Gilberto Gil falando de Vinicius, revejo o documentário no TVC4: "Ele trabalhava no cerne dos afectos." Bela frase, carago! Ainda por cima verdadeira:).
De facto! (Se bem que goste mais de Caetano e Chico Buarque) O V Morais é mais "purista" algumas letras têm tanto de "realismo" que quase dá para sentir os aromas e as texturas. O Caetano brinca mais com as palavras... lembra-me até no carácter de intervenção dele o nosso Sérgio G.
Sou novo por estas andanças, mas queria deixar aqui o meu registo, gosto muito do blogue, também como o programa que vejo na sic mulheres. Foi sempre um mundo que me interessou, pensar e aprender com outras mentes outros olhos que não os meus.
Bom dia! Peço desculpa pelo despropósito do meu "comentário", mas não posso deixar de falar da inauguração do livro "O amor é...", à qual assisti em Serralves. Quando cheguei dei com o professor sentado numa cadeira do bar, com a cabeça enterrada nos ombros apoiada pelas mãos, numa "pose" que o fazia parecer um puto de dez anos. Depois, enquanto esperava pelo inicio dos "discursos", folheei brevemente o livro e dei de caras com o agradecimento aos "murcónicos" - confesso que fiquei inchado e orgulhoso - e assim percebi que me considero um de vós (de nós). As palavras de todos os oradores foram bonitas, mas as do livro (que estou agora a ler) são brilhantes! Tive pena de não podido ficar para o convivio que se seguiu à apresentação - er aí que planeava confessar-me um murcon ao professor... Saldou-se esta minha demanda num exemplar autografado do livro, o que dá ainda mais valor a um livro excelente já de si, e na confirmação de que o "nosso" professor é mesmo bom - quer em qualidade, quer em bondade... Obrigado prof!
krieg, Já nem na apresentação do nosso próprio livro podemos estar anónimos:). ti, Muito obrigado:). Segundo dizem alguns murcónicos, perdeu uns canapés de truz!
Também vi o documentário. E também me chamou a atenção um velho amigo do Vinicius, cujo nome não me ocorre agora, afirmar que o povo brasileiro deve-lhe muita da alegria de viver que têm. Um optimismo e uma crença na vida que ele esbanjava em seu redor. A vida era paixão e ele vivia uma paixão como um único amor, em cada tempo, claro. destaco este poema dele:
Amor em paz
Eu amei Eu amei, ai de mim, muito mais Do que devia amar E chorei Ao sentir que iria sofrer E me desesperar
Foi então Que da minha infinita tristeza Aconteceu você Encontrei em você a razão de viver E de amar em paz E não sofrer mais Nunca mais Porque o amor é a coisa mais triste Quando se desfaz
Casa Pia «Joaquina Madeira admite que pode haver novos abusos»
Comentário:
Mas quem é que quer trabalhar na Casa Pia? Ninguém quer trabalhar na Casa Pia! A Casa Pia cheia de crianças lindaaaaaaaas, e só os pedófilos é que querem trabalhar lá!
Também já tenho O AMOR É há uns dias, mas infelizmente não autografado... snif, snif... Achei super ternurenta a dedicatória aos murcónicos, foi assim como comprovar a surpresa de que a coisa é de facto real e não se fica por um exercício informático inconsequente! Quanto aos autógrafos, que nem costumo cultivar mas neste caso adoraria ter, levam-me a outra declaração: - Por causa da geografia, há uns murcónicos "mais iguais que outros" :(:(:( Tenho dito.
E nem por acaso isto leva-me ao Vinicius, que com o Torga e o Christian Barnard (maluqueiras da pré-adolescência...) constam dos poucos livros que tenho autografados. Tudo foi, mais uma vez, por causa da tal geografia: - estiveram por cá e não foi preciso andar em histeria nem aos empurrões ao próximo para conseguir a assinaturazita!
Ora, e se Vinicius jorrava afectos! Era no cerne, no acessório, no fortuito, no acidental, de frente, de perfil, de manhã e à noite, eu sei lá! Ele era a encarnação da doçura, em genero masculino (coisa mais rara, pois é...) Um dos meus CD's "de mão" é justamente o «VINICIUS EM CASA DE AMÁLIA», imperdível. Recomendo a quem não tenha. Ouve-se-lhe a voz, bem sensual; pressente-se o eterno copo de whisky; e mesmo quando ele canta o "saudades do Brasil em Portugal" lhe perdoamos que o faça tão mal! É puro sentimento, e basta. Tive-o em vinyl, tenho-o em CD, nunca nos cansamos de ouvir. Porque "ouvir" é entrar na roda do serão, fazer parte de, estar sentado no sofá em casa da Amália! David Mourão Ferreira é o narrador, e a tertúlia junta ainda Vinicius, Ary dos Santos, Natália Correia. Uns cantam, outros dizem os seus poemas em jeito tão natural como quem conversa. FADO (de bom texto) + POESIA = um cocktail letal... É que é tal qual diz Natália, no dito serão: «A POESIA É PARA COMER!»
