sexta-feira, agosto 19, 2005

Isto parece um programa de discos e poemas pedidos:).

Sempre

Do teu passado
não tenho ciúmes.

Vem com um homem
às costas,
vem com cem homens nos cabelos,
vem com mil homens entre o peito e os pés,
vem como um rio
cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo!

Trá-los a todos
ao lugar onde te espero:
estaremos sempre sós,
estaremos sempre, tu e eu,
sozinhos sobre a terra
para começar a vida!

(Pablo Neruda, Os Versos do Capitão).

91 comentários:

noiseformind disse...

E isso é mau Éme? ; )

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Nem pensar! Só tenho saudades do "diga a frase..." da minha juventude:).

noiseformind disse...

Vou ser sincero... gosto mais da tradução deste poema de Andre Breton para o espanhol do que do poema em si? Será que há línguas que nasceram para se fazerem poemas com elas?????????????????????????????????????????????????????? Mas o mais engraçado é que cantado, prefiro este poema em francês do que em espanhol!!!!!!!!! Assim como das músicas em geral, as palavras em espanhol soam boas quando as lemos para nós mas demasiado histéricas quando cantadas. Este fenómeno acústico acontece com mais algum compaignon de route?

UNION LIBRE
Ma femme à la chevelure de feu de bois
Aux pensées d'éclairs de chaleur
A la taille de sablier
Ma femme à la taille de loutre entre les dents du tigre
Ma femme à la bouche de cocarde et de bouquet d'étoiles de dernière grandeur
Aux dents d'empreintes de souris blanche sur la terre blanche
A la langue d'ambre et de verre frottés
Ma femme à la langue d'hostie poignardée
A la langue de poupée qui ouvre et ferme les yeux
A la langue de pierre incroyable
Ma femme aux cils de bâtons d'écriture d'enfant
Aux sourcils de bord de nid d'hirondelle
Ma femme aux tempes d'ardoise de toit de serre
Et de buée aux vitres
Ma femme aux épaules de champagne
Et de fontaine à têtes de dauphins sous la glace
Ma femme aux poignets d'allumettes
Ma femme aux doigts de hasard et d'as de coeur
Aux doigts de foin coupé
Ma femme aux aisselles de martre et de fênes
De nuit de la Saint-Jean
De troène et de nid de scalares
Aux bras d'écume de mer et d'écluse
Et de mélange du blé et du moulin
Ma femme aux jambes de fusée
Aux mouvements d'horlogerie et de désespoir
Ma femme aux mollets de moelle de sureau
Ma femme aux pieds d'initiales
Aux pieds de trousseaux de clés aux pieds de calfats qui boivent
Ma femme au cou d'orge imperlé
Ma femme à la gorge de Val d'or
De rendez-vous dans le lit même du torrent
Aux seins de nuit
Ma femme aux seins de taupinière marine
Ma femme aux seins de creuset du rubis
Aux seins de spectre de la rose sous la rosée
Ma femme au ventre de dépliement d'éventail des jours
Au ventre de griffe géante
Ma femme au dos d'oiseau qui fuit vertical
Au dos de vif-argent
Au dos de lumière
A la nuque de pierre roulée et de craie mouillée
Et de chute d'un verre dans lequel on vient de boire
Ma femme aux hanches de nacelle
Aux hanches de lustre et de pennes de flèche
Et de tiges de plumes de paon blanc
De balance insensible
Ma femme aux fesses de grès et d'amiante
Ma femme aux fesses de dos de cygne
Ma femme aux fesses de printemps
Au sexe de glaïeul
Ma femme au sexe de placer et d'ornithorynque
Ma femme au sexe d'algue et de bonbons anciens
Ma femme au sexe de miroir
Ma femme aux yeux pleins de larmes
Aux yeux de panoplie violette et d'aiguille aimantée
Ma femme aux yeux de savane
Ma femme aux yeux d'eau pour boire en prison
Ma femme aux yeux de bois toujours sous la hache
Aux yeux de niveau d'eau de niveau d'air de terre et de feu.




LA UNIÓN LIBRE
Mi mujer de cabellera de fuego de madera
De pensamientos de relámpagos de calor
De cintura de reloj de arena
Mi mujer de cintura de nutria entre los dientes del tigre
Mi mujer de boca de escarapela y de ramo de estrellas de última magnitud
De dientes de huellas de ratón blanco sobre la tierra blanca
De lengua de ámbar y de vidrio frotados
Mi mujer de lengua de hostia apuñalada
De lengua de muñeca que cierra y abre los ojos
De lengua de piedra increíble
Mi mujer de pestañas de palotes de escritura infantil
De cejas de borde de nido de golondrina
Mi mujer de sienes de pizarra de techo de invernadero
Y de vaho en los vidrios
Mi mujer de hombros de champaña
Y de fuente con cabezas de delfines bajo el hielo
Mi mujer de muñecas de cerillos
Mi mujer de dedos de azar y de as de corazones
De dedos de heno cortado
Mi mujer de axilas de marta y de hayucos
De noche de San Juan
De ligustro y de nido de escalares
De brazos de espuma de mar y de esclusa
Y de mezcla del trigo y del molino
Mi mujer de piernas de cohete
De movimientos de relojería y de desesperación
Mi mujer de pantorrillas de médula de saúco
Mi mujer de pies de iniciales
De pies de llaveros de pies de calafanes que beben
Mi mujer de cuello de cebada no perlada
Mi mujer de garganta de Valle de oro
De cita en el lecho mismo del torrente
De pechos de noche
Mi mujer de pechos de topera marina
Mi mujer de pechos de crisol de rubíes
De pechos de espectro de la rosa bajo el rocío
Mi mujer de vientre de despliegue de abanico de los días
De vientre de garra gigante
Mi mujer de espalda de pájaro que huye vertical
De espalda de azogue
De espalda de luz
De nuca de canto rodado y de tiza mojada
Y de caída de un vaso en el que acaba de beberse
Mi mujer de caderas de barquilla
De caderas de lustro y de penas de flecha
Y de tronco de plumas de pavorreal blanco
De balanza insensible
Mi mujer de nalgas de asperón y de amianto
Mi mujer de nalgas de espalda de cisne
Mi mujer de nalgas de primavera
De sexo gladiolo
Mi mujer de sexo de yacimiento de oro y de ornitorrinco
Mi mujer de sexo de alga y de bombones antiguos
Mi mujer de sexo de espejo
Mi mujer de ojos llenos de lágrimas
De ojos de panoplia violeta y de aguja imantada
Mi mujer de ojos de sabana
Mi mujer de ojos de agua para beber en la cárcel
Mi mujer de ojos de madera siempre bajo el hacha
De ojos de nivel de agua de nivel de aire de tierra y de fuego.

