Tem toda a razão: no post anterior é "encandeado" e não "encadeado". Irra!, que não tenho emenda.
Quanto à escrita: o próximo livro será um "monólogo a duas vozes":). Masculinas...
56 comentários:
Anónimo
disse...
Veajm cmoo é intreessnate o nsoso céerbro: : De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e utmlia lrteas etejasm no lgaur crteo.O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea.Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo. : Enetdeu?!
Possa, Júlio, estava a ver que me davas outra vez a banhada. Todos os anos, é a mesma coisa. Dás-me com cada seca ... vá lá, desta vez foi só hora e meia, nem vi o raio do jogo do Benfica por tua causa. Que se lixe. Olha, uma, duas ... já vou em sete imperiais, três francesinhas ... sim, estava com fome. Como hoje pagas tu, não olhei a despesas. Sabes bem que as secas se apagam com líquidos. Gostei de vir aqui ao Porto. Como não vivo cá, acho a cidade bonita. Gosto dos granitos escuros, da pequenez enganadora, do povo simpáticamente ordinário, do encnato da Ribeira. Gosto de tudo. Aqui respiro liberdade, novidade, alegria. Como vês, as bockinhas soltam-me a língua. E de ti, o que me contas? Há namorada nova, ou ainda é aquele pedação com que te vi no início da privavera? Como é, tens escrito alguma coisa de jeito? Sabes, ainda no outro dia, lá na FNAC da baixa, peguei num livro teu e ... tem paciência, não consegui passar do início. Julgava que eras mais terra a terra, mas não, navegas por mundos em que o desgraçado do Vasco da Gama nunca se atreveria. Caneco, o quê, e vocês aqui não dizem carago para ali, carago para aqui? Continuando, escreve coisas divertidas, deixa-te de dramas. Lá estou eu a monopolizar o diálogo. Tu também não falas, ficas aí com esses olhos de Pide e um sorriso de troça, como se um gajo dissesse por aqui as piores das asneiras. Eu sei, eu sei, procuras nos meus olhos a verdade e a mentira das bacoradas que te conto. Ao menos, podias usar óculos escuros e vestir uma gabardine. Ou uma batina. Mau, ainda não pediste nada? Ó faz favor, sim, o senhor, traga aqui mais uma rodada - hã, quero lá saber se ainda não comeste. Bebes e daqui a bocado abres o bico, seu tagarela reprimido. Tagarela, eu? Espera pouco, até chegares à sétima. Hã? ah pois não, bebes e não bufas. Ó faz favor, uns tremoços, sim? Então, o que me queres saber? Espera, tenho que atender esta. Estou? Olá coisa querida, onde estás? Ah, vejo, não podes falar ... então, porque me ligaste? O quê? O teu marido voltou mais cedo? Esse gajo é um granda chato. Anda desconfiado? Mau, temos que rever a nossa agenda. Tá, tábem, ligas tu quando puderes. Ai, ai, Júlio, isto é uma chatice. Não, não é namorada, é uma amiga de quem gosto, o marido põe-lhe os palitos a toda a hora, não lhe quer nada e ... não interessa. Ó faz favor, é mais uma rodada ... vai uma francesinha para ti? ... sim, sim, e quatro francesinhas. Por falar em francesinhas ...
... não, não me venhas com o Sartre, o Vergílio Ferreira e esses chatos que me deixam o cérebro liquefeito. Prefiro fazer uma boa pescaria embarcada, de vez em quando. Limpo o estômago, a alma e a cabeça. Se gosto do quê? Isto está a ficar barulhento ... ah, da minha vida? Não me leves a mal, mas não consigo, quando vejo gajos felizes. Sim, como tu. Possa, onde vais buscar isso? À infelicidade dos outros? O quê? Os meus filhos? Mau, e se falássemos de pesca? ... não percebes nada de pesca mas posso falar-te dela. Também podemos falar do tempo, dos incêndios, e discutir se são causados por mão humana do tipo incendiário, ou pela mão humana da incompetência na gestão do ambiente. E do teu plano de férias, para ver se me inspiras. Ah, não queres falar de banalidades ... e o futebol, é o quê?
.... não ... as coisas já não são como antes ... ó faz favor ... três cimbalinos ... só queria fugir ... agora toda a gente quer fugir ... e não sabe para onde ... a vida neste país não tem piada ... é porreiro para lazeres ... mas isso é um luxo para poucos ... um gajo agora tem de trabalhar até morrer ... deixam de haver coisas engraçadas por fazer ... tornou-se tudo tão chato ... que horas são ...? ... não ... não trouxe carro ... taxi e combóio ... não há como uma piela no Porto ... tá, vai andando e manda cumprimentos ... obrigado por me ouvires ... possa ... um gajo tem de ir ao Porto ... para ser ouvido ...
Deixo eu por aqui o meu bom dia a todos. Monólogo a duas vozes Professor? Não fosse dizer que eram as duas masculinas e eu diria me faz lembrar o casamento... cada um a monologar por si e para si... Gosto mais de diálogos! Pronto, está dito :)
...ah ah ah ...deram pela minha falta!... ...mas que lisongeado me sinto!... Já agora, lisongeado é com "g" ou com "j"?... ...ora cá está eu, um pedaço bem atrasado, a dar o meu habitual BOM DIA à tutti ...não, não esbarrei contra um poste a olhar para trás mas tive de sair mais cedo que o habitual e aqui cheguei!.. ...portem-se mal ...gozem a vida ...ela é muito curta para além de ser também, por vezes, filha da... abreijos
Olá Julio, Só precisei de navegar uns minutos para descobrir este blog e perceber pelas conversas que chego bem atrasada ou não tanto. Porquê Murcon? Blogues não são o meu forte. De qualquer forma, a semana passada esbarrei com o "Muros" quietinho numa pilha de livros, peguei nele, tirei o pó com as mãos e levei-o para casa. Mas bolas, quantas metáforas e afins cabem numa frase? Confesso que está a ser um ponto de cruz tremendo conseguir apanhar a meada. Não gosto de desistir de livro nenhum. Ainda o trago comigo e esforço-me por tentar encontrar simplicidade no meio das palavras para ver se percebo se há 1 personagem principal, o que é que se passa afinal. Ora, pois se li kafka e entendi, se li dostoiewski e até mesmo a rebelo pinto e engoli sem medo, porque raio não consigo ler MURCON? Confesso que fiquei surpresa pelo que me pareceu percepcionar uma busca minuciosa e incansável da palavra certa...sofia
Descobri este blog ao assistir ao programa onde participa na 2: na passada 2º feira. Fiquei "fã" como sou de resto da sua pessoa. Só uma coisa me entristece: porque é que um programa com tanta qualidade e que é um óptimo meio de formação e educação [sexual e social] "passa" a horas tão tardias? Toda a gente "sexualmente esclarecida" está acordade a essa hora! Os mais "necessitados" já estão a dormir. Qual tal se os senhores directores de programação colocassem o programaàos Domingos de manhã para que os "beatos" tenham mais alguma coisas para comentar? Abraços
Olá Sofia, não resisti em meter-me na conversa, tenho todos os livros de JMV, desde "O sexo dos anjos", passando pelos livros de crónicas, até ao último "Olhos nos olhos", tenho-me deleitado com estas leituras, sobretudo, deste último que é simplesmente delicioso. Mas, de facto, apanhar o fio condutor de "Muros" não foi tarefa fácil! Não desanime e experimente ler "Olhos nos olhos", onde este nosso psi aborda temas bem complexos, enquadrados em histórias da vida quotidiana escritas de um modo simples e bem-humorado.
