domingo, dezembro 16, 2007

O amante.

Amou-a com a tenacidade do remorso, a volúpia da culpa, a frieza da inocência. Como seria de prever, acabou por a sufocar. Literalmente...

25 comentários:

Fora-de-Lei disse...

Por vezes, essas coisas dão mau resultado. E o sufoco, literal ou não, pode ter vários aspectos...

CêTê disse...

El@ não pensará da mesma forma, "certamente". (Melhor dizer: "provavelmente")

Penso eu de que!

;P

Moon disse...

Esta timidez...
Eu devia era tê-lo 'raptado' para um quick coffee or a nice cup of tea, mas não me ocorreu na hora...
Maybe next time:)))) Sem sufocos...:)

AQUILES disse...

É o trocadilho. Quando as opções não estão devidamente alinhadas, o descarrilamento é inevitável.

thorazine disse...

Às vezes com o sentimento de culpa se sufoca as amantes..e esmifra.

MouraSemSono disse...

Se assim não fosse, ele não poderia ter sido o amante.

A Menina da Lua disse...

Aquiles:)

"Quando as opções não estão devidamente alinhadas, o descarrilamento é inevitável."

Esse foi tambem o meu primeiro pensamento:) mas penso que no fundo o que a deve ter sufocado foi mesmo ele tê-la amado por todas as razões menos por ela própria e isso não lhe deve ter dado grande espaço para ser e "respirar"...

andorinha disse...

Bom dia.

Amar alguém pelos motivos "errados" nunca dá bom resultado...
Será que os homens (gajos) nunca aprendem?:)
Só não entendi como é que a amou com "a frieza da inocência"..
Em princípio, a inocência nada tem de frio e depois remorsos, culpa e inocência?
A inocência destoa...penso eu de que:)))))

Até mais logo, malta.

AQUILES disse...

Menina da Lua

Estamos quase em sintonia. Na hipótese de ele a não ter amado por ela própria, o que é mais comum do que se imagina, é uma "opção desalinhada".
Se a amou de forma egoísta, o que é comum, aguentou bem aquela "tenacidade do remorso", porque o amor não pode ser egoísta. Antes pelo contrário.
Agora se foi com "volúpia de culpa", não vejo onde está a frieza da inocência. Ali, naquele pequeno texto, falta algo esclarecedor. Culpa de quê? Porque há uma consciência de culpa, há algo de errado a montante.
Eu atrevia-me a dizer que o entendimento do amor pelo homem e pela mulher estão em campos opostos. Ambos amam, ou querem amar. Para lá chegar, as veredas que utilizam e as expectativas que nutrem do outro é que não coincidem. Complementam-se, raramente se fundem.
Isto sou só eu a divagar, o que em mim já não é defeito, é mesmo feitio. Divago por aí.

Ni disse...

Amou-o com a tenacidade da descoberta, a volúpia da ternura, o calor do regresso à inocência.
Como seria de prever, acabou por o salvar de si mesmo. Literalmente... :)

A Menina da Lua disse...

Aquiles:)

Engraçado! às tantas a frase transforma-se num enigma:)

A Tenacidade, a volúptia e a frieza são palavras que se aplicam a esse amor mas que servem igualmente e em simultãneo para djectivar o remorso, a culpa e a inocência, que têm como origem estados de alma que se distanciam das razões desse mesmo amor; ou seja, o amante no fundo, sentir-se-ia ele próprio desfazado desse amar...ele e principalmente a amante que nao só, nao se sentiria verdadeiramente amada como ainda tinha de carregar com o "peso" do outro...

Quando na inocência por desconhecimento e omissão nos desviamos da verdade da própria intensão, o caminho a a forma de sentir só pode ser o da cegueira e o da frieza...

Oh Professor!:)

Bem pode postar mais frases destas para ver se puxamos mais pelos neurónios:))

lobices disse...

...Amicis:
...abri o segundo Lobices
Aqui

CD disse...

Literalmente...

Era um chato.

thorazine disse...

aquiles,
"..porque o amor não pode ser egoísta."

