quinta-feira, novembro 01, 2007

Entradas de leão...

Portas já pediu a demissão da ministra
Estudantes voltam a poder chumbar por faltas
Num recuo inesperado o PS vai reabrir a discussão sobre o artigo 22º do Estatuto do Aluno, que previa a realização de uma prova para todos os que ultrapassassem o limite de faltas.
Pedro Chaveca
16:19 Quinta-feira, 1 de Nov de 2007
António Pedro Ferreira
O governo garante que não houve qualquer recuo
Foi apresentado ontem pelo Partido Socialista, durante a reunião da Comissão Parlamentar de Educação, uma proposta de alteração ao já aprovado Estatuto do Aluno e em particular ao artigo 22º que previa a realização de uma prova para todos os alunos do ensino básico e secundário que ultrapassassem o limite de faltas, independentemente de serem justificadas ou não.
Segundo o avançado pela TSF esta mudança deve-se a pressões feitas pelo governo, que a bancada socialista justificou com o facto de haver uma cortina de fumo para confundir a opinião pública.
A nova proposta apresentada ontem e que deve ser votada durante a próxima semana assegurará que os alunos com faltas a mais vão de facto chumbar o ano, caso o conselho pedagógico da escola assim o decida, sem passarem pela muito falada prova de recuperação.
Medidas "correctivas"
As novas medidas a que o PS chamou de "correctivas" sublinham que os alunos do ensino obrigatório vão poder ficar retidos no caso de ultrapassarem o limite de faltas. Para os do secundário a penalização poderá passar pela exclusão da frequência de algumas disciplinas, que em princípio serão aquelas a que o aluno chumbou por faltas.
Este "recuo" como foi qualificado pela oposição trouxe de volta a polémica à Assembleia da República. E da esquerda à direita os ataques à ministra da educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não se fizerem esperar. "A ministra veio defender a solução da prova de recuperação como a melhor e, agora, o grupo parlamentar do PS vem pôr em causa aquilo que ela disse. É um claro recuo do PS e uma situação que gera incómodo entre o grupo parlamentar e a ministra", defendeu o deputado comunista António Oliveira.
Uma opinião corroborada por Ana Drago do Bloco de Esquerda que insistiu que apesar da rectificação do artigo 22º continua a existir um grave "erro": "Não há diferença entre faltas justificadas e injustificadas. Por muito que se confie no bom senso da escola [para o qual os socialistas remetem], isso não é compreensível".
O CDS sublinha que houve uma desautorização da governante e aponta o dedo às contradições dos socialistas: "O PS defendeu o fim da retenção e da exclusão, dizendo que a escola teria de ser inclusiva e agora apresenta uma proposta que prevê a retenção e a exclusão do aluno", lembrou José Paulo Carvalho da bancada centrista.
PS garante não ter havido recuo
Paulo portas foi mais longe e pediu a demissão da ministra que acusou de ter "três posições diferentes em três meses" e de fazer "propostas irresponsáveis."
O maior grupo parlamentar da oposição pediu o adiamento da votação e está a ponderar apresentar uma proposta própria. O PSD aponta o dedo aos socialistas que acusa de sacudirem as responsabilidades para "os conselhos pedagógicos das escolas, que terão de estar sistematicamente em reuniões para decidir se há prova de recuperação, se há retenção ou se há exclusão", e avisa as escolas de que esta nova proposta do governo é "um presente envenenado".
Do lado do executivo de José Sócrates respondeu, Valter Lemos, secretário de Estado da Educação, que assegurou não ter havido qualquer recuo por parte do governo, sublinhando que a essência da proposta se mantém, contou apenas com melhoramentos por parte dos deputados.

17 comentários:

olhosquefalam disse...

lá se vão as estatísticas do sucesso escolar!!!e agora, o que é que vamos inventar mais, sra. ministra?o que será de nós quando o sucesso escolar é medido pelo nº de aprovações e não pelo verdadeiro saber...

andorinha disse...

