domingo, junho 02, 2013

"Grupo específico", "hipócrita" e outras expressões "cristãs"... Que Deus lhe perdoe, se Deus existir!

O arcebispo de Braga classificou hoje a lei da co-adoção como "o mais recente atentado contra a família na sociedade portuguesa", considerando que quem a defende apenas quer angariar mais argumentos para justificar o seu "casamento camuflado". Para Jorge Ortiga, que falava na missa dominical, no Santuário do Sameiro, aquela lei, já aprovada na generalidade, "ofende a dignidade humana das crianças e, por inerência, atenta contra o futuro sociedade portuguesa". O prelado acusa o "grupo defensor" daquela lei de querer "aproveitar-se" da fragilidade jurídica das crianças e da "distração" dos políticos, focados na "salvação" económico-social do país, para "satisfazer os seus caprichos e escrúpulos sectários, de modo a angariar mais argumentos 'a posteriori' que justifiquem o seu casamento camuflado". "Neste período concreto da história do nosso país, em que atravessamos uma das piores crises económicas de sempre, e os níveis de pobreza, emigração e desemprego atingem números recordes, é interessante notar como este grupo específico se serve deste cenário trágico para, tacitamente, conseguir a aprovação de uma lei que atenta contra a dignidade das crianças", criticou. Na homilia da missa dominical, no Santuário do Sameiro, Jorge Ortiga considerou ainda "muito estranho" que os defensores da lei da co-adoção "só agora se lembrem das crianças desprotegidas, abandonadas e órfãs, oferecendo-lhes uma 'bondade humana' tão hipócrita, quando, outrora no passado, pouco ou anda fizeram por elas". "E, como se isso não bastasse, ainda há bem pouco este mesmo grupo defendeu a lei do aborto, essa lei que mata por ano 20 mil crianças no nosso país", acrescentou. Lembrou que "a adoção existe para proteger o superior interesse da criança e não o interesse dos pais que querem adotar". Sublinhou que a criança "tem direito a ter um pai e uma mãe, o direito a conhecer a identidade do seu pai e da sua mãe biológicos e o direito a ser educado num ambiente familiar sadio, que lhe proporcione uma formação integral da sua personalidade, algo que só a família natural (homem e mulher) lhe pode oferecer". "Será que os deputados, que se recusam a diminuir o número de membros da Assembleia da República e que ainda há bem pouco tempo ignoraram as 92 mil assinaturas a pedir um referendo sobre a legalidade do casamento defendido por este grupo, irão novamente aprovar uma lei que ofende a dignidade humana das crianças e, por inerência, atenta contra o futuro sociedade portuguesa?", questionou. Formulou votos para que os deputados, "num assunto tão delicado, superem a ideologia partidária e ouçam verdadeiramente o querer dos portugueses, que os elegeram". O parlamento aprovou a 17 de maio (com 99 votos a favor, 94 contra e nove abstenções), na generalidade, um projeto de lei do PS para que os homossexuais possam co-adotar os filhos adotivos ou biológicos da pessoa com quem estão casados ou com quem vivem em união de facto.

27 comentários:

São disse...

Primeiro que tudo, Ortiga tem razão: o direito é da criança e não do adulto, seja qual for a sua orientação sexual.

Posto isto, declaro o meu total apoio à co-adopção porque vai resolver a situação de crianças já existentes e que assim ficam protegidas de que lhe desfaçam laços afectivos em nome de preconceitos sem sentido.

Hipócrita e cínico é quem se cala quanto aos crimes de pedofilia e vem depois com discursos deste jaez, indignos da caridade cristã.

Pobre Cristo, se tivesse a luminosa ideia de aparecer de novo , gente como esta empalava-o na coluna da Praça de S. Pedro!

Os meus respeitos.

Impio Blasfemo disse...

Deixa cá ver, deixa cá ver, onde é que eu já ouvi estes argumentos?! Ah, já me lembro, parece que foi pela boca do Bastonário da Ordem dos Advogados, no programa Prós e Contras da RTP1.
Não vou comentar porque há coisas e argumentos que me ultrapassam de tal forma, tal é a sua incoerência, que fico bloqueaado, entupido. Reproduzo um comentário do João vale de Almeida que retirei da página dele no facebook.