Vou ser sincero... gosto mais da tradução deste poema de Andre Breton para o espanhol do que do poema em si? Será que há línguas que nasceram para se fazerem poemas com elas?????????????????????????????????????????????????????? Mas o mais engraçado é que cantado, prefiro este poema em francês do que em espanhol!!!!!!!!! Assim como das músicas em geral, as palavras em espanhol soam boas quando as lemos para nós mas demasiado histéricas quando cantadas. Este fenómeno acústico acontece com mais algum compaignon de route?

anónimo,
Não querendo estar a cortar-lhe a fantasia zoofila, o membro de um gorilha tem 5cm... as saudades deviam ser por causa de ser um bicho peludo loooooooooooooooooooool o que nos leva ao orgasmo e de como as fantasias que temos o desencadeiam ou omitem. Já viu que esse homem agora só vai querer ir para a cama com vendedoras de peixe e fruta do mercado municipal mais próximo? ; ))))))))))

noiseformind disse...

Éme,
vou para ser totalmente franco, do que tenho mais saudades é de ouvir-te dizer na rádio "vamos ouvir a chamada deste(a) ouvinte" ;)))))))))))))))) essa coisa de leres o mail tem menos piada, é a minha opinião ; )))))))))))))

noiseformind disse...

É que muitas vezes na voz de quem fazia a pergunta estavam tantos esclarecimentos... ai o asséptico mail... ai ai ai...

Mia disse...

Bom dia!
Hoje é sexta-feira, e não há dia melhor para "começar a vida!"

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Claro que era mais fixe. Mais "rádio":(.

noiseformind disse...

Cheirava mais a terapia de grupo, terapia de grupo a nível nacional. "Olá, eu sou fulano e acho que sou ejaculador precoce, não muito que até consigo penetrar, o problema é que depois não me posso mexer" e logo por todo o país milhares de homens a repetirem aquelas palavras para si próprios, mais reflexivo, mais íntimo... digam o que disserem para mim a rádio continua a ser o local certo para se falar de sexualidade, na televisão há demasiada distracção (a começar pelas pernas da Gabriela)

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
A imagem é demasiado "monopolista". E não estou a falar das pernas da Gabriela!:)

Anónimo disse...

Bom dia maralhal.
Prontinha para a festarola.

noiseformind disse...

Yullie,
Primeiro diz a frase do dia ; )))))))))

Anónimo disse...

Bom dia BOM-doso

Tilangtang disse...

yulunga,
obrigada pelas gargalhadas que me provocas com a tua boa disposição.
É óptimo para começar um dia de trabalho...

Anónimo disse...

Não sabia que este poema é de Neruda.
Apostava que era do Pinóquio

Anónimo disse...

Lunema
Falaram em Murconettes.
Eu sou bem mandada

lobices disse...

...incrivelmente sublime!...

lobices disse...

(o poema, claro!...)

Anónimo disse...

Lobices
O que se escreve em poesia quase é sempre sublime, mas muitas vezes é um retrato ficticio da vida

Anónimo disse...

Noisie
Já disse a senha: Bom dia BOM-doso.
Para contra senha ficava-te bem dizer: És tão boa, és tão boa.
Depois brincavamos aos medicos e aos doentes e eu fazia de conta que não tinha passado

noiseformind disse...

Há um mistério que gostava de ver resolvido em relação ás pernas da Gabriela:
Pq é que ela só usa saia quando há convidados? INconstcientemente pensei no ritual da oferta das tribos da Papua Nova-Guiné aos estrangeiros. Mas é verdade. Vão ver os programas todos do Estes Dificeis Amores. Saia só quando há convidados ;))))

Quanto ao poema, sublime como não podia deixar de ser, implica um aviso: eles podem vir em todos os lados, MENOS NA BOCA. Não podem ser mencionados. Chegada ela ao tal local que é só dos dois eles devem permanecer em silêncio. De certa forma, falando de não-ciúme, o poema acaba por falar de ciúme, pq é como se "os homens" ficassem na mulher, sujando-a. Ai NEruda, visceral e humano, sempre, sempre, sempre...

noiseformind disse...

yullie,
Sabes que eu ando em stress, recebi uma prenda na caixa de email e não sei se deva ligar, afinal eu sou um rapaz tímido, essa coisa de fazer e gravar orgias é uma faceta que não mostra o meu verdadeiro eu, o meu sonho é tornar-me Quaker ; ))))))))))))

Bigmouth,
Nós aqui somos solidários pá ; ))))))))))))

Sempre

Do teu passado
não tenho ciúmes.

(o que tá feito tá feito, mas agora é que vais viver o teu verdadeiro amor, portanto o que tá para trás não tem valor comparado com esta exp transcendente que somos nós os dois)

Vem com um homem
às costas,
vem com cem homens nos cabelos,
vem com mil homens entre o peito e os pés,
(o passado suja, fica marcado na pele, e ele nunca irá esquecer-se disso)

vem como um rio
cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo!