Verónica
P.S. Meu caro Prof. finalizo este comentário com a sensação de estar a falar de si a terceiros ignorando a sua presença, as minhas desculpas! E já agora, fico à espera do próximo livro que espero que saia em breve!
sr. noise, ó sr. noise o sr. esqueceu-se da gente que estamos aqui à espera da sua pernada quero dizer da sua entrada em cena para nos explicar mais coisas para melhorarmos a circulação e debelarmos as varizes e fazermos tonificação e aficarmos com os peitos alevantados e não quer lá ver que o dr murcon vai escrever um livro de vozes machas ai sr Murcon se o sr pudesse gravar essas vozes com palavras machas para a gente ouvir enquanto vê as fotografias que o sr noise nos mostrou ai sr murcon faça-nos esse favor de gravar umas vozes machas muito mauzinhas para nós e assim com sons de chicotes e outras coisas do género ai ai minha santíssima e sr murcon era tão bom que essas vozes machas disseem nomes á gente daqueles nomes porcalhocos qu'a gente gosta de ouvir ai sr murcon ai santissima ai que me dá uma coisa ai zeferina agarra-me que ainda salto da janela ...
ai sra mix ai ai se passarem o programa do sr murcon ao domingo de manha vai ser um grande sarilho porque tenho lá os meus netos e com o tricot e tudo disso nem consigo fazer o almoço ai sra mix a sra nao me desgrace a vida e olhe que tenho os programinhas do sr murcon todos gravados para ver com as minhas amigas enquanto fazemos o tricô porque depois de sabermos que o sr murcon tem um programa nós ná nem vemos a telenovela ai zeferina ai que o sr murcon nos dá cabo da vida ai santíssima ai zeferina ai agarra-me as mãos e ata-me os pés porque senão nem sei o que faço ...
...confesso que nunca li nenhum dos livros do amigo Prof. JMV ...e agora?... Vão-me desancar por causa disso?... ...é uma falha grave não os ter lido?... ...quantos ou quantas terão os "tomates" para dizerem aqui alto e em bom som que nunca leram nada dele?... ...isso, não significa que não reconheça o seu valor dentro dos cânones da sua profissão ...ouvi-o as vezes suficientes para formar o meu juízo (não para o julgar mas para me ajuizar sobre) acerca do seu "valor" ...é por isso que "ando" por aqui ...é por isso que, de quando em vez, meto a minha colherada, a minha opinião... ...é que, a minha opinião, é apenas e somente a minha opinião e não, forçosamente, a vossa ou a dos outros... ...é por ter direito a ela (à minha opinião) que aqui deixo umas letras de vez em quando formando palavras, expressando o sentido que tenho tirado de vida, da vida que tenho vivido (ou será da vida que por mim tem passado?...) e do "sabor" e do "saber" que ela (a vida) me tem presenteado... ...espero aprender mais ...espero apreender ainda mais ...espero :)
ai sra yulunga ai não me fale de lutas machas ai que eu gosto tanto ai se algum salta cá para fora ai que lhe salto em cima com a minha agulha do tricô e não o deixo abalar ai filha do que te foste lembrar ai que essas lutas fazem tão bem á gente ai ai minha santíssima ai zeferina segura-me a agulha que ainda se perde outra vez ai que tenho de ir á casa de banho ai ai ...
ai ti lobices ai homem não me fale em tomates ai que me lembro logo ai que lhe dou um bejo nas beças ó homem mas que fotografia tao bonita que voce tem e ja vi que é um homem da prática e não dos livros ai homem que jeito voce me dava agora aqui com o tricô para me tirar estas pontadas ai ai que a ati zeferina cada vez que o vê quase desmaia ai homem que tem de vir cá casa comer uma feijoada á nossa moda ai ai ...
Ódespois ... em invandindo Portugal, os invasores invadiam a gente, a gente emigrava prá terra deles e fazíamos uma descendência com as mulheres deles e voltávamos prá nossa terra já com a vingançazinha no papo.
Fazendo um ponto de situação, a situação situacionista é a seguinte: vamos ter livro novo de monólogos que podem não ser bem nonólogos mas cantar a duas vozes masculinas, o que não significa que não seja um monólogo, em que cada um fala para si e o autor ora pega num ora pega noutro e escolhe.
É claro que, por esta altura, o maralhal foi todo almoçar ou dormir uma bela sesta. Ponto de situação terminado.
Tudo o que é demais é moléstia e já me cansei deste teclado, porque notei aqui outro sabor na água e fiquei alterada, como o G.G.Márquez, que dizia 'Durante quase todo o dia estive sentado na borda a perscrutar o horizonte ... e, depois de estar sete dias numa balsa, uma pessoa é capaz de notar a mudança mais imperceptível na cor da água.
Olá a todos, o meu nome é Azêdum. Gosto de ler o blog do Sr. Murcon mas nunca li um livro dele.
Também gosto de ouvir os programas dele, embora me custe deparar com realidades que acho ... perversas, de infidelidades e outras orientações afectivas.
É duro, aguentar um programa sobre temas que não nos são pacíficos. Não é para todos. Talvez eu seja muito conservador.
Estou como o lobices, leio o que aqui se escreve, opino e discuto. Às vezes, o tema de discussão é dúbio. Mas com pouca carne. Como neste post, onde se lançou o repto dos monólogos a duas vozes no masculino. Campo vastíssimo de discussão e arranhadelas, o da vida interior dos homens, dos seus pensamentos mais íntimos e debochados. Falemos.