“No fundo, no fundo, esta gente detesta a adopção, seja ela de que tipo ou grau for. Porque ela demonstra que a filiação não é um facto da natureza, mas uma convenção social por cima do facto, esse sim biológico, da necessidade de gâmetas de sexo diferente para gerar. A adoção por casais do mesmo sexo - e até a co-adoção - apenas torna isso mais evidente. É toda uma ficção naturalista que desaparece. É a dinâmica parental, mais do que a estrutura, que se torna relevante: o amor e a responsabilidade. E como isso pode ser feito por todo o tipo de ser humano, tocam as sirenes homofóbicas: "eles" e "elas" podem ser bons pais e boas mães? Lá se vai a sua anormalidade. E, tal como na economia dominante, se a teoria e a realidade não colam, mude-se a realidade.” (João Vale de Almeida)

Saravá
IMPIO

andorinha disse...

Eu diria antes: Vozes de burro não chegam ao céu.

Impio, meu caro:)

Através da voz de João Vale de Almeida, disseste tudo.

Os avanços civilizacionais encontram sempre escolhos no caminho. Mas que se há de fazer se há sempre quem abdique de pensar pela sua cabeça?:(

Moon disse...

E como estou na cidade dos sete "P", dedico dois deles ao Sr. D. Jorge Ortiga...:(

Manuel disse...

A Oeste (na Igreja) nada de novo.
Confere.
--------------------------
Velam este vídeo, é sobre outro assunto mas isto (dos interesses estabelecidos) anda tudo ligado.

Este José Gomes Ferreira é mesmo inconveniente.
Então não sabe que há verdades que não podem (ou não devem) ser ditas?
E o que fazem os nossos deputados?
Insultam-se e acusam-se uns aos outros.
Moral da história: se eu tiver 20 mil euros empresto-os ao banco (deposito-os) a 2 ou 2,5%.
O banco vai comprar dívida pública ao Estado (em mercado primário) com o meu dinheiro e recebe 5,36% (ou mais).
Estão a perceber porque é que este senhor (competentíssimo) do IGCP (agora chama-se Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública)‎ ainda só está a estudar a possibilidade de os cidadãos comprarem dívida pública em mercado primário (directamente ao Estado) e não em mercado secundário (aos bancos), como podem fazer agora?
Aposto que daqui a 5 ou 6 anos ainda não estudou o suficiente para tirar uma conclusão.
Chama-se ele João Moreira Rato.
Que grande Rato.
A seguir vai para o Conselho de Administração de um banco.
Vai uma aposta?
Vejam o vídeo e o ar enfastiado da criatura às perguntas inconvenientes e desagradáveis de José Gomes Ferreira.
http://www.youtube.com/watch?v=RFEf9_swh3s

bea disse...

O arcebispo de Braga pertence a uma instituição muito inflexível (não é apenas ele, são quase todos os seus pares), mas que prega a aceitação e o amor ao próximo como a si mesmo.Como doutrina é das melhores.

Mas dizer que quem rejeita a lei da co-adopção detesta a adopção seja de que tipo for, é igualmente bárbaro. E falso.

Não entendo tanto prurido. Admito que a mentalidade portuguesa - não só a das igrejas, mas sobretudo - leve tempo a assimilar factos desta natureza. Que só o tempo e o bom exemplo dos implicados, porão no lugar.

Boa noite




Unknown disse...

"A melhor maneira de ver. É imaginar!"

Antes

http://3.bp.blogspot.com/-rWJ5Op5bKiY/UavU5R0YO3I/AAAAAAAABaw/CFwzgf-OIfc/s1600/DSC_0124.JPG

Durante

http://4.bp.blogspot.com/-jYCzzF7Rmgk/UavU_m9MR2I/AAAAAAAABa4/LnVISMHJF8s/s1600/DSC_0125.JPG

Depois

http://1.bp.blogspot.com/-4cP9opDtOyk/UavVE9cLa1I/AAAAAAAABbA/6i8NvHmKrhg/s1600/DSC_0126+(2).JPG

Impio Blasfemo disse...

BEA

O problema é que "a adopção demonstra que a filiação não é um facto da natureza, mas uma convenção social por cima do facto, esse sim biológico, da necessidade de gâmetas de sexo diferente para gerar....".
Percebe-se agora o problema levantado pela adopção?
Para as mentalidades cristãs ortodoxas onde para elas a família é vista como um pai, uma mãe e um rol de filhos biológicos, onde o preservativo é pecado, entre muitas outras coisas, que devem todas ser confessadas, sem excepção, na missa de Domingo, quando se prevaricou, ou caiu em tentação, que não seja, só por pensamento, isto é uma enorme facada.