(as água do rio fundem-se ao mar mas os corpos vão continuar a boiar, afinal o ppl de entre-os-rios foi parar À galiza)

Trá-los a todos
ao lugar onde te espero:

(eles vão tar sempre no pensamento dele, mesmo quando estiverem só os dois)

estaremos sempre sós,
estaremos sempre, tu e eu,
sozinhos sobre a terra
para começar a vida!

(o amor não é uma continuidade, é um novo começo, começar do zero, por aqui se percebe que o Autor está a falar de um amor romântico da parte dele, consciente mas humano)

Big mouth e restantes maralhentos, que tal me safei???????????

Anónimo disse...

Noisie
O problema é esse, elas vão ficando "sujas"; eles lavados e enxutos estão sempre prontos a usar.... e será assim por mais algum tempo.
Faz algum tempo o Lobices escreveu muito bem sobre isso: devassar e ser devassado.

Anónimo disse...

Caros murcons,
Fiz ontem a inscrição no jantar e para surpresa minha recebi esta mensagem:

Delivery to the following recipients has been delayed.

Estará o jantar assim tão concorrido? Será que saíu a notícia no 24 horas?

Anónimo disse...

Noisie
Acho que me safei eu. O meu resumo é mais pequenino. ;-)

noiseformind disse...

Yullie,
Cada coisa o seu tamanho... algumas maiores... outras mais pequenas... até gorilas já são aceites... loooooooooool

Não viste que as pessoas mal chegam aqui ficam logo, como a fly_away disse "com a alma reconfortada"? ; ))))))))))))
Somos o verdadeiro Xanax dos mais desfavorecidos. Aliás, cheira-me que o Éme ainda nos vai cobrar o jantar como sessão loooooooool looooooooooooool

Anónimo disse...

Bigmouth,
Como eu te entendo...
Mas acontece comigo que se eu ler uma poesia que já ouvi anteriomente, tudo fica mais fácil.

Anónimo disse...

Noise,
Não entendi aquela do bicho peludo!
Fantasias com pêlos!???

noiseformind disse...

rataplan, vai ao post anterior e procura a anedota do gorila ; ))))))))

Anónimo disse...

Yulunga,

Lavadinho é como novo.

Anónimo disse...

Uai! Dôtô Murcõ si mau lhe preguntje, tem coxinha nu jantá?

Anónimo disse...

Noise,
Eu li a anedota do gorila, aliás ela tem pelo menos o dobro da minha idade.

Raquel Vasconcelos disse...

yulunga said...
Lobices
O que se escreve em poesia quase é sempre sublime, mas muitas vezes é um retrato ficticio da vida


Tremendíssima e rematadíssima realidade... é a passagem pelo photoshop... limpa-se tudo o que não se deseja e reenquadra-se a gosto.
Mas também é verdade que é uma forma de expressão que ultrapassa "esta" vida e gosto de encará-la assim.



------
PS: ai... q vão matar-me, mas com tantos blogs de poesia e observando os posts que o prof aqui coloca... parece-me também uma forma de observar reacções...

Anónimo disse...

Que vergonha.....
quase sempre é sublime e não quase é sempre sublime. Desculpem

Anónimo disse...

Na tarde erramos

Na tarde erramos
Nós, tu e eu,
Mas três.
Tão sós que vamos
E não sou eu
Quem vês.

Discreto calo,
P'ra que o meu senso
Louves;
Em vão não falo,
Tanto o que eu penso
Ouves.

Melhor me fora
Que a outro assim
Levasses
E, longe embora,
Somente em mim
Pensasses.

Reinaldo Ferreira

P.S. voto em Neruda, bom dia para todos.

Anónimo disse...

jasus! com tanto homem em tanto lado ainda apanho o virus da heterossexualidade...

deixa cá ver se consigo fazer roupa-velha com os restos:

Do teu passado
não tenho ciúmes
(não fales, que o que não ouço não me afecta)

Vem com uma mulher às costas,
vem com cem mulheres nos cabelos,
vem com mil mulheres entre o peito e os pés,
e depois não te queixes, caramba...

vem de barco
pra não te afogares...
(aqui é melhor dar um salto temporal
senão nunca mais acabo)

Trá-las a todas
ao lugar onde vos espero
(não te esqueças de meter baixa por motivos de força maior)

(salto final)

ó senhor professor, espero que nem o senhor nem nenhum amante do senhor pablito me levem a mal, que eu também gosto da poesia dele; mas uma mulher não é de pedra...

Anónimo disse...

Professor, Adorei, adorei, adorei, nem tenho palavras para lhe agradecer este belo poema. Ainda há dias aconteceu-me algo que é a prova que o ciúme é sempre ciúme. O meu namorado está sempre a alugar DVD's e insisti com ele para ir ao cinema com mais amigas. Foi um martírio, acabou por me dizer para ir sozinha, e sempre com laivos de acusação de abandono. Mas bastou falar que ia um amigo meu sem companhia que ele veio logo!

Anónimo disse...

Meus amores,

Hoje é sexta-feira, dia de cabeleireiro, tenho que me pôr gira para aquele grande acontecimento social de logo ao fim da tarde: ir ao Pingo Doce (lol lol lol)

Até mais

Anónimo disse...

Quanto ao que o Noise disse:
"vem como um rio
cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo!

(as água do rio fundem-se ao mar mas os corpos vão continuar a boiar, afinal o ppl de entre-os-rios foi parar À galiza)"

IMPAGAVEL

noiseformind disse...

Ana,
Sua maluca, o que tu queres sei eu (queres surfar até À Galiza)

bigmouth,
O poema fala de como o passado, por mais romântico que seja um homem, não pode ser esquecido, que os homens ainda não lidam bem com os passados das mulheres, e por isso muitas os silenciam. O poeta não diz "fala-me desses 1100 gajos", o poeta diz que eles podem vir, e ele até pode saber deles, mas têm de ficar calados no presente pq sem isso ele não conseguirá disfrutar do amor da mulher amada, assim ele irá ficar turvado pela insegurança. O poema é significante pelo que ele não diz, pelo que ele tenta esconder, o medo desses amores que estão inscritos nela ; )
Tá mais claro assim? (críticas estejam À vontade ;)))))) )

Anónimo disse...