Afectos: sim senhor, é A palavra! Até os "copos" que o levavam a curas de intoxicação periódicas não eram senão efeitos colaterais de uma doçura desmedida...
Tu tás bem, amigo e companheiro?:) Essa tua observação é totalmente desprovida de fundamento... Detesto gente pretensiosa, ia-me detestar a mim própria?
E não seria bom se todos trabalhássemos no cerne dos afectos? Começando por ti...:)))))
Pois eu porque sou Moura, não tive direito a autógrafo . É injusto!
E fica aqui uma das muitas provas de que essa frase não é feita. É verdadeira.
Podem me chamar E me pedir e me rogar E podem mesmo falar mal Ficar de mal que não faz mal Podem preparar Milhões de festas ao luar Que eu não vou ir Melhor nem pedir Eu não vou ir, não quero ir E também podem me obrigar Até sorrir, até chorar e podem mesmo imaginar O que melhor lhes parecer Podem espalhar Que eu estou cansado de viver E que é uma pena Para quem me conheceu Eu sou mais você E... eu
É a primeira vez que venho ao blog e gostei muito do que vi. Antes de mais gostaria de agradecer ao Prof o excelente trabalho que tem feito na mudança de mentalidades. Quanto à frase, é verdadeira e maravilhosa, como o é a poesia de Vinicius.
Mulher mais adorada! Agora que não estás, deixa que rompa O meu peito em soluços! Te enrustiste Em minha vida; e cada hora que passa É mais por que te amar, a hora derrama O seu óleo de amor, em mim, amada... E sabes de uma coisa? Cada vez Que o sofrimento vem, essa saudade De estar perto, se longe, ou estar mais perto Se perto, – que é que eu sei! Essa agonia De viver fraco, o peito extravasado O mel correndo; essa incapacidade De me sentir mais eu, Orfeu; tudo isso Que é bem capaz de confundir o espírito De um homem – nada disso tem importância Quando tu chegas com essa charla antiga Esse contentamento, essa harmonia Esse corpo! E me dizes essas coisas Que me dão essa força, essa coragem Esse orgulho de rei. Ah, minha Eurídice Meu verso, meu silêncio, minha música! Nunca fujas de mim! Sem ti sou nada Sou coisa sem razão, jogada, sou Pedra rolada. Orfeu menos Eurídice... Coisa incompreensível! A existência Sem ti é como olhar para um relógio Só com o ponteiro dos minutos. Tu És a hora, és o que dá sentido E direção ao tempo, minha amiga Mais querida! Qual mãe, qual pai, qual nada! A beleza da vida és tu, amada Milhões amada! Ah! Criatura! Quem Poderia pensar que Orfeu: Orfeu Cujo violão é a vida da cidade E cuja fala, como o vento à flor Despetala as mulheres - que ele, Orfeu Ficasse assim rendido aos teus encantos! Mulata, pele escura, dente branco Vai teu caminho que eu vou te seguindo No pensamento e aqui me deixo rente Quando voltares, pela lua cheia Para os braços sem fim do teu amigo! Vai tua vida, pássaro contente Vai tua vida que estarei contigo!
23 comentários:
Frase verdadeira ou apenas de acordo com aquilo que percepcionamos ?!
De facto! (Se bem que goste mais de Caetano e Chico Buarque)
O V Morais é mais "purista" algumas letras têm tanto de "realismo" que quase dá para sentir os aromas e as texturas.
O Caetano brinca mais com as palavras... lembra-me até no carácter de intervenção dele o nosso Sérgio G.
(Amanhã já é sexta, pessoal!;))
Sou novo por estas andanças, mas queria deixar aqui o meu registo, gosto muito do blogue, também como o programa que vejo na sic mulheres.
Foi sempre um mundo que me interessou, pensar e aprender com outras mentes outros olhos que não os meus.
Abraço grande.
Bom dia!
Peço desculpa pelo despropósito do meu "comentário", mas não posso deixar de falar da inauguração do livro "O amor é...", à qual assisti em Serralves.