Isto é discutível! Só se ama quando se tem algum tipo de recompensa (emocional, afectiva, etc..). Até porque se "deixa de amar" quando esse feedback não existe..

non! mon amour! disse...

" amou-a com o remorso da tenacidade, a culpa da volúpia, e a inocência da frieza; como seria de prever acabou por sufocar a frieza ! literalmente... "

Um Homem verdadeiramente amado, pode amar sem remorso, sem culpa e de forma escaldante a descoberto das sombras da inocência, quem ele quiser...

As mulheres são todas tão belas e tão boas, que só um "louco" pode achar, que pode encontrar todas :) numa só !

A culpa dos amantes é um justo castigo pela sua falta de coragem;

a mesma falta de coragem, que permite aos Homens cometer as maiores atrocidades à luz do dia, reservando a sua capacidade de amar loucamente, para os escombros da clandestinidade, e da mentira à média luz.

Assim, não admira que tenhamos um mundo de gente mal amada, incapaz de pensar e promover a felicidade humana à escala global.

A mentira é a mãe da injustiça !

E o amor total, não tolera a mentira,

porque no amor total,

não é preciso mentir! ama-se e pronto !



Ah, e no outro dia, esqueci de mencionar que as minhas opiniões são, como não podia deixar de ser, indiscutíveis :)

porque este nickname :) foi programado para nunca se enganar e raramente ter dúvidas :))

Laura disse...

MAS QUE CHEIRINHO EMPOLGANTE E DÉJÀ -VU É ESTE?
- Patricia Highsmith?
- Ann Perry?
- Francisco José Viegas?
- .......?

NÃO... AFINAL É MESMO JÚLIO MACHADO VAZ!!!

Bingo, eu sempre suspeitei que um Psi-escritor tinha tudo para, querendo, ser um romancista policial arrasador...:):)

Já reparou que este post era digno de figurar na parte de trás do seu 1º livro do género? Tipo resumo da acção, para o potencial comprador curioso?
O retrato psicológico do assassino...
Fabulosa antevisão! :):)

Não tem livro, não tem capa, já tem contracapa... é um começo! :):)

AVANTI, tem ferramentas que faltam a muitos!:)

andorinha disse...

Então como é? Passou-se a tarde toda e ninguém esclareceu a minha dúvida?

O Aquiles não vê onde há espaço para a inocência e eu também não:)

Pronuncie-se o autor:)))))

Aquiles,
"Culpa de quê?"
Se a palavra "amante" for usada, como penso que é aqui, no sentido habitual, culpa da transgressão, da infidelidade, etc, etc...

andorinha disse...

Lobices,

E abriste muito bem.
Já lá fui espreitar, já tinha saudades dos teus uivos:)))

Humberto disse...

Quem diria que o Júlio Machado Vaz tem o mesmo humor sádico que eu ? :)
Permita-me convidá-lo a dar um salto ao meu blog.

http://pequenosesadicos.blogspot.com

Isabel disse...

A bioquímica, tem destas coisas tramadas... é como mergulhar, sem consciência. E no repente tudo, dá-se tudo, faz-se tudo e depois chega o vazio... chega o vazio porque já não se está sufocado e será que se volta a saber o que é, não estar sufocado?
Estas coisas, por vezes, são também uma bengala e renegá-las, doí muito, saí da pele!

http://detodososdias.blogspot.com/

Su disse...

ena...foi até à exaustão-----

jocas maradas

Ni disse...

Li-te* r(e)al* mente...
...
:)

Sunshine disse...

Thorazine, será que se deixa de amar, quando deixa de haver feed-back? Não sei...
Amar é querer... e como tal pode-se querer amar , mesmo sem recompensa. Não é o que fazem muitos pais pelos seus filhos?

RosaMaría disse...

Breve pero muy bueno. Felicidades

Ana disse...

Dedilhar, ver, sentir...
amar o verbo mor.
Viver,existir, pedir
o sentido, sem a dor.
E amar, com um rir
voar depois em redor.
Criar, olhar, pedir
despir a alma sem pudor.
Ir ao encontro do nada,
mas encontrar o senso perdido.
dedilhar cordas de esperança
E cantar músicas de ouvido.

Assim é que era bom...