente, contra a censura, pactues com esta forma descarada de a fazer. É só.
Aliás fui lá agora e deparo-me com esta pérola:
"It doesn't look like you have been invited to read this blog.
If you think this is a mistake, you might want to contact the blog author anda request an invitation."
Hilariante, no mínimo!!!
Fica bem...se puderes.
Gonçalo (10.09)
Como é que te "atreves" a acusar o Júlio quando tu és muito pior?:))))
Há quanto tempo não punhas tu aqui os pés????:)
Andorinha,
Mea culpa...
Agora, também não sei se te vou perdoar não teres estado de acordo comigo hoje...soou-me a traição)))))))))))))))))))))
fiquei contente hoje de manhâ quando ouvi no rádio que os gatos tinham mandado fazer o cartaz e que tinham conseguido coloca-lo ao lado do do pnr , ainda bem que estamos em democracia e estas coisas são possiveis , fazem-nos sentir orgulho de sermos portugueses e pensar que não estamos sozinhos. Eu estava numa fila interminavel de transito por causa de um acidente horrivel que houve de manhâ na vci, estive parada uma hora e depois fui obrigada a dar a volta e vir o percurso todo para trás , o que fez com que chegasse com uma hora de atraso ao serviço, coisas da vida , no meio disto tudo , os gatos tiveram uma atitude democrática e altruista , algumas pessoas pensarão uqe é gratuitamente altruista , ainda bem significa que são cândidos e honestos na sua juventude , uma verdadeira lufada de ar fresco em relação ao resto das noticias que andam muito preocupadas com a verdade do titulo de engº do engº socrates , realmente como se para se gerir um país seja preciso ser-se licenciado, enfim politiquices de gente muito muito mesquinha e muito pequenina para não dizer a direito e correto como se diz cá no norte que devem andar com falta de...., penso que pelo menos os nortenhos percebem , bem hajam os gatos por darem a conhecer aos imigrantes que em portugal há gente decente e com os tomates no sitio certo
em relação ao gonçalo desculpe mas que diferença faz se são de esquerda ou de direita o que interessa é que são gente correta e com a cabeça lavada sem medo dos vampiros , como diria o zeca , gente de cabeça arejada sem teias de aranha que é o que se vê mais á nossa volta.
estimo as melhoras rápidas ao prof.
Boa noite
Nem sempre vejo os Gato, e não acho graça a todo o programa. A algumas partes, sim.
Mas qunato a esta iniciativa, cívica, como diz o professor, estou totalmente de acordo.
Ainda bem que os imigrantes, que não vêm para cá por gosto ou em turismo, mas por grande necessidade e com grandes dificuldades,
viram que houve quem, por eles, pôs na praça pública a sua celebridade a responder a quem os enxotou como moscas.
Só por isso, parabéns aos Gato Fedorento.
Uma boa Páscoa para Portugueses e Estrangeiros.
Gonçalo,
Traição????
Ideias diferentes neste caso, só isso:)
E sei que me perdoas, sim.
Eu também te perdoo por seres sportinguista:))))))))
Haja gato... pelo menos com algum humor fomentam a discussão!
(como funciona a demo cracia)
...via Sapo - DN
...
Os quatro humoristas dos Gato Fedorento estão a ser alvo de ameaças por elementos da extrema-direita por causa do outdoor que colocaram na praça Marquês de Pombal, em Lisboa, onde se insurgem contra a mensagem xenófoba do cartaz do Partido Nacional Renovador (PNR), que está instalado bem ao lado.
As ameaças estão a ser difundidas na Internet, no Fórum Nacionalista (um agrupamento internacional defensor da raça branca) e nalguns casos os seus autores, que se escondem atrás de nicknames, dizem-se dispostos a agredir fisicamente qualquer dos humoristas Ricardo Araújo Pereira, Tiago Dores, Miguel Góis e José Diogo Quintela.
"Para os felicitar creio que terei de fazer um destes dias uma visita à hora de saída do colégio (...), onde um destes burgueses esquerdistas tem os seus filhos a estudar e assim parabenizá-lo pessoalmente pelo brilhante cartaz", escreve no fórum um nacionalista que se assume como "Nuno NS", da Costa da Caparica. O colégio aí citado é frequentado pela filha de Ricardo Araújo Pereira.
Mas as ameaças não se ficam por aqui. "Deviam ser considerados traidores à Pátria e sofrer em conformidade, mesmo usando a violência física (...) Cá por mim não renuncio ao meu direito de ajustar contas com qualquer destes fedelhos", escreve outro nacionalista. Ao que outro elemento da extrema-direita acrescenta: "Plenamente de acordo, a partir de hoje [ ontem] estão sujeitos a qualquer violência"."Não faço comentários mas dei conhecimento do caso às autoridades", reagiu ao DN Ricardo Araújo Pereira.
No centro da polémica (e das ameaças) está o cartaz instalado quarta-feira ao final da tarde onde se pode ler: "Mais imigração. A melhor maneira de chatear os estrangeiros é obrigá-los a viver em Portugal" e "Com os portugueses não vamos lá". Uma resposta - que Ricardo Araújo Pereira disse ao DN ser "humorística", embora reconheça poder ter uma "mensagem política" (ver texto em baixo) - dos Gato Fedorento ao cartaz antes colocado pelo PNR no qual se faz apelo ao nacionalismo e se escreve: "Portugal aos portugueses, basta de imigração."