Não queria deixar de agradecer as suas palavras e de lhe dizer que é bom saber que está connosco, embora não comente regularmente. Fico, com grande interesse, à espera do novo romance do Escritor Júlio Machado Vaz.
Ora boas tardes. Gostava de vos dizer que nós os homens temos muitos monólogos. Ficamos a falar e a pensar sózinhos cada vez que vemos uma moça jeitosa.
Aqui vai um monólogo da minha graça.
Foi assim. Quando cheguei à mercearia para comprar duas nabiças, vi a Felismina que é jeitosa como o milho. Meti logo uma conversa com ela.
Bom dia Felismina, o que andas aqui a fazer?
Cá dentro, já fervia e pensava: possa felismina, que estás ainda mais boa c'o milho.
A boa da felismina olhou-me de alto a baixo e disse: olhó joão dos melões, ainda aqui andas?
E eu pensei, se tu soubesses o peso que os melões têm ...
E respondi: ó felismina, olha que o grelo que aí levas não é fresco porque o talo já está esverdeado.
Cá dentro, pensava: ai manganona, que belo cozido tu davas.
Lá me descompõe a rapariga: joão dos melões trata de te não meteres comigo ou levas com o talo no olho.
A associação de imagens não foi do meu agrado. Essa parte do comigo é censurada. E cá para mim, imaginei-me a fazer-lhe o mesmo, que foi muito do meu agrado. Fiquei ofgante e devo ter dado um suspiro grande, que a dona Albertina do balcão ficou a olhar para mim, muito assustada.
Sem saber o que dizer, perguntei: Dona Albertina, tem lençóis de cama?
A felismina riu-se: parvo, não vês que isto é uma mercearia? tás a precisar duma drogaria.
Vermelho com a minha palermice, juntei quatro batatas, dois nabos e uma couve com talo, "Dona albertina, já podia ter um supercado com roupas de drogaria".
Riram-se mais ainda.
Este foi o meu monólogo. Obrigado por terem aceite esta minha singela partilha.
Um monólogo a duas vozes! Masculinas? Hum!!! Ora aí está um termo interessante e invulgar. Um termo feminino para conotar o macho! Ok!...já sei, lá estou eu a ser básica! -Maite, o termo refere-se a vozes! -Eu sei, mas o autor sempre podia usar outro, para masculinizar a coisa... como por exemplo Um monólogo entre dois descendentes de Adão. - Tás doida???? Mas nós nem descendemos de Adão! Isso era o que nos diziam quando eramos miúdas...histórias infantis...nós descendemos é dos macacos...não tenhas ilusões! -Mas continuo a achar que poderia ter usado outro. -Lá estás tu outra vez a achar. Sempre a tirar conclusões precipitadas. -Tu não me contestes grrr -Sabes, acho que já estava na altura de lermos um livro desses, de monólogos de homens. Há tantos de mulheres! Lembras-te daquele da Rita Ferro? -O "És meu"? -Esse mesmo. Gostei! -Eu também! Ficamos, à espera deste do professor, ansiosamente ;)
Este é um monólogo comigo mesmo, caso não tenham percebido;))))
“Quando a Justiça escasseia, temos que saltar para a Liberdade, quando a Liberdade exagera, temos que saltar para a Justiça. Mas a Segurança e a Liberdade só estão no Guélanismo” Cabo Trovão
...Acordei agora da minha sestinha! ...o tempo também não dá para outra coisa... morno a escaldar e a sonolência a invadir a turbulenta necessidade de nos movermos daqui para fora... ...regresso à infância quando o calor não apertava, apenas era, e corria campos fora na luta extrema entre os índios e os cowboys ...regresso à adolescência quando o calor não amornava, apenas era, e a procura das miúdas nas idas aos cinemas ou aos bailes de garagem nos presenteavam com fugas para os slows de um Art Sulllivan ou duma Syilvie Vartan ...regresso à tropa, feita há exactamente 38 anos atrás, Junho de 67, onde o calor afogueava nas marchas abotinadas e sem água no quartel ao fim do dia para se tomar o benho... foi aí que aprendi a suportar o calor ...regresso a muitas outras alturas da vida, da ida às praias com os filhos e a merenda e o sol a bater nas pernas, razão pela qual hoje não posso apanhar sol nas ditas... ...fico-me então por aqui, neste meu recanto, onde me encanto, sem espanto do canto onde estou a olhar este monitor branco com umas letrinhas pretas a andarem da esquerda para a direita ...monologueio comigo mesmo, em duas vozes masculinhas, aquela que tenho e aquela que fui outrora ...olho lá para fora e apetece-me um café... é isso que vou fazer ...venho rápido que o desejo de aqui estar é mais forte que o sentir o sol nas minhas costas a abrasar... ... (um boldzinho para a amok_she)
"Depois de te perder te encontro com certeza Talvez num tempo de delicadeza Onde não diremos nada, nada aconteceu Apenas seguirei como encantado ao lado teu tempos de delicadeza e silêncio, nada aconteceu - encontros por aí, terra pequena, "Você está bem?" E ele encantado... Desistir do amor será talvez inevitável. mas seguramente obsceno."
Boa tarde a todos. Maite e Lobices, prazer em lê-los. O tema de hoje é inspirador.
Fica-me a curiosidade de saber o que o Júlio terá em mente. Ao menos podia facultar-nos um bocadinho. Não só para nos satisfazer a curiosidade, como ainda para nos dar o mote.
Maite, mas que belo monólogo a duas vozes. Gostei muito.
Lobices, arriba, amigo. Como tu dizes, a vida é mesmo demasiado curta.
Yulunga, mas que afirmação provocadora. Então nós, os brutos que a cavalo cheiram, não temos direito a alguma vida interior? Obrigadinho.
Leio no poema, reencontros após o fim duma relação, inevitáveis num mundo tão pequeno como nosso (ah, um mundo que cabe numa mão), em que, delicadamente as pessoas se cumprimentarão, como se nada tivesse acontecido ou havido antes, como dois conhecidos que nunca foram amantes, e de ter ficado algo, o encantamento dele, que inevitávelmente morrerá ou será morto, sendo isso amargamente lamentado.
Júlio, ..."Sim , me dê a mão A gente agora já não tinha medo No tempo da maldade Acho que a gente nem tinha nascido Agora era fatal Que o faz-de-conta terminasse assim Pra lá desse quintal Era uma noite que não tem mais fim Pois você sumiu no mundo Sem me avisar E agora eu era um louco a perguntar O que é que a vida vai fazer de mim."
