A propósito de alguns comentários: é verdade que se torna preocupante a frequência com que muitas pessoas se "exilam" na net e fogem ao (outro) mundo. Mas seria um óbvio exagero definir os que por aqui aparecem, opinam e estabelecem entre si laços mais ou menos profundos e gratificantes como "falhados relacionais". Falo por mim: este blog é hoje parte importante na minha vida, mas arranjo tempo para ele à custa de muito equilibrismo, não lhe sacrifico um minuto de vida útil ou gostosa:).
Aqui, como "lá fora", há de tudo como na botica.
quinta-feira, junho 30, 2005
quarta-feira, junho 29, 2005
O efémero armadilhado:)
Naqueles momentos, a aventura tentava-me, o amor metia-me medo. Mas também me atemorizava a aventura, porque por detrás podia esperar-me o amor.
(Ballester, Don Juan)
(Ballester, Don Juan)
terça-feira, junho 28, 2005
Bem dito, carago!
Todos os progressos significativos da humanidade aconteceram através de loucuras que se tornaram culturas. Na vida, nos comportamentos, nas artes, nas letras, nas ciências, foi dessa forma que muito aconteceu. Desde que respeitem os outros e não incomodem ninguém, os quantitativos provocatórios acabam por ser saudáveis, estimulantes e potencialmente evolutivos. É a história que o ensina e que lhes ajusta a dosagem.
Jaime Milheiro.
Jaime Milheiro.
domingo, junho 26, 2005
Prévert
As crianças que se amam abraçam-se contra as portas da noite
E os viandantes que passam apontam-lhes o dedo
Mas as crianças não estão lá por ninguém
E é apenas a sua sombra que treme na noite,
Provocando a cólera dos transeuntes
A sua cólera, o seu engano, o seu riso e a sua inveja
As crianças que se amam não estão lá por ninguém
Elas estão distantes, bem mais longe que a noite
Bem mais alto que o dia
Na clareza deslumbrante de seu primeiro amor.
Elas estão distantes, bem mais longe que a noite
Bem mais alto que o dia
Na clareza deslumbrante de seu primeiro amor.
(Sugestão da Pamina, tradução do Portocroft).
O primeiro amor... Muitas vezes não é o melhor, o mais intenso, o mais duradouro, o mais..., amor até! Mas por ser o primeiro, abre uma paisagem não vivida e contudo esperada aos nossos olhos de jovens. Por isso me abstenho de estabelecer hierarquias ou "top-tens". Direi apenas que recordo o meu com ternura infinda, mas não contaminada por uma idealização reactiva a desamores de outras épocas. Não quero voltar a ele ou utilizar-lhe a memória como bálsamo, apenas lembrá-lo pelo que foi - o primeiro molhar de pés no oceano confuso dos afectos:).
E os viandantes que passam apontam-lhes o dedo
Mas as crianças não estão lá por ninguém
E é apenas a sua sombra que treme na noite,
Provocando a cólera dos transeuntes
A sua cólera, o seu engano, o seu riso e a sua inveja
As crianças que se amam não estão lá por ninguém
Elas estão distantes, bem mais longe que a noite
Bem mais alto que o dia
Na clareza deslumbrante de seu primeiro amor.
Elas estão distantes, bem mais longe que a noite
Bem mais alto que o dia
Na clareza deslumbrante de seu primeiro amor.
(Sugestão da Pamina, tradução do Portocroft).
O primeiro amor... Muitas vezes não é o melhor, o mais intenso, o mais duradouro, o mais..., amor até! Mas por ser o primeiro, abre uma paisagem não vivida e contudo esperada aos nossos olhos de jovens. Por isso me abstenho de estabelecer hierarquias ou "top-tens". Direi apenas que recordo o meu com ternura infinda, mas não contaminada por uma idealização reactiva a desamores de outras épocas. Não quero voltar a ele ou utilizar-lhe a memória como bálsamo, apenas lembrá-lo pelo que foi - o primeiro molhar de pés no oceano confuso dos afectos:).
