terça-feira, dezembro 06, 2005

O optimismo da "família mantida".

Admito que sou suspeito. Admito que eu e minha ex-mulher tivemos sorte, os nossos rapazes não nos deram um desgosto, apenas motivos de orgulho. Mas sou psi há 30 anos e tenho visto como é ilusório decidir que a não separação dos pais resulta, por definição, num benefício para os filhos. A família é um espaço emocional, não um somatório de presenças físicas. Os campos de batalha, os silêncios sepulcrais, a aflição de miúdos que se vêem obrigados a tomar partido ou a refugiar-se em quartos ou cafés, nada disso é compatível com um crescimento saudável dos jovens. E devo acrescentar que já ouvi bastantes dizerem a pais, que juram ter ficado juntos por sua causa: "não o pedi e preferia paz em duas casas". Acresce que muitos pais o dizem de boa-fé, mas sem ser verdade - ficaram por medo, remorso, comodismo, ainda esperança... E que seja verdade!, nenhum adolescente pode ser "responsabilizado" pelo arrastar da tristeza parental. Não tenho dúvidas que o divórcio é, muitas vezes, a decisão mais benéfica para todos os envolvidos, desde que o retomar da navegação por parte dos pais não implique o seu afastamento emocional das crias.

112 comentários:

Mário Santos disse...

Sendo um crítico da facilidade com que nos divorciamos (e se calhar um crítico maior ainda da facilidade com que nos casamos), concordo inteiramente com o post do nosso anfitrião.

(A música continua fabulosa :))

Anónimo disse...

«A família é um espaço emocional, não um somatório de presenças físicas».
Eu julgo que nos casamentos que falham a questão das causas deve ser colocada na pergunta introspectiva, porque se casaram!
Vejo hoje muitos casamentos que se predestinam a um divórcio célere.
Eu sei que os tempos e os ritmos hoje impelem muito as pessoas para as rupturas. Mas o que as leva a casarem, a julgarem assumir um compromisso?
Não sei repostas. Já vi muitos amigos mal, conforme disse no post anterior, e constatei filhos que destrambelharam a vida quando os pais se divorciaram. Mas não sei de respostas.

andorinha disse...

Boa noite.

Tal como o Mário, estou completamente de acordo com o teor do post.
Saliento a frase - "A família é um espaço emocional, não um somatório de presenças fisícas".
Às vezes as pessoas esquecem-se disso.
Sublinho também o último período do texto; também penso que o divórcio é, muitas vezes, a decisão mais benéfica para todos os envolvidos, muitas vezes assumir a ruptura é a única solução. Enfrentar a realidade de que a relação se esgotou, assumir isso o mais pacificamente possível e seguir em frente, mesmo que haja filhos.
Nada pior para estes, penso eu,(sem experiência de divórcios):) do que assistirem a zangas e discussões por parte dos pais. Os filhos precisam só de saber que os pais se divorciaram um do outro, mas não deles.

Anónimo disse...

Olhos nos olhos
(Chico Buarque de Hollanda)

Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos no olhos, quero ver o que você faz
Ao sentir que sem você passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mais nem porquê
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
'Ce sabe a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

Anónimo disse...

Para viver um grande amor

Para viver um grande amor, preciso é muita concentração e muito siso, muita seriedade e pouco riso - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, mister é ser um homem de uma só mulher; pois ser de muitas, poxa! é de colher... - não tem nenhum valor.
Para viver um grande amor, primeiro é preciso sagrar-se cavalheiro e ser de sua dama por inteiro - seja lá como for. Há que fazer do corpo uma morada onde clausure-se a mulher amada e postar-se de fora com uma espada - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor, vos digo, é preciso atenção como o "velho amigo", que porque é só vos quer sempre consigo para iludir o grande amor. É preciso muitíssimo cuidado com quem quer que não esteja apaixonado, pois quem não está, está sempre preparado pra chatear o grande amor.
Para viver um grande amor, na realidade, há que compenetrar-se da verdade de que não existe amor sem fieldade - para viver um grande amor. Pois quem trai seu amor por vanidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que traz um só amor.
Para viver um grande amor, il faut além de fiel, ser bem conhecedor de arte culinária e de judô - para viver um grande amor.
Para viver um grande amor perfeito, não basta ser apenas bom sujeito; é preciso também ter muito peito - peito de remador. É preciso olhar sempre a bem-amada como a sua primeira namorada e sua viúva também, amortalhada no seu finado amor.
É muito necessário ter em vista um crédito de rosas no florista - muito mais, muito mais que na modista! - para aprazer ao grande amor. Pois do que o grande amor quer saber mesmo, é de amor, é de amor, de amor a esmo; depois, um tutuzinho com torresmo conta ponto a favor...
Conta ponto saber fazer coisinhas: ovos mexidos, camarões, sopinhas, molhos, strogonoffs - comidinhas para depois do amor. E o que há de melhor que ir pra cozinha e preparar com amor uma galinha com uma rica, e gostosa, farofinha, para o seu grande amor?
Para viver um grande amor é muito, muito importante viver sempre junto e até ser, se possível, um só defunto - pra não morrer de dor. É preciso um cuidado permanente não só com o corpo mas também com a mente, pois qualquer "baixo" seu, a amada sente - e esfria um pouco o amor. Há que ser bem cortês sem cortesia; doce e conciliador sem covardia; saber ganhar dinheiro com poesia - para viver um grande amor.
É preciso saber tomar uísque (com o mau bebedor nunca se arrisque!) e ser impermeável ao diz-que-diz-que - que não quer nada com o amor.
Mas tudo isso não adianta nada, se nesta selva escura e desvairada não se souber achar a bem-amada - para viver um grande amor.








in Para viver um grande amor (crônicas e poemas)
in Poesia completa e prosa: "Para viver um grande amor"


Vinicius de Moraes

Anónimo disse...

Boa noite:

"A família é um espaço emocional, não um somatório de presenças fisícas".

Concordo plenamente, professor, mas se me permite acrescentaria mais, a definir o tipo de emoções que importa preservar em família... Não creio que um casamento tenha de ser um mar de rosas - é certo que todas as relações entre pessoas (e não só) têm os seus altos e baixos - mas convém privilegiar as emoções construtivas em detrimento das outras.
Sem querer falar demais (porque é um assunto pessoal não exclusivamente meu), reconheço que o meu caso foi também atípico, tendo em conta o que, normalmente, se observa por aí.
O meu divórcio surgiu por uma necessidade de sobrevivência emocional (e talvez física), tendo sido o resultado de uma decisão puramente racional, não só para preservar o meu equilíbrio psíquico, mas para - e isso foi na altura o motivo principal - conseguir cuidar do meu filho e dar-lhe o ambiente de que ele precisava para crescer de forma saudável.
Se estivesse à espera de deixar de amar, não o teria feito... Por isso, como vê, foi exactamente o contrário da situação que descreve no seu post, em que o casal se mantém junto para proteger os filhos. Eu separei-me (a decisão foi minha)exactamente pelo mesmo motivo. Mesmo assim, passada a crise (que durou alguns anos) temos agora um divórcio pacífico(não, não houve mais sexo entre nós, nem para matar saudades.... Não foi fácil, mas continuo a acreditar que, se tivéssemos permanecido casados, teria sido bem pior...

Lena b

Anónimo disse...

prof.murcon:
Eu sou o produto de uma situação em que o divorcio era a melhor solução...Os meus pais não se separaram para manter as aparências...Mas era uma guerra das rosas...Ainda hoje continuam assim e têm 80 anos...
Eu e o meu irmão teriamos sido mas felizes se houvesse divórcio..

amok_she disse...

...eu ñ entendo tanto drama à volta do divórcio...se fizessem como eu ando a pregar há mais de vinte - casamento apartamento...dos noivos!:-> - metade desses dramas nem emergiam...e a outra metade desatava td à facada, tiros e mais tragedias, o q resultava no mesmo: acabado o bicho, acaba-se a peçonha...:->

Su disse...

falando por mim, sendo filha de pais separados, foi super benefico o divorcio....pois estavamos vivendo uma guerra bem pior que a do Iraque:))) mas as conseqencias existem, são os traumas pós guerra:))))
e todos nós adultos compreendemos que é melhor viver separado sem guerras do que vivendo amarrado a elas... mas há mta coisa pelo meio, comodismo, sociedade, euros, enfim o verdadeiro contrato comercial:))))
apesar de sabermos tdo isso, as pessoas continuam escolhendo o caminho mais facil....assim sendo não se manifestem,não digam que vivem mal, assumam q é assim que querem pq é mais facil viver e ponto final..tanta treta/tanga nas vidinhas que levam.....
viver é optar e toda a opção implica riscos.....tb o sabemos....
como sempre e não é bajulá-lo, tem razão ....opssssss e já nem repito mais esta frase
jocas maradas

Anónimo disse...

Os filhos são também por vezes a desculpa para a grande reviravolta que será um divórcio!
As vezes ponho-me a pensar se não passará de facto de uma desculpa... Sim porque todos nós somos filhos e hoje crescidos... Como é que compensamos nós os nossos pais pelo que abdicaram? Não seria para nós óbvio o comodismo deles se alegassem o voto aos filhos para desculpar experiências que teriamos preferido não viver? Uma boa noite para todos
(Hoje não me apetece jogar "xadrez" ;]] nem atirar "chocolates" para o "aquário", bolas: os peixes têm comportamentos muito estranhos em cardume...)

Anónimo disse...

Não há coincidências (eu acredito).
Mas não é que LOGO HOJE o tema da conversa havia de ser justamente o stress, com os comentários a resvalar depois até ao divórcio?! Logo hoje?!
Pero que las hay…las hay!

Y lo que hay..é que amanhã tenho a “conferência de pais” (regulação do poder paternal) no tribunal de família.
Um mero pormenor pelo meio do resto. Insignificante.
Para mim, deveria ser canja.
Deveria….
Mas não há adjectivos capazes de descrever o stress que tomou conta de mim, desde o dia em que esta data ficou “cativa” na minha agenda, há três meses atrás. Um stress galopante. Tremendo, insidioso, pegajoso e… ridículo!
Sim, afinal usei adjectivos para descrever o que a antevisão daquela sala de audiências (onde treinei!) me provoca… Mas não são ainda capazes de dar a dimensão da força destruidora desta pressão. De traduzir a ferocidade deste “animal” predador.
- Como é que lido com isto?
Armando-me até aos dentes. Retribuindo a investida, indo a terreiro, e fazendo guerra. Mas uma “guerra fria”… Dura, sem exibições nem exercícios de músculo.
Uma guerra diária, sem descansos. Sabendo que na hora em que parar, o “veneno” tomará conta de mim de vez, e ficarei paralisada. Não, tenho de ser mais forte que o bicho.