Bigmouth, Quando vamos pelo literal até o Rato Mickey é anormal... tenho dito;)

Jotakapa, haverá alguma coisa que custe mais do que ver um ex- feliz com outra pessoa depois ter acabado connosco e nós termos jurado para nós mesmas que ele jamais encontraria alguém como nós? Junto essa questão À sua para o Professor e restantes "membros de painel" lol

Anónimo disse...

Pablo Neruda - Neftalí Ricardo Reyes Basualto - nasceu em Parral, no Chile, em 12 de julho de 1904. O nome Pablo Neruda, que adoptara como escritor, tornou-se o seu nome oficial em 1946.

Sempre que o nome de Pablo Neruda me é induzido, recordo - com enorme tristeza - que choveu torrencialmente em Santiago e que o principal manda-chuva continua impune...

Anónimo disse...

A poesia gera silêncio, mesmo quando é lida em voz alta, talvez por ser mais musical do que a prosa. Embora nesta também haja um silêncio próprio. António Lobo Antunes disse que o procura hoje mais do que nunca na sua escrita e que raramente o consegue. Mas aqui o silêncio é a "capa" do consenso, de tentar escrever algo inatacável.

A poesia é diferente, é sinónimo de sossego, de descanso, tem o efeito de uma pausa ou intervalo, é assim que a entendo aqui no Murcon, quase sempre.

Não me passa pela cabeça sequer que pudéssemos "exigir" ao autor do Murcon prosa diária, com debates acérrimos e polémicos. Mas, também vos digo que já me sinto excessivamente "repousado" e já que estamos num registo de "discos pedidos" então que venha a prosa!, Professor Machado Vaz, de preferência sua!!!

Anónimo disse...

Bom dia a todos


Neruda....

É tão bom ler Neruda. Nunca cansa. Surpreende e faz sentir. Sobretudo sentir com a alma.

Li várias obras de Pablo Neruda e considero "Los versos del capitán" como uma das suas mais sublimes obras.
Com uma linguagem tão simples e estremecedora...sincera e apaixonada...
Sentimentos puros e intensos...




YO TE SOÑÉ UNA TARDE

Mujer, hecha de todas mis ficciones reunidas
has vibrado en mis nervios como una realeza
llorando en los senderos de la ilusión perdida
siempre he sentido el roce de tu ignota belleza.

Marchitando mis sueños y mis buenas quimeras
te he forjado a pedazos celestes y carnales
como un resurgimiento, como una primavera
en la selva de tantos estúpidos ideales.

He soñado tu carne divina y perfumada
en medio de un morboso torturar de mi ser,
y aunque eres imprecisa, sé como eres, amada,
ficción hecha realeza en carne de mujer.

Yo te miro en los ojos de todas las mujeres,
te miro pero nunca te he podido encontrar
y hay en el desencanto el encanto de que eres,
o que serás más bella que una mujer vulgar...

Te sentirán mis sueños eternamente mía
brotando de la bruma de todas mis tristezas
como germinadora de raras alegrías
que avivarán la llama de tu ignota belleza.


Pablo Neruda

Anónimo disse...

Do teu passado
não tenho ciúmes.
(mas terei ciúmes do teu presente)
Vem com um homem
às costas,
vem com cem homens nos cabelos,
vem com mil homens entre o peito e os pés,
vem como um rio
cheio de afogados
que encontra o mar furioso,
a espuma eterna, o tempo!
Trá-los a todos
ao lugar onde te espero:
estaremos sempre sós,
estaremos sempre, tu e eu,
sozinhos sobre a terra
para começar a vida!

mas, se no lugar onde te espero, onde desejo que estejamos sós, tu e eu, esses homens todos que permiti que troxesses, "ressuscitarem", jamais conseguiremos estar sós, porque em vez de um começo apenas restará a inexistência dele

Mário Santos disse...

Bigmouth:

Mais fáceis de resolver e menos ambíguos quando não é um "Transaction cannot enlist" :)))))) Desculpem malta o jargão informático, mas não resisti :)

Anónimo disse...

Coincidências?
Em terno sonho madei-lhe um sms presa ao olhar do nosso último adeus ... só poderia ser esse poema que ele silenciou (ele que também adora Pablo Neruda)

Anónimo disse...

Não consigo gostar de Neruda desde o dia que vi o carteiro. Faz-me lembrar o "diz mentiras pinóquio!". Entre ele e o carteiro prefiro o carteiro, mil vezes.

Manolo Heredia disse...

O ciume é um instinto animal, determinado pelo genoma.
Tem ciumes quem avalia dada situação como uma ameaça à sua sobrevivência. (por exemplo, todos os mamíferos estão dotados desta arma pela sobrevivência)

E, já agora, lembrem-se: Só os tolos é que não julgam pelas aparências.

Anónimo disse...

Já que estais numa de versos, aí bai umâ:

Pia Pia o mocho
que pretencia a um coxo
zangou-se um dia o coxo
e meteu o mocho
na pia pia pia ...

Titá disse...

E digo mais: Sublime! :-)
Neruda é outro génio. Que felizes somos por poder partilhar...
(ainda que talvez, neste poema especifico, um pouco exagerado)

Titá disse...

De repente deu-me uma saudade dos "discos pedidos"
E a frase é......ehehhehe. Bons serões de infância

Raquel Vasconcelos disse...

Bolas... se oiço falar mais disso começo mesmo a recordar-me do inverno e do meu quartinho à média luz e dos briquedos e dos meus doze anos :''''(((

Anónimo disse...