Júlio, ..."Sim , me dê a mão A gente agora já não tinha medo No tempo da maldade Acho que a gente nem tinha nascido Agora era fatal Que o faz-de-conta terminasse assim Pra lá desse quintal Era uma noite que não tem mais fim Pois você sumiu no mundo Sem me avisar E agora eu era um louco a perguntar O que é que a vida vai fazer de mim."
Tão só, um pai...Sabe? Acho que o professor não vai resistir;) ou será que vai?! :(
Eu nunca li o "Muros", mas pelo excerto postado pela m,simplesmente, penso que não resistirei por muito mais tempo. E a sua interpretação do mesmo é clara e encantadora...mas isso já nem é novidade. A maneira como você escreve sempre nos delicia :)
Andorinha, calma. O lobices foi tomar o seu café, virá com certeza mais tarde;) Eu também estou na fila da livraria para comprar os livros do professor. Acho que vão esgotar:)
Portocroft, sugestionada e inspirada;) (isto sou a pensar com os meus botões, mas tenho esta mania de partilhar pensamentos!)
TSUP valha-me Deus, têm todo o direito. Não sabia é que eram dados a uma introspecção tal que leve a um monólogo a duas consciências. Como se gabam tanto de serem racionais e práticos... Não quero melindrar ninguém. longe de mim
...to Andorinha: ...citando: ... to Lobices at 1.51 Que raio de confissão, homem! É uma falha grave, sim.:) Os livros são fabulosos. Não tens curiosidade em ler? 4:21 PM ... Lobices, Vês como não me respondes...:( 5:28 PM ... ...claro que respondo!... também é verdade que não faço uma correspondência; alguém tem de parar, caso contrário isto não terminava se tivessemos de responder e replicar ad eternum :) ... ...mas achas que é um raio de uma confissão?.. Que é uma confissão, lá isso é mas que seja um raio, acho que não...:) ...achas que é uma falha grave? ...acho que não ...existem imensos livros de autores fabulosos que nunca chegaremos a ler nem que o fizessemos durante uma vida inteira; alguém tem de ser escolhido; há opções a fazer; por isso, não ter lido ou não ler JMV não é grave!... ...os livros são fabulosos? Acredito mas como o posso saber se não os li?... ...se não tenho curiosidade em os ler?... Não sei; acho que não tenho essa curiosidade... não tem nada a ver com o Autor JMV que muito admito e respeito; mas, sempre o conheci como psi e sexólogo e é assim que eu o "vejo" e não o consigo ver como escritor ...estou a elaborar a minha Biografia... serão 60 anos de história pessoal... no entanto, não sou nenhum escritor; quero apenas deitar nas palavras o que eu vivi, o que eu senti, o que eu fui, o que quis e o que não quis, as escolhas que percorri ...isso não fará de mim um escritor; quero ser recordado como o quim das lobices e nada mais (aqui, no espaço virtual, claro; nos outros locais da minha vida onde fiz a minha caminhada serei recordado doutra forma) ...espero :)*
Lobices, Estava a brincar contigo, homem, não te zangues.:) Perguntei mesmo só por curiosidade. E concordo contigo que não tem cabimento estarmos a replicar "ad eternum".
Hoje o prof. na crónica da Antena 1 "o amor é" tocou num tema que me é particularmente querido. Era a propósito de um site que dizia que o sexo era muito melhor se disséssemos palavras de contentamento e êxtase durante o acto. Barulhinhos à parte, o que me despertou a atenção foi a questão da normalização. O prof. fez um parêntesis para dizer que temos de ter cuidado com coisas do tipo: quem não fala durante o sexo não sabe o que perde e portanto "precisa de ser tratado".
De facto a normalização pode ser enormemente castradora (foi o que me veio à cabeça :) ), mas será que não há espaço para encontrarmos chão comum a nós todos? Parece-me que a total privatização da felicidade pode fazer com que fiquemos muito pobres e não consigamos de facto saber o que perdemos.
...to Mário at 8.04 PM: ...não ouvi essa crónica mas pelos vistos não foram palavras do Prof mas sim de um site que ele referiu ...claro que é errado (e eu não sou psi nem nada que se pareça) tentar "normalizar" e dizer que o que está fora dessa normalização deve ser considerado errado e, por isso, passivel de tratamento... ...mas também penso que não há, de verdade, espaço para encontrarmos chão comum; cada um de nós é um ser diverso do outro e reage de forma diferente do outro ainda que pareça ser a mesma coisa ...no sexo, durante o acto, deve existir a dualidade dos dois seres que se "anexam" e cada um deve agir cosoante o seu desejo e o seu instinto... na minha opinião, o "óptimo" (apesar de inimigo do bom) é que esses 2 seres consigam encontrar o ponto de fusão e, dessa forma, "criar" um novo ser, uma nova entidade, aquela para a qual se tende a reagir de uma forma diferente mas que é, por certo, a única a alcançar: o Par!... ...o momento em que, por formas diversas de actuação de cada um deles, os mesmos se possam conjugar e chegar à suprema fase da sublimação... ...mas, é apenas a minha opinião
Sou novata por estes lados. Só agora conheci o blog, depois de ver um "estes difíceis amores". Mas já li Muros... 2 vezes. Ainda hei-de ler mais, não só porque ainda não compreendi tudo, mas pricipalmente pelo prazer de ler um livro que me apaixona a cada página. É intenso (na minha modesta opinião) e belo. Também já li os outros...quase todos, mas MUROS é um espanto.
56 comentários:
Veajm cmoo é intreessnate o nsoso céerbro:
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De aorcdo com uma pqsieusa de uma uinrvesriddae ignlsea, não ipomtra em qaul odrem as lrteas de uma plravaa etãso, a úncia csioa iprotmatne é que a piremria e utmlia lrteas etejasm no lgaur crteo.O rseto pdoe ser uma bçguana ttaol que vcoê pdoe anida ler sem pobrlmea.Itso é poqrue nós não lmeos cdaa lrtea isladoa, mas a plravaa cmoo um tdoo.
:
Enetdeu?!