Será que os médicos, quando “viram” doentes (de doença séria) também assim ficam? Estupidamente fragilizados, vulneráveis, pequenos como um bicho-de-conta, face à investida da fria máquina dos cuidados de saúde? Que estão fartos de conhecer , mas “do outro lado”? Que controlam de gingeira?!
Isto é um absurdo completo, mas é exactamente assim que me sinto!
Quando penso naquela sala, naquelas gralhas, nos donos da lei, e, claro, na vítima do século! Um “alien” algo pomposo que se esconde dentro do corpo de uma pessoa que conheci, mas que já não existe.

Vai apetecer-me tamborilar na mesa um velho código Morse.
Salvem-me, tirem-m daqui! Levem tudo o que querem mas help me! SOS!
O que seria um triste espectáculo, não era?

Ridículo!

Já estou a topar o filme à distância, o paleio insuportável, os clichés vazios de sentido que conheço decor, os sorrisos descontraídos e até cúmplices de um ou outro “colega” conhecido…E eu sei que se calhar
(sem ninguém perceber, porque não posso deitar a perder esta mais valia processual que é a minha “reputação” de irredutível nos termos do negócio do descasar)
se calhar então vou depor as armas!
Vou flutuar, subir até ao silêncio da minha torre interior, e pensar nos únicos seres que ali não vão estar, mas em torno de quem tudo gira: os meus dois filhos, as minhas crias. E lembrar-me de uma entente fortíssima qualquer, quase impossível de reconstituir, que no passado existiu, e os fez criaturas! Está na altura de lhe fazer o funeral!

Ridícula, não é? Eu sei!

(Prof: eu bem lhe pedi que me desse o desconto… Esta química deve estar do avesso e por isso as tentativas de racionalização dão o belo resultado que deram. Tudo ao contrário das intenções….So sorry!)

Anónimo disse...

Mas é mais que óbvio Amok! Também eu aposto a minha presença num jantar de murcons!!:->

Hasta:->
;)

Anónimo disse...

Boa noite outra vez:

(Paciência, isto ficou-me atravessado. Alguém há-de desculpar-me a inconfidência...)

Gostava de relatar a seguinte situação:
Um rapaz de 17 anos a passar pela tal crise de final de adolescência, com algumas tendências depressivas e sintomas psicossomáticos a condizer com um quadro de ansiedade, começa a fazer psicoterapia.
Pergunta da psiquiatra: - Consome drogas?
Resposta: - Agora não, já há alguns meses. Era só haxe, com os amigos, ao fim-de-semana, mas deixei.
Psiquiatra: - Hummm. E então, o que o traz aqui?
Resposta: - Tenho vertigens, insónias, falta de concentração... sinto-me mal, não sei...
Pergunta: - E os seus pais? Falou com eles sobre isso?
Resposta: - Sim, pedi à minha mãe que me marcasse esta consulta por causa disso...
Pergunta: - E ao seu pai?
Resposta: O meu pai também concorda.
Pergunta: - Vivem todos juntos?
Resposta: - Não. Estão divorciados...
Pergunta: - Hummm... Há quanto tempo?
Resposta: - Não sei... tinha 2 anos e meio quando se separaram...
Pergunta: - E como se dão agora?
Resposta: - Bem...
Pergunta: - Vê o seu pai com que frequência?
Resposta: - Todos os dias.
Pergunta: - Eles discutem?
Resposta: - Já não. Antes discutiam...

Mais algumas perguntas e marcação de novas consultas, para avaliação, etc,etc.

A psiquiatra vira-se para os pais, que assistiram a essa primeira consulta - sem discussões nem qualquer mostra de discordância em relação aos problemas enunciados:

- Gostava de vos ter cá, uma vez por mês, para uma terapia familiar...

Terapia familiar???

Se fosse para colher informações relativas ao passado, compreendia-se...
Mas terapia familiar? A propósito de quê? Só se for da tal ideia preconcebida de que o divórcio dos pais está na base de uma depressão do filho - que acontece 15 anos depois!!!!

Lena b

Anónimo disse...

com estes profissionais bem vindos ao portugal dos pequeninos.

Vera_Effigies disse...

Mahatma
Concordo com o post por inteiro.


Por experiência, relativamente a filhos, com os anos, verifiquei que de um pai ausente em casa, se pode dar um pai presente e amigo fora.
Não podemos acreditar que é falta de comunicação aos filhos a ideia de que não perdem nenhum. Ambos ou mesmo o que fica com a tutela alertam e explicam isso. Mas a revolta e a chantagem são aliadas ao medo da perda, queiramos ou não existem também os complexo de Édipo e Electra. Todos temos o instinto de posse demasiado entranhado, os filhos também têm.É este emaranhado de emoções e instintos que os faz serem muitas vezes até cruéis com qualquer um dos dois. O tempo é que vai ajudando a criar defesas e a fortelecer esses lados.
Quanto aos dois, mesmo quem tem vazio num casamento ou numa relação sente vazio maior na perda, ainda que o sentimento tenha evaporado. As defesas e o tempo ajudam a montar o puzzle do nosso interior…
MJ

Anónimo disse...

"os complexo de Édipo e Electra".
Loll
Tragam o cházinho, luso fusco já trouxe as bolachinhas de amendôa.

Anónimo disse...

"um pai ausente em casa, se pode dar um pai presente e amigo fora".
Principlamente para a mãe quando vai sair ás sextas-feiras.
Lolll
Ai, que este bolinho de amêndoa me fez azia.

Vera_Effigies disse...

Não sou psi nem pretendo dar essa ideia. Se prefere palavras do povo, meninas serem mais pegadas ao pai e meninos á mãe... De qualquer modo acho que transmiti a ideia :o)

Anónimo disse...

"É este emaranhado de emoções e instintos..."
Sim, esse emaranhado de correto ou incorrecto? Correcto ou Incorrecto?
Então, quando é que chega o cházinho?

Vera_Effigies disse...

Agora até dei gargalhada.
Queiramos ou não o anónimo é muito engraçado. lol

Anónimo disse...

Lindinha, nem queiras ser psi...
ainda vais parar a um hospital público num improvisado gabinete...
Bebe o cházinho, que a noite está fria...

Vera_Effigies disse...

o senhor queria saber mais, mas vai ter de ler a "Maria" :oo)

Anónimo disse...

Sou engraçado sim...
até sei fazer malabarismo com as emoções...

Anónimo disse...

Não, basta ler o Murcon para saber mais, ora essa.
Não seja arisca com essas emoções.
Quer que sopre o cházinho?

Vera_Effigies disse...

Quem não é?....
Enfim, nick bom para si "vacuo", porque essas emoções geram-se no vazio... :)

Vera_Effigies disse...

Anda a ler demais isso faz mal ás "bistinhas"
E agora, despeço-me "Com amizade" voltarei amanhã.
Uma boa noite e bom descanso

Anónimo disse...

"As defesas e o tempo ajudam a montar o puzzle do nosso interior…"
Bem, essa frase seria digna para um esotérico.
Agora se lhe perguntar que puzzle é esse?
Você não vai saber responder ;)
Afinal, nem a "Maria" tinha tantos eufemismos...
Eu prefiro cházinho de Camomila.

Anónimo disse...

porque essas emoções geram-se no vazio... :)

Ora, mas não será no vazio que nós encontramos a fonte que inspira a criação?

Anónimo disse...

No vazio está tudo cheio de nada.
Se bem que nada às vezes, o nada, não fazer nada, é excelente!
Os divórcios são processos racionalizáveis, cujo primeiro passo decisivo, foi, o casamento, um contrato, em tempos idos (poucos) instituído para regular patrimónios. Às vezes caduca. E pronto. Não tem obrigatoriedade de renovação como o BI.
Não acredito nessa (na) história do amor, embora saiba que muitos julgam tê-lo alcançado.
Por isso acredito que o contrato/casamento, pode ser fácil de acabar. Como uma rescisão. Os filhos, se educados para, querem tanto o bem dos pais, como os pais querem os dos filhos.
E às vezes nascem relações maravilhosas, após a rescisão.
Juro que se tivesse que me casar, casava outra vez com a mesma pessoa )))).
Mas há pessoas, como "estes" nós dois, que felizmente, souberam fazer um filho, mas sabem que só sabem viver sózinhos. E, assim, os nossos encontros pós términus, são deliciosamente pacíficos, (sem sexo, que isso já deu frutos;)... e a existência prossegue feliz.
Se um dia já não pudermos contar um com o outro, lá para a velhice, vamos para um lar, pois então, que é o futuro quase certo das "melhores famílias" (estruturadas).
Estou em crer que a minha geração produziu muitos mais seres felizes como nós! (sem dramas)

noiseformind disse...

Chiça Boss,
43 comments em 4 horas? Nem no antigo e já defunto PIPI. E claro, tirando ali o Mário Santos e o sical (sempre a repetir essa do amor pá ; ) )nenhum homem à vista. Não vou chatear-te aqui com o resultado a que acho condenados a maior parte dos casais que nos passam pelo gabinete. Nem dizer que acho que as pessoas se casam pelas razões erradas (aí o Mário meteu o dedo bem fundo na ferida). Nem sequer manchar esta caixa de comentários com a minha opinância sobre a promiscuidade que eu vejo entre as mulheres, o casamento e as expectativas que elas colocam numa boda, num anel e num papel passado. E tb não vou dizer o que acho de as pessoas acharem que têm o direito a prender a outra pessoa só pq elas não abandonam o barco. E nem me meto a contar as peripécias a que a maior parte das pessoas se sujeitam para levar a outra parte a ter uma falha de que possa ser acusada para que elas possam finalmente desencadear o processo de divórcio. E nem pensar em meter filhos ao barulho. Tiveram-nos, agora aturem-nos. Nem vou estragar tanta esperança salientada em relação segundas uniões. Em média acabam ao fim de 5 anos, menos de metade que as terceiras, normalmente não registadas para evitar problemas patrimoniais. Não Julinho, só para dizer "Boa noite" mesmo pá ; ))))

LR disse...

Ó Noise, cá entre nós que ninguém nos ouve, o que você VÊ é realmente ISSO?

"a promiscuidade entre as mulheres, o casamento e as expectativas que elas colocam numa boda, num anel e num papel passado"?

Realmente a paisagem é feia...

E já agora sem ofensa mesmo:

-Será que você tem um campo de investigação limitado? Teve o azar de encontrar uma amostragem assim tão repetitiva?

- Ou será que a sua ´própria representação sobre "a coisa" é mesmo essa, e portanto é isso que identifica nas amostras?

