Um dos muitos lindos poemas de Gedeão, o que foi teu escolho!
O poema que segue foi escolhido e declamado por uma das minhas alunas de Língua Portuguesa da turma de Percursos Alternativos (6º ano) para "agraciar" o poeta e receber na nossa escola Cristina Carvalho, sua filha e escritora.
Porque a "minha" menina X esteve em palco com uma interpretação e um sentimento que só visto (arrepiou!)o poema ficou-me mais querido ainda.
(Tanto mais que há quem tenda a pensar que os alunos destas turmas são casos perdidos!...)
Agora para todos os murcons, aqui vai:
"Os meus olhos são uns olhos, e é com esses olhos uns que eu vejo no mundo escolhos, onde outros, com outros olhos, não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores! De tudo o mesmo se diz! Onde uns vêem luto e dores, uns outros descobrem cores do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas onde passa tanta gente, uns vêem pedras pisadas, mas outros gnomos e fadas num halo resplandecente!!
Inútil seguir vizinhos, querer ser depois ou ser antes. Cada um é seus caminhos! Onde Sancho vê moinhos, D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos! Vê gigantes? São gigantes!
gostei, mas não me acalmou. ora bolas. talvez um copo de água bem cheio de whisky me leve ao nirvana. as minhas desculpas a António Gedeão que muito prezo e não tem culpa de mim.
Esqueci-me de dizer que o papel do Jack Nicholson, com uma grande pedrada e um big discurso, assentava que nem uma luva ao professor. Espero que tenha visto o filme na altura devida e não se tenha ficado só pelo disco. Uma dúvida: O filho do barbeiro não tinha nome? Por isso é que somos diferentes. Eu não precisava, nem podia fazer os trabalhos de casa. se me atrasasse no trajecto íam-me buscar e vinha a toque de caixa, porque não tinha direito a ficar a brincar à macaca.
12 comentários:
Hirondeeeeeelle!.....
ah, ah, ah...andorinha, se não apareces vai haver um cataclismo qualquer neste blogue.
Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém
Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci
Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr
Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada
Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham
Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu
Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar
In Teatro do Mundo, 1958
Fala do Homem nascido
António Gedeão
Carlos A.
Um dos muitos lindos poemas de Gedeão, o que foi teu escolho!
O poema que segue foi escolhido e declamado por uma das minhas alunas de Língua Portuguesa da turma de Percursos Alternativos (6º ano) para "agraciar" o poeta e receber na nossa escola Cristina Carvalho, sua filha e escritora.
Porque a "minha" menina X esteve em palco com uma interpretação e um sentimento que só visto (arrepiou!)o poema ficou-me mais querido ainda.
(Tanto mais que há quem tenda a pensar que os alunos destas turmas são casos perdidos!...)
Agora para todos os murcons, aqui vai:
"Os meus olhos são uns olhos,
e é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos, onde outros, com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos, diz flores!
De tudo o mesmo se diz!
Onde uns vêem luto e dores,
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.
Pelas ruas e estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros gnomos e fadas
num halo resplandecente!!
Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes. Cada um é seus caminhos!
Onde Sancho vê moinhos,
D.Quixote vê gigantes.
Vê moinhos?
São moinhos!
Vê gigantes?
São gigantes!
"António Gedeão, in Movimento Perpétuo
gostei, mas não me acalmou. ora bolas. talvez um copo de água bem cheio de whisky me leve ao nirvana. as minhas desculpas a António Gedeão que muito prezo e não tem culpa de mim.
Dois belos poemas de Gedeão.E como agora há vasos comunicantes:), num andar em baixo deixei outro, cantado por Manuel Freire.
Belíssimo filme, Prof.!
Saudações atlânticas para todos os Murcons:)
http://www.youtube.com/watch?v=0rV-GRiUKIo&feature=player_embedded
Esqueci-me de dizer que o papel do Jack Nicholson, com uma grande pedrada e um big discurso, assentava que nem uma luva ao professor.
Espero que tenha visto o filme na altura devida e não se tenha ficado só pelo disco.
Uma dúvida: O filho do barbeiro não tinha nome?
Por isso é que somos diferentes. Eu não precisava, nem podia fazer os trabalhos de casa. se me atrasasse no trajecto íam-me buscar e vinha a toque de caixa, porque não tinha direito a ficar a brincar à macaca.
Anphy
Ana Drago é um bom arquétipo
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