sexta-feira, julho 13, 2007

Também não aprecio o discurso "com elas o mundo era um paraíso porque são todas maternais e pacifistas".

Estudo:Uso diferente do poder pelas mulheres está por provar

O próximo executivo camarário, com a Lei da Paridade aplicada pela primeira vez, será mais representativo da sociedade, mas está por provar que as mulheres façam um uso diferente do poder dos homens.
O politólogo André Freire, o antropólogo Miguel Vale de Almeida e o professor de Filosofia Viriato Soromenho Marques, ouvidos pela Lusa, convergem na análise de que não existe evidência científica quanto a um comportamento distinto das mulheres no exercício do poder.
Os académicos sublinham, contudo, que o facto de a sociedade portuguesa, em que as mulheres são mais de metade da população, estar melhor representado num órgão autárquico é desde logo um aspecto positivo da aplicação da Lei da Paridade, que impõe a presença de pelo menos 33,3 por cento de candidatos de cada género nas listas para as eleições.
«Será um executivo mais parecido com a distribuição de género ao nível da população portuguesa e isso é um dado positivo em si mesmo», considera André Freire.
O politólogo sublinha que «ainda não há evidência empírica de que as mulheres tenham um comportamento diferente dos homens, no seio da mesma família ideológica,».
Terão «preocupações específicas que têm que ver com o seu papel», como a maternidade, avança o investigador.
Segundo o antropólogo Miguel Vale de Almeida, «não existe evidência científica porque a variável é errada à partida, pensando-se que há uma natureza distinta entre homens e mulheres».
«Isso é só uma forma de reproduzir estereótipos em relação aos géneros», afirma Vale de Almeida.
Para o antropólogo, na Lei da Paridade «estamos perante uma daquelas coisas em que o meio é a mensagem», ou seja, «a mensagem igualitária entre homens e mulheres que passa é que é importante».
«É uma medida transitória. O efeito a médio prazo será o de mais de 50 por cento da população, as mulheres, não excluírem à partida a hipótese de uma carreira política», defende.
Nesse sentido, Miguel Vale de Almeida, vê a lei como «uma forma de inclusão política».
Também o professor de Filosofia da Universidade de Lisboa Viriato Soromenho Marques sublinha o carácter transitório de uma lei que é «um artifício, uma criação da engenharia política».
«Os instrumentos da paridade são transitórios e visam criar condições mais favoráveis para que a sociedade possa contar com a participação das mulheres», afirma.
Viriato Soromenho Marques considera que «as mulheres não irão precisar que se trata de uma lei de ouro, constitucional, duradoura».
«Se se falar com qualquer mulher eleita para um cargo público ela será a primeira a torcer o nariz à paridade», reconhece o professor de Filosofia, que defende, contudo, que a lei é positiva.
Segundo Soromenho Marques, mulheres e homens têm «visões do mundo diferentes», com elas a manifestarem uma «inteligência mais afectiva» e eles a possuírem uma «visão mais geométrica».
O académico também afirma, contudo, que está por provar como essas diferenças se manifestarão no exercício do poder.
«As mulheres que estão na política são mulheres que jogam um jogo essencialmente masculino, porque estão em minoria. Daqui por algum tempo, com uma maior participação feminina é natural que as coisas se alterem», concluiu.
A Lei da Paridade impõe a presença de pelo menos 33,3 por cento de candidatos de cada género nas listas para eleições autárquicas, legislativas e europeias, que «não podem conter mais de dois candidatos do mesmo sexo colocados consecutivamente».
O diploma foi aprovado pelo Parlamento no ano passado, com os votos a favor do PS, a abstenção do BE e os votos contra da restante oposição, após uma primeira versão ter sido vetada pelo Presidente da República, Cavaco Silva, que previa a exclusão das listas eleitorais que não cumprissem a quota estabelecida.
Diário Digital / Lusa

24 comentários:

CêTê disse...

Boa Noite!;]


"com elas o mundo era um paraíso porque são todas maternais e pacifistas".