No primeiro caso, e sem trair a minha solidariedade com o género a que pertenço, acho que tem conhecido mulheres de fraca cepa, pouca cabeça e muita desinformação. Não terá feito uma viagem ao século passado? Isso não é 1 bocadinho jurássico? "Boda, anel e papel passado"?! Parece 1 telenovela da 4..
Olhe que não, olhe que não, já dizia o Cunhal...As mulheres são mais inteligentes do que isso...E os homens (dessas mulheres que conhece), irão atrás de quê? Deixe cá ver se adivinho: comida na mesa, camisa passada, exclusivo na posse e passividade eterna, enquanto não baterem com a porta e as mandarem (mandar é 1 prerrogativa dos homens!)de vez às malvas? E às vezes nem mesmo nem nessa altura?!

Não andará a trabalhar com poucas mulheres e muitas "esposas"?...

Ou acredita MESMO nessa aguarela da vida que nos mostrou?

O facto de serem "elas" a encher a caixa de comentários leva-o a (só) concluir essa treta do abuso nas expectativas? Sempre elas?!
É mesmo isso que conclui?

Então e "eles", coitados, são cidadãos de 2ª? Foram amordaçados? Coagidos? São agentes passivos nesse equívoco todo?!

Ó Noise, ofensas aparte, MESMO

(eu até gosto do seu tom desexovalhado e não ando aqui para bater, e muito menos para bater à toa! Respeito sinceramente quem não pensa como eu e o máximo que posso fazer é aplicar o direito à indiferença do boss a esta outra matéria. Mas talvez precisamente porque você não consegue provocar a minha indiferença )

Ó Noise! Que mundo de referências o seu!
Bolas, que chatice para si!
Lamento muito.

Anónimo disse...

Noise
Nunca mais vou usar aqui a palavra amor. Já percebi que causa, aqui, anticorpos.
Mas mantenho o que disse no inicio.
Porque é que as pessoas se casam? Porquê? O que as leva a uma situação de ruptura previsível?
Outra coisa que me fascina é amigos meus me relatarem que nos namoros das filhas, estas se sujeitam, a partir dos 15-16 anos, às ordens de não levas saias, não vais, não deixo, etc, etc. E ela amoucham. Fascina-me. Há dias ouvi, num jovem casal, ele lhe dizer que ela não ia a nenhum jantar sem ele. Fascina-me o retrocesso.
Se calhar acham-me serôdio. Mas não sou complacente com situações destas. E que raio de relações se geram destes comportamentos?
Tenham um bom dia.

sofialisboa disse...

ter passado por um divorcio, acarretando tudo o que está implicado, deixa marcas profundas em nós. as "fugas" dos filhos na pior altura, a das discussões acarreta culpas e dores que transporto comigo, mas hoje já tenho a certeza que passamos todos para melhor, para elas filhas também, mas sempre deixando marcas. sofialisboa

Anónimo disse...

Alguns não entendem como a vida funciona. Procuram desesperadamente uma explicação para tudo e esquecem de se entender a si mesmos.
(Gustavo de Assis)
Tlago

noiseformind disse...

Não sabes Angie? Na net as mulheres são todas heróicas (e os homens todos "gloriosos"), são todas triunfantes, todos os casamentos são fantásticos, e se acabaram foram todos resolvidos da melhor maneira ; ) a Net de Portugal (e por arrasto a blogosfera) é tal e qual Portugal a nível público: uma esfera perfeita ; ) ou então a blogosfera é o refúgio das luminares, isso nunca saberei ; ) engraçado como depois a primeira pergunta como me fazer essas mulheres interessantes via email normalmente é "podes receitar?" e lá falam do calvário que é o mundo moderno para a mulher moderna sem um Edronax ou uma Mirtazapina, e eu ouço-as. Mas pronto, azar na amostra profissional, azar na amostra cibernética, talvez isso queira dizer sorte ao amor? ; )))))))))

Aliás... e estes senhores, com 13.000 entrevistas, tiveram o mesmo azar. Caso para dizer: os psis e socis estão amaldiçoados na Tuga, temos a peste ; )))))))))))

Anónimo disse...

…“Pé na tchon!”,triste Pardal Pétreo Eusébio KAPPA PAM Camomila Barbie ..."pirolito qui bate qui bate"

Anónimo disse...

... do calvário que é o mundo moderno para a mulher moderna sem um Edronax ou uma Mirtazapina, e eu ouço-as...

Anónimo disse...

Foi você que pediu uma ganza?
Minino vá ler a guia de história da arte de Maurizio Fagiolo.

Anónimo disse...

Ai, Ai,
La Nuova Italia à storia...
cadê o sical?

Anónimo disse...

Sical de latex é fatal!
Arruina o sexo com escravidão:
Bate com o chicote no pardal
E nunca lhe peças perdão.

Os alunos de arte estão a ler Artaud.

Anónimo disse...

Artaud??
kakakakakaka
Cada época tem olhos diferentes, neste blog a maioria é cega.
Falando em cegueira, eu amo loucamente o Júlio Pomar.

Anónimo disse...

Epah, vcs pensam que estão num chat?
Ociosos, vão mas é "marrar", olha que o pimenta vos lixa os prazeres urbanos.

Anónimo disse...

kakakakaka,
mas afinal quem é o murcon?!

Anónimo disse...

Eu não sei quem é o murcon, entrei neste blog numa noite em que estava pastilhado e fizeram-me de anti-murcon.
Mas olha, aqui fala-se em divórcios e essas cenas maradas que os cotas gostam de poetizar e a minha mãe como desapareceu de casa o ano passado pode ser que apareça por aqui a pedir conselhos.

Anónimo disse...

kakakakakaka
epah, estamos num ciber-café o IP é igual para todos?

Anónimo disse...

Claro que é igual para todos!
Como se fosse uma orgia de netfriends numa só cama.

Anónimo disse...

Tás ai oh caravaggio adultérico da virgem?

Anónimo disse...

Sim, chega aqui, não consigo ligar a webcam

Anónimo disse...

«A família é um espaço emocional, não um somatório de presenças físicas»

O pior é que há cada vez mais mulheres que não entendem essa "máxima" ! Essa e outras...

Anónimo disse...

Subscrevo integralmente a tese de que mais vale viver com os pais separados, se essa separação for necessária para o crescimento saudável dos filhos.Crescimento saudável esse, que só é possível, se os pais não se desligarem emocionalmente dos filhos, e se não fizerem da separação um campo de batalha. Contudo, diz-me a minha experiência de advogado,nomeadamente, quando há filhos menores, que o comportamento em regra dos pais, está nos antípodas,do comportamento acima mencionado, e que sim , seria o desejável. Pois, infelizmente, o que acontece na vida desses ex-casais, é que os filhos são usados como arma entre os pais.

Quanto ao casamento, penso na minha modesta opinião, que cada casal é um caso, e embora se possa nos dias de hoje colocar muitos defeitos ao mesmo,temos que reconhecer, que também tem virtudes, e que apesar de..., continua a ser forma mais procurada pelos jovens e menos jovens(falo da idade cronológica, dado que a idade psicológica é coisa distinta, ou lá se é)para partilha da vida com outra pessoa, mesmo para aqueles que grosso modo figuram o casamento como um criminoso de lesa majestade.

Um bom dia a todos os murtcons, prof. JMV incluído.

Lobo das Estepes

Anónimo disse...

Pardal essa revolta contra os psi é por seres filho de um psi?
;)

Moon disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Anónimo disse...

os portugueses têm lá dinheiro (vagar) para separações... entre um problema familiar e muitos desconhecidos, se calhar escolhem o primeiro.
também é preciso que os filhos tenham a noção de que os pais não são obrigados a pensar e contribuir permanentemente para a sua felicidade - nas merecidas pausas, as crias têm de fazer os trabalhos de casa e procurar também a sua forma de felicidade.
quanto ao mais, eu sou pela esperança, definitivamente. a maior parte das vezes, mudar de parceiros é apenas repetir entediantemente os mesmos erros e bons feitos. por que não investir mais na primeira cabeçada?
é comodo, mas pode ser muitíssimo compensador também.

Unknown disse...

Bom dia, bom dia maralhal.
Como estou de férias :-) e em férias não faço abssolutamente NADA aproveito o que disse o Harryhaller (12,45).
Saliento o facto de os filhos serem muitas vezes a arma de arremesso entre os parceiros.
Harryhaller diz-me tu da tua experiência (eu pelo menos tenho a sensação disso) é nos casais com melhor posição social e indice mais elevado de cultura que essa atitude de usar os filhos se faz notar mais, não é?
Acho que o dinheiro pesa muito mais que os sentimentos, a começar pelo das crianças.
E quase sempre nesta situação as mulheres deixam muiiiito a desejar :(

LR disse...

Noise:

"Na net as mulheres são todas heróicas (e os homens todos "gloriosos"), são todas triunfantes, todos os casamentos são fantásticos, e se acabaram foram todos resolvidos da melhor maneira".

Pois eu estou nos antípodas, podes crer!

Eu bem sei que isto da net é meio esquizóide, pode tentar os "marinheiros" a aparecerem com 1 imagem que não é real, completa ou parcialmente construída.
Para mim isto continua a ser uma evidência, mas também continuo sem lhe perceber a lógica:
- Então se somos "invisíveis", porque não aproveitar para ser absolutamente sinceros?
-Que melhor oportunidade - livres de laços e outras coisas que sem querer carregamos na nossa identidade social (aí sim, por defesa)-, que melhor altura para sermos completamente livres, transparentes, iguais a nós próprios? Despojadamente nós?

No que me toca, é esse mesmo o único estímulo, o único (e não pequeno) interesse da blogosfera: não ha mais sítio nenhum em que possamos ser inteiros, sem que ninguém cobre nada por isso. Nem os “voyeurs” conseguem estragar isso!

- Não sou heróica, não sou triunfante, nunca tive 1 casamento "fantástico"
(tive, sim, uma relação intensíssima, genuína e consensualíssima durante 15 anos, com boas e más coisas, como é próprio da vida. Os defeitos que houve - e claro que os houve -, ficaram muito aquém das qualidades que os dois nos proporcionámos mutuamente. Depois, os 5 anos seguintes foram a morte lenta desse saldo positivo entre virtudes e defeitos; a morte lenta da esperança de voltar ao que éramos. Com muita falta de hombridade de 1 das partes para enfrentar a questão de frente e dizer: foi bom, acabou, mas nada pode apagar o que fomos e podemos ir cada um para seu lado sem beliscar 1 cm a verdade do que está para trás (como na canção do Stones, a do meu nick....)
Difícil e injusto foi conviver com a chicana baixita, a teatralização, a desonestidade e a mentirita sitemática, quase infantil. Acabar é humano; mas devíamos acabar sem trair o nível com que começámos e fizémos tudo a dois. A lealdade é das únicas coisas que podemos preservar quando tudo acaba, sem nos vendermos, sem nos limitarmos 1 mm. Pode continuar-se de olhos nos olhos para dizer adeus. Essa capacidade (essa energia positiva) tornaria tudo o resto supérfluo. Quase que nos levaria a conseguir partilhar com o outro a partida! E até chegaríamos ao ponto de sermos nós a fazer “as malas” um ao outro, e não cada um a sua: percebes a ideia?!!!)