Possa, Júlio, estava a ver que me davas outra vez a banhada. Todos os anos, é a mesma coisa. Dás-me com cada seca ... vá lá, desta vez foi só hora e meia, nem vi o raio do jogo do Benfica por tua causa. Que se lixe. Olha, uma, duas ... já vou em sete imperiais, três francesinhas ... sim, estava com fome. Como hoje pagas tu, não olhei a despesas. Sabes bem que as secas se apagam com líquidos. Gostei de vir aqui ao Porto. Como não vivo cá, acho a cidade bonita. Gosto dos granitos escuros, da pequenez enganadora, do povo simpáticamente ordinário, do encnato da Ribeira. Gosto de tudo. Aqui respiro liberdade, novidade, alegria. Como vês, as bockinhas soltam-me a língua. E de ti, o que me contas? Há namorada nova, ou ainda é aquele pedação com que te vi no início da privavera? Como é, tens escrito alguma coisa de jeito? Sabes, ainda no outro dia, lá na FNAC da baixa, peguei num livro teu e ... tem paciência, não consegui passar do início. Julgava que eras mais terra a terra, mas não, navegas por mundos em que o desgraçado do Vasco da Gama nunca se atreveria. Caneco, o quê, e vocês aqui não dizem carago para ali, carago para aqui? Continuando, escreve coisas divertidas, deixa-te de dramas. Lá estou eu a monopolizar o diálogo. Tu também não falas, ficas aí com esses olhos de Pide e um sorriso de troça, como se um gajo dissesse por aqui as piores das asneiras. Eu sei, eu sei, procuras nos meus olhos a verdade e a mentira das bacoradas que te conto. Ao menos, podias usar óculos escuros e vestir uma gabardine. Ou uma batina. Mau, ainda não pediste nada? Ó faz favor, sim, o senhor, traga aqui mais uma rodada - hã, quero lá saber se ainda não comeste. Bebes e daqui a bocado abres o bico, seu tagarela reprimido. Tagarela, eu? Espera pouco, até chegares à sétima. Hã? ah pois não, bebes e não bufas. Ó faz favor, uns tremoços, sim? Então, o que me queres saber? Espera, tenho que atender esta. Estou? Olá coisa querida, onde estás? Ah, vejo, não podes falar ... então, porque me ligaste? O quê? O teu marido voltou mais cedo? Esse gajo é um granda chato. Anda desconfiado? Mau, temos que rever a nossa agenda. Tá, tábem, ligas tu quando puderes. Ai, ai, Júlio, isto é uma chatice. Não, não é namorada, é uma amiga de quem gosto, o marido põe-lhe os palitos a toda a hora, não lhe quer nada e ... não interessa. Ó faz favor, é mais uma rodada ... vai uma francesinha para ti? ... sim, sim, e quatro francesinhas. Por falar em francesinhas ...
Caro Prof. m8,
Nós nunca cometemos gralhas, carago!... O teclado é que é gralhento.;)
... não, não me venhas com o Sartre, o Vergílio Ferreira e esses chatos que me deixam o cérebro liquefeito. Prefiro fazer uma boa pescaria embarcada, de vez em quando. Limpo o estômago, a alma e a cabeça. Se gosto do quê? Isto está a ficar barulhento ... ah, da minha vida? Não me leves a mal, mas não consigo, quando vejo gajos felizes. Sim, como tu. Possa, onde vais buscar isso? À infelicidade dos outros? O quê? Os meus filhos? Mau, e se falássemos de pesca? ... não percebes nada de pesca mas posso falar-te dela. Também podemos falar do tempo, dos incêndios, e discutir se são causados por mão humana do tipo incendiário, ou pela mão humana da incompetência na gestão do ambiente. E do teu plano de férias, para ver se me inspiras. Ah, não queres falar de banalidades ... e o futebol, é o quê?
.... não ... as coisas já não são como antes ... ó faz favor ... três cimbalinos ... só queria fugir ... agora toda a gente quer fugir ... e não sabe para onde ... a vida neste país não tem piada ... é porreiro para lazeres ... mas isso é um luxo para poucos ... um gajo agora tem de trabalhar até morrer ... deixam de haver coisas engraçadas por fazer ... tornou-se tudo tão chato ... que horas são ...? ... não ... não trouxe carro ... taxi e combóio ... não há como uma piela no Porto ... tá, vai andando e manda cumprimentos ... obrigado por me ouvires ... possa ... um gajo tem de ir ao Porto ... para ser ouvido ...
Olá Júlio e maralhal,
Afinal eu tinha razão.:)
Li e interpretei logo como "encandeado".
Mas o texto é tão belo que todas as gralhas lhe serão perdoadas.:)))
Aguardo ansiosamente o próximo "monólogo a duas vozes"!
Por onde andará o Lobices que ainda não nos saudou com o seu habitual "Bom dia"?
O Lobices deve ter esbarrado contra um candeiro de iluminação pública por ir a olhar para trás...
Deixo eu por aqui o meu bom dia a todos. Monólogo a duas vozes Professor? Não fosse dizer que eram as duas masculinas e eu diria me faz lembrar o casamento... cada um a monologar por si e para si... Gosto mais de diálogos! Pronto, está dito :)
...ah ah ah
...deram pela minha falta!...
...mas que lisongeado me sinto!... Já agora, lisongeado é com "g" ou com "j"?...
...ora cá está eu, um pedaço bem atrasado, a dar o meu habitual BOM DIA à tutti
...não, não esbarrei contra um poste a olhar para trás mas tive de sair mais cedo que o habitual e aqui cheguei!..
...portem-se mal
...gozem a vida
...ela é muito curta para além de ser também, por vezes, filha da...
abreijos
Bom dia Lobices
Estomas lijonseados com a sua presença aqui
Enetdeu?
... hic! ... sito dess ssandar ler ontedeu ne-o ... cmbóio ... hic! ... zeélisssado ... hic!
...entendi o suficiente para ficar a saber (com certeza?) que lisonjeado é com "j"?...
...obrigado :)
com creteza pq vi no pruntáorio
Olá Julio,
Só precisei de navegar uns minutos para descobrir este blog e perceber pelas conversas que chego bem atrasada ou não tanto. Porquê Murcon? Blogues não são o meu forte.
De qualquer forma, a semana passada esbarrei com o "Muros" quietinho numa pilha de livros, peguei nele, tirei o pó com as mãos e levei-o para casa. Mas bolas, quantas metáforas e afins cabem numa frase? Confesso que está a ser um ponto de cruz tremendo conseguir apanhar a meada. Não gosto de desistir de livro nenhum. Ainda o trago comigo e esforço-me por tentar encontrar simplicidade no meio das palavras para ver se percebo se há 1 personagem principal, o que é que se passa afinal. Ora, pois se li kafka e entendi, se li dostoiewski e até mesmo a rebelo pinto e engoli sem medo, porque raio não consigo ler MURCON? Confesso que fiquei surpresa pelo que me pareceu percepcionar uma busca minuciosa e incansável da palavra certa...sofia
Pamina é o nome de uma personagem da Flauta Mágica de Mozart:)
Desde 1784 Patrícia.;)
Descobri este blog ao assistir ao programa onde participa na 2: na passada 2º feira. Fiquei "fã" como sou de resto da sua pessoa. Só uma coisa me entristece: porque é que um programa com tanta qualidade e que é um óptimo meio de formação e educação [sexual e social] "passa" a horas tão tardias? Toda a gente "sexualmente esclarecida" está acordade a essa hora! Os mais "necessitados" já estão a dormir. Qual tal se os senhores directores de programação colocassem o programaàos Domingos de manhã para que os "beatos" tenham mais alguma coisas para comentar?