Boa noite.

Nunca pensei estar do lado de Paulo Portas. Significa isso que me estou a transformar numa pessoa de direita?
Tenho que rever seriamente as minhas posições:))))))

Quanto ao resto não comento; estou farta de comentar disparates dessa senhora.
Aliás, ela logo nos iluminará do alto da sua sapiência e intolerância na Grande Entrevista com a Judite.
Nós é que somos burros e não entendemos o elevado alcance das suas inovadoras medidas...

Que dizer de uma pessoa que refere na última Visão que sim senhora, efectivamente os problemas ambientais são graves, mas por outro lado é bom que existam porque assim podemos comentá-los com os alunos??? !!!!!!!!!!
Sendo brandinha, que não está no pleno uso das suas faculdades mentais...e por aqui me fico:)

O Puma disse...

Por estas e por outras o psd está aflito par reconquistar o seu espaço.
Estamos na sandes mista

Fora-de-Lei disse...

Todos sabemos que a Ministra da Educação é uma pobre de espírito. Mas se não recua é porque não recua, se recua é porque recua... Afinal como é ?!

irneh disse...

Precisamos, urgentemente, de socorro. Já "vivemos" nas escolas e ainda trazemos a escola para casa. Ninguém é capaz de impor respeito aos alunos. O barulho dentro dos blocos dos alunos do 7º,8ºe 9º anos é comparável a uma feira. Os professores são feirantes pobres que gritam até rasgar a garganta, porque não têm megafones. Ninguém vai aprender nada, não porque os professores não prestem (embora os haja), mas porque ninguém consegue calar os alunos, ninguém consegue que tragam o material, que façam TPC's, que não atendam telelés, que não nos mandem para o #$%#$$$ e ainda se gabem de que não podemos fazer nada. Mas com uma ministra que ainda consegue "três posições diferentes em três meses", apesar da idade e da trabalheira que tem connosco, vamos remediar tudo. Vai ser só sucesso!!!

CêTê disse...

FDL, é isso mesmo. Quem dera que o Ministério da Educação na pessoa da Srª Ministra recuasse para os terrenos do bom senso e da colaboração efectiva com os professores. Eu já não a oiço nem a vejo (então ao nosso primeiro nem se fala)- esta é uma estratégia de sobrevivência pelo gosto de exercer todos os dias a minha profissão- tomo conhecimento por escrito das coisas- Como aquela supresa de uma nova e inesperada época de Novembro para "aviar" os alunos que não fizeram determinadas disciplinas do 12!!!! Nós, professores que façamos mais coisas ainda! Porque não equaciona ela transferir ela esses alunos para as escolas que aparecem nos TOPs- isso sim- prestavam uma bom serviço- desde que os resultados dos exames oficiais desses mesmos alunos fossem conhecidos.


Os políticos sucedem-se (espero que não fiquemos com uma ditadura) outros virão.

Quando há anos proliferavam como cogumelos universidades a formar professores de empreitada (engenheiros, inclusivé) toda a gente sabia no que isto ia dar: excesso de mão-de-obra- como diz o min de economia -qualificada e barata, pois então!

Por vezes apetece-me chicotear-me por não ser uma boa funcionária pública. Mas ainda hei-de sê-lo! ;p

abraços

CêTê disse...

Voltando à carga...
Sobre a avaliação dos docentes eu nem me apetecer ler nada... mas li qualquer coisa que fazia referência à possível realização futura de um conjunto de provas- português, lógica e da área científica do docente. Na idade em que a farei ou preferia que me fizessem uma mamografia, uma avaliação psiquiatrica e outra motora.
Enfim...

andorinha disse...

Cêtê,

Tu tás bem?:)))
"Bom senso e colaboração efectiva com os professores"???????
Lá vou eu socorrer-me do Jorge Palma: Deixa-me rir......

E "aviar" os alunos é o que é preciso, é preciso é que saiam da escola com o 12º. Se não souberem nada, não faz mal...