Continuando o teu retrato-robot: e quando o casamento acabou (ou melhor, acaba, nesta altura, 20 anos depois) nada está a ser “resolvido da melhor maneira”.

Estou portanto nos antípodas do cromo.

AGORA... se me perguntas se me ARMO em “heróína e triunfante”, embora não sendo, armo. Armo sim senhora! Não és tu que dizes que viver é combater?
Armo pois! Menos aqui na net, porque ninguém vê. Menos com alguns amigos que me topam à distância e até me incitam a esse “combate”!!!

Estarei errada?

(A música é que foi a preceito: não era o requiem do Mozart; não! Como convém a 1 cota, era o "meu" Léozito, o Ferré: "Avec le temps, avec le temps va, tout s'en va, l'on oublie le visage et l'on oublie sa voix..."
Na mouche!
Há coisas óptimas para lamber as feridas: a música é uma delas! Devolve o swing à nossa vida, repõe os ritmos no sítio. Tão bom!

Unknown disse...

Dr. Murcon
Pessoalmente julgo que relações que estão por um fio devem ser terminadas sim.
- Para dar hipotese a que cada um consiga ainda encontar a felicidade.
- Por respeito ao amor-proprio.
- Para evitar uma ruptura-limite que até se dar acaba tanto por magoar os parceiros, como por desequlibrar emocionalmente as crianças e matar uma possivel e saudavel convivência pós marital que é tão essencial ao crescimento dos filhos, como à forma de aceitação da separação dos pais.
O ideal seria que cada casal soubesse interpretar os primeiros sinais de que algo vai mal e poder ir a tempo de resolver...
Mas pronto... Estamos na era do "fica pronto em 10 minutos", do descartavel e nem os sentimentos nem as pessoas estão imunes a isso infelizmente.
Não se luta muito, nem se procura saber o porque das coisas. Problemas são coisas que ficam por resolver; substituem-se por outros!
Alguns voltam a repetir-se mais tarde!

Unknown disse...

Até depois maralhal.
Boas blogadas.

P.S. Henrique Dória espero rever-te no próximo jantar.
Cláudia idem.
Ram idem - Vou levar o fato da Catwoman ;-)

River disse...

Antes de mais, Caro Noise:

"Na net as mulheres são todas heróicas (e os homens todos "gloriosos"), são todas triunfantes, todos os casamentos são fantásticos, e se acabaram foram todos resolvidos da melhor maneira ; )..."

Ñ sou nadinha heroína :o) e o meu ex-marido de glorioso nada tem... (pra mim, bem entendido)!
O casamento, enquanto durou foi bom, dp, nada foi nem é (infelizmente) resolvido da melhor maneira..
De resto, estou na net, como em qq lugar da minha vida... c/ td de bom e mau q tenho!

Mas ñ vou, ñ quero "discutir" consigo! de todo!!! Esse prato já comi, e ñ quero repetir :o)))) beijinhos

Agora, Professor:
apetece-me dizer como as amigas do Noise: "Dê lá a receita!" :o)
brinco, claro!

As receitas, são as pessoas, e ponto!
E se certezas eu ñ tivesse q a melhor decisão foi o divórcio, já ficava tranquila, ao ouvir a minha filha de 13 anos " Ó mãe se vc nem separados se entendem, seria um horror se vivessem juntos! Ainda bem q se separaram... Ñ têm nada a ver um com o outro!"

Mas garanto-lhe q a maior tristeza q tenho é ñ conseguir ter um relacionamento civilizado com o meu ex-marido!...
Digo-lhe mais, eu já deveria ter levado a questão da pensão de alimentos a Tribunal, e ainda ñ o fiz (os amigos, e a famíla criticam-me por isso), para evitar mais chatiçes!

Como é possível ao fim de 8 anos tanto azedume, tanta palavra rude, tanat falta de entendimento? Francamente, ñ sei... mas entristece-me!

Mas algo é maravilhoso neste cenário negro :o) As minhas filhas são miudas felizes, boas alunas, e segundo todos os professores ao longo dos anos, revelam afectos fortes tanto pelo pai como pela mãe, falam dos 2 de igual modo! Com carinho...

Permita-me agora aqui Caro Noise, por o meu lado Heroíco! E o glorioso, do pai!!! :o)))))

bejs. bom fds!

A Menina da Lua disse...

Angie

Devo começar por lhe dizer que aprecio e concordo muitas vezes com o que diz...
Porem quando refere:
"No que me toca, é esse mesmo o único estímulo, o único (e não pequeno) interesse da blogosfera: não ha mais sítio nenhum em que possamos ser inteiros, sem que ninguém cobre nada por isso. Nem os “voyeurs” conseguem estragar isso!"
Permita-me discordar por duas razões: Primeiro porque existem imensas maneiras de falarmos de nós próprios com autenticidade para alem desta, onde até deparamos com um ambiente de anónimos e não só que muitas vezes tocam as raias da furtuita agressividade...
Em segundo lugar quero-lhe questionar: Não haverá melhor e mais profunda maneira de falarmos de nós próprios com quem nos conhece e aceita, apesar de sermos o que somos?
A exposição desregrada de nós próprios pode trazer riscos que muitas vezes , não sabemos controlar e por isso em vez de nos sentirmos a comunicar e a partilhar, estamos em autismos sem qualquer sentido...
Com isto ,não significa que não se reconheça tambem aqui, a necessidade que existe em nós de comunicarmos com os outros, mesmo com quem não nos conheça, com aquele sentido universal de humanidade e até partilha de afectos e de saberes...

andorinha disse...

Boa tarde.

Voltando ainda ao tema em discussão e na sequência do que disse ontem, concordo com o comentário do Harryhaller, os filhos crescerão muito mais saudavelmente se os pais não se desligarem emocionalmente deles. Claro que isto muitas vezes é mais fácil em teoria do que na prática.

Tangas,
"Mudar de parceiros é apenas repetir entediantemente os mesmos erros..."
Ora essa! Não concordo nada com isso. Que visão tão pessimista da natureza humana.:)

Angie,
" Então se somos "invisíveis" por que não aproveitar para ser absolutamente sinceros?"
Só a "invisibilidade" é que nos leva à sinceridade???
Só aqui é que podemos ser livres, transparentes e iguais a nós próprios?
Não concordo. Tal como a River também eu ( e não somos as únicas, certamente) estou aqui como em qualquer outro lugar - com os meus defeitos e as minhas qualidades.
Dizes que "não há mais sítio nenhum em que possamos ser inteiros, sem que ninguém cobre nada por isso." Há, com os amigos, com a família...normalmente aí também não há cobranças.
Detestaria pensar que aqui é o único lugar do mundo onde se pode estar sem máscaras.
É verdade que muita gente nunca as tira, mas isso já é outra história.:)))

LR disse...

Ameninadalua

Discorde sff, se isto faz algum sentido é pela troca de ideias. Quando nos pomos a “dissertar” sobre qualquer coisa não é propriamente (asseguro-lhe), para nos ouvirmos a nós próprios. Se assim fosse, não valeria a maçada! Mas também não é exactamente obrigatório esperarmos um constante “feedback” sobre os nossos comentários para “espantarmos” o fantasma do tal exercício autista (risco que denuncia, e bem, porque é um risco possível, de que tenho consciência). Muitas vezes leio aqui coisas bem interessantes e não chego a manifestar-me. Mas as coisas chagaram cá, apesar do meu silêncio. Não digo nada porque não tenho tempo; ou porque não me apetece (isto é de luas...), ou porque não conseguiria acrescentar nada de novo.
Com as coisas que não concordo, das três, uma: ou são lixo cibernético (e vão direitas para a “junk sender’s list...) Ou são ditas por pessoas cujo esquema de raciocínio e de ideias já vamos reconhecendo, e não há vantagem acrescida para nós em rebatê-las, não porque sejam desprezíveis, mas porque pura e simplesmente a osmose não é possível (e portanto, porquê criar conflito). Ou, finalmente, são ditas por pessoas de quem discordamos, mas de quem “gostamos” (e isto é completamente possível, não há contradição alguma), se é que entende o que quero dizer por “gostar” e especificamente nestas paragens. A esses até sou capaz de responder, é intuitivo. Talvez o Eduardo Prado Coelho o explicasse bem melhor do que eu o porquê do impulso.

Quanto ao resto...claro que “existem imensas maneiras de falarmos de nós próprios com autenticidade para alem desta”.
Certamente acha-me demasiado confessional.., admito que se pense isso!
Por mim, sou sincera e às vezes não tanto quanto me apetecia. Mas corro o risco da fotografia...
Certo psi (o único a que recorri na vida, por 1 período relâmpago, e com resultados pouco estimulantes...) dizia-me que eu era “taqui-qualquer coisa”, quando falava com ele, referindo-se certamente ao meu afã verbal... Até fiquei complexada...mas como isso o parecia realmente divertir, nem me dei ao trabalho de me corrigir.
Admito que há alturas na vida em que, malgré nous...

Por fim: “Não haverá melhor e mais profunda maneira de falarmos de nós próprios com quem nos conhece e aceita?”
Claro que não há melhor mneira do que a que refere. Nem pense que tento substituir essas pessoas! Mas cuidado: não são assim tantas. Vivo rodeada de amigos de quem não me queixo, mas contam-se pelos dedos de 1 mão os que correspondem ao perfil. E não sou dos que acha que só vale a pena conservar esses. Todos são necessários.
E pronto: cá terminei eu mais um “taqui-qualquer coisa”!!!
Sou uma pesso excessiva, que é que quer? Será defeito, ou feitio? infelizmente, não é operável...

noiseformind disse...

Lord of the Number ; )

papu disse...