Já para os católicos com capacidade para olhar para o mundo com uma visão mais alargada,e sobretudo mais tolerante, e com capacidade para ver que o catolicismo deve ser uma doutrina que se abra à sociedade e que viver contra ela conduz à extinsão dessa doutrina, isto não será um problema. Mas parece que tal não será o caso do Arcebispo de Braga.
Quanto ao Marinho Pinto, pois em abono da verdade custa-me a admitir que ele, pense exactamente o conjunto de disparates que foi dizer no programa da RTP1; admito que ele julgue que ao estar a tomar estas posições consiga ganhar protagonismo e que isso lhe seja favorável, senão no presente, talvez num futuro próximo. E se assim for, pois não sei se devo pensar pior dele do que do Arcebispo de Braga;fico dividido.

Concluindo, estou com o Prof. Que Deus lhes perdoe, se conseguir!

Saravá
IMPIO

Unknown disse...

Como diria Jesus!

"Temos equipe para jogar todos os dias"

Unknown disse...

"Quem Se Mete Por Atalhos / Encarreira Por Trabalhos"

http://4.bp.blogspot.com/-Nkp3afnuU5A/Uaxu_0dInLI/AAAAAAAABbQ/Idjp1qqCTDc/s1600/DSC_0128+(2).JPG

Unknown disse...

Que Deus exista
Que Deus consiga
Deus tem O Deus
Que só Deus pode

Unknown disse...

Moon,

Nenhum P.S. do mundo teve um simpatizante tão ativo!

Unknown disse...

Vá Lá! Vá Lá! Ainda restam os dois lemes para águas mais profundas!

Unknown disse...

Open Ediction

https://vimeo.com/67567928

bea disse...

Ímpio

mantenho o que disse lá atrás,e não me parece chocar com o que referiste.
Continuo a pensar que as pessoas se distraem com críticas palermas. Marinho Pinto é assim mesmo: diz. Umas vezes com razão e outras sem. Não vejo pessoas que se exaltam em directo. Já dei tb para aí.
Boa noite; dói-me a cabeça de me doer a alma que é a tal que não sei se tenho. Vou tratar dos meus pertences.

Unknown disse...

bea,

Não desmagnetize a fita!

Filosórfico disse...

“Hipócritas, foi o que Cristo chamou ao “grupo específico” dos fariseus.
*******
É claro que, se Deus não existe, todas as construções jurídicas se equivalem, pois, como reconhece o ateu Camus, in “O Mito de Sísifo” ( ed. Livros do Brasil, LBL, p.69), só há uma moral admissível, “ a que não se separa de Deus”.
E, como Camus decretou que Deus não existe, não há valores absolutos. Deus nos livre, pois, de invocar moralidades…
Sucede, no entanto, que, mesmo independentemente de valores morais, a biologia nos evidencia que homem e mulher são sexualmente complementares e não iguais; que os órgãos sexuais femininos estão conformados para se unirem aos de um homem, e vice-versa. E que essa complementaridade tem por finalidade a propagação da espécie.
E que, portanto, o trato sexual entre indivíduos do mesmo sexo é algo biologicamente inadequado.
Assumir um desajuste biológico como instituto a salvaguardar juridicamente não passa de um claro disparate legal.
De disparates legais só podem nascer consequências disparatadas. A chamada co-adopção é apenas uma delas.
Renato de Azevedo
Santo Tirso

Unknown disse...

Quando aprendi a ler.

Passava por um café e estranha o nome: "Pêròla!"

Impio Blasfemo disse...

HIPOCRATES vs HIPOCRATAS
A mitologia grega deixa-nos uma breve explicação sobre a presença da cobra no símbolo que identifica a farmácia e mesmo a medicina. Conta a lenda, que Hipócrates já velho, andava com seu cajado, quando uma serpente nele se enrolou. Olhou firmemente para a cobre e disse, que se ela tivesse fome podia picar à vontade e até se alimentar do seu corpo, pois tinha remédio contra todo o veneno injetado. Pegou na taça, onde costumava preparar as suas poções medicinais com ervas e colocou leite. Rapidamente a cobra se desenrolou do cajado e se enrolou na taça, bebendo todo o líquido. Daí a explicação para a taça com a serpente enrolada no símbolo da farmácia e do cajado com a serpente enrolada, no símbolo que identifica a área da medicina.

Pois se Deus existe, pois dê-nos a taça e o leite e nós, cobrinhas malévolas e hipócritas que não acreditámos na biologia como entidade reguladora de leis,lá iremos beber o leite da sua sabedoria.

Saravá
IMPIO

bea disse...

