quarta-feira, outubro 18, 2006

O velho Séneca.

"A vida divide-se em três épocas: o que foi, o que é e o que será. Das três, a que vivemos é curta; a que viveremos, duvidosa; a que já vivemos, certa."..."Eis o que escapa às pessoas ocupadas; porque não têm tempo para olhar o passado, e se o tivessem, ser-lhes-ia desagradável recordar o que lhes deveria provocar remorsos."..."Ninguém, salvo aquele que submete os seus actos à sua própria censura, sempre infalível, faz de bom grado o regresso ao passado."

A Brevidade da Vida.

42 comentários:

Fora-de-Lei disse...

"A vida divide-se em três épocas: o que foi, o que é e o que será."

E o que é que é mais rápido ? A Luz ou o Futuro ?

PAH, nã sei! disse...

A vida, o que é???

O que passou, está aí para quem quiser ver, para quem quiser vasculhar, para quem quiser ler...

O futuro?
Demasiado longe...

O presente é mudo...
O presente é uma jogo de sorte... imprevisível...

Não dá para saber o que vai acontecer amanhã quando abrirmos os olhos.

Daí o seu valor... Senão seria uma vida de merda.

PAH, nã sei! disse...

Perdão pelo palavrão...

deeper disse...

o passado não existe, já passou.
O futuro também não existe, porque ainda não veio.
O presente esse sim - é o aqui e agora. É aquele em que vivemos - é omomento.
Como a maioria dos ocidentais sofrem. Vivem sempre no passado em função do futuro, esquecendo-se do presente. Talvez valha a pena tentar mudar...

Fora-de-Lei disse...

Fora-de-Lei 11:42 PM

"E o que é que é mais rápido ? A Luz ou o Futuro ?"

E o que é que é mais rápido ? A Luz, o Futuro ou o Pensamento ?

andorinha disse...

Boa noite.

Passado, presente e futuro, todos eles fazem parte da vida.
Ficarmos ancorados no passado é negativo;
"NInguém....faz de bom grado o regresso ao passado."
Não sei se concordo e mesmo que não se faça de bom grado, é necessário lá voltarmos de vez em quando até para agirmos de forma diferente no futuro.
Se não aprendermos com os erros do passado, aprendemos como?
O presente é o único tempo que realmente vivemos, vale a pena investir tudo nele, com os olhos no futuro; nunca desistir de sonhar porque o sonho faz parte da vida e só assim se avança.
Se deixarmos de sonhar, paramos no presente e então parece que não há futuro.

Dá pano para mangas este excerto. Amanhã volto:)

JFR disse...

deeper:

O passado existe. Pode, e é-o em muitas ocasiões, ser manipulado. Pelo próprio e por terceiros interessados.

Quanto ao presente, sendo um momento, quase não existe. Passa rapidamente a passado.

Quanto ao futuro, só existe no seu presente.

Concluindo: só existe passado, como fonte segura de avaliação do indivíduo. E, se feita pelo próprio, é necessário que essa avaliação seja submetida à auto-censura. Como diz Séneca.

Não sei se fui capaz de ser claro, quanto ao que penso.

ASPÁSIA disse...

Vita brevis...

Mas é a que temos... é preciso é viver e deixar viver.

Voilá.

Laissez faire, laissez passer.

ASPÁSIA disse...

Do dark side of the moon (ou seja, o lado de cá) também há velharias...
Será que esta fica bem aqui?


Cansaço(s)

Olho o branco do papel, reflexo do vazio do meu cérebro. O grande cansaço é, talvez, o pior inimigo. Porque as coisas boas se tornam indiferentes e as menos boas, tragédias. Desfalecem as paixões e esfriam os ódios. Só desejamos o apagamento total (temporário?) que nos devolva no dia seguinte a força de seguir em frente, a alegria de voltar a conseguir distinguir cores e emoções.
Girândola imperturbável, a vida sucede-se(-nos) em alternância infindável de esforço e cansaço, quais Abel e Caim dos tempos modernos, um ao outro acorrentados, morrendo e renascendo eterna e alternadamente. Talvez até ao dia em que a tecnologia permita nunca nos cansarmos, seres perfeitos, permanentemente enérgicos, felizes e (principalmente...) produtivos. Surgirá então nos tratados a nova designação da espécie * "...e finalmente(!), senhores, ao Homo Sapiens sucede o Homo Machina !!".