The number!

Anónimo disse...

Bom fim-de-semana maralhal.

E não se esqueçam:

As inscrições para o jantar estão abertas.

Dinner registration's are open now.

Enregistrements pour le diner sont ouvert.

E se eu soubesse falar latim, parafraseando o meu amigo Bush...
... se eu soubesse falar latim podia comunicar melhor este jantar aos blogs da América Latina.

Boas blogadas

Anónimo disse...

E já que hoje estamos numa de discos pedidos...que bom ouvir o Gato Estevão aqui...

Into White
How can I tell you


E a frase é:
Porty?? Are you there ;))) ???
Like it????? :))))))))))))))))


Sweet dreams

Anónimo disse...

Just in case or need be:

Into White
Cat Stevens

I built my house from barley rice
Green pepper walls and water ice
Tables of paper wood, windows of light
And everything emptying into White.

A simple garden, with acres of sky
A Brown-haired dogmouse
If one dropped by
Yellow Delanie would sleep well at night
With everything emptying into White.

A sad Blue eyed drummer rehearses outside
A Black spider dancing on top of his eye
Red legged chicken stands ready to strike
And everything emptying into White.

I built my house from barley rice
Green pepper walls and water ice...
And everything emptying into White



How can I tell you
Cat Stevens

How can I tell you that I love you, I love you
but I can't think of right words to say
I long to tell you that I'm always thinking of you
I'm always thinking of you, but my words
just blow away, just blow away
It always ends up to one thing, honey
and I can't think of right words to say
Wherever I am girl, I'm always walking with you
I'm always walking with you, but I look and you're not there
Whoever I'm with, I'm always, always talking to you
I'm always talking to you, and I'm sad that
you can't hear, sad that you can't hear
It always ends up to one thing, honey,
when I look and you're not there
I need to know you, need to feel my arms around you
feel my arms around you, like a sea around a shore
and -- each night and day I pray, in hope
that I might find you, in hope that I might
find you, because heart's can do no more
It always ends up to one thing honey, still I kneel upon the floor
How can I tell you that I love you, I love you
but I can't think of right words to say
I long to tell you that I'm always thinking of you
I'm always thinking of you....
It always ends up to one thing honey
and I can't think of right words to say

Yhanks in advance
:))))))))))))))))))))))

Anónimo disse...

Sorry:


THANKS

PortoCroft disse...

Dreamer, dreamer...

I'm here! ;)

I like it. I've chosen it.

Keep on dreaming. ;)))))

Anónimo disse...

noise e o macaco,
Eu sou vendedora de fruta na praça de Algés e só sou peluda aonde é necessário. Lá isso é, temho muita pinta!

Anónimo disse...

Tita,
Já não comheces as quadras de F. Pessoa! Que tristeza!

Anónimo disse...

Morena,
não fazes + que a tua obrigação. Mas não as feches de repente, ainda lhe partes os óculos!

Anónimo disse...

De ADÍLIA LOPES
in "Florbela Espanca Espanca", Lisboa,Black Sun Editores, 1999


Eu quero foder foder
achadamente
se esta revolução
não me deixa
foder até morrer
é porque
não é revolução
nenhuma
a revolução
não se faz
nas praças
nem nos palácios
(essa é a revolução
dos fariseus)
a revolução
faz-se na
casa de banho
da casa
da escola
do trabalho
a relação entre
as pessoas
deve ser uma troca
hoje é uma relação
de poder
(mesmo no foder)
(...)

Para os mais desatentos, (a poesia não se esgota nos "belos" e açucarados sentimentos; até há quem diga que não se faz com eles)
esclareço que este início de poema citado convoca o conhecido soneto de Florbela Espanca "Eu quero amar, amar perdidamente".

Anónimo disse...

Porty

Thank you once more...

When will I ever wake up??? ;))))

In the meantime, I'll keep on dreaming.........................

Sweet dreams

Anónimo disse...

Menina de letras,
adorei! adorei! adorei!
Se a Florbela visse isso dava saltos na tumba. "il on changé ma chançon!"

Anónimo disse...

The wind

I listen to the wind
to the wind of my soul
Where I'll end up well I think,
only God really knows
I've sat upon the setting sun
But never, never never never
I never wanted water once
No, never, never, never

I listen to my words but
they fall far below
I let my music take me where
my heart wants to go
I swam upon the devil's lake
But never, never never never
I'll never make the same mistake
No, never, never, never


Para quem gostar de Cat Stevens e de ir cantando ao Som Do Murcon

:))))))))))))))))))))))))))

PortoCroft disse...

dreamer,

You're very welcome. ;)

Meantime, keep on dreaming. ;)))

Anónimo disse...

IE7: Built for Feeds
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Anónimo disse...

Até que este spam caiu no sítio certo ehehehehe

Anónimo disse...