Que palermice, Ímpio, nem parece teu.
Se existe, Deus não foi feito à tua medida nem está para satisfação de desejos (essa ideia de deus como fada madrinha...).
E não se sente provocado (felizmente para ti). só eu ainda dou dentadas na maçã - provocações humanas afectam homens. sobretudo. que alguns animais também respondem

E boa noite

Impio Blasfemo disse...

Bea

Ora vez que como provocação e alerta ao raciocínio o que escrevi foi eficaz !? Até me chamaste palerma...., vê lá tu bem......

Pois a Deus o que é de Deus,estou de acordo, à biologia o que é da biologia, acho muito bem, e aos homens e mulheres o que é dos homens e das mulheres como por exemplo fazer leis para os homens e e para as mulheres, acho perfeito. Quando se baralha tudo, fica uma salganhada dos diabos, uma salada russa......

E por último, às cobrinhas o seu leite delicioso, com ou sem taça.

Abração

IMPIO

bea disse...

Peço desculpa, foi sem intenção ofensiva; palerma: "habituaste-nos a um tipo de raciocínio mais veraz".

bea disse...

Não gosto de cobras. Melhor será que se alimentem de qualquer outra coisa e não nos(me) rondem. Ainda acabam decapitadas

Impio Blasfemo disse...

Bea

Não tens de pedir desculpa! Por mim estás à vontade....
Tenho por princípio, em termos argumentativos, fugir, o mais possível, à adjectivação, sobretudo quando é negativa em relação a quem se opõe ao meu raciocínio. Acho um bom princípio, pois, caso contrário, corremos o risco de um dia nos encontramos todos na rua, á pedrada, uns aos outros. E no final? Pois no final sobra apenas muita gente nas urgências dos hospitais...

Quanto às cobrinhas, já que delas falámos, biológicamente, e se calhar, metafóricamente, pois as cobrinhas, são criaturas de Deus, e logo têm o direito de existir, dadno ou não picadas venenosas, aqui e acolá....

Abração

IMPIO

PS- E não te inibas de me chamares palerma quando por bem o entenderes que eu o estou a ser...

Filosórfico disse...

Caro Ímpio:
Se as relações biológicas não contassem para a feitura das leis, acha que sequer existiria o próprio contrato de casamento tradicional? A que propósito alguém o inventaria? Ou todo o Livro IV do Código Civil que regula o Direito da Família? Ou a maior parte do direito sucessório?
Se vamos a separar as leis dos vínculos naturais, como condenar , por exemplo, que os filhos sejam legalmente retirados aos pais para educação em estabelecimentos do Estado?
Renato de Azevedo

Impio Blasfemo disse...

Caro Filósofo

Se calhar tem, se calhar terá. Só que a biologia evolui segundo Darwin, como uma temporalidade bastante mais llenta do que as leis dos homens; as sociedades têm e a sociologia que a estuda assim concluiu, um ritmo mais rápido do que o da biologia. Reconheço que as espécies se vão adaptando; leva é o seu tempo.
Se as leis dos homens tivessem de esperar pela evolução das leis biológicas se calhar não valeria a pena escrevê-las em papel, bastava gravá-las em pedra, um pouco como os 10 Mandamentos.
Já agora, já deve ter reparado que Galileu teve a teimosia de querer mostrar que a Terra era redonda e lá conseguiu convencer o Mundo, não sem ter grandes dissabores na sua demonstração. E porque invoco agora Galileu? Talvez para mostrar que quando a fé e a sua doutrina se intromete naquilo que à ciência diz respeito, o mundo vai tendo os seus atrasos e passando pelas suas dificuldades; diria o Guterres, que por sinal é católico, “É a vida…”. Por ultimo, obviamente não nego a interdisciplinaridade das ciências; já Edgar Morin abordou há muito tempo este tema.
Repudio apenas a proscrição com o epíteto de “hipócrita” na testa ou nas vestes por não se ter uma opinião jurídica (ponhamos as coisas assim) que não segue as “leis biológicas”, um pouco como “lições filosóficas de cunho moral”, quero dizer, numa postura onde a doutrina alcança a virtude porque a natureza assim a concede, ou a fé a aconselha, ou Deus a abençoa, ou a Igreja a dita, no fundo, resumidamente, porque Ámen. Enfim, por aqui fico, porque se continuar, se calhar, no final, além de hipócrita, lá serei também judeu!

Cmpts
IMPIO

Impio Blasfemo disse...

Já agora, depois de reler o que escrevi, reparei que cometi um erro. Citei um texto do Miguel Vale de Almeida e não do João Vale de Almeida. Fica a correcção.

IMPIO