Abraços
Lutas interiores?
Masculinas?
Não sabia que existiam.
Olá Sofia,
não resisti em meter-me na conversa, tenho todos os livros de JMV, desde "O sexo dos anjos", passando pelos livros de crónicas, até ao último "Olhos nos olhos", tenho-me deleitado com estas leituras, sobretudo, deste último que é simplesmente delicioso. Mas, de facto, apanhar o fio condutor de "Muros" não foi tarefa fácil!
Não desanime e experimente ler "Olhos nos olhos", onde este nosso psi aborda temas bem complexos, enquadrados em histórias da vida quotidiana escritas de um modo simples e bem-humorado.
Verónica
P.S. Meu caro Prof. finalizo este comentário com a sensação de estar a falar de si a terceiros ignorando a sua presença, as minhas desculpas! E já agora, fico à espera do próximo livro que espero que saia em breve!
sr. noise, ó sr. noise o sr. esqueceu-se da gente que estamos aqui à espera da sua pernada quero dizer da sua entrada em cena para nos explicar mais coisas para melhorarmos a circulação e debelarmos as varizes e fazermos tonificação e aficarmos com os peitos alevantados e não quer lá ver que o dr murcon vai escrever um livro de vozes machas ai sr Murcon se o sr pudesse gravar essas vozes com palavras machas para a gente ouvir enquanto vê as fotografias que o sr noise nos mostrou ai sr murcon faça-nos esse favor de gravar umas vozes machas muito mauzinhas para nós e assim com sons de chicotes e outras coisas do género ai ai minha santíssima e sr murcon era tão bom que essas vozes machas disseem nomes á gente daqueles nomes porcalhocos qu'a gente gosta de ouvir ai sr murcon ai santissima ai que me dá uma coisa ai zeferina agarra-me que ainda salto da janela ...
ai sra mix ai ai se passarem o programa do sr murcon ao domingo de manha vai ser um grande sarilho porque tenho lá os meus netos e com o tricot e tudo disso nem consigo fazer o almoço ai sra mix a sra nao me desgrace a vida e olhe que tenho os programinhas do sr murcon todos gravados para ver com as minhas amigas enquanto fazemos o tricô porque depois de sabermos que o sr murcon tem um programa nós ná nem vemos a telenovela ai zeferina ai que o sr murcon nos dá cabo da vida ai santíssima ai zeferina ai agarra-me as mãos e ata-me os pés porque senão nem sei o que faço ...
...confesso que nunca li nenhum dos livros do amigo Prof. JMV
...e agora?... Vão-me desancar por causa disso?...
...é uma falha grave não os ter lido?...
...quantos ou quantas terão os "tomates" para dizerem aqui alto e em bom som que nunca leram nada dele?...
...isso, não significa que não reconheça o seu valor dentro dos cânones da sua profissão
...ouvi-o as vezes suficientes para formar o meu juízo (não para o julgar mas para me ajuizar sobre) acerca do seu "valor"
...é por isso que "ando" por aqui
...é por isso que, de quando em vez, meto a minha colherada, a minha opinião...
...é que, a minha opinião, é apenas e somente a minha opinião e não, forçosamente, a vossa ou a dos outros...
...é por ter direito a ela (à minha opinião) que aqui deixo umas letras de vez em quando formando palavras, expressando o sentido que tenho tirado de vida, da vida que tenho vivido (ou será da vida que por mim tem passado?...) e do "sabor" e do "saber" que ela (a vida) me tem presenteado...
...espero aprender mais
...espero apreender ainda mais
...espero
:)
ai sra yulunga ai não me fale de lutas machas ai que eu gosto tanto ai se algum salta cá para fora ai que lhe salto em cima com a minha agulha do tricô e não o deixo abalar ai filha do que te foste lembrar ai que essas lutas fazem tão bem á gente ai ai minha santíssima ai zeferina segura-me a agulha que ainda se perde outra vez ai que tenho de ir á casa de banho ai ai ...
e se POrtugal fosse invadido? o que tu farias?
http://futricas.blogspot.com
ai ti lobices ai homem não me fale em tomates ai que me lembro logo ai que lhe dou um bejo nas beças ó homem mas que fotografia tao bonita que voce tem e ja vi que é um homem da prática e não dos livros ai homem que jeito voce me dava agora aqui com o tricô para me tirar estas pontadas ai ai que a ati zeferina cada vez que o vê quase desmaia ai homem que tem de vir cá casa comer uma feijoada á nossa moda ai ai ...
Ódespois ... em invandindo Portugal, os invasores invadiam a gente, a gente emigrava prá terra deles e fazíamos uma descendência com as mulheres deles e voltávamos prá nossa terra já com a vingançazinha no papo.
Fazendo um ponto de situação, a situação situacionista é a seguinte: vamos ter livro novo de monólogos que podem não ser bem nonólogos mas cantar a duas vozes masculinas, o que não significa que não seja um monólogo, em que cada um fala para si e o autor ora pega num ora pega noutro e escolhe.
É claro que, por esta altura, o maralhal foi todo almoçar ou dormir uma bela sesta. Ponto de situação terminado.
Exactamente como todos os palermas que aqui vêm, na esperança de encher a paciência. Estão em monólogo. Ninguém liga a biltres.
Tiazinhas, ricas
Tudo o que é demais é moléstia e já me cansei deste teclado, porque notei aqui outro sabor na água e fiquei alterada, como o G.G.Márquez, que dizia 'Durante quase todo o dia estive sentado na borda a perscrutar o horizonte ... e, depois de estar sete dias numa balsa, uma pessoa é capaz de notar a mudança mais imperceptível na cor da água.
Vou ali ao sap tratar do estôgamo e já volto.
Olá a todos, o meu nome é Azêdum. Gosto de ler o blog do Sr. Murcon mas nunca li um livro dele.
Também gosto de ouvir os programas dele, embora me custe deparar com realidades que acho ... perversas, de infidelidades e outras orientações afectivas.
É duro, aguentar um programa sobre temas que não nos são pacíficos. Não é para todos. Talvez eu seja muito conservador.