Se acabó!
Não resisti a um pulinho a Salamanca:), aquela Plaza Mayor é a minha favorita em toda a Espanha. E, como sempre, dei comigo fascinado pela vida que leva "todos", sozinhos ou em família, a visitá-la para dois dedos de conversa y una copa. O Festival de Cultura de Castela e Leão ainda acrescentava mais tempero à coisa!
Que diferença do nosso estilo macambúzio:(. Enfim...
Chego a Portugal e pasmo: então os lisboetas põem a hipótese de recusar a disponibilidade do Professor Carrilho? Ainda se tornam responsáveis por um eventual traumatismo sofrido pelo Diniz, pobre garoto:)
Que diferença do nosso estilo macambúzio:(. Enfim...
Chego a Portugal e pasmo: então os lisboetas põem a hipótese de recusar a disponibilidade do Professor Carrilho? Ainda se tornam responsáveis por um eventual traumatismo sofrido pelo Diniz, pobre garoto:)
quarta-feira, junho 22, 2005
Nao é só em Portugal:)
O PP espanhol levou ao Parlamento um Psi de luxo que disse as coisas mais extraordinárias acerca dos homossexuais. O porta-voz do Partido classificou de "magnífica" a exposiçao. No dia seguinte, perante o repúdio generalizado, o mesmo senhor veio afirmar que nao estava de acordo com a doutrina exposta. O "magnífica" surgira apenas "por uma questao de educaçao"... O visado esclareceu que as suas afirmaçoes tinham sido deturpadas pela Imprensa! Aqui, como aí, muitos políticos mudam de opiniao após consultarem o travesseiro e as sondagens. E a comunicaçao social - que de angélica nao tem nada... - é acusada de manipular o que toda a gente ouviu:).
segunda-feira, junho 20, 2005
Desilusao.
Fui a Morella, que é muito bela. Mas dos cátaros..., ni hablar! A menina do Turismo só me pôde dizer que o último Perfeito, Belibasto, vivera "algures" na rua tal da judiaria. Encontrei lá uma Companhia de seguros... Simbólico. Tivesse Belibasto permanecido em Morella e jamais a Inquisiçao lhe teria deitado a mao!
quinta-feira, junho 16, 2005
O mundo paralelo.
Morreu Corino de Andrade. Ele e Nuno Grande simbolizam tudo o que Abel Salazar gostaria de ver no Instituto com o seu nome onde me orgulho de leccionar. A cada morte de uma pessoa que admirei e/ou amei, um mundo paralelo ganha forma. Como se por entre as de carne e osso passeassem outras, fantasmáticas e contudo não menos "reais". Os da minha idade sabem ao que me refiro...
P.S. Raquel - Não tenciono perder a paciência:). Por que o faria? Bati-me toda a vida pela liberdade que vocês têm nos comentários!
P.S. Raquel - Não tenciono perder a paciência:). Por que o faria? Bati-me toda a vida pela liberdade que vocês têm nos comentários!
quarta-feira, junho 15, 2005
Na berlinda:)
Ó Lobices,
Você é atacado e louvado de todos os lados! Vou pensar no seu segredo Rambla abaixo:).
Você é atacado e louvado de todos os lados! Vou pensar no seu segredo Rambla abaixo:).
terça-feira, junho 14, 2005
O mistério do til desaparecido!
E nao é que estes teclados o nao têm?!:(. Perdao, maralhal, nao pensem mal da acentuaçao deste vosso humilde servidor:). A 18, em Madrid, grande manif contra a legislaçao sobre os homossexuais, com o apoio expresso do Conselho Episcopal espanhol. A falta que a Santa Inquisiçao faz nestes tempos de deboche, nao é? Que tristeza...
segunda-feira, junho 13, 2005
Eugénio.
