sábado, setembro 03, 2005

A propósito do choro.

"Às vezes, o meu peito é uma barragem assustada pela estação das chuvas. Serei um dia obrigado a escancarar-lhe as comportas para o não estilhaçar?"

57 comentários:

Anónimo disse...

"Serei um dia obrigado a escancarar-lhe as comportas para o não estilhaçar ?"

Ó professor, essa não... até (nos) faz lembrar os diques de New Orleans que não aguentaram a enxorrada. Para mal daqueles a quem - de tempos a tempos - o sistema precisa de destapar a panela de pressão.

Agora mais a sério e directo ao verdadeiro teor do post: quantos não andam por aí a rir só para não ter que chorar ?

imagem disse...

Abaixo os AVC(s). Chorem!!!!!
Fraqueza é poder fazê-lo e reprimi-lo, com medo de ser mal entendido. Sejam homens e assumam-se como tal, com todos as fraquezas que o ser humano tem. Assumem barbaridades desde guerras que não honram ninguem a engates menos éticos... porque não o fazem com sentimentos nobres?... Ser sensivel ( e sei que os homens também são, mas é "pieguice" mostrar)Elas adoram a dualidade (aguerrido/calimero).Mas cuidado, a do "quem não chora não mama" também não é universal!!!!
Basta ver o choro no feminino...ihihihihih

Anónimo disse...

Outro dia falaram-me da programação que teriamos que ter, de ser programados interiormente, da nossa força interior...o choro faz parte da nossa força sim...

M.A. disse...

"Avec le temps"...chorar é tão natural quanto rir.
Esta maldita formatação - feminino / masculino -é um desentendimento muito grande.
Que cada um respeite as suas emoções e suas manifestaçãoes sem preconceitos.


às vezes estou melancólica, outras tranquilamente alegre.
mas...o que eu sou não é o que eu estou!

(...)
A música que corre como um rio neste espaço é belíssima.
Singularmente, amo Léo Ferré.
obrigada.




gostei do seu " espaço"

noiseformind disse...

Émezito,
Ontem homens a chorar... hoje choro puro e duro... continua assim e temos de incluir nas entradas do jantar a tal pílula azul que não muda nada mas ao menos faz os homens sentirem-se bem e mais confiantes ; ))))))))))))))))))))))))))))))

Anónimo disse...

não me parece que as lágrimas/o choro sejam como a estação das chuvas: qualquer coisa que aparece inevitavel e ciclicamente por ordem da natureza :-)

noiseformind disse...

Eu tinha um bom antídoto para isso mas no Motel Havay só deixam entrar 2 pessoas em cada carro e imagino que sejas totalmente contra sexo sem um substrato de afinidade, para mais com miúdas de 17 anos; ))))))))))))))))))))

Portanto cá me vou rumo aos quartos espelhados do meu Motel favorito. Abração pessoa

Fora-,
como imaginas, não entro em anonimatos nem em coisas desse género. Só noiseformind É noiseformind, com ou sem loles, a sério ou a brincar ; )))))))))))))) looooooooool loooooooool looooooool

E hás-de reparar que os meus loles são seguidos e não voltam ao início da frase, sua gaja desconfiada sem fundamento. Olha que assim não há rebenta-peida para ti hoje, minha porca passiva ; ))))))))))))))))))))

Anónimo disse...

noiseformind 4:58 PM

Tanta justificação de cariz ortográfico, para no fim lá acabares por conseguir ser tão desnecessariamente deselegante.

Já estás a ficar como o outro que não conseguia pôr tanto "foda-se" no sítio certo...

Conceição Paulino disse...

ás vezes sinto-me afogar por dentro. bom f.s

Anónimo disse...

Acho que a comparação do ser humano com uma barragem, de repente, fez todo o sentido: ambos somos uma enorme e complexa máquina, ambos geramos muita energia, ambos acumulamos imenso...cada um à sua maneira.
E cada um à sua maneira, claro, tem de controlar as comportas...ora para não explodir, or para não perder toda a essência do que é.