Fredy Taberna tinha um caderno com capas de cartolina onde anotava conscienciosamente as maravilhas do mundo, e elas eram mais de sete: eram infinitas e multiplicavam-se. Quis o acaso que tivéssemos nascido no mesmo dia do mesmo mês e do mesmo ano, só que separados por uns dois mil quilómetros de terra árida, porque Fredy nasceu no deserto de Atacama, quase na fronteira que separa o Chile do Peru, e essa casualidade foi um dos tantos motivos que cimentaram a nossa amizade.
Um dia, em Santiago, vi-o contar todas as árvores do parque florestal e anotar no seu caderno que o passeio central era ladeado por 320 plátanos mais altos que a catedral de Iquique, que quase todos eles tinham uns troncos tão grossos que era impossível abraçá-los, que junto do parque corria fresco o rio Mapocho e que dava alegria vê-lo passar debaixo das velhas pontes de ferro.
Quando me leu os seus apontamentos, disse-lhe que me parecia absurdo citar aquelas árvores, porque Santiago tinha muitos parques com plátanos tão altos como aqueles, ou mais, e que tratar tão poeticamente o rio Mapocho, uma magra corrente de águas cor de lama que arrasta lixos e animais mortos, me parecia desproporcionado.
– Tu não conheces o norte e por isso não percebes – respondeu Fredy e continuou a descrever os pequenos jardins que conduzem ao cerro de Santa Lúcia.
Depois de nos sobressaltarmos com o disparo de canhão que diariamente marcava o meio dia de Santiago, fomos beber umas cervejas na Praça de Armas, porque tínhamos a enorme sede que se tem sempre aos vinte anos.
Meses mais tarde, Fredy mostrou-me o Norte. O seu Norte. Árido, ressequido, mas cheio de memórias e sempre pronto para um milagre. Saímos de Iquique com as primeiras luzes de 30 de Março e ainda o sol (Inti) não se erguera sobre as montanhas do Levante, já o vetusto Land Rover de um amigo nos levava pela Panamericana, recta e comprida como uma agulha interminável.
Às dez da manhã o deserto de Atacama mostrava-se com toda a sua esplendorosa inclemência, e eu entendi de uma vez por todas por que é que a pele dos atacamenses se mostra prematuramente envelhecida, marcada pelos sulcos deixados pelo sol e pelos ventos impregnados de salitre.
Visitámos aldeias fantasmas com as suas casas perfeitamente conservadas, com os quartos em ordem, com as mesas e as cadeiras à espera dos comensais, os teatros operários e as sedes sindicais preparados para a próxima reivindicação, e as escolas com os seus quadros pretos para neles se escrever a história que explicasse a morte súbita das explorações salitreiras.
– Por aqui passou Buenaventura do Durruti. Dormiu naquela casa. Foi ali que falou da livre associação dos operários – indicava Fredy mostrando a sua própria história.
Ao entardecer parámos num cemitério com as suas campas enfeitadas com as suas ressequidas flores de papel e eu julguei que aquelas é que eram as famosas rosas de Atacama. Nas cruzes tinham gravado apelidos castelhanos, aymaras, polacos, italianos, russos, ingleses, chineses, sérvios, croatas, bascos, asturianos, judeus, unidos pela solidão da morte e pelo frio que se deixa cair sobre o deserto mal o sol mergulha no Pacífico.
Fredy anotava dados no seu caderno, ou verificava a exactidão de apontamentos anteriores.
Muito perto do cemitério estendemos os sacos-cama e pusemo-nos a fumar e à escuta do silêncio: o murmúrio telúrico de milhões de pedras que, aquecidas pelo sol, estalam infinitamente com a violenta mudança de temperatura. Lembro-me de que adormeci cansado de observar os milhares e milhares de estrelas que iluminam a noite do deserto e, ao amanhecer de 31 de Março, o meu amigo sacudiu-me para me acordar.
Os sacos-cama estavam empapados. Perguntei se tinha chovido e Fredy respondeu que sim, tinha chovido miúda e subtilmente, como em quase todos os dias 31 de Março em Atacama. Quando me pus de pé, vi que o deserto estava vermelho, intensamente vermelho, coberto de pequenas flores cor de sangue.
– Ali as tens. As rosas do deserto, as rosas de Atacama. As plantas continuam ali, debaixo da terra salgada. Viram-nas os atacamenses, os incas, os conquistadores espanhóis, os soldados da guerra do Pacífico, os operários do salitre. Continuam lá e florescem uma vez por ano. Ao meio-dia já estarão calcinadas pelo sol – disse Fredy anotando dados no seu caderno.
– Foi aquela a última vez que vi o meu amigo Fredy Taberna. A 16 de Setembro de 1973, três dias depois do golpe militar fascista, um pelotão de soldados levou-o para um descampado nas vizinhanças de Iquique. Mal se podia mexer, tinham-lhe partido várias costelas e um braço e quase não podia abrir os olhos porque a cara era um hematoma uniforme.
– Pela última vez, declara-se culpado? – perguntou um ajudante do general Arellano Stark, que contemplava a cena de perto.
– Declaro-me culpado de ser dirigente estudantil, de ser militante socialista, de ter lutado em defesa do governo constitucional – respondeu Fredy.
Os militares assassinaram-no e enterraram-lhe o corpo num qualquer lugar desconhecido do deserto. Anos mais tarde, num café de Quio, outro sobrevivente do horror, Ciro Valle, contou-me que Fredy recebeu as balas cantando a plenos pulmões a marselhesa socialista.
Passaram-se vinte e cinco anos. Talvez Neruda tenha razão quando diz: «Nós, os de então, já não somos os mesmos», mas, em nome do meu companheiro Fredy Taberna, continuo a tomar nota das maravilhas do mundo num caderno de capas de cartolina.

AS ROSAS DE ATACAMA,
2000, LUIS SEPÚLVEDA
Edições ASA

Anónimo disse...

Posso dizer a frase? "Não há som como o do Murcon"! e agora queria ouvir uma qualquer...

maria disse...

Hoje, também gostei da escolha.

Anónimo disse...

Oh pá! Muda o decor: põe a jarra noutra posição...
lol

RAM disse...

Para atravessar contigo o deserto do mundo
Para enfrentarmos juntos o terror da morte
Para ver a verdade para perder o medo
Ao lado dos teus passos caminhei

Por ti deixei meu reino meu segredo
Minha rápida noite meu silêncio
Minha pérola redonda e seu oriente
Meu espelho minha vida minha imagem
E abandonei os jardins do paraíso

Cá fora à luz sem véu do dia duro
Sem os espelhos vi que estava nua
E ao descampado se chamava tempo
Por isso com teus gestos me vestiste
E aprendi a viver em pleno vento


Sophia de Mello Breyner

RAM disse...