Quando os poetas morrem a notícia espalha-se, vertiginosa - chove em Barcelona, como choveu um dia em Santiago pela liberdade. O Eugénio costumava dizer que ansiamos por ela, mas dentro do rebanho. Com efeito. Ele nao, fez caminho próprio sem preocupaçoes de companhia protectora. E assim, acabou rodeado por uma multidao de gente, grata pela sua inimitável poesia solar.
sábado, junho 11, 2005
Barcelona
1) No quarto floresce o pó e com ele as minhas alergias.
2) O bom tempo também foi de férias.
3) Mas a Rambla, maralhal, a Rambla:)))))))
2) O bom tempo também foi de férias.
3) Mas a Rambla, maralhal, a Rambla:)))))))
quinta-feira, junho 09, 2005
A estrada...
... espera por mim, vou em busca de sinais dos meus queridos cátaros. Mas levo a "besta", maralhal:)
quarta-feira, junho 08, 2005
A banda sonora cresce:)
O Portocroft acrescentou Let it Be e Eleanor Rigby. A primeira é de uma beleza abandonada que nos faz suspeitar que McCartney já pressentia o fim dos Beatles. Mas Eleanor Rigby é um m-o-n-u-m-e-n-t-o:). A canção da qual George Martin disse: "Paul não a teria conseguido escrever se não tivesse conhecido John":).
As habituais gralhas nocturnas:(
Pamina,
Tem toda a razão: no post anterior é "encandeado" e não "encadeado". Irra!, que não tenho emenda.
Quanto à escrita: o próximo livro será um "monólogo a duas vozes":). Masculinas...
Tem toda a razão: no post anterior é "encandeado" e não "encadeado". Irra!, que não tenho emenda.
Quanto à escrita: o próximo livro será um "monólogo a duas vozes":). Masculinas...
terça-feira, junho 07, 2005
Da astronomia e outros mistérios.
Maria,
Mais um jantar no Círculo Universitário. Ao café, reparei num rapaz que transpirava desamparo, só tinha por companhia a lareira apagada (se te parece, com este calor…). Meti conversa - british até à medula; astrónomo devoto; brilhante por faro meu. Como lhe invejei a paixão do discurso!, parecia um espelho que devolvesse, por teimosia, o que fui há vinte anos. Falou-me de estrelas mortas, cujo brilho ainda nos chega. Percebes? Vemos uma estrela que já não existe. Não nego a lógica da explicação, mas cá dentro apenas o córtex aderia, não percebo nada de anos-luz, como posso ver o que passou? Segui o conselho do meu velho – fui sorrindo. E ele foi deitar-se, mais aconchegado pela minha atenção e pelo conhaque, depois de um inevitável shake-hands, calorosamente hirto.
Eu vim para casa. Para nossa casa. Estaquei, encadeado pela tua ausência. E olhando em volta, fiz o inventário das mil recordações que nos sobreviveram. Sabes? A astronomia é bem mais simples do que pensava:).
Mais um jantar no Círculo Universitário. Ao café, reparei num rapaz que transpirava desamparo, só tinha por companhia a lareira apagada (se te parece, com este calor…). Meti conversa - british até à medula; astrónomo devoto; brilhante por faro meu. Como lhe invejei a paixão do discurso!, parecia um espelho que devolvesse, por teimosia, o que fui há vinte anos. Falou-me de estrelas mortas, cujo brilho ainda nos chega. Percebes? Vemos uma estrela que já não existe. Não nego a lógica da explicação, mas cá dentro apenas o córtex aderia, não percebo nada de anos-luz, como posso ver o que passou? Segui o conselho do meu velho – fui sorrindo. E ele foi deitar-se, mais aconchegado pela minha atenção e pelo conhaque, depois de um inevitável shake-hands, calorosamente hirto.
Eu vim para casa. Para nossa casa. Estaquei, encadeado pela tua ausência. E olhando em volta, fiz o inventário das mil recordações que nos sobreviveram. Sabes? A astronomia é bem mais simples do que pensava:).
Esta Ciência...