PS- permita-me avisá-lo que escrevi para o seu mail da netcabo...

Anónimo disse...

"Escancarar as comportas do peito para que a fúria das águas não o estilhace" contém a mais bela filosofia de aceitação da nossa própria vulnarabilidade e limites.Escancarar é abrir-se à alteridade aos outros. Este pequeno texto faz lembrar os haikus japoneses, tão breves, mas onde a irrupção dos vento,do sol ou da névoa são sempre portas para enormes descobertas.
Parabéns! Aqui se reconhece o Mestre.

Anónimo disse...

Corrijo: vulnerabilidade,

que descende do lat. "vulnus" que significa "ferida".

Anónimo disse...



mt bom

o txt do post

e o seu

Mas para 'E cada um à sua maneira, claro, tem de controlar as comportas...ora para não explodir, or para não perder toda a essência do que é.',

eu diria, como Woody Allen:

Never mind mind
Essence is not essential
and matter doesn't matter.

Anónimo disse...

Fã do murcon

desculpe esta vulnerabilidade desatenta ... o texto da essência não era seu e remeto o q disse sobre ele para iuri

todavia ..
o seu texto é mt belo e intenso

noiseformind disse...

fora-de-lei,
Não vejo onde possa ter sido deselegante, imagino que sexo para ti, como bom e grande macho, só em cama de casa, nem que seja da prostituta a quem montaste a casa loooooooooooooooooooooooool looooooool looooooool loooooooool loooooool ai ai ai... este Portugal dos velhos pudibundismos... e não se pode executá-lo? Parece que não, nem adianta sequer combatê-lo; )))))) mas pode-se sempre dialogar com alguns dos seus representantes e é o que faço contigo Fora-...

noiseformind disse...

E eu sempre vou pagando À empregada doméstica, não me dei à hipocrisia de enganar nenhuma mulher com a promessa do "amor eterno" para arranjar robótica e anafada máquina lavadora, arrumadora e cozinhadora ; )))))))))))))) looooooool loooooooool looooooool loooooooool

lobices disse...

...se não fores deixando vazar aos poucos, um dia serás obrigado a escancarar-lhe as comportas e teu peito explodirá...

Anónimo disse...

Tens de lhe dar um desconto, Noiseformind. Afinal o homem mesmo com as "amigas" não pode ir para o motel que isso para elas é coisa de mulheres "deslavadas", daquelas que até usam a "mão para mijar", palavras deste poeta machista, homofóbico e divertido que é o f-d-l e nos faz chorar... de tanto rir.

Manolo Heredia disse...

Hoje não se aprende nada aqui!

Anónimo disse...

Eh Manolo, eu já sei em que motel ficar quando fôr ao Porto e a casa de quem ir comer quando fôr a Lisboa;) portanto não digas isso pá!

Manolo Heredia disse...

v. ocasional,
só se fôr isso!

Anónimo disse...

......

"Chorei, chorei
pena de mim, não precisava...
ali onde eu chorei
qualquer um chorava
dar a volta por cima que eu dei,
Quero ver quem dava...

Um homem de moral
quando cai no chão
não quer que a mulher
lhe venha dar a mão,
reconhece a culpa
e não desanima
levanta
sacode a poeira
dá a volta por cima!

.....

"Chorei, chorei, até ficar com pena de mim...

( tá, tá, têm razão vou calar o bico não canto mais...;) )

Presumo os dois do Chico Buarque, e também que por aqui alguns de nós já os cantámos, a solo...

Assusta-nos a fragilidade, e quase sempre, é doloroso, mas, e se calhar isso aprende-se..., que, às vezes na vida, chorar, chorar, chorar, é preciso...!!!pelo alívio posterior, acho eu...

