Os cem enamorados dormem para sempre sob a terra seca. A Andaluzia tem longos caminhos rubros. Córdova, olivais verdes onde cravar cem cruzes que os lembrem. Os cem enamorados dormem para sempre.
21 comentários:
Anónimo
disse...
Rio largo de profundis
Rio largo de profundis Uma neta pra nascer Amor avenidas novas Praça de Londres a arder Não quero martelo e rima Aqui no Largo da Graça Quero ficar onde estou Para salvar a quem passa João, Francisco, Maria Cada qual um nome tem Quando vos deu os bons dias Ninguém responde a ninguém Venha duma outra vontade Lá eu soubera dizer Amor avenidas novas Praça de Londres a arder
De honderd gelieven zijn eeuwig ingeslapen onder de dorre aarde. Lange rode paden gaan door Andalusië. Córdoba heeft groene gaarden vol olijfbomen om kruizen ter herinnering te plaatsen. De honderd gelieven zijn eeuwig ingeslapen.
Those hundred lovers are asleep forever beneath the dry earth. Andalusia has long, red-colored roads. Córdoba, green olive trees for placing a hundred crosses to remember them. Those hundred lovers are asleep forever.
Sobre el monte pelado un calvario. Agua clara Y olivos centenarios. Por las callejas hombres embozados, y en las torres veletas girando Eternamente Girando !Oh pueblo perdido en la Andalucía del llanto!
Achei esquisito o poema aparecer em holandês e fui "investigar". Encontrei bastante informação. Na cidade de Leiden (perto de Haia), assim ele aparece num muro, juntamente com 100 outros poemas de autores de várias nacionalidades também escritos em muros em vários locais da cidade. A obra levou 13 anos a completar e este poema, o 101º, simboliza uma homenagem aos 100 anteriores (os cem amores seriam naturalmente os cem poemas). O site que encontrei transcreve uma notícia publicada em Maio de 2005, onde é anunciada uma celebração a realizar em Junho, na qual os 101 poemas iriam ser lidos por habitantes da cidade cuja língua materna fosse a língua original dos poemas. Na altura, ainda lhes faltava um sul-africano, um nigeriano, dois polacos, um argentino, um espanhol e um francês. Espero que os tenham encontrado.:) Já não vou a Leiden há vinte e tal anos, portanto, infelizmente nunca vi estes muros. Parece-me uma iniciativa muito bonita.
Correcção: Estive a ver a foto do muro/parede. O poema está escrito no original. No site (http://www.muurgedichten.nl/lorca.html) é que aparece a tradução que está no comentário das 3.21.
Pamina: Pela minha parte obrigada pelo esclarecimento! Assim tem outro encanto. (LOL: ainda fui a um dicionário alemão e dava para trazudir algumas coisas... Não me ocorreu que fosse holandês. Já estava a preparar vingança feia ;] mentira!)
Muros. Nem todos transponíveis para todas as pernas (só de andas) Também... isto de andar a tentar perceber o conteúdo de todas as mensagens engarrafadas é um disparate! Bom café
António Paiva, não te vás já embora, ouve: «Quando vier a Primavera, As flores florirão da mesma maneira E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.» (palavras minhas, que são de A.Caeiro), e mais: tenho saudades de te dizer ´gosto tanto de ti'! Maria Oliveira
Boss, a culpa foi tua, não quiseste desvelar o mistério por trás da repetição em época tão semelhante ; ))))))) no fundo no fundo era só isso que queríamos, que dissesses "foi por iso e tal e coisa..." ; ))))))))
Mas lá dizia o outro:
Coisas maravilhosas, imauditas, Algumas até mesmo benditas, E benzidas, memórias falidas, falta de autor, e de Senhor, Libertaram-lhes as correias, Fartaram-se de últimas ceias, E não houve mais pio no rio, O mar transbordava, Senhorio.