>Vejam o que acabo de receber:)
>
>
>
>
> Agora já existe mais uma justificação!!!
>
> Contemplar o peito das mulheres, é bom para a saúde dos homens e
>ajuda-os a viver mais tempo!... Foi o que revelou um estudo realizado
>por um grupo de pesquisadores alemães. Eles concluiram que olhar
>fixamente todos os dias, durante 10 minutos, para os seios de uma
>mulher, é tão benéfico como uma boa meia-hora de exercícios físicos.
>Este estudo, efectuado ao longo de 5 anos, num grupo de 200 homens
>(voluntários), demonstrou que todos os que aproveitaram o espectáculo
>entusiasmante e diário de belos seios femininos, sofriam menos de
>doenças cardio-vasculares e tinham menos problemas de hipertensão do
>que os que não olharam para os seios todos os dias. O Dr. Karen
>Weatherby, que dirigiu os estudos, afirmou que: "Olhar para os seios de
>uma bela mulher durante 10 minutos, em cada dia, é o equivalente a uma
>meia-hora de aeróbica. A excitação sexual aumenta a frequência
>cardíaca, e é benéfica para a circulação do sangue.
>Nós pensamos que, com tal prática diária, os homens podem aumentar a
>esperança de vida em pelo menos 5 anos."
>
> NOTA FINAL: Eu sabia que tinha de haver uma explicação... Os
>homens não são tarados, estão é preocupados com a sua saúde!!!
>
>
>
>
> Agora já existe mais uma justificação!!!
>
> Contemplar o peito das mulheres, é bom para a saúde dos homens e
>ajuda-os a viver mais tempo!... Foi o que revelou um estudo realizado
>por um grupo de pesquisadores alemães. Eles concluiram que olhar
>fixamente todos os dias, durante 10 minutos, para os seios de uma
>mulher, é tão benéfico como uma boa meia-hora de exercícios físicos.
>Este estudo, efectuado ao longo de 5 anos, num grupo de 200 homens
>(voluntários), demonstrou que todos os que aproveitaram o espectáculo
>entusiasmante e diário de belos seios femininos, sofriam menos de
>doenças cardio-vasculares e tinham menos problemas de hipertensão do
>que os que não olharam para os seios todos os dias. O Dr. Karen
>Weatherby, que dirigiu os estudos, afirmou que: "Olhar para os seios de
>uma bela mulher durante 10 minutos, em cada dia, é o equivalente a uma
>meia-hora de aeróbica. A excitação sexual aumenta a frequência
>cardíaca, e é benéfica para a circulação do sangue.
>Nós pensamos que, com tal prática diária, os homens podem aumentar a
>esperança de vida em pelo menos 5 anos."
>
> NOTA FINAL: Eu sabia que tinha de haver uma explicação... Os
>homens não são tarados, estão é preocupados com a sua saúde!!!
segunda-feira, junho 06, 2005
O mundo.
Terminei "Por Amor a Che". Sem deslumbre, mas com agrado. Deixo uma frase deliciosa:).
"O mundo é muito maior do que o nosso umbigo, embora seja agradável pensar que ele possa caber dentro da nossa mão".
"O mundo é muito maior do que o nosso umbigo, embora seja agradável pensar que ele possa caber dentro da nossa mão".
domingo, junho 05, 2005
Hopefully...
Um bom amigo fez-me chegar o artigo completo. Também digo "hopefully", mas sem grandes esperanças:(. E depois, a própria Ciência...
For Fruit Flies, Gene Shift Tilts Sex Orientation
By ELISABETH ROSENTHAL,
International Herald Tribune
Published: June 3, 2005
When the genetically altered fruit fly was released into the observation chamber, it did what these breeders par excellence tend to do. It pursued a waiting virgin female. It gently tapped the girl with its leg, played her a song (using wings as instruments) and, only then, dared to lick her - all part of standard fruit fly seduction.
One gene, apparently by itself, creates patterns of sexual behavior in fruit flies.