ASPÁSIA disse...

Filosofar é preciso.

Boa Noite.

lobices disse...

...subscrevo as palavras de jfr
...
...

MJ disse...

Bom dia :-)

Tema interessante para ser discutido num longo debate. Aqui torna-se difícil...
Certo, certo é que as perspectivas que se tem do passado, do presente e do futuro têm sempre a ver com a idade (tempo cronológico) de quem percepciona.
Penso que o comentário da "Pah, nã sei" (que presumo seja bastante jovem), é um bom exemplo disso...

"O que passou, está aí para quem quiser ver, para quem quiser vasculhar, para quem quiser ler..."

Eu diria: "O passado está aí, num baú de recordações só meu. Contém coisa boas e más. Condiciona-me
o presente. O que sou hoje, tem a ver com o que fui no passado...

"O futuro?
Demasiado longe..."

Diria eu: "O futuro? Demasiado perto... À medida que vamos "avançando" na idade, o futuro torna-se mais curto e mais próximo"

"O presente é mudo...
O presente é um jogo de sorte... imprevisível..."

Replico eu: "O presente é aquilo que eu quero que ele seja. Tendo sempre em conta o passado e acautelando o futuro. É talvez a fase mais complexa, precisamente porque concicionada por dois tempos".

ESta é a minha perspectiva, talvez por já não ser tão jovem assim... :-)

Abraço :-)

Na Lua Nova disse...

... o passado existiu enquanto instante no presente...
... o presente rapidamente se torna passado...
... o futuro é projecto de momento presente...

... mesmo que subjectivamente apenas poderemos analisar o passado...
... mesmo que fugazmente apenas podemos viver o presente...
... mesmo que utopicamente apenas podemos sonhar o futuro...

blogico disse...

O passado já não existe.
O presente... já passou...

Só o futuro existe, condicionado pelo passado.

Ck in UK disse...

Em relacao as pessoas ocupadas: a grande arte esta em saber parar e apreciar um dado momento quando ele acontece.

Nao e facil, mas com pratica consegu-se chegar la!

noiseformind disse...

Boss,

Pouco mais à frente Séneca explica a sua teoria:

"A consciência que está serena e tranquila tem o poder de vaguear por todas as partes da sua vida: mas a consciência dos publicanos, como se estivesse sob o peso de um jugo, não se consegue virar e olhar para trás. E portanto a sua vida dissipa-se no abismo; e da mesma forma que não adianta quanta água se mete para uma jarra sem fundo para a receber e conservar, o mesmo acontece com o tempo- não faz diferença quanto é dado; se não existir nada sobre o qual construir, passa pelas reentrâncias e buracos da memória."

Que é o propósito de todo o ensaio. Devemos enterrar o que se preparou arduamente para a morte da mesma forma que a criança que viveu curtamente. Que era um problema na Antiguidade e é um problema hoje em dia. Muito se fala da igualdade da condição humana mas depois há sempre os que se destacam mais, práticas de ocupação do tempo que são mais respeitada que outras, etc...

A Menina da Lua disse...

Bom dia!

"A consciência que está serena e tranquila tem o poder de vaguear por todas as partes da sua vida:"

Esta parece-me sem dúvida a "fórmula" mais "equilibrada" de ser e de estar; vaguear sem receios de se enfrentar pelo passado que se teve e igualmente saber posicionar-se num futuro que lhe apraz e deseja, reflecte e significa que se está na vida aceitando-a , entendendo-a e tambem desejando-a:)

Mas ainda o que vale mesmo a pena é trazendo, gostando e aprendendo com aquilo que vivemos, sabermos saborear e amar a vida do nosso presente....:)

lobices disse...