Você não se safa mesmo... A entrada está crowded, completamente. (Não propriamente a entrada aqui, mas lá onde quer). Em tempos muito idos, pré murcónicos, também experimentei a sorte, em desepero absoluto. "No new admittances." Fiquei a pensar que era segregação geográfica... E como sou muito teimosa insisti. "Overbooked..." Com o melão que apanhei passou-me logo o mal de vie, ou pelo menos aquele mal que julgamos 1 corpo estranho,a precisar de ser extirpado. E das duas, uma: ou o dito mal se foi de vez, com a falta de assistência, ou integrou-se para sempre na minha anatomia e eu já não dou por ele. Nem "por ela"!! Afinal nunca nos refazemos do choque de aprender que a alma é uma espécie não protegida, em que toda a gente mexe sem licença, usa e abusa, e estropia (incluindo nós...), sem que um único ambientalista levante a voz para defender a causa... E a questão é que só temos mesmo uma! E depois de esborrachada...(ainda) não há transplantes à vista.
Caramba, não desanime: estava a brincar!!! Afinal tudo isto foi há mais de 600 dias, pra aí! Entretanto, pode ser que a coisa tenha descongestionado.
(Fico "pasma" quando meço o tempo que já passou...É obra! Espantosa capacidade esta! A que temos para aguentar os fardos tidos como insuportáveis... e carregá-los dia a dia quase ao ponto de esquecer que os temos! O peso pode ser muito, mas a gente vai mesmo andando! Esperando que nada pior aconteça...)
21 comentários:
Rio largo de profundis
Rio largo de profundis
Uma neta pra nascer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
Não quero martelo e rima
Aqui no Largo da Graça
Quero ficar onde estou
Para salvar a quem passa
João, Francisco, Maria
Cada qual um nome tem
Quando vos deu os bons dias
Ninguém responde a ninguém
Venha duma outra vontade
Lá eu soubera dizer
Amor avenidas novas
Praça de Londres a arder
Zeca Afonso
De Profundis
De honderd gelieven
zijn eeuwig ingeslapen
onder de dorre aarde.
Lange rode paden
gaan door Andalusië.
Córdoba heeft groene gaarden
vol olijfbomen om kruizen
ter herinnering te plaatsen.
De honderd gelieven
zijn eeuwig ingeslapen.
De Profundis
Those hundred lovers
are asleep forever
beneath the dry earth.
Andalusia has
long, red-colored roads.
Córdoba, green olive trees
for placing a hundred crosses
to remember them.
Those hundred lovers
are asleep forever.
Sobre el monte pelado
un calvario.
Agua clara
Y olivos centenarios.
Por las callejas
hombres embozados,
y en las torres
veletas girando
Eternamente
Girando
!Oh pueblo perdido
en la Andalucía del llanto!
Federico García Lorca
Boa tarde, Professor
ai que tédio
que seca
que sono
(Isto de escrever em alemão é para promover algum dicionário online?
;[ )
XII
He venido a decirte que me quieres
a esta luz, a esta sierra, a esta armonía.
A decirte que el alma tuya es mía
he venido con todos mis poderes.
Aquí, a solas, tú y yo somos dos seres
que anhelan la llegada de su día.
Y nuestro día es éste, todavía:
nada de ayer ni de mañana esperes.
La misma tierra que nos tendrá muertos
nos enamora y nos reclama vivos
con montes, cielos y árboles abiertos.
Por qué entonces mirarnos agresivos
si marchamos, a pechos descubiertos,
debajo del calor y los olivos?
Antonio Gala (Córdoba, 1936) - Sonetos de La Zubia
Boa noite.
Achei esquisito o poema aparecer em holandês e fui "investigar". Encontrei bastante informação. Na cidade de Leiden (perto de Haia), assim ele aparece num muro, juntamente com 100 outros poemas de autores de várias nacionalidades também escritos em muros em vários locais da cidade. A obra levou 13 anos a completar e este poema, o 101º, simboliza uma homenagem aos 100 anteriores (os cem amores seriam naturalmente os cem poemas).
O site que encontrei transcreve uma notícia publicada em Maio de 2005, onde é anunciada uma celebração a realizar em Junho, na qual os 101 poemas iriam ser lidos por habitantes da cidade cuja língua materna fosse a língua original dos poemas. Na altura, ainda lhes faltava um sul-africano, um nigeriano, dois polacos, um argentino, um espanhol e um francês. Espero que os tenham encontrado.:)
Já não vou a Leiden há vinte e tal anos, portanto, infelizmente nunca vi estes muros. Parece-me uma iniciativa muito bonita.