The observing scientist looked with disbelief at the show, for the suitor in this case was not a male, but a female that researchers had artificially endowed with a single male-type gene.
That one gene, the researchers are announcing today in the journal Cell, is apparently by itself enough to create patterns of sexual behavior - a kind of master sexual gene that normally exists in two distinct male and female variants.
In a series of experiments, the researchers found that females given the male variant of the gene acted exactly like males in courtship, madly pursuing other females. Males that were artificially given the female version of the gene became more passive and turned their sexual attention to other males.
"We have shown that a single gene in the fruit fly is sufficient to determine all aspects of the flies' sexual orientation and behavior," said the paper's lead author, Dr. Barry Dickson, senior scientist at the Institute of Molecular Biotechnology at the Austrian Academy of Sciences in Vienna. "It's very surprising.
"What it tells us is that instinctive behaviors can be specified by genetic programs, just like the morphologic development of an organ or a nose."
The results are certain to prove influential in debates about whether genes or environment determine who we are, how we act and, especially, our sexual orientation, although it is not clear now if there is a similar master sexual gene for humans.
Still, experts said they were both awed and shocked by the findings. "The results are so clean and compelling, the whole field of the genetic roots of behavior is moved forward tremendously by this work," said Dr. Michael Weiss, chairman of the department of biochemistry at Case Western Reserve University. "Hopefully this will take the discussion about sexual preferences out of the realm of morality and put it in the realm of science."
He added: "I never chose to be heterosexual; it just happened. But humans are complicated. With the flies we can see in a simple and elegant way how a gene can influence and determine behavior."
The finding supports scientific evidence accumulating over the past decade that sexual orientation may be innately programmed into the brains of men and women. Equally intriguing, the researchers say, is the possibility that a number of behaviors - hitting back when feeling threatened, fleeing when scared or laughing when amused - may also be programmed into human brains, a product of genetic heritage.
"This is a first - a superb demonstration that a single gene can serve as a switch for complex behaviors," said Dr. Gero Miesenboeck, a professor of cell biology at Yale.
Dr. Dickson, the lead author, said he ran into the laboratory when an assistant called him on a Sunday night with the results. "This really makes you think about how much of our behavior, perhaps especially sexual behaviors, has a strong genetic component," he said.
All the researchers cautioned that any of these wired behaviors set by master genes will probably be modified by experience. Though male fruit flies are programmed to pursue females, Dr. Dickson said, those that are frequently rejected over time become less aggressive in their mating behavior.
When a normal male fruit fly is introduced to a virgin female, they almost immediately begin foreplay and then copulate for 20 minutes. In fact, Dr. Dickson and his co-author, Dr. Ebru Demir of the Institute of Molecular Biotechnology, specifically chose to look for the genetic basis of fly sexual behavior precisely because it seemed so strong and instinctive and, therefore, predictable.
Scientists have known for several years that the master sexual gene, known as fru, was central to mating, coordinating a network of neurons that were involved in the male fly's courtship ritual. Last year, Dr. Bruce Baker of Stanford University discovered that the mating circuit controlled by the gene involved 60 nerve cells and that if any of these were damaged or destroyed by the scientists, the animal could not mate properly. Both male and female flies have the same genetic material as well as the neural circuitry required for the mating ritual, but different parts of the genes are turned on in the two sexes. But no one dreamed that simply activating the normally dormant male portion of the gene in a female fly could cause a genetic female to display the whole elaborate panoply of male fruit fly foreplay.
For Fruit Flies, Gene Shift Tilts Sex Orientation
By ELISABETH ROSENTHAL,
International Herald Tribune
Published: June 3, 2005
When the genetically altered fruit fly was released into the observation chamber, it did what these breeders par excellence tend to do. It pursued a waiting virgin female. It gently tapped the girl with its leg, played her a song (using wings as instruments) and, only then, dared to lick her - all part of standard fruit fly seduction.
One gene, apparently by itself, creates patterns of sexual behavior in fruit flies.