Estou completamente de acordo! Acho que é muito pior viver com dois pais que já não se amam do que com cada um em separado. Acho que é muito pior conviver dia a dia com uma relação moribunda do que ser confrontado com a separação. Pode doer, pode fazer sofrer, pode ser muito difícil, mas também faz crescer e amadurecer. E dá um exemplo de vida aos miúdos: é que quando o amor acaba não vale a pena tentar ressuscitá-lo... É que as pessoas têm o direito de ser felizes, e se já não o são dentro de uma relação, de procurar a felicidade, seja na solidão, seja noutra relação. Mas nunca cruzar os braços e ficar assim porque é melhor, porque não se tem coragem, por medo, por comodismo...

Mas depois vem a outra questão: o divórcio entre filhos e um dos pais. É que muitas das vezes é isto que acontece.
mas porque é que será que dois adultos têm de ser tão egoístas? Será que não podem pensar nas crianças, antes de pensarem em si mesmos, e nos seus ódios e rancores e remorsos e o raio que os parta?
nunca passei por isso, mas palavra, acho q não era capaz de fazer isso aos meus filhos.
Os filhos precisam de ambos os pais. da presença de ambos. de conviver com ambos.
E conviver não é verem-se ao fim de semana de 15 em 15 dias. definitivamente.

Anónimo disse...

JANTAR DO MURCON
17 DE DEZEMBRO NESTA SALINHA ACOLHEDORA NO CENTRO DO PORTO. PARTICIPA TB NO DIA DO MURCON, QUE COMEÇA LOGO AO ALMOÇO. GRANDE PONTO DE ENCONTRO DA FAMÍLIA MURCÓNICA. SEJA QUAL FOR O TEU NÚCLEO, ÉS BEM-VIND@. INFORMAÇÕES E INSCRIÇÕES VIA JANTARDOMURCON@GMAIL.COM

Anónimo disse...

Caro Noise:

A propósito de :
"Na net as mulheres são todas heróicas (e os homens todos "gloriosos"), são todas triunfantes, todos os casamentos são fantásticos, e se acabaram foram todos resolvidos da melhor maneira ; )"

- quanta ligeireza neste diagnóstico das características da fauna bloguística, na qual, parece não se incluir.... ou inclui-se? É que "todos" não deixa lugar a excepções..... :)

Agora para quem quiser pegar nisto:

- não parece que alguns psis estão de certa forma viciados na "catalogação dos espécimes" com que deparam no consultório e, mal eles abrem a boca, pensam logo "já sei onde isto vai parar...", mesmo que não tenha de ser assim?
Talvez tenha sido a pensar dessa forma apressada e generalista que a tal psiquiatra acima referida pensou que o problema do meu filho tinha de ser, forçosamente, o divórcio dos pais (ela também afirmou, numa outra consulta - a 2ª e última - , que não precisava de ouvir as pessoas para saber o que elas tinham para dizer...). Não sei como é que ela pensou que poderia tratar uma "família" que, em termos formais, já não existia há 15 anos. O que existia era, no máximo, a tal ligação afectiva feita do que sobrou e do que se foi construindo depois...
(devo dizer que, tanto a psicóloga como outra psiquiatra que consultámos a seguir fizeram um óptimo trabalho.

- e eu nunca disse que o processo de divórcio não foi doloroso e isento de altos e baixos, ou avanços e retrocessos, como se queira, nem que tudo correu às mil maravilhas. Em casamentos e divórcios não há heróis nem vítimas... O que há são situações que correm bem ou mal ou assim assim.
- no entanto, continuo a afirmar, porque estou plenamente convicta disso, que um divórcio civilizado é coisa que se aprende e se constrói e que, embora não aconteça na maioria, isso não significa que não se tente caminhar para aí - e nisso os psis poderão ter um grande papel, educando as pessoas, (se se deixarem de juízos a priori e tratarem cada caso como um caso singular e não como mero exemplo prático de uma qualquer lei geral).

Lena b

A Menina da Lua disse...

Angie

Alem de esclarecidíssima:)))... gostaria de lhe dizer que ao questioná-la tinha a certeza que me ía responder assim, e se tivésse ainda alguma dúvida deixei-a completamente de ter. Apenas aproveitei a sua "deixa" para poder comentar algo que por aqui tambem se passa...

De facto a Angie parece-me ser do tipo de pessoas não só equilibrada como ainda dotada de inteligência mas e principalmente duma inteligência emocional que a torna empática e muito receptível ao sentir dos outros...

Quanto ao seu estilo ser ou nâo "confessional", cada um tem o seu e como muito bem disse:
"Mas também não é exactamente obrigatório esperarmos um constante “feedback” sobre os nossos comentários para “espantarmos” o fantasma do tal exercício autista" ...
Por isso "confessione" avontade até porque o seu "confessionar" tem imensa graça:)))...

Anónimo disse...

Papu disse:

"Os filhos precisam de ambos os pais. da presença de ambos. de conviver com ambos.
E conviver não é verem-se ao fim de semana de 15 em 15 dias. definitivamente."

- Mas é obrigatório que, num divórcio, haja essa separação entre pais e filhos? É obrigatório que a pessoa que não fica com as crianças a seu cargo, só as veja de 15 em 15 dias? Onde é que isso está decretado?
Há divórcios diferentes, onde os pais estão com os filhos quando querem, porque a afectividade não tem dia marcado... São a excepção? Claro, mas o que é necessário é transformá-la em regra, porque, queiramos ou não, já não falta muito para que haja tantos casais divorciados como juntos, na nossa sociedade. Se essas regulamentações oficiais (judiciais)da relação pais-filhos não se alterarem, a breve trecho estaremos a produzir "fornadas" de gente infeliz...

Lena b

A Menina da Lua disse...

Noise

Claro que eu sei... que tu sabes... que eu sei...que tu sabes que na net "as mulheres (Não) são todas heróicas (e os homens (Não) São todos "gloriosos"), e tambem (Não) são todas triunfantes"...mas se o fossem tambem não tinha graça nenhuma..
A tua chamada de atenção para a falta de autenticidade por parte das pessoas, pode até ser lícita... mas ao generalizares quem sabe não estejas a criar espaço para que os outros te vejam exactamente assim sem autenticidade...

Vera_Effigies disse...

Noise
Todos os (des)contratos trazem azedumes, é normal. Não se pode querer bem a quem, com a obrigação minima de nos conhecer, nos trata mal, certo? Mas não falo de A ou B porque quando entra em colapso ambos têm culpas no cartório.

Temos é de saber separar as águas. Nós, somos nós. Os nossos filhos nada têm a ver com o assunto, têm de ser salvaguardados.
Sei que exige demais de nós e que nos primeiros tempos de separação é complicado. No caso deles porque ao visitar o filho pode dar a entender, a quem vê e até a ela, que vai ver a mãe, por sua vez, ela, não leva a criança a vê-lo pelo mesmo motivo. Ora bolas! Sentimentos tão pequeninos suplantarem um tão maior... Confesso, que eu após duas semanas de falta de telefonema e visita do pai á filha atendendo ás saudades dela e porque tive um PAI com letra grande e tão pouco tempo, resolvi ser eu a levá-la a casa da avó onde o pai vivia e vive(como sabem num caso destes toda a família se divorcia :))
Eu podia avaliá-lo como marido, mas essa imagem não era a de pai, essa só a minha filha a podia formar.
Não me incomodei nunca com o que ele ou os outros poderiam pensar, o que eu pensava eu sabia. Sei muito bem o que é ter saudades do pai. Se sei!
E, sinceramente, não estou mesmo nada arrependida do que fiz.
Claro que no inicio sentia revolta, e engoli sapos "vestidos", com esta minha conduta, mas passados estes anos sinto-me bem comigo.
Hoje, não preciso de ser eu a contactá-lo em caso de necessidade :) Semeei tou a colher. Divorciada estou agora :)))
Muito raramente o vejo, se cruzar com ele na rua nem cumprimento salvo se está com amigos comuns. Mas.... Se a saúde da minha filha exige, estamos presentes e falamos normalmente como antes, agimos sem ressentimentos.
Tantos anos de distancia acabaram por criar imunidades.
Mas é muito complexo e cada caso é um caso, não se pode generalizar.
MJ
PS. Felicidades Angie e força.

Vera_Effigies disse...

Esqueci de dizer que todos os fins de semana andava 40 km para minimizar as saudades da minha filha, se assim não fosse teria duas visitas por ano, uma no Natal outra no aniversário que é um mês depois. :)

Anónimo disse...

«A família é um espaço emocional»´
Mas afinal o que é a família? Ou famílias?

Anónimo disse...

"Muito raramente o vejo, se cruzar com ele na rua nem cumprimento salvo se está com amigos comuns. Mas.... Se a saúde da minha filha exige, estamos presentes e falamos normalmente como antes, agimos sem ressentimentos."

"- Não sou heróica, não sou triunfante, nunca tive 1 casamento "fantástico"
(tive, sim, uma relação intensíssima, genuína e consensualíssima durante 15 anos, com boas e más coisas, como é próprio da vida. Os defeitos que houve - e claro que os houve -, ficaram muito aquém das qualidades que os dois nos proporcionámos mutuamente. Depois, os 5 anos seguintes foram a morte lenta desse saldo positivo entre virtudes e defeitos; a morte lenta da esperança de voltar ao que éramos. Com muita falta de hombridade de 1 das partes para enfrentar a questão de frente e dizer: foi bom, acabou, mas nada pode apagar o que fomos e podemos ir cada um para seu lado sem beliscar 1 cm a verdade do que está para trás (como na canção do Stones, a do meu nick....)
Difícil e injusto foi conviver com a chicana baixita, a teatralização, a desonestidade e a mentirita sitemática, quase infantil. Acabar é humano; mas devíamos acabar sem trair o nível com que começámos e fizémos tudo a dois."

"Ñ sou nadinha heroína :o) e o meu ex-marido de glorioso nada tem... (pra mim, bem entendido)!
O casamento, enquanto durou foi bom, dp, nada foi nem é (infelizmente) resolvido da melhor maneira.."

"- e eu nunca disse que o processo de divórcio não foi doloroso e isento de altos e baixos, ou avanços e retrocessos, como se queira, nem que tudo correu às mil maravilhas. Em casamentos e divórcios não há heróis nem vítimas... O que há são situações que correm bem ou mal ou assim assim."

Depois de ler todas estas deusas online a apontarem as baterias ao noise com estas frases tão iluminadas (muito iluminadas, pouco iluminadas ou assim-assim iluminadas) fiquei a pensar que comentário Noisiano teria despoletado tamanha indignação. E lendo-o, não é que o desgraçado nem sequer estava a falar de divórcios nesta frase tão supra-citada? Estava a falar dos alter-egos na net! Mas para tanta gente lhe pegar então deve ter tocado numa corda sensível. E logo toda a gente vem dizer que os seus divórcios foram dentro do possível muito bons e que até falam "normalmente" diante das crianças. Como os meus pais, que falavam "normalmente" diante de mim e do meu irmão nas raras vezes que se cruzaram. Aliás, a minha mãe se morreu tão nova foi precisamente pela quantidade brutal de antidepressivos que emborcava no meio de todas as contas que o divórcio lhe deixou. Noise, continua homem, sem ti para tocares as cordas só temos aqui alter-egos, toda a gente muito feliz, toda a gente muito remediada, toda a gente muito portuguesa ;)

A Menina da Lua disse...