Correcção: Estive a ver a foto do muro/parede. O poema está escrito no original. No site (http://www.muurgedichten.nl/lorca.html) é que aparece a tradução que está no comentário das 3.21.
Boa noite.
Assim está melhor.:)))
Claro que não perdoamos nada, é sinal de que estamos atentos e valorizamos o que lemos.:)
vinha aqui a propósito de uma consulta, mas já vi que não me safo!
vinha aqui a propósito de uma consulta, mas parece melhor não!
vinha aqui a propósito de uma consulta, mas já vi ue é melhor não!
Pamina:
Pela minha parte obrigada pelo esclarecimento! Assim tem outro encanto.
(LOL: ainda fui a um dicionário alemão e dava para trazudir algumas coisas... Não me ocorreu que fosse holandês. Já estava a preparar vingança feia ;] mentira!)
Muros. Nem todos transponíveis para todas as pernas (só de andas)
Também... isto de andar a tentar perceber o conteúdo de todas as mensagens engarrafadas é um disparate!
Bom café
pamina
Realmente é uma belíssima iniciativa...
A poesia é sem dúvida uma forma excelente de unir as pessoas; porque as emoções sentidas são transversais a todas as línguas e raças...
Mahatma
Desculpe a intromissão mas parece-me que alguém o chama com aflição (António Paiva). Desculpe se já viu. Deve precisar da sua ajuda.
MJ
António Paiva, não te vás já embora, ouve: «Quando vier a Primavera,
As flores florirão da mesma maneira
E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.» (palavras minhas, que são de A.Caeiro), e mais: tenho saudades de te dizer ´gosto tanto de ti'! Maria Oliveira
Boss, a culpa foi tua, não quiseste desvelar o mistério por trás da repetição em época tão semelhante ; ))))))) no fundo no fundo era só isso que queríamos, que dissesses "foi por iso e tal e coisa..." ; ))))))))
Mas lá dizia o outro:
Coisas maravilhosas, imauditas,
Algumas até mesmo benditas,
E benzidas, memórias falidas,
falta de autor, e de Senhor,
Libertaram-lhes as correias,
Fartaram-se de últimas ceias,
E não houve mais pio no rio,
O mar transbordava, Senhorio.
(o Outro aqui, por mero acaso, sou eu próprio)
António Paiva:
Você não se safa mesmo... A entrada está crowded, completamente. (Não propriamente a entrada aqui, mas lá onde quer).
Em tempos muito idos, pré murcónicos, também experimentei a sorte, em desepero absoluto.
"No new admittances."
Fiquei a pensar que era segregação geográfica... E como sou muito teimosa insisti.
"Overbooked..."
Com o melão que apanhei passou-me logo o mal de vie, ou pelo menos aquele mal que julgamos 1 corpo estranho,a precisar de ser extirpado.
E das duas, uma: ou o dito mal se foi de vez, com a falta de assistência, ou integrou-se para sempre na minha anatomia e eu já não dou por ele. Nem "por ela"!!
Afinal nunca nos refazemos do choque de aprender que a alma é uma espécie não protegida, em que toda a gente mexe sem licença, usa e abusa, e estropia (incluindo nós...), sem que um único ambientalista levante a voz para defender a causa...
E a questão é que só temos mesmo uma! E depois de esborrachada...(ainda) não há transplantes à vista.
Caramba, não desanime: estava a brincar!!! Afinal tudo isto foi há mais de 600 dias, pra aí! Entretanto, pode ser que a coisa tenha descongestionado.
(Fico "pasma" quando meço o tempo que já passou...É obra! Espantosa capacidade esta! A que temos para aguentar os fardos tidos como insuportáveis... e carregá-los dia a dia quase ao ponto de esquecer que os temos! O peso pode ser muito, mas a gente vai mesmo andando! Esperando que nada pior aconteça...)
mas alguns têm dificuldade em adormecer... snif
... da Bioética... dos desfavorecidos... daqueles que pedem medicina ...
ou da notícia do pobre violentado que ficou adormecido...
dos que o maltrataram,
dos que os ignoraram,
de nós, com sono, com tédio,
imenso.
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