Não creio num esforço interior assim, tão intenso e dispendioso, se para conseguir nada fosse... - salvas sejam as benditas lágrimas de corcodilo - :)que não é dessas que falo

Gostava de saber, se possível..., o que dizem os técnicos...?

Obrigada

Anónimo disse...

Sorry - Crocodilo...:)

Anónimo disse...

...é preciso esvasiar a barragem para que a sua àgua se possa renovar...

Anónimo disse...

Nos difíceis momentos em que contemos demasiado as lágrimas porque o sufoco nos domina, são momentos intensos e de "verdade" mas que apenas se podem suportar por pouco tempo; aqui a emoção pode tornar-se insustentável. Porém, tal como nas tempestades, quando surgem as lágrimas,"limpam-se" as mágoas, esquecem-se as tristezas e disfarçam-se as solidões, podendo muitas vezes dar lugar a reconfortantes "recomeços"...

Anónimo disse...

ABra as portas. Abras as portas sem medo caro Professor. Foi o que fiz hoje e nada me fez melhor .
Tita

Su disse...

drama familiar:
-mais um berro histérico e mato um
...
opsssss .. acabei de abrir as comportas.....às vezes apetece-me rir, chorar, e gritar, tdo duma vez só....

Anónimo disse...

O jantar no dia 10 com o professor sempre se realiza ou trata-se apenas duma ficção bloguista?
As inscrições ainda se mantêm?
Quem me quer responder?

noiseformind disse...

ameninadalua,


Lá pq alguns de nós estão internados em hospitais psiquiátricos não quer dizer que tudo o que dizemos seja ficção/delírio. Trata mas é de te inscrever que ainda não arranjámos ninguém que se aceitasse sentar ao lado do Prof ; )))))))))

Anónimo disse...

Noise
Espero que no seu caso, ãs razões do internamento não sejam graves,porque não só estou a acreditar em si , como ainda o solicito para mais "responsabilidades" como por exemplo , informar-me onde se pode fazer a inscrição e se existem partilhas de boleias para quem parte de Lisboa.

PortoCroft disse...

Caro Prof. m8,

Só pode. É até um dever patriótico: Há que valorizar e aproveitar os nossos recursos hidrícos, antes que os espanhóis nos reduzam os caudais. ;))))

Abram-se as comportas. Poupe-se o peito e poupe-se também nas visitas a cardiologistas e psis. ;))))

PortoCroft disse...

Ameninadalua,

Para todas as informações:

Jantar do Murcon.

Anónimo disse...

Para todos aqueles que andam por aí a rir só para não ter que chorar, aqui fica o menú ideal: TRITICUN e VICTAN. Help yourself !

Anónimo disse...

noiseformind 8:18 PM

"Não vejo onde possa ter sido deselegante..."

MultiOpticas - Nº1 em serviços ópticos.

Anónimo disse...

Escrevo isto apenas para dizer que o Visitante Ocasional que hoje escreveu aí uns comentários não é o mesmo de ontem, que sou eu. Só para evitar confusões. Noiseformind: você pode obscenizar à vontade. Não estamos em Cuba e não lhe vão cortar a palavra. Mas confundir "classe" ou "boa educação" com obscurantismo, não é correcto. Quando alguém lhe chama a atenção para o seu vocabulário não está necessariamente a ser obscurantista retrógrada, patati patata. Pode muito simplesmente estar a ser civilizado. Agora, se o meu caro amigo se tem em conta de génio rebelde, rebeldize-se à vontade, que nós não estamos aqui para negar genialidade a ninguém. Podemos é duvidar das genialidades feitas de fogo de artifício e paroladas retoricamente vazias. Boa noite.

Anónimo disse...

Fora de lei

Se a mulher "fode sem ter tesão", não admira que acabe a chorar...ás vezes enquanto chora dá tempo pra passar a vontade de enfiar uma cadeira nos cornos do desgraçado...

Anónimo disse...