Falando do divórcio ser ou não uma solução para uma família desentendida? sinceramente considero que sim... até porque o desgaste decorrente duma permanência prolongada em situação de crise, pode ter proporções indeterminadas...
Mas ao afirmar isto não o faço sem uma outra convicção; transformar em termos sociais e humanos o divórcio numa solução "salvadora"... parece-me correr-se o risco de tambem colaborarmos para a transformação duma sociedade em que os valores, como por exemplo o casamento, são quebrados rápido e facilmente.
Qual a solução? criação de novos valores mais justos e feitos à dimensão do humano? será? mas até lá... ficamo-nos muitas vezes por vasios difíceis de entender e até ultrapassar.
Mas pior que a quebra deste valor existe outro que o ultrapassa que é sem dúvida a incompreesão, irreponsabilidade e a total impunidade em que muitos divórcios acontecem em relação à defesa dos filhos, ficando estes muitas vezes à mercê dos caprichos e das desavenças dos pais já não falando do próprio abandono.
Quero no entanto realçar que os resultados positivos ou negativos nestes contextos de divórcio, são sempre decorrentes das pessoas envolventes e que ao contrário do que muitas vezes possamos pensar está tambem na nossa mão a solução positiva dos problemas, a começar pela nossa própria orientação e construção de vida futura.

Vera_Effigies disse...

GUI

Vou ser honesta consigo e espero que a minha filha não me leia. Como pai, a meu ver, não vale nada. Mas a minha filha não pode fazer comparações, nunca terá outro.
Se fosse bom marido estaria na minha casa, obvio. :o)

Anónimo disse...

Gui disse:

"E logo toda a gente vem dizer que os seus divórcios foram dentro do possível muito bons e que até falam "normalmente" diante das crianças."

- E muito provavelmente têm razões, que os "iluminados" masculinos de serviço desconhecem, para acreditar que os seus divórcios foram assim... porque até se esforçaram para que assim fosse, em vez de irem para casa da mamã, amuadas, lamber as feridas... :)

Lena b

Anónimo disse...

PETEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEER, seu maluco, então já nem te lêem para te criticarem? Fazem bem pessoal, que o rapaz tem de aprender ; )
Quanto a mim só posso falar de ter vivido junta com outro homem. Foi uma experiência deliciosa e realmente ainda bem que o fizemos sem casar. Havia muitas coisas nele que eram sempre para amanhã e depois nunca aconteciam. Ia aprender a cozinhar mas ficou para amanhã, ia aprender a dar-me prazer e ia ficar para amanhã, ia aprender a respeitar os meus gostos e o meu espaço (que eu sempre respeitei o dele) e acabou por ser para amanhã. Uma manhã acordei e simplesmente não acreditei, fui-me embora (a casa era dele, nisto tens razão Peter) e só posso agradecer ter tomado esta decisão de viver sem outras amarras com ele que não fosse o resultado diário do nosso amor. Não ficaram filhos para partilhar, móveis para serrar ao meio, nada. Foi bom e quando deixou de ser bom (com alguns dias de atraso em relação ao momento em que me apercebi claro) voltei para o meu cantinho e voltei à condição de gaja sem gajo hihihihihihihihihihihihihi em relação a ficar amiga dele acho que não é assim tão fácil. Afinal, viver com uma pessoa permite conhecê-la muito bem e se conscientemente decidimos não continuar é pq não vemos na pessoa nada mais que nos motive a ficar com ele. Ele refez rapidamente a vida dele, desta vez com uma muito menos pretenciosa colega de primária grávida de outro homem. Ter dinheiro para quem quer casório é sempre um bom começo ;)

Moon disse...

Sical,
só agora tive tempo de ler os demais comentários. Gostei dos seus lá em cima.

Para responder à pergunta das 8:39 e porque não estou com grande capacidade de raciocínio para redigir vou deixar aqui uma definição de família que li no livro - A vida não se aprende nos livros - de Eduardo Sá, e de que gostei muito:
..."No fundo só há dois tipos de famílias: as hopedeiras e as de acolhimentos.
As hospedeiras, reagem a nós como o corpo em relação a um vírus: disponibilizam-nos algum espaço (segundo um determinado número de condições), mas ressentem-se da nossa presença, e "engolem-nos" de gestos sem significado para que não punhamos em questão acerca de não sentirmos amados.
Ao contrário, uma família de acolhimentos é o espaço que fica das relações entre as pessoas que sentem que o mais importante é estarem connosco. Compreende que o desassossego desvenda a tranquilidade, e alimenta-nos os vínculos sempre que nos estimula a autonomia; reconcilia-nos com a espontaneidade quando nos autoriza a autenticidade, desvenda a paixão, a intimidade, e a alegria."
Bonito!

Angie, continue com a boa disposição que lê-la é uma curtição!

River, também gosto de a ler. Tem um blog divertido e parece ser uma pessoa afável. Quanto ao Noise, não se aborreça. Aquilo não é por mal. Também eu já me "esbarrei" com ele e depois de "ruminar" uns dias acabei por concluir que não passou de 'overrate' da minha parte. E eu gosto muito de ler o que ele escreve embora reconheça que às vezes se excede. Adora atazanar a malta o que é que se há-de fazer? Coisas de miúdo...;))))))

Noise, meu lindo nada de amuares comigo, viu? Agora também já não te ligo. Por isso go ahead! No problemo, como diz o Boss:)

Bem, família (murcónea) nada de zangas on line ou lá fora e beijinhos quentinhos que está um frio, brrrrr.......

Moon disse...

"Poligamia? Sexo em grupo? Swing? Que acham destas práticas sexuais modernas?"

Ò Afterdream!!
Aqui vai uma opinião para responder à pergunta: Cá por mim desde que as pessoas sejam adultas e as práticas sejam consentidas pelos envolvidos cada qual é livre de fazer o que entender e o que der prazer, não há limite...
Bolas, só tenho pena que eu pense assim mas não consiga ser assim...!

Moon disse...

E VIVÓ BENFICA!
Ai o meu Braguinha...

River disse...

Ai moon... que delícia de comentário! que bom! :o))))

Vou imprimir isto td para ler no fds!... a sério! O tema de hj é-me mt familiar... e quero ver e perceber outras realiaddes e pensamentos... par ver se aprendo mais qq coisa! ;o)

Afinal, é o q me traz aqui...

Qto ao Noise... nem sei q diga... ainda estou a descobrir, o q ele é de facto... :o)
Mas ñ fomento inimizades! Isso jamais!!!

mt beijinhos pra todos! Até segunda-feira, alguém quer vir até Coruche??? ;o)
È uma terra bonita, com um rio lindo... ´
Que bem q se está no campo! :o)
Com a lareira acesa, umas castanhas assadas e os amigos na cavaqueira, é do melhor!!! Isto é que eu chamo qualidade de vida! :oP

Vera_Effigies disse...

Angie
Felizmente não é operável. :)

Anónimo disse...

E pronto :)
Tive (tenho, fekizmente) uns Pais que ao fim de mais de 50 anos continuam juntos. Trabalham árduamente ainda. Fizeram tudo o que acharam melhor para os filhos (em termos de conforto e económicos em geral), mas nunca lhes ligaram nenhuma em termos emocionais. O meu subconsciente sempre achou que se deviam ter divorciado. Ponto.
Tive um casamento em que nada parecia fazer sentido, de que nasceu um filho. Divorciámo-nos, na Conservatória, efectivamente sem nenhum conflito (ao ponto de a conservadora no momento D, perguntar: estão conscientes de que querem casar? :)))) ...)
Ao fim de vários anos, somos o melhor amigo um do outro, telefonamos entre nós e ele ao filho, Todos os dias. A unica aflição comum é que o filho diz "não percebo porque não estão juntos".
Comparações? ....????
Tanta tonalidade...
Tanta individuação é possível, caramba!
De facto, cada caso é um caso...

noiseformind disse...

Só eu sei onde vai estar o Julinho hoje à noite. De chinelinhos metido a ver ISTO ; )

Quantos aos equívocos que fizeram ao ler o meu comentário só posso agradecer à Gui e à Anokas terem sido minhas "embaixadoras" e permitirem-me assim "raspar-me" mais rapidamente para a ante-estreia do King Kong looooooooooooooool

Té loguinho miudagem ; ))))))))))))))))))))))))))))))

Aquele abraço fraterno e maralhístico do vosso (nos bons e maus momentos) Noiseformind

noiseformind disse...

Já agora, o filme passa na RTP1 lá para as duas da manhã

Anónimo disse...

A ruptura dum casamento não é consequência SÓ do que transparece aos olhares alheios, é muito mais que isso. O que realmente o origina raramente é trazido a público por vergonha e por outras razões que razão padrão desconhece.
Qualquer problema banal, do dia a dia, tem respostas diferentes de comportamentos de pessoa para pessoa, tendo em conta um sem numero de coisas desde a formação moral á reacção inata do individuo passando pelo estado de espírito momentâneo Quantas vezes nós próprios reagimos á mesma estimulação de modos diferentes?... Não há padrão de comportamento neste caso como noutros. Aplicando-se a máxima “comportamento pede comportamento” , é mais nessa base que tudo se desenrola. Eu não sofri o divórcio propriamente dito (separação de pessoas ele/eu), nem mesmo a desfeita ou o desrespeito da agressão física (só no momento). Eu não era nada comparada com aquilo a que tinha de fazer frente em silêncio... Noites sem dormir a deliniar condutas; ensaios de personagem para armar estratégias; gritos de consciência dos prós e dos contras. Psi aconselhadava a mudar a guarda. Caminhei sozinha na minha teimosia da normalidade a incompreendida mas aplicada, conseguida mas dolorosa, vigilante e rebelde a conselhos padrão. Venci! Mas como sofri !!!!!

Anónimo disse...

Esqueci de dizer, que no 1.º exemplo, o que era pedido era que os filhos fossem bons! (boas notas, sucesso).
Foram.
No segundo e meu exemplo, o fruto "criatura":) é BOM (excelente) e pronto. Sem ninguém pedir nada....

Anónimo disse...

BENFICAAAAAAAAAA !!!!!!!!!!