...porém a "explicação" talvez não seja assim tão simplista (perdoem o termo)
...é muito mais "complexo" do que ajuizar da existência ou não de um passado, de um presente e de um futuro
...eu diria que tais "adjectivações" do tempo, não existem na medida em que o tempo não existe por medida, o tempo é, apenas...
...o tempo existe só na passagem de cada um de nós por esta via, em que temos consciência de um sermos e de um estarmos; no momento em que não exstirmos o tempo, que não existe, também deixará de existir, se existisse, para nós... no momento em que eu morrer o Universo deixa de existir porque a minha percepção sobre ele deixa de o fazer, de o ver, de o sentir, de o saber existente...
...apenas sei que existo porque percepciono o que percepciono e nada mais; possso até imaginar que não existo e que sou produto da tua imaginação ou que tu existes porque eu o imagino
...o tempo não tem passado, nem presente, nem terá futuro: nós apenas viajamos numa direcção: à da inexistência a breve trecho...
...o momento exacto em que escrevo esta palavra é o momento presente mas neste momento aquela palavra já é passado e a que vou escrever a seguir será a do futuro que ainda não é para esta mas sim para a seguinte numa sequência infinita
...o tempo não foi nem será: é
...em todo o Universo apenas existe o presente: o que cada um passa, passou ou venha a passar será o que cada um vive momento a momento
...
...quando um dia "parei" para pensar dei comigo a dizer: se eu não tivesse feito o que fiz não estaria aqui e agora, ou seja: eu só estou aqui e agora porque fiz um trajecto que me trouxe aqui e a este agora; não poderia ter feito algo de diferente daquilo que fiz, porque se o tivesse feito, teria alterado o "rumo" dos eventos e não estaria aqui e agora como estou
...ou seja, tudo o que fazemos, é a única coisa que "devemos" fazer porque nenhuma outra coisa seria possível ser feita porque se o fosse feita o que é agora seria diferente, de outra forma, em outro lugar, de outra maneira
...só estou aqui e agora porque, simplesmente e tão só, percorri o caminho que percorri
...não fazemos NUNCA o nosso destino pela simples razão de que ele, o destino, já está feito
...o que nos resta é apenas o livre arbitrio, a possibilidade de escolha, a opção; porém, o que eu "afirmo" é que cada escolha que faço é a única que "posso" fazer, ou seja, a escolha que eu vier a fazer vai alterar o rumo do meu percurso mas, quando lá chegar, eu vou dizer que estarei lá porque neste momento esolhi aquele caminho
...daí que, o que eu fiz não poderia ter deixado de o fazer; se não o tivesse feito, teria "ido" parar a outra dimensão, a outro status, a outra permanência; o que eu fizer agora alterará o rumo da minha vida para todo o sempre. O simples facto de, por exemplo, acabar de escrever este texto, tenho duas opções: ou clico no enviar ou descarto e não envio; se enviar, vou provocar alterações no Universo de todos vós, pois alguns irão "perder" algum do vosso tempo a ler estas linhas, tempo esse que poderia ser ocupado a fazerem outra coisa e alterarem o vosso "futuro"... se eu não enviar este comentário, apenas estive a preencher este meu tempo aqui e agora preenchendo esta caixa e vós deixareis de ler o que acabei de escrever e a vossa vida será, certamente, ddiferente daquela que viveréis se eu optar por enviar este texto...
...ou seja, todos nós alteramos constantemente o rumo das "coisas"
...se isto tudo no Universo fosse assim tão aleatório, o Universo seria um Caos; mas não: há uma "ordem", uma sequência normal de eventos e essa sequência só existe porque cada um de nós toma a opção que escolher só que, na minha opinião, a opção que escolhermos é a única que pode ser escolhida, porque simplesmente ela está "pré-determinada" pela ordem do Universo... como cada célula do nosso corpo cumpre a sua função, cada um de nós cumpre a sua
...é isto que somos, méros peões num tabuleiro gigante de xadrez onde os jogadores são apenas a opção A e a opção B
...o tempo, esse não conta porque é irreal
...o que conta é estar aqui e agora e, a seguir, no futuro de mim, que daqui a segundos será passado, eu vou tomar uma decisão: clicar ou não no envio deste comentário...
...
...creiam, piamente, que a simples decisão minha de enviar ou não este comment, alterará o vosso rumo, mas seja qual for a opção que eu tome, ela será a única que eu "deverei" tomar porque se não a tomar o Universo gerará outra via de procedimento na organização de Si mesmo
...é que nós não contamos
...ele, o Universo, é o único que vive: tudo o resto, são peças da engrenagem
...por isso, não se iludam pensando que podem "fazer" o vosso destino: ele já lá está à vossa espera: apenas caminhamos para ele
...desculpem lá o arrazoado
...e agora vou tomar uma decisão
...envio ou não envio?
...o momento seguinte é crucial na vida do Universo; é que da minha decisão depende uma pequenina parte das vossas vidas, porque o tempo que possam perder a ler-me, se não me lessem por eu não enviar, preencheriéis o mesmo com outra coisa que por si iria alterar in continum os eventos
...sejam felizes enquanto puderem
...por isso, eu digo que amar é o caminho, porque amar não é passado nem é futuro: é apenas a opção de amarmos o outro