The observing scientist looked with disbelief at the show, for the suitor in this case was not a male, but a female that researchers had artificially endowed with a single male-type gene.
That one gene, the researchers are announcing today in the journal Cell, is apparently by itself enough to create patterns of sexual behavior - a kind of master sexual gene that normally exists in two distinct male and female variants.
In a series of experiments, the researchers found that females given the male variant of the gene acted exactly like males in courtship, madly pursuing other females. Males that were artificially given the female version of the gene became more passive and turned their sexual attention to other males.
"We have shown that a single gene in the fruit fly is sufficient to determine all aspects of the flies' sexual orientation and behavior," said the paper's lead author, Dr. Barry Dickson, senior scientist at the Institute of Molecular Biotechnology at the Austrian Academy of Sciences in Vienna. "It's very surprising.
"What it tells us is that instinctive behaviors can be specified by genetic programs, just like the morphologic development of an organ or a nose."
The results are certain to prove influential in debates about whether genes or environment determine who we are, how we act and, especially, our sexual orientation, although it is not clear now if there is a similar master sexual gene for humans.
Still, experts said they were both awed and shocked by the findings. "The results are so clean and compelling, the whole field of the genetic roots of behavior is moved forward tremendously by this work," said Dr. Michael Weiss, chairman of the department of biochemistry at Case Western Reserve University. "Hopefully this will take the discussion about sexual preferences out of the realm of morality and put it in the realm of science."
He added: "I never chose to be heterosexual; it just happened. But humans are complicated. With the flies we can see in a simple and elegant way how a gene can influence and determine behavior."
The finding supports scientific evidence accumulating over the past decade that sexual orientation may be innately programmed into the brains of men and women. Equally intriguing, the researchers say, is the possibility that a number of behaviors - hitting back when feeling threatened, fleeing when scared or laughing when amused - may also be programmed into human brains, a product of genetic heritage.
"This is a first - a superb demonstration that a single gene can serve as a switch for complex behaviors," said Dr. Gero Miesenboeck, a professor of cell biology at Yale.
Dr. Dickson, the lead author, said he ran into the laboratory when an assistant called him on a Sunday night with the results. "This really makes you think about how much of our behavior, perhaps especially sexual behaviors, has a strong genetic component," he said.
All the researchers cautioned that any of these wired behaviors set by master genes will probably be modified by experience. Though male fruit flies are programmed to pursue females, Dr. Dickson said, those that are frequently rejected over time become less aggressive in their mating behavior.
When a normal male fruit fly is introduced to a virgin female, they almost immediately begin foreplay and then copulate for 20 minutes. In fact, Dr. Dickson and his co-author, Dr. Ebru Demir of the Institute of Molecular Biotechnology, specifically chose to look for the genetic basis of fly sexual behavior precisely because it seemed so strong and instinctive and, therefore, predictable.
Scientists have known for several years that the master sexual gene, known as fru, was central to mating, coordinating a network of neurons that were involved in the male fly's courtship ritual. Last year, Dr. Bruce Baker of Stanford University discovered that the mating circuit controlled by the gene involved 60 nerve cells and that if any of these were damaged or destroyed by the scientists, the animal could not mate properly. Both male and female flies have the same genetic material as well as the neural circuitry required for the mating ritual, but different parts of the genes are turned on in the two sexes. But no one dreamed that simply activating the normally dormant male portion of the gene in a female fly could cause a genetic female to display the whole elaborate panoply of male fruit fly foreplay.
sexta-feira, junho 03, 2005
Agradecimentos
Ao meu filho Guilherme, por ter construído a casa dos meus sonhos:).
Ao Portocroft, que só não conseguiu ensinar o analfabeto do Murcon a escrever as legendas.
Ao Portocroft, que só não conseguiu ensinar o analfabeto do Murcon a escrever as legendas.
Um enorme perímetro
"Um beijo. A primeira partilha de carne. Tudo o que vem depois é doce elaboração. O primeiro beijo é mais íntimo do que a cama a nu; o seu pequeno perímetro contém já a primeira submissão e a traição final".