Terminado García Márquez, iniciado Ballester, deixo um exerto do primeiro, que julgo relevante para comentário ao post do Anfitrião:

"Olhou-me nos olhos, avaliou a minha reacção ao que acabara de me contar, e disse-me: Portanto, vai procurar agra mesmo essa pobre garota, mesmo que seja verdade o que te dizem os ciúmes, seja como for, que o que já viveu não te tira nada. Mas atenção, sem romantismos de avô. [...] A sério, terminou com a alma: não vai morrer sem provar a maravilha de foder com amor."


Gabriel García Márquez, in "Memória das minhas putas tristes"

Anónimo disse...

To Paula 11.48 pm


Cat Stevens mudou de nome - Yusuf Islam - mas as músicas continuam e continuarão a fazer parte de toda a minha vida. Não é por ele ter mudado de nome ou religião.
Li vários artigos na altura (1980). E nessa mesma altura eu própria estava a viver num país islâmico. Conheci de perto essa cultura, essa religião. Também fiquei surpreendida, mas não foi por isso que o deixei de ouvir ou de gostar dele.

Lembro-me de ter lido há tempos o seguinte artigo:

11/11/04 - ARTE E LAZER

Roma - O ex-líder soviético Mikhail Gorbachev prestou homenagem nesta quarta ao cantor Cat Stevens, com um prêmio de paz. Gorbachev fez elogios ao cantor pelo trabalho de caridade e por manter suas convicções mesmo diante de injustiças. Cat Stevens, que usa o nome Yusuf Islam desde sua conversão ao Islamismo, na década de 1970, recebeu o Prêmio Homem Pela Paz, em Roma, durante a abertura da Reunião dos Laureados pelo Prêmio Nobel da Paz.

O cantor foi manchete de jornais em setembro, quando, prestes a voar para Washington, descobriu estar na lista de passageiros suspeitos de ligação com terroristas - uma alegação que ele negou veementemente. O autor de Peace Train , que desistiu da carreira de músico depois da conversão religiosa, falou sobre a estranheza de ser barrado em um país e homenageado em outro. “Talvez faça parte da ironia que acontece algumas vezes, de se ter que passar por um teste para receber um prêmio”, ele disse a repórteres.

A fundação de Gorbachev e o prefeito de Roma, Walter Veltroni, que entregaram o prêmio a Stevens, agradeceram ao cantor pela promoção da paz e por “ter condenado o terrorismo”. O líder soviético fez alusão aos atuais problemas do músico. “A vida de Cat Stevens não foi fácil”, disse Gorbachev. “Todas as pessoas que têm uma postura crítica para tornar o mundo um lugar melhor ... têm uma vida difícil”.

O músico é fundador da Small Kindness, organização que arrecada dinheiro para crianças e famílias que sofrem com a pobreza e as guerras nos Bálcãs e no Oriente Médio. Ele também doa dinheiro às vítimas do Atentado de 11 de Setembro e à luta contra a Aids na África do Sul.


Pessoalmente não me interessa muito a "panca" que o fez mudar de nome e religião.
Segundo ele:
"People have times in their lives when they are forced to examine themselves."

Sweet dreams

Anónimo disse...

Microsoft demos RSS features in IE 7
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noiseformind disse...

Fogo... isto tá a ficar entediante pessoal... será que todos os posts agora têm de ultrapassar os 100 comentários?????
E tipo... 100.000 visitas? Já pensaram nas horas de trabalho que as empresas e o Estado português tão a perder com o ppl aqui?

Éme, continuas melífulo como sempre, a torpedear a nossa economia numa altura em que se quer as pessoas alerta e empenhadas (e tb penhoradas pelos diversos empréstimos) na retoma... subversivo, subversivo...

Bem,
muito se falou depois de mim no ciúme, peço desculpa por não ter participado, não tenho culpa de todos os dias centenas de miúdas no distrito do Porto fazerem 16 anos. Não sei pq, ando a ler um livro feito de contos sem sentido que servem para ensinar aos miúdos a importÂncia da ciência.
Tem lá um conto muito giro sobre uma civilização em que as pessoas se distinguem pelos nros que conhecem. O máximo é 18 e só duas ou 3 pessoas o sabem em todo o Reino. E parece ser esse o objectivo de toda essa civilização, arranjar uma forma de conseguir criar outro nro. Porém nessa procura excluem os que se acomodam ou não conseguem lidar com grandes somas (menos de 5). Essas pessoas revoltam-se e começam a assassinar todos os que sabem contar até 18, até 17, até 16, até 15, até 14, até 13, até 12, até 11 e por fim até 10. Os que sabem mais do que 5 formam então uma sociedade secreta para preservar a possibilidade de no futuro se voltar a conhecer esses nros fabulosamente complexos. Resumindo e concluindo: Saber na mão de alguns será sempre um perigo para todos, disseminar o saber é importante, disseminem saber, não tenham medo de falar de coisas que só vocês sabem no vosso grupo de amigos, espalhem saber sem presunção e sem malícia, disseminar hoje é prevenir a inveja amanhã... Roma demonstrou que a civilização não é um bem garantido, fantasmas animalescos se escondem por trás do nosso semblante hominídeo ; ))))))))))))) e tenho dito...

graziela disse...

vim só apagar a luz e dizer que achei o comentário da Loira o melhor comentário do dia.
graziela

Anónimo disse...

Good morning to all of you

I woke up wondering..what time is it? Where am I? In my thoughts and in my head I am no place. I am away, that much is so...

:)))

Anónimo disse...

Estou sempe atenta à "evolução" do Som do Murcon...;))

Mais música...que bom...
E fiquei a conhecer Silêncio da M. Guinot ;)

Seguimos numa de poemas e discos pedidos, Prof ? ;))

Ou está por surgir aí outro poema,
Se cansado...que volte a poesia :)))

Anónimo disse...