Não só não "aprecio" como não concordo. A não ser que estejamos a falar em sentido estrito- aí sim! Agora quando não se trata de assuntos humanitários acho que somos se não iguais piores do que "eles" ;)))- seremos, acredito, capazes de esboçar estratagemas mais maquiavélicos, ainda que quem tenha de dar o corpinho ao manifesto sejam eles!;))
Mas não há nada como a pluralidade- melhor: a partilha equatitativa do poder e das decisões que ele permite/exige- quanto mais negociada e menos autoritária melhor- ainda que tenha de haver algumas cedências em especial se se tratarem de puros caprichos de quem gosta de mandar.

CêTê disse...

Porque é que isto está a fazer eco?

Hellllllllloooooooooooo!

&&&
&(*_*)&

Sirk disse...

Claro que somos todas pacifistas, CêTê.



Há certos dias então...

CêTê disse...

Não me digas que foste tu que exterminaste a clientela deste cafézinho?

:O

(até loginhooooooooooooooo)
;P

CêTê disse...

(loguinho)
OU MELHOR ATÉ NUNCA!

Júlio Pêgo disse...

Colocar a questão política dependente de se ser homem ou mulher, é não compreender o próprio fenómeno, a organização social, a cultura donde emergimos.Poder e obediência, governantes e governados, dominantes e dominados, são questões há muito discutidas, desde Aristóteles, Platão, Maquiavel, Rousseau, até Engels, Arom ou Morin.Não me parece fazer sentido estabelecer cotas percentuais para homens e mulheres, desde que a liberdade e igualdade de acesso seja real.Interessante, será fomentar elites políticas, capazes e esclarecidas, na arte de conciliar os contrários, os interesses de grupo, na procura do progresso. Até porque o Poder só manda se lhe obedecem.
Júlio Pêgo

goncalo disse...

Caro Prof,

Vejo no "Sol" a sua entrevista imprevista. Notas telegráficas:

De imprevista, a entrevista teve muito pouco, no sentido em que nenhuma das perguntas que lhe foram feitas o deixaram sequer em posição difícil, ao contrário de anteriores convidados.

Depois, o título, embora certeiro, é uma projecção pessoal na pessoa do PR.

Gostei da simplicidade honesta no modo como assumiu o seu posicionamento político, embora eu lhe deixe aqui um aviso de amigo: olhe que o mundo vai deslizando, lenta e suavemente, para a direita - se é que o termo ainda faz algum sentido...

Por último, destaco o pluralismo do jornal: à direita o director faz a apologia de Santana Lopes como o candidato que faltou na campanha eleitoral para a CML. À esquerda, o convidado
atesta a incompetência política de PSL. E o que é curioso é que estou de acordo com os dois).

Helder Carvalho disse...

Caro Murcon sugiro a leitura da Graphic Novel Y: The Last Man onde um evento extermina todos os seres vivos com cromossoma Y. Sendo que para além das mulheres sobrevive um homem e o seu macaco. É um estudo interessante sobre como seria o mundo se as mulheres estivessem no poder

Anónimo disse...

...isso do que as mulheres vão salvar portugal é um delusional belief

Anónimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fora-de-Lei disse...

Ainda se lembram todos da Maggy, "the iron lady" ?

A Menina da Lua disse...

Fora-de-Lei:)

A Lady Teacher? bbrrrrr :(


Pois! as paridades são importantes estarem garantidas; ainda estamos num país onde o acesso de oportunidades ao poder não é igualitário, mesmo estando salguardado na lei...

Claro que não defendo igualdades de oportunidade baseadas apenas no género; existem tal como nos homens mulheres insuportáveis e incompetentes e quando exercem o poder são tão péssimas ou pior que eles , principalmente quando os tentam imitar...

Mas tambem ainda estamos numa situação onde é necessário elas serem bem mais competentes do que eles para se poderem evidenciar e estarem no poder.

Tambem acontece por razões de sua própria natureza, as mulheres estarem vedadas ao poder por indisponibilidade de tempo, circunstancialmente devido à maternidade mas são opções que penso serem tomadas duma forma assumida e esperamos que positiva por parte delas.

thorazine disse...

"..existem tal como nos homens mulheres insuportáveis e incompetentes e quando exercem o poder são tão péssimas ou pior que eles.."

Tipo a ministra da educação..para além do seu mau trabalho tem umas bochechas rosadinhas dando a entender que está sempre a suar.. :|

Julio Machado Vaz disse...