Ana Menéndez, Por Amor a Che.
Ana Menéndez, Por Amor a Che.
quinta-feira, junho 02, 2005
Boa noite, maralhal.
Olhando o prédio em frente por cima das flores que minha Mãe cuidava, disse-lhe: “Maria, chegam os dias longos e quentes e tu mudas. Não sei, pareces mais igual a ti”.
Ela sorriu, cruzou as pernas sobre o canteiro, pôs as mãos entrelaçadas atrás da nuca e transformou cadeira normalíssima em prima de baloiço, com alma e riscos de trapezista. Semicerrando os olhos, rezou vésperas:
Da luva lentamente aliviada
a minha mão procura a primavera
Nas pétalas não poisa já geada
e o dia já é maior do que ontem era
Não temo mesmo aquilo que temera
se antes viesse: chuva ou trovoada
É este o deus que meu peito venera
Sinto-me ser eu que não era nada
A primavera é o meu país
saio à rua sento-me no chão
e abro os braços e deito raiz
e dá flores até a minha mão
Sei que foi isto que sem querer quis
e reconheço a minha condição
Primavera-raiz-flores…, arrisquei: “Eugénio de Andrade?”.
Ela riu, gaiata: “Morno, querido. Ruy Belo, A Chegada dos Dias Grandes”.
E quem não suportaria alegremente o peso de tão magnífica ignorância, com riso e “querido” seus já aferrolhados na alma? A poesia é para ser vivida. Abri os braços e ela neles deitou raiz:).
Ela sorriu, cruzou as pernas sobre o canteiro, pôs as mãos entrelaçadas atrás da nuca e transformou cadeira normalíssima em prima de baloiço, com alma e riscos de trapezista. Semicerrando os olhos, rezou vésperas:
Da luva lentamente aliviada
a minha mão procura a primavera
Nas pétalas não poisa já geada
e o dia já é maior do que ontem era
Não temo mesmo aquilo que temera
se antes viesse: chuva ou trovoada
É este o deus que meu peito venera
Sinto-me ser eu que não era nada
A primavera é o meu país
saio à rua sento-me no chão
e abro os braços e deito raiz
e dá flores até a minha mão
Sei que foi isto que sem querer quis
e reconheço a minha condição
Primavera-raiz-flores…, arrisquei: “Eugénio de Andrade?”.
Ela riu, gaiata: “Morno, querido. Ruy Belo, A Chegada dos Dias Grandes”.
E quem não suportaria alegremente o peso de tão magnífica ignorância, com riso e “querido” seus já aferrolhados na alma? A poesia é para ser vivida. Abri os braços e ela neles deitou raiz:).
Melhoramentos
A Murcon SA agradece à Portocroft Sons do Mundo Lda. a instalação (grátis!) de um dispositivo que espera venha a melhorar a qualidade de vida dos frequentadores deste blog. O Presidente do Conselho de Administração decidiu mesmo acrescentar uma nota pessoal a esta circular: THANK YOU,MATE:).
quarta-feira, junho 01, 2005
A propósito do Dia...
…
A infância
É um brinquedo que parou
É a inocência remendada
É sempre isto de passado (C’est toujours ça d’passé ?)
A infância
…
Lembra-te dos silêncios ao fundo dos corredores
E aquele arquejar divino, continuo a escutá-lo,
E depois a noite, fiel a lembrar-nos essas coisas
E esta memória fodida que me segura pelo braço.
Léo Ferré.
A infância
É um brinquedo que parou
É a inocência remendada
É sempre isto de passado (C’est toujours ça d’passé ?)
A infância
…
Lembra-te dos silêncios ao fundo dos corredores
E aquele arquejar divino, continuo a escutá-lo,
E depois a noite, fiel a lembrar-nos essas coisas
E esta memória fodida que me segura pelo braço.
Léo Ferré.
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