"O nosso cartaz é um acto de humor, não é acto político; é uma sátira política, mas não descarto que possa ter consequências políticas", justifica Araújo Pereira.
Já José Pinto Coelho, presidente do PNR, disse ao DN estar "agradecido" aos Gato Fedorento "por ter dado visibilidade ao ponto de vista" dos nacionalistas. *com JMT
A forma como os desmiolados deste maldito país resolvem as coisas é absolutamente impressionante. Como é que alguém consegue descer tão baixo ao ponto de ameaçar indirectamente uma criança, só por causa de um cartaz?! Será possível que esta gente só saiba resolver as coisas ao murro, à facada e a balázio?! Falam tão mal dos emigrantes marginais, que assaltam e esfaqueiam e sei lá mais o quê e depois vêm com isto... Que raiva!
ao balázio*
Será que o único indivíduo realmente inteligente, entre os nacionalistas, é o seu próprio líder? Sim, porque esta posição em que o líder afirma estar agradecido aos Gatos é, obviamente, uma posição muito perspicaz e, portanto, deveras preocupante. As posições mais estultas poderão não ser muito inquietantes, mas esta do leader é-o certamente. Ou seja: Neste caso concreto, quanto mais amáveis e sagazes parecerem as declarações, mais apreensão nos devem merecer. Não vos parece?
A mim parece-me retórica pura, ele sabe perfeitamente que toda a gente já sabia da existência do outdoor. É mais uma forma de responder airosamente à situação, aliás, provavelmente, até foi ele que disse aos capangas para ameçarem o Ricardo AP.
...o "pior" é o que diz hoje o 24 horas: parece que carmona vai mandar retirar o cartaz dos Gatos (o outro fica...)
Estou à vontade para dizer isto, porque não sou um incondicional dos Gatos. Há algumas coisas deles que não acho particularmente conseguidas.
Mas, não há dúvida de que são inteligentes, cultos e o seu humor não se prostitui. Atinge determinados alvos, que decorrem das suas perspectivas socias e cívicas.
Por isso, se calhar, também estão a acumular ódiozinhos que, um dia, quando as audiências começarem a diminuir, vão seguramente explodir.
Pelo que têm dito, isso pouco lhes importa, porque já afirmaram não pretenderem arrastar-se por aí.
Que diferença em relação ao Herman, que sempre se tentou amanhar com as diversas "situações" para acabar da forma como está a acabar...
Já agora,é de louvar o escrupuloso respeito pela lei e pela ordem que o Carmona (Rodrigues) invoca, para mandar retirar o cartaz.Espero, entretanto que, para executar a tarefa do abate do outdoor, destaque cidadãos oriundos de países que a propaganda "legal" quer mandar para a terra deles...
Também eu fiquei entusiasmada com a ousadia dos Gato e triste com a notícia de retirada do cartaz...:(
Mas o comentário do líder do PNR é bem revelador de que toda esta polémica só deu visibilidade à mensagem inicial...
Sugiro que, da próxima vez, se desloque a tinta da imprensa para o balde e que este actue primeiro!
a unica coisa que me faz pena é os filhos do Ricardo Pereira poderem sofrer algo com essa gentinha , e do carmona rodrigues que se poderia esperar, é o costume ,sempre foi assim , elesquando podem deitam as unhas de fora isto é bem mais velho do que eu, senão vejamos o que diz diáriamente a oposição.
...Se alguem se engana com seu ar sisudo e lhes franqueia as portas á chegada vêm os vampiros com pés de veludo beber o sangue fresco da manada , eles comem tudo , eles comem tudo , eles comem tudo e não deixam nada...
que isto sirva para os legisladores e o juízes revejam os prazos para emissão de providências cautelares em assuntos relacionados com menores.
nos estados unidos e em alguns países da europa, a pessoa que ameaçou o filho já estava atrás das grades. depois via-se. aqui primeiro vê-se e depois as coisas acontecem:(
o ricardo araújo pereira não se pode intimidar e o medo não se pode instalar nos gatos.
seria bom que eles retratassem a vergonha que é a proteçcão de menores em risco.
espero que os gatos continuem a ter voz e acção civica junto dos jovens, para que não se perca a esperança que vale a pena fazer coisas pelo futuro de todos.
kantos comentários...
Boa noite :-)
"O humor é uma arma poderosa."
O humor e o amor... :-)
Uma Páscoa recheada de ambos*
Hoje na minha aldeia
Cristo foi convidado
À minha mesa se sentou
O que muito me alegrou
Gostei de estar a seu lado
Nada comeu nada bebeu
Mas fez-me companhia
Tudo lhe quis oferecer
Por mim ele quis morrer
Pensou em nós na agonia
Hoje que estás no céu
Olha por nós cá na terra
Com o teu amor profundo
Tira a fome deste Mundo
E faz acabar com a guerra
Ouve Cristo esta prece
Deste pobre pecador
Dá saúde aos doentes
Muita fé aos não crentes
Diz-lhes que Tu és Amor
Neste dia memorável
É Páscoa em todo o Mundo
Num domingo Ressuscitastes
E tudo nos perdoastes
Não hesitastes um segundo
PÁSCOA FELIZ.
Beijos e abraços.
E não sabe você a história que levou ao outdoor! :)
Abraço!
eu não gosto dos fedorentos......
tenho dito
jocas maradas sem miados
Leia: http://www.correiomanha.pt/noticia.asp?id=237552&idselect=90&idCanal=90&p=200
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