Com o regresso das grandes noites europeias à Catedral da Luz, a taxa de divórcios diminui significativamente... ;-))

Assinado: Fora-de-Lei

Anónimo disse...

PegajosO1 ... Dirão.
Mas esqueci-me de transmitir que entendo que os 1.ºs fizeram o que em consciência entenderam ser o "melhor" e os 2.ºs continuam tentando fazê-lo.

Anónimo disse...

PARDALECO:
então não tem a menina à espera?! E continua p'ra aqui a maralhar? Cá para nós isto é mesmo o que lhe dá "genica" p'ra depois conseguir enfim coisa e tal.... Seu imcompentente! Não deixe a menina à espera. Ai este mundo está perdido por causa destes espécimes.................
Vá lá homem! Ou ainda não aqueceu o suficiente? Arre!

Anónimo disse...

Cheira-me a ratazana! Eheheheheh

Anónimo disse...

"Havia tanta mágoa no seu olhar,tanta dor no azul daquele mar,Que parti mastro, rasguei vela, pus fim ao meu delicioso, estouvado, inaceitável,adolescente navegar.E aportei nela.Receoso,desconfiado -talvez impermeável! -,mas decidido a ficar."- PJMV

Poderia ter sido assim...

(Os boomerangues seguem cegos em rotas (in)certas, como garrafas oceânicas em correntes conhecidas...)

Boa Noite para todos! (com ou sem penas, no barulho ou no mais profundo silêncio, plebeus ou aristocratas) ;P

Anónimo disse...

Anônimo disse...
PARDALECO:
então não tem a menina à espera?! E continua p'ra aqui a maralhar? Cá para nós isto é mesmo o que lhe dá "genica" p'ra depois conseguir enfim coisa e tal.... Seu imcompentente! Não deixe a menina à espera. Ai este mundo está perdido por causa destes espécimes.................
Vá lá homem! Ou ainda não aqueceu o suficiente? Arre!

Pois, tens que ouvir uma pardala com orgasmos.
Telefona para o sexphone dos pardais.


(sou eu o pardal disfarçado de anónimo)

Anónimo disse...

pardal, já te enviei o viagra por e-mail.

Anónimo disse...

Viagra?!
ok e o teu progenitor não vai dar pela falta? olha que amanhã é feriado...

LR disse...

Andorinha (6.36):
Para evitar confusões (mais ainda!) ou acerca do meu modo de estar na net...
(aliás, a avaliar pelos últimos resultados parece ser minha sina não evitar a distorção do que digo...Começo a ficar seriamente preocupada! E a pensar nas saídas que tenho: ou volto ao que era dantes (leio e não apareço); ou passo a cuidar mais aquilo que escrevo: o que francamente não me apetece! Para isso basta o meu dia a dia de trabalho, em que tenho de usar a palavra com precisão cirúrgica. Coisa que gosto imenso mas como tudo, cansa. Além de que neste espaço gostaria de poder ser espontânea, sem perfeccionismos).
Mas vamos lá à “autópsia do crime”: o que quis dizer foi que a invisibilidade favorece a sinceridade. E que não compreendia porque é que o anonimato haveria LOGO de suscitar a tentação da construir uma personalidade diferente (a mentira, portanto), em vez de nos levar a explorar justamente o privilégio contrário: o de ser absolutamente sinceros. E não porque eu não seja capaz de ser sincera na minha vida (fora da net) mas precisamente pela razão contrária! Uma das minhas “características” (que se me aponta recorrentemente e às vezes em sentido pejorativo)é a minha frontalidade típica. E nem imagina os dissabores que essa idiossincrasia já me provocou...Tem-me valido alguns inimigos, e alguns bons estatelanços. A vida de um “sincero” não é pera doce, não concorda? Porque o problema á que as pessoas não estão em geral preparadas para que sejamos directos, e não percebem que isso tem boas contrapartidas: somos francos mas também somos leais, constantes, e em geral não pactuamos com interesses nem oportunismos, mudando a posição no tabuleiro de xadrez segundo a lei da ocasião. Felizmente, este irritante e absolutamente dispensável montão de anos de vida (!) também me ensinou (ao menos isso...) a controlar bastante “a forma” de ser frontal. Ganha-se jogo de cintura...põe-se menos o coração ao pé da boca. Por isso, não se espante que eu tenha dito o que disse: na net posso ao menos ser o que gosto a 100%, não conheço ninguém, estou livre de laços, despojada de compromissos, sem “labels”. E acrescento: sou o meu eu absoluto, na medida em que não sou para os outros um ser apriorístico.
A família, os amigos chegados? Claro que entendem a nossa sinceridade! Mas estamos livres para tudo, mesmo com eles? Não estamos. Não porque eles não suportassem. Mas porque, por eles, nos impomos limites. A convivência cria “camadas de história” nas relações das pessoas. E interferências na comunicação. Mesmo que sejam as nossas “almas gémeas”, perante quem não há disfarce possível, não estamos livres de ter que pensar no que dizemos duas vezes. E sendo Y o que queremos transmitir, vamos ter de dizer y_By_ X 3 (yhg ), que até é igual a Y, ao fim e ao cabo...
Vou acabar citando de memória Boris Vian, que se referia a esta questão do “EU que somos” e do “EU que nos fazem ser” de forma saborosíssima, bem ao seu estilo. E era + ou – assim: « On est toujours deguisé. Alors, autant se déguiser. Comme ça on ne sera plus déguisé ».
Ele teria sido um fanático da blogosfera, se pudesse. Tenho a certeza!
O único sítio em que (querendo...) não somos forçados, como na vida, a pôr 1 máscara, antes que os outros se encarreguem de o fazer por nós...

LR disse...

Bem..."lá em cima" fala-se de futebol que é a coisa mais desinteresante do mundo...
(Mentira: quando é a nossa selecção, até os jogadores ficam mais inteligentes, esses mesmos que normalmente dizem aquelas coisa-sem-coisa capazes de paralisar uma plateia de catedráticos literatos -fenómeno de fascínio que, aliás, jamais perceberei!).
Por isso ainda fico aqui por baixo.
E como amanhã vou ter 1 dia agitado, fico sem pena nenhuma de cá não poder vir, porque o tema não me provoca qualquer actividade cerebral (a não ser que resvale para o subtema do novo riquismo do país que somos a rebentar de estádios de futebol...mas suspeito que ninguém vá pegar nesse assunto "tão irrelevante").
Portanto, não daria 1 para a caixa! Cá em casa, o "desaparecido" também detestava futebol (espero que lhe dêem uma televisão só com a Sport TV lá no Júlio de Matos...) E os filhos são esturrados do Porto, portanto nada a ver com a anedota lá de cima (se eu ensaiasse alguma para me armar, ainda levava sopa). Por mim mesmo, o tema dá-me 1 tédio de morte. O único clube de futebol que me provoca adrenalina é aquele a que chamo "meu", porque cresci a vê-lo nos tops, conheci alguns dos seus craques (que agora até são craques noutras áreas profissionais) e têm os equipamentos com mais classe do planeta. Agora, está nos rasos dos rasos, mas esse marginal pormenor não belisca em nada o sentido da "coisa". Ora qual pode ser esse clube? Pois claro, a Académica!!! E aos risos divertidos que pressinto ouvir respondo já de rajada: esta forma de clubismo é especial e não é acessível a uma inteligência média. Tomem lá e embrulhem com papel da Briosa!

..............
OVO MOLE

"Ficar sem marido por ficar sem marido, mais vale enterrá-lo".

O que eu me ri com essa da sua amiga!!! É demais!!! É que além do sentido prático que a piada tem, se reparar com atenção toda a questão tem imensas invocações necrológicas. Ou não? Se há coisa que me tira do sério é aquele cliché do "tem que fazer o luto do seu marido". O luto da pessoa, o luto da perda, o luto da relação, blá,blá,blá...Que imagem mais infeliz e inadequada!!! A um amigo médico que um dia me veio com essas tretas, e eu a ouvi-las pela enésima vez, não consegui conter-me: "olha lá, tu fazes lá ideia do que estás a falar. Fazer o luto como? Como é que se pode fazer o "luto" de 1 "morto" com quem tem de se falar constantemente e que nos entra pela casa dentro todos os dias (telefonema para os filhos)? Com quem corro o risco de me cruzar diariamente?!"
Há muita teoria tonta nesta matéria, mas enfim!!!
.................
ATRÁS DO PANO

"A ruptura dum casamento não é consequência SÓ do que transparece aos olhares alheios, é muito mais que isso. O que realmente o origina raramente é trazido a público, por vergonha..."

Quanta razão!!! Rigorosamente verdade...Tristemente verdade!
E quando manipulam na perfeição, calculadamente, essa duplicidade das mensagens: as que vão para o público e as que vão para dentro, a nós destinadas?!
Quando dominam premeditadamente esse "jogo de espelhos" social?
A tortura infligida pode de facto chegar a requintes extremos: eu que o diga.
Se ao menos eu percebesse o porquê profundo dessa necessidade! (o porquê superficial entende-se: não se assume a verdade).
Sabendo que vão fazer sofrer ao outro todas as dores do catálogo?! Acho que o pior destas histórias "dúplices" é que realmente as pessoas de fora não só não vêem a verdade, como não acreditam nela (ou dificilmente), se são confrontadas com a questão. Uma das piores coisas porque tenho de passar é justamente essa. Só quem passa por elas avalia...e contado parece 1 filme de ficção.
.............................
MOON

"A vida não se aprende nos livros, de E. Sá"
As citações que fez sobre a família até são bem esgalhadas.
Mas gosta mesmo desse psicólogo cá do burgo?!
Até costumo ser bairrista q.b.
Mas neste caso...:(
..............

E a propósito de PSIS
(espero não abrir 1 guerra santa por ignorância minha...)
-Alguém me sabe dizer se o termo (ou a abreviatura) se utiliza só para falar de psiquiatras?
-Ou indistintamente para falar de psiquiatras, psicólogos e psicoterapeutas (sendo que estes últimos, salvo erro, têm de ter 1 formação específica mas não precisam de ser nem médicos nem psicólogos?)

E corresponde PSI ao shrink (inglês dos States?)

Anónimo disse...

Esta parece que lhe deram corda.

Anónimo disse...

angie angie tem mais respeitinho quando falas com a moon.
"A vida não se aprende nos livros, de E. Sá"
As citações que fez sobre a família até são bem esgalhadas.

Que até tão superior. Mais valia dizeres logo que a tipa não tem nível.
O meu primo pardal é que vos topa a todas.

Anónimo disse...

mas onde anda o pardal?

Anónimo disse...

Gostei de te ler "Angie".

Anónimo disse...