Quando cheguei dei com o professor sentado numa cadeira do bar, com a cabeça enterrada nos ombros apoiada pelas mãos, numa "pose" que o fazia parecer um puto de dez anos.
Depois, enquanto esperava pelo inicio dos "discursos", folheei brevemente o livro e dei de caras com o agradecimento aos "murcónicos" - confesso que fiquei inchado e orgulhoso - e assim percebi que me considero um de vós (de nós).
As palavras de todos os oradores foram bonitas, mas as do livro (que estou agora a ler) são brilhantes! Tive pena de não podido ficar para o convivio que se seguiu à apresentação - er aí que planeava confessar-me um murcon ao professor...
Saldou-se esta minha demanda num exemplar autografado do livro, o que dá ainda mais valor a um livro excelente já de si, e na confirmação de que o "nosso" professor é mesmo bom - quer em qualidade, quer em bondade...
Obrigado prof!
Grande Júlio, foste cuscado!
krieg,
Já nem na apresentação do nosso próprio livro podemos estar anónimos:).
ti,
Muito obrigado:). Segundo dizem alguns murcónicos, perdeu uns canapés de truz!
Boa tarde.
Bela frase, sem dúvida.
Poderia ser dirigida a si, Júlio:)
E devia poder ser endereçada a todos nós...the world would be a better place to live in...
Ti,
Só vejo uma solução.
Para a próxima levamos um crachá para nos identificarmos e podermos tagarelar uns com os outros.
Também vi o documentário. E também me chamou a atenção um velho amigo do Vinicius, cujo nome não me ocorre agora, afirmar que o povo brasileiro deve-lhe muita da alegria de viver que têm. Um optimismo e uma crença na vida que ele esbanjava em seu redor. A vida era paixão e ele vivia uma paixão como um único amor, em cada tempo, claro. destaco este poema dele:
Amor em paz
Eu amei
Eu amei, ai de mim, muito mais
Do que devia amar
E chorei
Ao sentir que iria sofrer
E me desesperar
Foi então
Que da minha infinita tristeza
Aconteceu você
Encontrei em você a razão de viver
E de amar em paz
E não sofrer mais
Nunca mais
Porque o amor é a coisa mais triste
Quando se desfaz
Perdeu e é muito bem feito!
Ninguém o manda ser murcon...:)))))
Não sei porquê mas não gosto da expressão cerne misturada com afectos.
Notícia:
Casa Pia
«Joaquina Madeira admite que pode haver novos abusos»
Comentário:
Mas quem é que quer trabalhar na Casa Pia? Ninguém quer trabalhar na Casa Pia! A Casa Pia cheia de crianças lindaaaaaaaas, e só os pedófilos é que querem trabalhar lá!
Smiley:
;-)
andorinha 4:12 PM
"Bela frase, sem dúvida. E devia poder ser endereçada a todos nós... the world would be a better place to live in."
Ultimamente andas muito pretensisosa... ;-)
Também já tenho O AMOR É há uns dias, mas infelizmente não autografado... snif, snif...
Achei super ternurenta a dedicatória aos murcónicos, foi assim como comprovar a surpresa de que a coisa é de facto real e não se fica por um exercício informático inconsequente!
Quanto aos autógrafos, que nem costumo cultivar mas neste caso adoraria ter, levam-me a outra declaração: - Por causa da geografia, há uns murcónicos "mais iguais que outros" :(:(:(
Tenho dito.
E nem por acaso isto leva-me ao Vinicius, que com o Torga e o Christian Barnard (maluqueiras da pré-adolescência...) constam dos poucos livros que tenho autografados. Tudo foi, mais uma vez, por causa da tal geografia: - estiveram por cá e não foi preciso andar em histeria nem aos empurrões ao próximo para conseguir a assinaturazita!
Ora, e se Vinicius jorrava afectos! Era no cerne, no acessório, no fortuito, no acidental, de frente, de perfil, de manhã e à noite, eu sei lá! Ele era a encarnação da doçura, em genero masculino (coisa mais rara, pois é...)
Um dos meus CD's "de mão" é justamente o «VINICIUS EM CASA DE AMÁLIA», imperdível. Recomendo a quem não tenha.
Ouve-se-lhe a voz, bem sensual; pressente-se o eterno copo de whisky; e mesmo quando ele canta o "saudades do Brasil em Portugal" lhe perdoamos que o faça tão mal!
É puro sentimento, e basta.
Tive-o em vinyl, tenho-o em CD, nunca nos cansamos de ouvir. Porque "ouvir" é entrar na roda do serão, fazer parte de, estar sentado no sofá em casa da Amália!