Então ameninadalua não sabe carregar nas letrinhas azuis? Se calhar tinha medo que fosse um caminho para algum hospital psiquiátrico ou site porno. De tão casta enoja, pq o link do Noise era o mesmo do Portocroft! ! ! O que me leva a pensar que tipos como o MACHISTA GAY até têm razão: a mulher portuguesa é muito inferior ao Homem: apenas um bocadinho menos inferior que o comum fora-de-lei mas imensamente mais lá para baixo quando comparada com o impagável Noiseformind:)
Curti a aparição do visitante ocasional1, parecia um Ovni;)
Gostava ainda de dizer que apesar do desvio ideológico dos comments até estou a gostar deste cantinho hoje Professor:)

Myu disse...

hj tocou fundo prof! é o q eu sinto... é d tal forma um aperto, que um dia a barragem rebenta...
ai estes amores dificeis...

noiseformind disse...

Há uma doce falha na metáfora que nos é dada ; )))))))))
As barragens não estilhaçam, são construidas para aguentar a pressão das águas e no limite essas águas galgam o paredão. Uma barragem que "estilhaça" é uma barragem mal dimensionada ou com falhas na construção para aguentar a pressão crescente. O que me leva a mim a perguntar "how much is too much"? Quanto sofrimento é demasiado? A resposta, maralhos, não é de forma alguma unívoca. Já vi pessoas a sofrerem perda de cônjugues, desempregos e doenças incapacitantes ao longo de poucos anos e ostentarem um seráfico sorriso. Também já vi pessoas que pela perda do animal de estimação entraram em verdadeiros prelapsos da sua vida. Nestes casos há uma constante praticamente imutável. Pessoas habituadas à mudança ao longo da vida conseguem lidar com mais facilidade em relação a vários problemas pessoais do que pessoas que mantiveram as vidas as estáticas (grupos de amigos, emprego, hábitos de deslocação).
Não há aqui qq pendor valorativo, atentem nisto, caros maralantes. Não digo com isto que é "melhor" estar com a vida em constante mutação e desafio. Estou apenas a dizer que nessa existência relativiza-se mais os problemas que assim não se tornam tão "absolutos".

Não somos construídos geometricamente por forças planeadoras avassaladoras, somos uma manta de retalhos feita de improviso sobre sentimentos conflituosos. Os blocos da nossa construção muitas vezes ficam em tensão, tentámos encaixar na nossa personalidade emoções que não são nossas, e assim se perde o ser, e o tudo, e o além; )))))))

ameninadalua,
Aí está uma boa piada de loiras!!!

Visitante,
Lá por eu ter dito que rebentava a peida ao fora-de-lei não quer dizer que vá fazer disso um hábito ; ))))))))))) aguenta-te pá, aguenta-te, nada de exaltações injustificadas looooooooooooooooool eu, impagável? Toda a gente tem um preço e eu não sou diferente. Mas não é em euros pá, é em Scarletts Johansoons looooooooooooool

Su,
Não sejas mazinha... sabes que nós gritámos muito mas é tudo amor... e carinho... e a tal vontade de ser sodomizado do fora-

Anónimo disse...

bzz
Para um dia de "coração apertado"
um abraço 'amigo'

Anónimo disse...

Visitante Ocasional

Tenha calma...tenha calma homem!...
Os deuses não dotaram o Homem de igual inteligência, uns a mais e outros a menos. Concerteza você foi um dos privilegiados... mas não o suficiente para conseguir destinguir entre o ser distraída e o ser púdica...Quanto ao resto dos comentários , só os posso entender em alguem que gosta de se precepitar em análises demasiado rápidas mas concerteza infundamentadas.
Para sua informação eu não sabia de facto que o link do Porty era o mesmo do Noise. A minha participação recente no blog não me levou ainda tão longe e quanto às letras azuis...não reparei...acontece!...nem todos somos perfeitos.

Vera_Effigies disse...