...
...abreijos

so_she_says disse...

Prosaicamente, comparo os três tempos com o almoço de hoje feito com os restos aquecidos e apurados do jantar de ontem e rematado por uma sobremesa que nunca provámos mas esperamos que seja doce e saborosa.

MJ disse...

so_she_says:

Bem... este teu comentário foi deveras delicioso. Simples, directo e com um humor muito inteligente. :-)

a disse...

'A nossa experiência mais imediata da realidade, o presente, é apenas aquele momento infinitesimalmente curto no qual o futuro se transforma em passado. É também o instante no qual as propriedades da realidade de alguma forma se invertem: o futuro é alterável mas desconhecido, o passado é conhecido mas inalterável'

Paul Watzlawick, in A 'Realidade é Real?'

Moon disse...

Época de balanço?
Então isso não é mais lá para Janeiro?!

"Ninguém, salvo aquele que submete os seus actos à sua própria censura, sempre infalível, faz de bom grado o regresso ao passado."

Pois...
Quem já fez psicanálise sabe bem o que é mergulhar nas reminiscências do passado:(

ASPÁSIA disse...

Prof. atenção!





NUMISMA. O leilão da Numisma encerra algumas raridades e muita diversidade. Se Alves dos Reis é um investimento curioso, Javier Salgado, director da leiloeira, conta que a moeda degolada encerra uma história de vaidade "Na primeira emissão, Dona Maria II vinha representada cortada pelo pescoço e não gostou de se ver assim." A nova cunhagem já a representa um pouco mais composta. A raridade de ambas as moedas de 1833 estão avaliadas por 5000 euros.

As moedas visigodas de Recaredo e do governo de Egica e Vitiza, por 3000 e 4000 euros, e o meio São Vicente de D. João III são outras sugestões. Destaque último para os 10 escudos de 1970, uma moeda rara ou mesmo única.


É QUE AS MOEDAS VISIGODAS DO REI RECAREDO (SÉC. VI) FORAM ENCONTRADA EM VIEIRA DO MINHO. O LEILÃO É HOJE NUM HOTEL DE LX.

PONHA O CLÃ ´JÁ TODO A ESBURACAR AÍ O RELVADO TÃO AMOROSAMENTE REGADO (ÀS VEZES DE LÁGRIMAS) PELO SOUSA.
PARA OS NETOS ENTÃO É CANJA, HÁ MUITO TEMPO QUE ELES SONHAM EM FAZER AÍ UNS POÇOS...
FILHOS, NORA, CHAME TUDO E QUE TRAGAM PÁS E PICARETAS. O GUILHERME QUE TRAGA OS TRABALHADORES TODOS DA OBRA QUE ANDA AGORA A SUPERVISIONAR.
CHAME INCLUSIVE A GERTRUDES PARA APOIO PRANDIAL AOS ARQUEÓLOGOS AMADORES.

A MARIA TB. ERA CONVENIENTE PARA APOIO MORAL A TODOS.