Estou como o lobices, leio o que aqui se escreve, opino e discuto. Às vezes, o tema de discussão é dúbio. Mas com pouca carne. Como neste post, onde se lançou o repto dos monólogos a duas vozes no masculino. Campo vastíssimo de discussão e arranhadelas, o da vida interior dos homens, dos seus pensamentos mais íntimos e debochados. Falemos.
Boa tarde Lys,
Não queria deixar de agradecer as suas palavras e de lhe dizer que é bom saber que está connosco, embora não comente regularmente.
Fico, com grande interesse, à espera do novo romance do Escritor Júlio Machado Vaz.
Um beijinho também para si
ti ester ... ti ester ... logo à tarde vamos ao SAP procurar o dr noise para uma consulta psi-xual ... até já ...
Ora boas tardes. Gostava de vos dizer que nós os homens temos muitos monólogos. Ficamos a falar e a pensar sózinhos cada vez que vemos uma moça jeitosa.
Aqui vai um monólogo da minha graça.
Foi assim. Quando cheguei à mercearia para comprar duas nabiças, vi a Felismina que é jeitosa como o milho. Meti logo uma conversa com ela.
Bom dia Felismina, o que andas aqui a fazer?
Cá dentro, já fervia e pensava: possa felismina, que estás ainda mais boa c'o milho.
A boa da felismina olhou-me de alto a baixo e disse: olhó joão dos melões, ainda aqui andas?
E eu pensei, se tu soubesses o peso que os melões têm ...
E respondi: ó felismina, olha que o grelo que aí levas não é fresco porque o talo já está esverdeado.
Cá dentro, pensava: ai manganona, que belo cozido tu davas.
Lá me descompõe a rapariga: joão dos melões trata de te não meteres comigo ou levas com o talo no olho.
A associação de imagens não foi do meu agrado. Essa parte do comigo é censurada. E cá para mim, imaginei-me a fazer-lhe o mesmo, que foi muito do meu agrado. Fiquei ofgante e devo ter dado um suspiro grande, que a dona Albertina do balcão ficou a olhar para mim, muito assustada.
Sem saber o que dizer, perguntei: Dona Albertina, tem lençóis de cama?
A felismina riu-se: parvo, não vês que isto é uma mercearia? tás a precisar duma drogaria.
Vermelho com a minha palermice, juntei quatro batatas, dois nabos e uma couve com talo, "Dona albertina, já podia ter um supercado com roupas de drogaria".
Riram-se mais ainda.
Este foi o meu monólogo. Obrigado por terem aceite esta minha singela partilha.
Boa tarde Maralhal e Professor
Um monólogo a duas vozes!
Masculinas? Hum!!!
Ora aí está um termo interessante e invulgar. Um termo feminino para conotar o macho!
Ok!...já sei, lá estou eu a ser básica!
-Maite, o termo refere-se a vozes!
-Eu sei, mas o autor sempre podia usar outro, para masculinizar a coisa... como por exemplo Um monólogo entre dois descendentes de Adão.
- Tás doida???? Mas nós nem descendemos de Adão! Isso era o que nos diziam quando eramos miúdas...histórias infantis...nós descendemos é dos macacos...não tenhas ilusões!
-Mas continuo a achar que poderia ter usado outro.
-Lá estás tu outra vez a achar. Sempre a tirar conclusões precipitadas.
-Tu não me contestes grrr
-Sabes, acho que já estava na altura de lermos um livro desses, de monólogos de homens. Há tantos de mulheres! Lembras-te daquele da Rita Ferro?
-O "És meu"?
-Esse mesmo. Gostei!
-Eu também! Ficamos, à espera deste do professor, ansiosamente ;)
Este é um monólogo comigo mesmo, caso não tenham percebido;))))
Bolas....comigo mesma...já estou toda confundida!
to Lobices at 1.51
Que raio de confissão, homem!
É uma falha grave, sim.:)
Os livros são fabulosos.
Não tens curiosidade em ler?
“Quando a Justiça escasseia, temos que saltar para a Liberdade, quando a Liberdade exagera, temos que saltar para a Justiça. Mas a Segurança e a Liberdade só estão no Guélanismo”
Cabo Trovão
www.riapa.pt.to
...Acordei agora da minha sestinha!
...o tempo também não dá para outra coisa... morno a escaldar e a sonolência a invadir a turbulenta necessidade de nos movermos daqui para fora...
...regresso à infância quando o calor não apertava, apenas era, e corria campos fora na luta extrema entre os índios e os cowboys
...regresso à adolescência quando o calor não amornava, apenas era, e a procura das miúdas nas idas aos cinemas ou aos bailes de garagem nos presenteavam com fugas para os slows de um Art Sulllivan ou duma Syilvie Vartan
...regresso à tropa, feita há exactamente 38 anos atrás, Junho de 67, onde o calor afogueava nas marchas abotinadas e sem água no quartel ao fim do dia para se tomar o benho... foi aí que aprendi a suportar o calor
...regresso a muitas outras alturas da vida, da ida às praias com os filhos e a merenda e o sol a bater nas pernas, razão pela qual hoje não posso apanhar sol nas ditas...
...fico-me então por aqui, neste meu recanto, onde me encanto, sem espanto do canto onde estou a olhar este monitor branco com umas letrinhas pretas a andarem da esquerda para a direita
...monologueio comigo mesmo, em duas vozes masculinhas, aquela que tenho e aquela que fui outrora
...olho lá para fora e apetece-me um café... é isso que vou fazer
...venho rápido que o desejo de aqui estar é mais forte que o sentir o sol nas minhas costas a abrasar...
...
(um boldzinho para a amok_she)
"Depois de te perder
te encontro com certeza
Talvez num tempo de delicadeza
Onde não diremos nada, nada aconteceu
Apenas seguirei como encantado ao lado teu
tempos de delicadeza e silêncio, nada aconteceu - encontros por aí, terra pequena, "Você está bem?" E ele encantado... Desistir do amor será talvez inevitável. mas seguramente obsceno."
JMV, "MUROS"
Ó Murcon, este final é angustiante.
Não percebo!!!
Comenta-o, por favor.
M,simplesmente
Boa tarde a todos. Maite e Lobices, prazer em lê-los. O tema de hoje é inspirador.
Fica-me a curiosidade de saber o que o Júlio terá em mente. Ao menos podia facultar-nos um bocadinho. Não só para nos satisfazer a curiosidade, como ainda para nos dar o mote.
Maite, mas que belo monólogo a duas vozes. Gostei muito.
Lobices, arriba, amigo. Como tu dizes, a vida é mesmo demasiado curta.