Pelo que entendi ontem o Professor estava num dia "fusco", espero que hoje o "lusco" sobressaia no semblante simpatico com o sorriso aberto que sabe ostentar.
Barragem é uma metafora que realmente define o estado de espírito humano em muitas e variadas ocasiões, escrevi um dia:

Paisagem...
Os olhos vagueiam no horizonte
Ao fundo, a barragem trava,
O curso de um rio,
Livre, colorido e sadio
Que tenta em vão fazer seu curso...

Num leito que não é o seu,
Onde tudo em redor é estranho,
Preso entre montes e betão,
Cresce em profundidade e tamanho.

Geme galgando a margem com sofreguidão
Num som ritmado e pungente,
Ilumina, reflectindo uma alegria aparente
Envolto em cor, brilho e abnegação.

Muitas vezes não precisamos de nos esforçar para manter aparências.

Um mimimnho e abra as comportas, revigore a energia. Verá que se sentirá melhor... ;-)

Anónimo disse...

Chorar é bom , deixa a alma leve...
É como as limpezas da Primavera :
Deitamos fora o lixo e ganhámos espaço para novas vidas...
Beijos

Anónimo disse...

Esqueci-me de assinar o comentário anterior,e, como não gosto de "cartas" anónimas... assino agora
LOLA

CLÁUDIA disse...

Professor,

"Serei um dia OBRIGADO a..."?? Então porque é que não pode pura e simplesmente acontecer? Porque é que está implícito nas suas palavras que há um esforço feito no sentido de que a barragem não ceda? Não seria melhor largar as alavancas que controlam as comportas no momento em que estas se querem abrir?

E chorar. Simplesmente chorar. Às vezes a alma cura-se assim.

Um abraço e fique bem.
Bom Domingo para todos. ***

Manolo Heredia disse...

Aqui não se aprende nada! O prof. que se deixe de choradeiras e arranje outro tema que dê mais "pica".

Vanda disse...

Nada pior do que reprimir o choro. Chorar alivia. É pena que já pouco se consiga chorar de alegria.

Anónimo disse...

noiseformind 10:23 AM

Se alguma virtude o furacão Katrina teve, foi pôr a nú uma América que não veste bem, não especula na Bolsa, não habita em bairros chiquérrimos, etc, etc, ou seja, uma América que se assemelha, em muito, a todas aquelas nações que a Administração Bush trata de forma infame.

Se alguma virtude o "visitante ocasional 1" teve (pese embora o seu discurso ser demasiado pró-states para o meu gosto), foi pôr a nú um estilo que te está na massa do sangue e que não foge muito do chamado estilo "paneleiro de urinol".

Se não aguentares ser um daqueles que - nas casas de banho públicas - perturbam qualquer cidadão normal (!) na sua simples necessidade de pôr o bebé a chorar, podes escancarar as comportas do teu peito e chorar, chorar, chorar sem parar. Vais ver que só te faz é bem... ;-))

Anónimo disse...

A propósito das lágrimas que derrubaram as comportas da esmagadora maioria das vítimas do furacão Katrina:

Lágrima de preta

Encontrei uma preta
que estava a chorar,
pedi-lhe uma lágrima
para a analisar.

Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.

Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.

Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:

nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.

António Gedeão

Anónimo disse...

LOLA @ 1:23 PM

«Chorar é bom , deixa a alma leve...
É como as limpezas da Primavera :
Deitamos fora o lixo e ganhámos espaço para novas vidas...»

Lindo!

Vanda @ 2:18 PM

"Chorar de alegria..." curiosamente, das últimas vezes que comecei por chorar de alegria, acabei a chorar de desgosto... ou seria a descarga regular?

Na realidade, por pressões externas ou outra razão qualquer, a verdade é que homens e mulheres lidam com o choro de forma distinta. O meu marido, durante um ano ou dois, teve alguma dificuldade em lidar com o meu choro. Pensava que era uma arma de chantagem emocional, veja-se! A verdade é que, de vez em quando, preciso de chorar, por muito bem que me corra a vida. É claro que isto normalmente acontece quando estou perante algo que me entristece, e aí abro as comportas como se todo o meu mundo estivesse a desfazer-se, mas não tenciono conseguir nada com isso. E depois fico tão aliviada...

