Câmara do Porto espera Rivoli com mais público depois de concessão a privados
24.07.2006 - 20h06 Lusa
O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, disse hoje esperar que o Rivoli - Teatro Municipal venha a ter mais público depois da concessão a privados.
"O Rivoli não vai fechar. Vai continuar aberto e vai até ter muito mais pessoas", disse Rui Rio, à margem de uma visita do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, à Casa da Música.
Rui Rio leva à reunião de amanhã do executivo camarário do Porto propostas de concessão a privados da gestão do Teatro Rivoli e do Pavilhão Rosa Mota, mantendo-se os dois edifícios propriedade do município.
O autarca reafirmou que "a receita do Rivoli cobre seis por cento da despesa", estando a autarquia a canalizar para o teatro 7500 euros por dia, o que corresponde ao dobro do investimento do município na reabilitação de escolas.
Rui Rio salientou que só a partir de amanhã, depois de aprovada a proposta na câmara, irá iniciar a consulta às companhias de teatro portuguesas, propondo-lhes que assumam a gestão do Rivoli por quatro anos, mediante as condições estabelecidas pela autarquia.
Destas condições, o autarca destacou o mínimo de 300 dias de espectáculo por ano, frisando que a manifestação de interesse na gestão do Rivoli é aberta a todos os interessados, mesmo que não venham a receber um contacto prévio da autarquia.
As propostas serão recebidas até ao final de Setembro, comprometendo-se a câmara a escolher uma até ao fim de Outubro.
Rui Rio desvalorizou as críticas à privatização da gestão do Rivoli, nomeadamente da oposição ao executivo PSD/CDS-PP e de vários agentes culturais da cidade, realçando que "quem tem de tomar a decisão é quem foi eleito".
O presidente da câmara salientou que o contrato de concessão será de apenas quatro anos, permitindo a um próximo executivo, se o entender, assumir de novo a gestão pública do Rivoli, o que contrasta com a situação que "herdou" no caso do Teatro do Campo Alegre, uma parceria entre a Câmara e a Universidade do Porto.
"No Teatro do Campo Alegre, herdei um contrato até 2014", afirmou Rui Rio.
6 comentários:
Deve haver por aí um qualquer Filipe La Féria - à moda do Porto - à espera dessa oportunidade de negócio que lhe está a ser "prepucionada" por Rui Rio...
Para já não tenho nada contra. Veremos se nos próximos 4 anos há vitalidade no Rivoli. Qualquer solução que seja melhor para o Rivoli e para a actividade cultural no Porto, é boa. A ver vamos. Contestar só por contestar, sem se provar, também não é saudável para a cultura.
O que é certo é o que o Rivoli há muito deixou de ser o que era, ou que foi no início. Quando o Rivoli deixa de ter uma gestão artística independente da autarquia, deixa de ter também um programa estruturado e pensado a médio prazo, coerente, para ficar à mercê de programação avulsa, unicamente determinada pelo dia -a- dia de uma gestão à procura da sustentabilidade económica. Para quando perceber que a cultura não é sustentável, sob ponto de vista estritamente economincista? Para quando perceber que outros efeitos da sustentabilidade estão subjacentes a políticas culturais?
Por isso não me admira que Rui Rio queira privatizar o Rivoli, nem sei se essa intensão vai alterar o percurso em perda que o teatro percorria...
O Porto continua em perda e continuará enquanto a cultura não for opção.
O meu apreço ao trabalho que Isabel Alves Costa desenvolveu em torno do projecto Rivoli e que hoje nos motiva para estar contra a decisão de Rui Rio. Mas Isabel Alves Costa já foi posta de lado há algum tempo e ninguém se manifestou.
tu eras aquela
que eu mais queria
pra me dar algum conforto e companhia
era só contigo que eu sonhava andar pra todo o lado e até quem sabe talvez casar
ai o que eu passei só por te amar
a saliva que eu gastei para te mudar
mas ese teu mundo era mais forte do que eu e nem com a força da música ele se moveu.
mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel de rubi
para te levar ao concerto que havia do rivoli
e era só a ti que eu mais queria
ao meu lado no concerto nesse dia
juntos no escuro de mão dada a ouvir
aquela música maluca sempre a subir
mas tu não ficaste nem meia hora
nao fizeste um esforço pra gostar e foste embora
contigo aprendi uma grande lição
não se ama alguem que não ouve a mesma canção
mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel de rubi
para te levar ao concerto que havia do rivoli
foi nesse dia que percebi
nada mais por nos havia a fazer
a minha paixão por ti era um lume
que não tinha mais lenha
por onde arder
mesmo sabendo que não gostavas
empenhei o meu anel de rubi
para te levar ao concerto que havia do rivoli
a autarquia do porto está a gastar 7500 euros por dia no rivoli???!!! como é possivel?!
todos nós durante a vida temos momemtos de escolha de 1 entre 2 males, decidir não é fácil.
no distrito do porto continuam a existir escolas e jardins de infância públicos sem água quente, sem cantinas, sem aquecimento, sem ar condicionado, sem computadores....continuam a existir listas de espera para idosos que necessitam de operações ás cataratas e que ainda muito lúcidos morrem sem verem os netos...
enquanto isto gastam-se 7500 euros diariamente num teatro?!
particularmente cada um fará ao seu dinheiro o que bem entender e aquilo que lhe dará mais prazer e ninguém tem nada com isso: podem comprar óculos ou sapatilhas de marca em vez de um livro ou de arroz e massa; podem viajar em vez de comer fillet mignon todos os dias.
mas com as nossos impostos nomedamente com a nossa contribuição autárquica terá que haver prioridades.
faço votos para que o dr. rui rio entregue bem o rivoli, de modo que possa lá ir várias vezes por ano.
ops!
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