Yulunga, mas que afirmação provocadora. Então nós, os brutos que a cavalo cheiram, não temos direito a alguma vida interior? Obrigadinho.
Lobices,
Vês como não me respondes...:(
m, simplesmente
Leio no poema, reencontros após o fim duma relação, inevitáveis num mundo tão pequeno como nosso (ah, um mundo que cabe numa mão), em que, delicadamente as pessoas se cumprimentarão, como se nada tivesse acontecido ou havido antes, como dois conhecidos que nunca foram amantes, e de ter ficado algo, o encantamento dele, que inevitávelmente morrerá ou será morto, sendo isso amargamente lamentado.
Muros? Entendo que sim.
Maite,;))
Vejo que a deixei sugestionada desde ontem.;)
Júlio,
..."Sim , me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim."
Júlio,
..."Sim , me dê a mão
A gente agora já não tinha medo
No tempo da maldade
Acho que a gente nem tinha nascido
Agora era fatal
Que o faz-de-conta terminasse assim
Pra lá desse quintal
Era uma noite que não tem mais fim
Pois você sumiu no mundo
Sem me avisar
E agora eu era um louco a perguntar
O que é que a vida vai fazer de mim."
Tão só, um pai...Sabe?
Acho que o professor não vai resistir;) ou será que vai?! :(
Eu nunca li o "Muros", mas pelo excerto postado pela m,simplesmente, penso que não resistirei por muito mais tempo.
E a sua interpretação do mesmo é clara e encantadora...mas isso já nem é novidade. A maneira como você escreve sempre nos delicia :)
Andorinha, calma. O lobices foi tomar o seu café, virá com certeza mais tarde;) Eu também estou na fila da livraria para comprar os livros do professor. Acho que vão esgotar:)
Portocroft, sugestionada e inspirada;) (isto sou a pensar com os meus botões, mas tenho esta mania de partilhar pensamentos!)
Maite,;)
O que eu pagaria para ser um dos seus botões.;)))))))
Quem é vivo sempre aparece. Bobagem - quem é vivo sempre desaparece
TSUP valha-me Deus, têm todo o direito.
Não sabia é que eram dados a uma introspecção tal que leve a um monólogo a duas consciências.
Como se gabam tanto de serem racionais e práticos...
Não quero melindrar ninguém. longe de mim
Até amanhã maralhal.
© Copyright 2005
...to Andorinha:
...citando:
...
to Lobices at 1.51
Que raio de confissão, homem!
É uma falha grave, sim.:)
Os livros são fabulosos.
Não tens curiosidade em ler?
4:21 PM
...
Lobices,
Vês como não me respondes...:(
5:28 PM
...
...claro que respondo!... também é verdade que não faço uma correspondência; alguém tem de parar, caso contrário isto não terminava se tivessemos de responder e replicar ad eternum :)
...
...mas achas que é um raio de uma confissão?.. Que é uma confissão, lá isso é mas que seja um raio, acho que não...:)
...achas que é uma falha grave?
...acho que não
...existem imensos livros de autores fabulosos que nunca chegaremos a ler nem que o fizessemos durante uma vida inteira; alguém tem de ser escolhido; há opções a fazer; por isso, não ter lido ou não ler JMV não é grave!...
...os livros são fabulosos? Acredito mas como o posso saber se não os li?...
...se não tenho curiosidade em os ler?... Não sei; acho que não tenho essa curiosidade... não tem nada a ver com o Autor JMV que muito admito e respeito; mas, sempre o conheci como psi e sexólogo e é assim que eu o "vejo" e não o consigo ver como escritor
...estou a elaborar a minha Biografia... serão 60 anos de história pessoal... no entanto, não sou nenhum escritor; quero apenas deitar nas palavras o que eu vivi, o que eu senti, o que eu fui, o que quis e o que não quis, as escolhas que percorri
...isso não fará de mim um escritor; quero ser recordado como o quim das lobices e nada mais (aqui, no espaço virtual, claro; nos outros locais da minha vida onde fiz a minha caminhada serei recordado doutra forma)
...espero
:)*
lobices
os seus cabelos brancos são lindíssimos
Lobices,
Estava a brincar contigo, homem, não te zangues.:)
Perguntei mesmo só por curiosidade.
E concordo contigo que não tem cabimento estarmos a replicar "ad eternum".
Hoje o prof. na crónica da Antena 1 "o amor é" tocou num tema que me é particularmente querido. Era a propósito de um site que dizia que o sexo era muito melhor se disséssemos palavras de contentamento e êxtase durante o acto. Barulhinhos à parte, o que me despertou a atenção foi a questão da normalização. O prof. fez um parêntesis para dizer que temos de ter cuidado com coisas do tipo: quem não fala durante o sexo não sabe o que perde e portanto "precisa de ser tratado".
De facto a normalização pode ser enormemente castradora (foi o que me veio à cabeça :) ), mas será que não há espaço para encontrarmos chão comum a nós todos? Parece-me que a total privatização da felicidade pode fazer com que fiquemos muito pobres e não consigamos de facto saber o que perdemos.
...to Mário at 8.04 PM:
...não ouvi essa crónica mas pelos vistos não foram palavras do Prof mas sim de um site que ele referiu
...claro que é errado (e eu não sou psi nem nada que se pareça) tentar "normalizar" e dizer que o que está fora dessa normalização deve ser considerado errado e, por isso, passivel de tratamento...
...mas também penso que não há, de verdade, espaço para encontrarmos chão comum; cada um de nós é um ser diverso do outro e reage de forma diferente do outro ainda que pareça ser a mesma coisa
...no sexo, durante o acto, deve existir a dualidade dos dois seres que se "anexam" e cada um deve agir cosoante o seu desejo e o seu instinto... na minha opinião, o "óptimo" (apesar de inimigo do bom) é que esses 2 seres consigam encontrar o ponto de fusão e, dessa forma, "criar" um novo ser, uma nova entidade, aquela para a qual se tende a reagir de uma forma diferente mas que é, por certo, a única a alcançar: o Par!...
...o momento em que, por formas diversas de actuação de cada um deles, os mesmos se possam conjugar e chegar à suprema fase da sublimação...
...mas, é apenas a minha opinião
Sou novata por estes lados. Só agora conheci o blog, depois de ver um "estes difíceis amores".
Mas já li Muros... 2 vezes. Ainda hei-de ler mais, não só porque ainda não compreendi tudo, mas pricipalmente pelo prazer de ler um livro que me apaixona a cada página. É intenso (na minha modesta opinião) e belo.
Também já li os outros...quase todos, mas MUROS é um espanto.
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