Paula 10.07 pm

Eu tive que "aceitar" esse modo de vida/sociedade...de outro modo seria presa ou expulsa do país, porque ou se cumprem e se respeitam as tradições e costumes desse país ou caso contrário...te llamabas ;))
Estou a falar da minha experiência de vida na Arábia Saudita...considerado, penso eu, o país mais "castrador" para as mulheres.
Mas adaptei-me facilmente. E encarei tudo como uma aventura...uma aventura única na minha vida.
Fui tratada tal qual as mulheres são lá tratadas. Sem qualquer tipo de regalias. Pelo contrário. As mulheres estrangeiras são uma "ameaça". Os sauditas fazem o possível por lhes tornar a vida ainda mais difícil.

Sou flexível em termos de aceitação de outros modos de pensar e viver e continuo a admirar o Cat Stevens. Ao fim de tantos anos ele gravou um videoclip, deu um concerto...qualquer dia está aí de novo...foi apenas uma fase da vida dele...todos nós temos as nossas fases.
Mas acho que não magoou nem ofendeu ninguém a sério, tanto quanto sei.

See you :)))))

Anónimo disse...

BOM DIA
Puxavida, como é que eu nunca tinha reparado neste bloco de notas digital? Estão todos de parabéns, espero que tudo continue assim animado, a galera parece bem transadinha. O Julio é um animal!!!!!!!! Malucão mesmo!!!!!!!! O qiéqi quer dizer Murcon, alguém me avisa disso aí? E obrigado pela música que têm aqui, especialmente Lena D'Agua, que já pouco se ouve, infelizmente.
Abração

P.S. Noiseformind, em relação ao que disse sobre traduções de poemas e música, em termos de doçura basta ver este gostinho da língua brasileira que torna tudo tão "meloso e melodioso", como dizia a saudosa Nara Leão



Hilário Fagundes

Anónimo disse...

o professor, ou não trabalha ao sábado, ou já partiu com a corte para o Norte!
E ficamos nós: A banda dos corações sós do Rei Júlio Vaz!
snif...snif...

Anónimo disse...

anónimo:
cito:
o professor, ou não trabalha ao sábado, ou já partiu com a corte para o Norte!
E ficamos nós: A banda dos corações sós do Rei Júlio Vaz!
snif...snif...


...do capitão JMV ;))))

Anónimo disse...

Paula 10.51

Convivi com muitas mulheres que viviam lá. Saudita mesmo, só uma, mas fiz amizade com várias libanesas, paquistanesas, enfim, várias mulheres muçulmanas. Ouvi muitas histórias, muitos desabafos...
Vvi 4 anos na Arábia Saudita, ainda foram uns valentes anos. E em 1983...nessa altura não havia Internet, não havia nada.
Dificilmente as outras estrangeiras que conheci desde alemãs, inglesas, francesas "aceitavam" aquele modo de vida. Portuguesa era a única...tinha que me virar, né;)
Sei que hoje em dia a situação das mulheres lá mudou muito...gostaria de lá voltar...mas acho que por enquanto ainda não há vistos de turismo. Gostaria de ver com os meus próprios olhos qual a situação que elas vivem actualmente. Foi uma época que me marcou muito.
Tenho lido alguns artigos sobre esse tema e sei que já podem trabalhar (nos anos oitenta, não), estudar, expressar as suas opiniões através da Internet e que estão continuamente a lutar pelos seus direitos.
Está a ser uma "revolução" lenta, mas seguramente conseguida.
Além de sonhadora, sempre fui optimista ;))))

Anónimo disse...

OK, aceito... foi uma provocaçãozinha.. que até deu resultado! alguém respondeu!

Dreamer,
fale-me dos poderes informais das mulheres na Arábia, s.f.f.

Anónimo disse...

Anónimo 11.13

Copiei para qui um artigo que li recentemente:

Women are not treated as equal members of Saudi Arabian society. Women legally may not drive cars, and their use of public facilities is restricted when men are present. By law and custom, women cannot travel within or outside of the country without a male relative. Saudi laws discriminate against women in a range of matters including family law, and a woman's testimony is treated as inferior to a man's in court. The Committee to Prevent Vice and Promote Virtue, a semiautonomous religious police force commonly known as the mutawa'een, enforce a strict policy of segregation between men and women and oftentimes use physical punishment to ensure that women meet conservative standards of dress in public.

As coisas passavam-se assim de facto, mas verifiquei que as mulheres "sabiam" que tinha de ser assim; umas estão decididas a mudar, outras acomodaram-se. Estou convencida que a nova geração vai conseguir mudar tudo.

Os mutawas são uma espécie de polícia religiosa e que andavam nas ruas sempre com um tipo de chibata na mão a controlar se as mulheres estavam todas cobertas. Eu por vezes coberta com aqueles véus pretos deixava um pouco da perna à mostra e lá vinham eles a correr ... mas não me apanhavam ;))
Como sempre tive uma vida muito activa em termos de estudos e profissão, a certa altura ofereceram-me um lugar numa empresa. Claro que clandestinamente. E lá ia eu todas as manhãs no School Bus a "fingir" que ía cuidar de crianças.
Foi uma aventura sim, hoje em dia não sei se me atreveria a tanto...um risco que me poderia ter custado, talvez, a vida.
Quem sabe um dia ainda publico as minhas memórias :)))))

noiseformind disse...

Hilário Fagundes,

Murcon quer dizer uma pessoa que não percebe o que lhe dizem, uma pessoa pouco esperta, a quem tem de se explicar tudo...

E realmente, o que é que não fica bem em brasileiro? Até a vossa música pimba nos soa a qq coisa mais ; ))))))))))))

Helena disse...

obrigada, hilário :)

podes ouvir mais no meu blogue:




Águas

Anónimo disse...

laura 1:11 PM

No "Degraus de Laura" (uma gataria pegada...) ou no "Lena d'Água" ?

Anónimo disse...

Podemos voltar às pernas da Gabriela Moita? Também podiam fazer uma poema sobre isso....