Essas provas que referes destinam-se àqueles que querem entrar na carreira.
Deviam era ser sujeitos a uma perícia psiquiátrica, porque, nas circunstâncias actuais, só quem for doido é que pretende ser professor...:)))))

Posso estar a ser demasiadamente azeda, mas não consigo "perdoar" a quem me destruiu a paixão...

Guimaraes disse...

Pelas entrevistas que hoje ouvi de senhores do PS sobre o assunto, não se tratou de recuo, mas de esclarecimento e melhoramento.
Por esse motivo, as luzes de marcha-atrás dos automóveis passam a chamar-se luzes de esclarecimento.
Note-se que concordo que se recue quando se demonstra que estamos a fazer asneiras....

JFR disse...

Se há erro colectivo de que se possa falar em Portugal, esse é o da Educação. Erro grave. Erro prolongado. Erro respaldado, quase sempre, na frase típica do português incapaz de reflectir e aprofundar problemas complexos: "mais vale uma decisão errada do que não decidir". Este é mais um caso. O que importa, é transmitir decisões para a opinião pública. Rápido é o lema. Por isso, só interessam "velocistas". Afastam-se os "corredores de fundo" porque... a meta é já ali. E, para a Educação, a meta é longe. Serão décadas. E, para isso, a corrida não poderá ser individual. Urge prepará-la de forma colectiva. Francamente, não vejo condição para o conseguir. Não há políticos qualificados para isso. Felizmente, há a Europa, que nos permitirá ir vivendo das ajudas aos mais desfavorecidos. Destes fazemos e faremos parte. Cada vez mais.

AQUILES disse...

Para se avaliar da saúde de um país há duas áreas fulcrais para que nos dão as medidas correctas: instrução e justiça. Se uma delas está mal, então mal vai o país. Mas se as duas estão mal em simultâneo, então o país está num descalabro.
É o que se passa com Portugal, que é um país muito doente, já em agonia.
A CeTe refere a explosão das universidades como cogumelos, etc. Só discordo do "qualificada e barata". Infelizmente a qualificação degradou-se. E cada vez mais se degrada. O “facilitismo” e o laxismo não contribuem nada para o desenvolvimento, antes pelo contrário. Muitos licenciados, de variadíssimas áreas, não passam de ignorantes diplomados. E o seu exemplo de engenheiro é um bom exemplo.
Por isso não me choca nada que haja exames de admissão à profissão. Irrita-me bastante os licenciados que no dia seguinte à licenciatura, valha ela o que valer, se intitulam logo como professores no desemprego.
Também lembro aqui a questão, que não sei se ainda é actual, dos licenciados em História e Ciências Sociais, que era uma licenciatura híbrida, nem sendo nunca nem boa carne nem bom peixe, em que no ciclo que comporta o 5º e 6º ano tinham precedência, face aos licenciados da área, para leccionar Português sem que tivessem tido uma única disciplina de estudo da língua portuguesa na licenciatura.
Também lembro aqui que no antigamente, no 3º ciclo de liceu, todos os alunos tinham a disciplina de filosofia, de que faziam exame nacional, assim como a todas as disciplinas. Hoje parece que saiu pela porta baixa. Os alunos não atingem determinado nível de saber, logo, ou se elimina a disciplina, ou se reduz a exigência até que o aluno atinja o satisfaz, que em Portugal tende a aproximar-se do zero.
Assim não formamos elites, que são necessárias para se atingir padrões de excelência no desenvolvimento. O nivelar por baixo não nos leva a grande futuro. Não sei onde, os nossos governantes, foram buscar aquele exemplo da Finlândia, pois não temos, actualmente, méritos para essas ambições, e pior, continua-se a trabalhar cada vez mais para se fugir desses méritos.
E havia muito mais para dizer. Páginas. Mas não quero abusar da bondade da vossa paciência.

AQUILES disse...