David Mourão Ferreira é o narrador, e a tertúlia junta ainda Vinicius, Ary dos Santos, Natália Correia. Uns cantam, outros dizem os seus poemas em jeito tão natural como quem conversa.
FADO (de bom texto) + POESIA = um cocktail letal...
É que é tal qual diz Natália, no dito serão: «A POESIA É PARA COMER!»
Afectos: sim senhor, é A palavra!
Até os "copos" que o levavam a curas de intoxicação periódicas não eram senão efeitos colaterais de uma doçura desmedida...
FDL (8.02)
Tu tás bem, amigo e companheiro?:)
Essa tua observação é totalmente desprovida de fundamento...
Detesto gente pretensiosa, ia-me detestar a mim própria?
E não seria bom se todos trabalhássemos no cerne dos afectos?
Começando por ti...:)))))
andorinha 9:41 PM
Nós trabalhamos naquilo que os outros percepcionam. Por exemplo, tu percepcionas que eu "tou nem aí"... ;-)
Videobiografia .
O uísque é o melhor amigo do homem, ele é o cachorro engarrafado.
Viva à sexta!!! :)))
FDL (10.30)
Não percepciono nada disso.
Gosto é de te "picar", como muito bem sabes:)))
FDL, andaste a ler o livro do Santana? Ou foi "As portas" do A. Huxley? :)))
thorazine 10:55 PM
Andei numa de helvéticas... ;-)
Temos marujo!!! :D
Pois eu porque sou Moura, não tive direito a autógrafo . É injusto!
E fica aqui uma das muitas provas de que essa frase não é feita. É verdadeira.
Podem me chamar
E me pedir e me rogar
E podem mesmo falar mal
Ficar de mal que não faz mal
Podem preparar
Milhões de festas ao luar
Que eu não vou ir
Melhor nem pedir
Eu não vou ir, não quero ir
E também podem me obrigar
Até sorrir, até chorar
e podem mesmo imaginar
O que melhor lhes parecer
Podem espalhar
Que eu estou cansado de viver
E que é uma pena
Para quem me conheceu
Eu sou mais você
E... eu
VINICIUS
É a primeira vez que venho ao blog e gostei muito do que vi. Antes de mais gostaria de agradecer ao Prof o excelente trabalho que tem feito na mudança de mentalidades.
Quanto à frase, é verdadeira e maravilhosa, como o é a poesia de Vinicius.
Mulher mais adorada!
Agora que não estás, deixa que rompa
O meu peito em soluços! Te enrustiste
Em minha vida; e cada hora que passa
É mais por que te amar, a hora derrama
O seu óleo de amor, em mim, amada...
E sabes de uma coisa? Cada vez
Que o sofrimento vem, essa saudade
De estar perto, se longe, ou estar mais perto
Se perto, – que é que eu sei! Essa agonia
De viver fraco, o peito extravasado
O mel correndo; essa incapacidade
De me sentir mais eu, Orfeu; tudo isso
Que é bem capaz de confundir o espírito
De um homem – nada disso tem importância
Quando tu chegas com essa charla antiga
Esse contentamento, essa harmonia
Esse corpo! E me dizes essas coisas
Que me dão essa força, essa coragem
Esse orgulho de rei. Ah, minha Eurídice
Meu verso, meu silêncio, minha música!
Nunca fujas de mim! Sem ti sou nada
Sou coisa sem razão, jogada, sou
Pedra rolada. Orfeu menos Eurídice...
Coisa incompreensível! A existência
Sem ti é como olhar para um relógio
Só com o ponteiro dos minutos. Tu
És a hora, és o que dá sentido
E direção ao tempo, minha amiga
Mais querida! Qual mãe, qual pai, qual nada!
A beleza da vida és tu, amada
Milhões amada! Ah! Criatura! Quem
Poderia pensar que Orfeu: Orfeu
Cujo violão é a vida da cidade
E cuja fala, como o vento à flor
Despetala as mulheres - que ele, Orfeu
Ficasse assim rendido aos teus encantos!
Mulata, pele escura, dente branco
Vai teu caminho que eu vou te seguindo
No pensamento e aqui me deixo rente
Quando voltares, pela lua cheia
Para os braços sem fim do teu amigo!
Vai tua vida, pássaro contente
Vai tua vida que estarei contigo!
Vinicius de Moraes
Nem à provocação de ser Moura e não ter direito a autógrafo responde????
Bah
Que chato!
( Com a devida vénia!)
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