Outro homem importante na minha vida: o meu Pai. Ainda há pouco tempo, quando faleceu uma familiar da minha Mãe, ela estava lavada em lágrimas no momento da última homenagem, e o Pai cirandava à volta da minha Mãe sem saber o que fazer. E eles estão casados há mais de trinta anos! O meu Pai, que a ama de forma incontestável, não estava nada confortável com a situação, mesmo sabendo que a minha Mãe precisava de chorar, e sobretudo que precisava de chorar naquele momento, para poder resolver o desgosto. Mas mesmo assim, parecia uma barata tonta, até que percebeu que um simples abraço pode ajudar tanto!

Enfim, procure-se esse abraço tão reconfortante, nos momentos de descarga :)

Anónimo disse...

espertinha 4:30 PM

"O meu marido, durante um ano ou dois, teve alguma dificuldade em lidar com o meu choro. Pensava que era uma arma de chantagem emocional..."

Tá bem, tá... já me me tinhas dito. Tu queres é pôr complexos de culpa no rapaz... ;-))

Pamina disse...

Bom fim-de-tarde tarde JMV e Maralhal,

Apesar do título do post e da metáfora da barragem, acho que este abrir da válvula para deixar sair a pressão não tem necessariamente que se traduzir em choro literal.
Pode ser, por exemplo, uma conversa com um amigo. Os ingleses dizem: " he poured his heart out" para designar este tipo de desabafo (é interessante o uso da palavra "pour" que nos remete de novo para água/torrente, embora possa ser apenas uma torrente de palavras, ou seja um choro simbólico).
No teatro, em dramas e tragédias, é habitual aparecerem intermezzos cómicos, estrategicamente colocados de modo a proporcionar aos espectadores a tal válvula de escape para a tensão acumulada ("comic relief", em inglês). Todos os bons dramaturgos sabem disto. Um exemplo entre tantos é a 1ª cena do 2º acto da peça Henry V de Shakespeare. Nela aparecem várias personagens cómicas que desempenham esta função.

Anónimo disse...

quem nunca chorou ou teve vontade e nãp o fez por vergonha, que atire a primeira lagrima...

Mi disse...

Chorar, chorar, chorar, chorar, chorar.. e chorar...

Anónimo disse...

Noise, sobre isto:

"Não somos construídos geometricamente por forças planeadoras avassaladoras, somos uma manta de retalhos feita de improviso sobre sentimentos conflituosos."

Bem dito/sentido. Não o seria capaz de pôr assim por palavras.

Quanto ao restante:


"Os blocos da nossa construção muitas vezes ficam em tensão, tentámos encaixar na nossa personalidade emoções que não são nossas, e assim se perde o ser, e o tudo, e o além; )))))))",

lamento, mas não percebo ou ainda não "encaixo" bem.

Concebo que lidamos mal com os conflictos muito fortes em áreas da nossa vida. Como, por exemplo, as seguintes dicotomias:

sobreviência profissional / amor+família,

solidariedade /individualismo e sucesso,

etc.

Um abraço

Anónimo disse...

Que controlo ou até aonde seremos capazes/deremos controlar as nossas emoções, sem cedermos à facilidade de a elas sucumbirmos e nos entregarmos completamente? Deveremos explodir de raiva e perder a cabeça, agredindo até fisicamente o alvo da nossa raiva? Deveremos sucumbir à tristeza, ao desãnimo e desistirmos de viver? Ou será melhor desistirmos da barragem e deixar o rio fluir livremente, ao sabor das chuvas da vida?

Anónimo disse...

O choro..é o cantar da alma
O choro é o grito do desencanto
O choro é o refugio das verdades escondidas
o choro é a manifestação de vida sentida
O choro é o aviso de que estamos vivos..