E queria acrescentar que os Sindicatos dos Professores são os únicos que têm sindicalistas profissionais, pagos por todos os contribuintes, que não o podem fazer com os seus sindicatos, pelo que é uma injustiça nacional, porquanto todos os outros sindicalistas nunca são dispensados de exercer a profissão.

PAH, nã sei! disse...

Andorinha,
"Posso estar a ser demasiadamente azeda, mas não consigo "perdoar" a quem me destruiu a paixão..."

Assim é que "eles" ganham... Negoceio tudo, sujeito-me a tudo... mas, raios me partam se conseguirão (sequer) diminuir a paixão que tenho!!!

cdgabinete disse...

Ao menos recuou.... se foi para tomar uma decisão mais adequada ou não... logo se verá....

Anónimo disse...

Passarinha da Primavera
Não estás nada a ir muito à direita. Pensa antes que estás do lado do bom senso, ok? Assim já não te sentes tão amargurada.

My brother in arms
Mas se não recua é porque não recua, se recua é porque recua... Afinal como é ?!
Afinal como é o quê?
Quem ocupa cargos deste género tem que ver muito bem primeiro que terreno vai pisar não te parece?
Para andar para a frente e para trás a fazer cagada então qualquer politico de bancada, que é o que nós somos, poderia lá estar.

Recuam mas pela metade, claro. Passam a batata quente ao conselho pedagógico de cada escola.
Cada escola que decida o destino do aluno, pois. Lá vão os coitados dos professores encontrar os carritos todos lixados, ou vão mesmo levar umas bofetadas valentes.
Um presente envenenado sem duvida alguma.

andorinha disse...

Depois de ler mais alguns comentários, posso dizer que concordo em absoluto com as análises do JFR e do Aquiles.
Tem-se vindo a instalar o facilitismo e o laxismo aos mais diversos níveis com todas as conseqências gravosas que isso acarreta.
Mas depois ouvimos a iluminada Maria de Lurdes referir que se está a aumentar o nível de exigência. Só ela é que vê isso, coitada....

Pah,
A minha integridade e honestidade profissional mantem-se intactas, nem de outra forma poderia ser.
A paixão foi destruída, não adianta escamotear esse facto.
Os sentimentos não se controlam...

Yullie,
Obrigada pelo conselho:)
E quanto ao resto, claro, as escolas que decidam para isso é que têm autonomia...
É como dizes, a batata quente fica connosco.

Ana disse...

Trabalho diariamente com estudantes so ensino secundário e a verdade é que existe um certo facilitismo ao nível do ensino básico que é mais do que sentido e ressentido na dificuldade que os alunos têm para se preparar para um exame nacional.

Mas considero que o que falta não é este tipo de exigência que a ministra quer impor. Não é indferenciando os alunos que não têm vntade de ir a uma aula daqueles que estão, por exemplo doentes, que se cria um sistema de ensin mais justo. O que falta não é uma elite, mas igual oportunidade. Ausência de preconceito na classe dos professores que é exacerbadamente alta no nosso país. Ausência de rótulos. Falta exigência aos alunos, mas falta saber-lhe esinar a aprender, falta cativá-los com o reforço positivo, com um estimulo que não é dado: o de no dia a dia o seu bom desempenho, desencadeará o seu sucesso e realização n futuro. Falta dizerem aos alunos que alem aguma coisa, falta dizer-lhes que se estudarem conseguem, falta o país acreditar que a geração que está a criar consegue.
Falta os professores e pais nao se descartarem das suas posições. Falta não deitar abaixo cnstantemente os alunos.


Fala não falar dos alunos como uma massa acéfala, quando o exemplo que têm na classe política por exemplo é vergohoso. Quando os miudos ouvem nas noticias 3 politicos com 3 versoes de factos que nada tem a ver, acabam por desmotivar.

Por isso toca a motivar os alunos, pais, professores cidadãos, o futuro exige exigência (passo a redundância). Exijaos também da classe política.


rofessor Júlio... obrigada por partilhar estes lamentáeis factos!