Gonçalo,
Acho que a Direita me concede um indulto, não creio que tema demasiado um pequeno-burguês como eu:). Quanto ao "imprevisto", tem toda a razão, respondi por mail e o Zé Fialho Gouveia respeitou religiosamente o que disse e ainda me roubou um ano:). Quanto ao PR, sim e não. Claro que relaxo a falar dos netos, mas não me defendo tanto..., em tantas áreas:).

andorinha disse...

Boa tarde.

Já não vos falava desde 5ª feira e estava a morrer de saudades.
O meu pc pifou (provavelmente praga do FDL):))))) e eis-me aqui na cidade berço no CYbercentro, porque já estava a ressacar.
O vício é terrível.:))))))

Quanto ao post, estou novamente em sintonia com a Cêtê, não só não aprecio como não concordo.
Há mulheres que exercem o poder de forma mais gravosa que alguns homens e todos temos exemplos disso, lá fora e cá dentro:)

"Os instrumentos de paridade são transitórios e visam criar condições favoráveis para que a sociedade possa contar com a participação das mulheres"

Não advogo esta política, como já aqui disse, sou contra qualquer tipo de quotas sejam elas a "favor" de quem sejam, mulheres, negros, etc, etc, e pouco me importa que digam que são instrumentos transitórios.
Entendo a filosofia subjacente, mas discordo.

FDL(12.18)
Então não nos lembramos?
Não sofremos todos de amnésia....:)

Thora (3.59)
Exactamente:)))

Júlio (5.29)
:)
"Acho que a Direita me concede um indulto, não creio que tema demasiado um pequeno-burguês como eu"
Fie-se nisso, fie-se...:)))

andorinha disse...

Cêtê,
"Não me digas que foste tu que exterminaste a clientela deste cafézinho?"

Pensando melhor, se calhar tens razão e o FDL está inocente:))))))))

Ó pá! Que saudades destas conversas malucas:)

E pronto, agora que já falei com os amigos, o meu dia já ganhou outra cor:)))))

Até amanhã, malta:)

C Valente disse...

Passei para dizer um Boa Tarde, eu volto
Saudações

goncalo disse...

JMV

"Acho que a Direita me concede um indulto, não creio que tema demasiado um pequeno-burguês como eu:)."

Ó Prof, olhe que hoje não é o melhor dia para se fazer ironia com o Centro -Direita. Acaba de levar uma coça enorme em Lisboa. Pobre Marques Mendes, os que o vão arrasar durante a noite são os mesmos que não lhe perdoariam se ele tivesse deixado tudo como estava. É a hipocrisia e o oportunismo da política.

Enfim, já só falta vir aqui o FDL fazer o foguetório, lembrar que a "Direita dos Interesses" levou um pontapé e proclamar ainda que a partir de hoje acabou a corrupção na CML...

Mas, quanto ao indulto tem razão: não haverá qualquer tipo de mccarthysmo)))...

goncalo disse...

Só ao sei o que dirá o nosso FDL se o António Costa levar por diante uma das suas promessas de campanha: utilizar os Paços do Concelho para serem celebrados "casamentos Gay"...

A Menina da Lua disse...

Gonçalo:)

" o que dirá o nosso FDL se o António Costa levar por diante uma das suas promessas de campanha: utilizar os Paços do Concelho para serem celebrados "casamentos Gay"..."

O Fora-de -lei dá-lhe "uma coisinha má"...e deixa emprego, deixa família deixa tudo e vai viver para outra cidade:)) ou então candidata-se para as próximas eleições:))

goncalo disse...

A menina da lua,

Quem sabe se integrado na lista do José Pinto Coelho do PNR)))))))...

Fora-de-Lei disse...

andorinha 6:12 PM

"O meu pc pifou (provavelmente praga do FDL)"

Não foi o PC que pifou. Quem pifou foi o PSD e o CDS... ;-)

Fora-de-Lei disse...

A Menina da Lua 8:48 PM

goncalo 10:35 PM

Ora nem mais. Casamentos gay na minha cidade, só por cima do meu cadáver... ;-)

PS: a propósito de coisas gay -> as camisolas cor-de-rosa do Glorioso estão esgotadas em todo o país!

andorinha disse...

FDL(11.15)
Tens razão:)
Loooooooooooooooooooooooool

E deixa lá os casamentos gay, não queiras morrer já:)