Meu caro Julio, que grande verdade e lição de vida é esta. Mais uma vez obrigado.

Ando há algum tempo para lhe falar, mas ainda não sei como.

Anónimo disse...

Felizmente que um dia percebi que eu não era a razão de eles estarem juntos. Esse fardo era muito grande. Saí de casa e eles lá continuam a mandar (literalmente) paus e pedras.

Anónimo disse...

andorinha:
não é negativismo, mas as pessoas mudam pouco ou nada - eu incluída. algumas coisas são de fácil cedência, quando a recompensa é boa.
é um jogo de ganha e perde. o balanço é o que define se queremos ou não o que temos. quando não, partimos para outra e lá vamos nós ser igualinhos a nós mesmos, se fazem favor.

Anónimo disse...

Angie
Gosto da sua maneira de ser. Ser frontal é uma das verdades a que muitos fogem porque se arriscam a que o sejam com eles. Os frontais, podem parecer brutos e insensiveis, mas não escondem o que sentem e dão o direito á defesa ou ataque cara a cara(nem todos têm estaleca para aguentá-la). Além de trazer vantagens acessórias, descarregam os mal entendidos e regressam, livres de stress, ao ritmo de vida que os espera.
E sê-lo não implica "lugar onde", implica "modo como".
Felicidades para si, espera-a uma luta enorme nesta selva. Proteja-se, vai precisar.
bjo

noiseformind disse...

ex-murcónica,
Acho que essa culpabilidade infringida nos filhos, esse peso de que foram responsáveis por dois seres humanos terem crescido (que isto de crescer não acaba só quando a altura passa a ser a mesma no BI de ano para ano) anos a fio sobre rancores é muito pior do que o sofrimento concreto de crescer em famílias separadas. Saber que o pai ou a mãe estão ali desejando estar noutro lado é uma constatação fácil que os miúdos fazem. E muitas vezes a posição e face pública que se manteve numa geração com amputação de vontade perde-se logo na seguinte, matizada de raica e fúria mudas ;)))))
O teu pequeno comentário vale o seu peso em ouro (eu só não digo quanto pq só não sei o peso de um byte ; )))))) )

Anokas,
Viver "junto" parece-me uma excelente solução para muitos dos dilemas pragmatistas modernos. Realmente a convivência sem o complexo do "empréstimo bancário" e sem o "se não resultar não tenho para onde ir" é vivida de forma muito mais sadia e democrática. Mas como a tangas referiu lá para trás o factor financeiro no casamento não deve ser desprezível. E quantos maridos não acham ser "de direito" que as mulheres desempenhem um conjunto de tarefas domésticas como "complemento de ordenado"? Infelizmente muitos minha cara, infelizmente muitos ; (((((

angie,
A Anokas já esclareceu portanto do divórcio estámos falados ; ) em relação aos alter-egos penso que a tentação de suavizar vários caracteres na net é real e magnética. Como em tudo depende das pessoas, depende do tipo de conversa. Não raras vezes reparo que a pessoa com quem conversei via teclado não existe pura e simplesmente, principalmente quando são pessoas muito "sofridas". Quando a aproximação se dá rapidamente emergem os tais caracteres que fizeram com que essas pessoas chegassem até nós sofridas, normalmente uma grande arrogância, egocentrismo e falta de consideração pelos outros. Mas claro, a teclar estes 3 factores não são nada difíceis de esconder ; ))))))))))) Aliás, mesmo ás vezes depois de conhecer essas pessoas presencialmente essas imagens mantêm-se à margem. Mas depois... com o tempo... minha cara, a questão fundamental é: d quanto tempo precisámos nós para conhece alguém? ; ))))) e o que é que é engano da outra parte e o que é que é engano da nossa querendo encontrar coisas que não estão lá?

Atrás do pano,
Os padrões aplicam-se apenas e só ao passado ; ) para o futuro temos a expectativa e o bom-senso. Mas recuso embarcar em ideias de que o amadorismo com que TODOS vivemos as nossas vidas seja sempre o melhor resultado. Um bom conselho continua, na minha opinião, a bater o mais milagroso dos comprimidos ; )

Anónimo disse...

Também gosto de sonhar Noise, é com sonho que pintamos a vida.

andorinha disse...

Angie (3.28am)

Vou tentar responder a algumas afirmações que fazes no teu comentário.
Não há muito a rebater porque no essencial estou em sintonia com o que afirmas.
Confusões podem existir sempre, desde que haja um emissor, um receptor e uma mensagem, mas não é por isso que se vai deixar de ser espontânea ou de escrever ao correr "da pena" sem pretensões de perfeccionismos.
Tudo se pode esclarecer aqui, aliás diálogo é isso mesmo, nem sempre o que pretendemos dizer fica bem explícito numa primeira leitura.
E depois deste preâmbulo, passemos à matéria de facto.:)
Entendo perfeitamente o que queres dizer ao referir que "o anonimato favorece a sinceridade". Poderá ser, mas não é tão linear assim; favorece também o aparecimento duma série de personagens que de autêntico pouco ou nada terão. Mas esse será outro prisma da questão e levar-nos-ia noutro sentido.
Referes também que uma das tuas principais características é a frontalidade. "E nem imagina os dissabores que essa idiossincrasia já me provocou..."
Então não imagino??? E nem é uma questão de imaginação, é uma constatação que tenho na minha vida diária porque também eu sou assim, frontal e directa, por vezes "rude" até e constantemente tenho dissabores por esse facto.
Claro que a vida de um "sincero" não é pera doce, concordo plenamente. Mas prefiro assim, aliás ser de outra forma seria violentar-me e isso eu não faço.
Ao longo da vida também já aprendi (mau era se não o tivesse feito, seria sinal de pouca inteligência) a usar máscaras quando entendo que estas são necessárias e às vezes não há mesmo como fugir, sobretudo no que diz respeito à vida profissional. Até com alguns amigos e familiares, claro, aí tens toda a razão.
Com os mais chegados porque nos impomos limites, sem dúvida.
"A convivência cria "camadas de história" nas relações das pessoas. E interferências na comunicação."
Mais uma vez em sintonia total.
Eu sou uma pessoa diferente, ou então aquilo que deixo transparecer é diferente, consoante estou com a pessoa A, B ou C.
Com qual delas sou mais sincera? Penso que isso consigo analisar, consigo distinguir em mim a sinceridade do teatro e da personagem que todos representamos no dia a dia.

Continuo apenas a discordar da tua última frase. Penso que a blogosfera não é o único sítio em que não somos forçados, como na vida, a usar uma máscara. Podemos escolher revelar mais ou menos de nós, mas isso não significa necessariamente que não estejamos a ser "sinceros". Omitir não significa o mesmo que mentir.
Existem na minha vida duas ou três pessoas ( eu sei...são poucas) perante as quais não preciso de me mascarar.

andorinha disse...

Tangas,

Ficas na tua e eu fico na minha.:)))

Noise,
Excelentes questões essas - de quanto tempo precisamos nós para conhecer alguém? E o que é que é engano da outra parte e o que é que é engano da nossa querendo encontrar coisas que não estão lá?
E respostas existem?
Penso que não...como vocês( os psis) dizem - cada caso é um caso, não será?:)

LR disse...

ANDORINHA (7.22)

Isto está a ser giro!
Estou a gostar do ping pong, mas tem mesmo de parar, senão fazemos disto uma mesa de café!
Mas só mais uma bolada e não torno:

“Existem na minha vida duas ou três pessoas ( eu sei...são poucas) perante as quais não preciso de me mascarar”.

Eu tb. tinha uma pessoa com quem não precisava mesmo, du tout, at all!
(os irmãos não contam para a contabilidade e mesmo desses, só 1; os amigos raros tb. têm a sua vida, não fazem o pleno do full-lifetime).

Mas essa pessoa foi-se! Azar o meu! (ou sorte...)
Para meu bem, não vou acreditar que foi justamente por causa de eu estar sem máscara...senão então é que de mim nem os restos se aproveitavam!
Ah, ah!!! (risos saudáveis) -Seria 1 resposta possível, não é?!
Mas não: se o cansaço existe, é com a máscara ou sem ela.
Não vou por aí, senão teria de concluir que o outro é que arranjou 1 segunda máscara para as alturas em que costumava tirar a primeira, e eu não dei por ela. Por isso agora me parece 1 allien...(o estranho é que não é só a mim, ma sa mta gente!)

O pior é que depois, qd se “desenha” (meramente desenha) 1 situação sem máscara full-lifetime (e nós é que temos de decidir se interrompemos o “desenho”, e passa à história, ou continuamos a deixá-lo fluir, e lhe damos futuro) fica-se entre a espada e a parede:
- entre a enorme vontade de voltar a ter algo assim
- e o escaldanço do que foi quando se teve!

Numa quem quer cai...noutra só cai quem quer!
( pode dizer-se aqui com plena propriedade?)

Anónimo disse...

Nem mais Professor. Expôs a situação com simplicidade e enorme exactidão. Costumo dizer que o que me deram em estabilidade na infância me cobraram com juros na adolescência e princípio da idade adulta. Solução: saí de casa. Não aguentava mais tentar gerir uma situação que não é minha. Muitos pais refugiam-se na desculpa "por eles! "pelos meus filhos" e no fundo o que não querem é enfrentar uma nova vida. Abraço.

Chinezzinha disse...

Boa noite

Hoje resolvi aqui vir e este post chamou-me à atenção, porque penso exactamente igual a si, Professor.
Os meus pais sempre se deram mal e aos 14 anos eu pedia à minha mãe para se divorciar e termos assim paz, porque o meu pai sempre foi muito mau para a minha mãe e para nós filhos. Infelizmente, nem o considero meu pai.
A minha mãe nunca o fez, a pensar em mim e no meu irmão.
Mal ela sabe o mal que nos fez... teríamos sido bem mais felizes, se eles se tivessem divorciado.
Hoje, com 70 e tal anos, vivem os dois como há 30 e tal anos atrás, sempre a discutirem.

Beijos

Bird disse...

como sempre o que diz faz todo o sentido. Pena é que as pessoas, todas as pessoas não se dêem conta do que provocam como sentimentos e revoltas e tristezas nos filhos, quando não têem a inteligência de poupar os filhos às suas frustrações. Pior: a maior parte das vezes usam-os (e não me digam que inconscientemente), para terem contrapartidas várias do parceiro(a).
Tenho dois filhos, que desde bébés deixaram de viver todos os dias com o pai. E desde professores a psicólogos, todos são unânimes em considerar que 'não parecem ser filhos de pais separados'. Para isso foi preciso calar discussões, dismitificar dramatismos, poupar ódios e frustrações.
Obrigada pelo seu enorme contributo.