PROF., NÃO PERCA UMA OPORTUNIDADE DESTAS.

MOEDAS DO RECAREDO, NÃO SE ENCONTRAM ASSIM AÍ AOS PONTAPÉS...

DEPOIS NÃO DIGA Q ESTA SUA AMIGA NÃO O AVISOU... E OLHE EU CONTENTO-ME COM POUCO: 2 CENTIMOZITOS DO RECAREDO JÁ ME CHEGAM PARA A REFORMA....

MÃOS À OBRA, ENTÃO...

QQ NOVIDADE,

SABE QUEM SOU,

MARIA DA ALCOVITAÇÃO.

:))))

ASPÁSIA disse...

CLARO QUE SE ENCONTRAR UMA DONA URRACA DEGOLADA OU UNS 3/4 DE UM SÃO BENTO DA PORTA ABERTA, NÃO OS DEITE AO DESPREZO, POR SEREM MAIS RECENTES.

ENVIE-OS POR POMBO CORREIO PARA ESTA SUA SEMPRE MUITO ATENTA, VENERADORA (TEM DIAS)...;) E OBRIGADA... QUANTUM SATIS.

BOM TRABALHO.

ASPÁSIA disse...

P.S. - E DESCULPEM A LETRA GRANDE, QUE ANDO COM ALGUMAS DORES NOS OLHOS.

ASPÁSIA disse...

NOISE

NÃO CONSIGO LER OS COMENT. DA CAIXA DO POST ANTERIOR.
POR MOTIVOS DE VÁRIA ORDEM, NÃO ESTOU NO MEU PC HABITUAL XP SAPO2M.
ESTE TEM 6 ANOS WIN98 E ACESSO NETCABO 256.
NÁO CONSEGUE REFRESCAR OU FAZER O SCROLL DEVIDAMENTE, POIS A CX DE COMENTS. ANTERIOR ESTÁ MUITO CHEIA.

SUPONHO QUE SE FIZERES O FAVOR DE APAGAR O AÚNCIO AO
JANTAR, TALVEZ EU CONSIGA LER.

OBRIGADA.
FICA BEM.

ASPÁSIA disse...

"ANÚNCIO"

ASPÁSIA disse...

ENTRETANTO NESTA MESMA CAIXA JÁ COMEÇA A HAVER UM DELAY NO SCROLL DO ECRAN MAS AINDA MÍNIMO.

AGRADEÇO O Q. PUDERES FAZER.

CêTê disse...

Monto a vida como se de uma bicicleta se tratasse: num pedal as memórias no outro os sonhos. O trajecto escolhas minhas e de outos, acasos diversos.
Olhos críticos sobre mim - e se acaso outros no chão vejo... não esqueço as quedas dadas nem menosprezo o risco de uma queda no memoento seguinte. Não que não ria por vezes quer dos outros quer de mim.

(A viagem ao passado deveria ser obrigatória - se necessário fosse acompanhada por uma alma lúcida mas amiga.)


Um abraço

AQUILES disse...

«Como a maioria dos ocidentais sofrem. Vivem sempre no passado em função do futuro, esquecendo-se do presente.» Deeper 12:13AM

Começo a partir desta frase. E isto faz-me sempre lembrar os discursos oficiais que continuam, sistematicamente, a referir-se a um passado havido em Quinhentos, sem uma única referência à esperança, que é o futuro.
O futuro não existe. É só um conceito. Isto para a nossa dimensão. O passado é real, quer colectivo, quer individual. Assim como o presente que, objectivamente vivemos. Mas o futuro não é real. É uma presunção, uma ilusão, um desejo, uma esperança, mas nunca é uma realidade. Toda a conjugação do tempo futuro em qualquer dos modos é sempre uma presunção. Um desejo de execução. Uma ilusão que suporte a realidade do presente. Um desejo de contrariar no presente um tormento do passado. O desejo não passa de uma construção da mente criativa de cada um.
O passado está presente nas nossas vidas em várias dimensões. Mas é na memória que ele nos condiciona. Para o bem e para o mal. Colectiva ou individual. «O presente é o único tempo que realmente vivemos, vale a pena investir tudo nele, com os olhos no futuro; …». Disse a Andorinha. Antes de entrar no sonho. Eu concordo, embora note que faltou a referência à ancoragem no passado. Sonhar é muito bom e permite-nos viver. Mas se o sonho não estiver ancorado ao passado que somos, pode-se converter em alienação da nossa realidade, e tolher, de forma nada saudável, o caminho de cada um.
A forma como cada um lida com o seu passado, a forma como o “digere” é que condiciona a existência. Não se manipula o passado individual. Lida-se com ele. As resultantes dessa lide são que traçam um percurso. E em cada momento da realidade.
«...só estou aqui e agora porque, simplesmente e tão só, percorri o caminho que percorri», escreveu o Lobices. E eu só posso concordar. Porque acrescentou, «ele, o Universo, é o único que vive». Releiam o comment do Lobices das 12:08 com atenção, todo ele subordinado a «o tempo não tem passado, nem presente, nem terá futuro».

A voragem dos tempos modernos, e a evolução e explosão difusiva de informação, geram obsessões com o futuro, com o prever, com o lá viver, e sobretudo com o lá chegar. Ambição. Mas o passado é a âncora que arrastamos pelos fundos da nossa existência.
Hoje? Amar ??? Até que é uma boa ideia, e em todas as vertentes.

chato disse...

Disse o lobices:
...creiam, piamente, que a simples decisão minha de enviar ou não este comment, alterará o vosso rumo, mas seja qual for a opção que eu tome, ela será a única que eu "deverei" tomar porque se não a tomar o Universo gerará outra via de procedimento na organização de Si mesmo
Então não é que fiquei a pensar nessa coisa, meu?

thorazine disse...

"If you got it today, you don't want it tomorrow, man. 'Cos you don't need it, So as a matter of fact, as we discover all the time, tomorrow never happens, man. It's all the same fuckin'day, man!" - Janis Joplin

Por exclusão de partes, na verdade, é sempre o mesmo dia! :))

andorinha disse...

Boa tarde.

O prometido é devido, voltei:)

Aquiles,
Dizes que no meu comentário faltou a referência à ancoragem no passado.
Mas eu refiro isso, quando digo que ficarmos ancorados no passado é negativo, mas é necessário, e agora acrescentaria imprescindível, lá voltarmos, até para agirmos de forma diferente no futuro.

Referes que "A forma como cada um lida com o seu passado, a forma como o "digere" é que condiciona a existência."
Concordo em absoluto.

thorazine disse...

Lobices,
desde já obrigado por teres mudado o rumo da minha vida. Gostei imenso das tuas palavras. ;))))))))

"...por isso, não se iludam pensando que podem "fazer" o vosso destino: ele já lá está à vossa espera: apenas caminhamos para ele"
Penso que podemos "fazer parte da criação" do nosso destino! Há um físico do século passado que nas suas divagações criou "ECCO", Earth Coincidence Control Office, que controlava as coincidências do ser humano a longo prazo e sendo nós capazes de promover coincidências a curto prazo, que nos levariam ao rumo que queríamos.

Não acho que haja um "amanhã traçado", sólido e imovível: há é situações que estão a decorrer que nos levam inexoravelmente para a situação que iremos estar no futuro (por exemplo, a senhora aque vai mudar a minha vida por volta de 2040 talvez esteja nesta tarde a ser concebida LOL).

AQUILES disse...

Thora

Isso (a tal senhora)é um desejo de execução. Que não depende de ti, mas sim dos pais dela? :):):)
E já agora que preferência é essa por meninas de 15 anos, quando já começarás a ser serôdio? :):):)
Uma ilusão que suporte a realidade do presente? ):):):)):

AQUILES disse...

Andorinha

Eu li bem o lá voltar. Mas para mim a ancoragem tem uma implicação mais forte no apego, do que o simples regresso fugaz. Estamos concordantes, a diferença está na potência da terminologia.

mtc disse...

Y no obstante la vida es bella,
por poseer
la perla, la rosa, la estrella
y la mujer.
...
Y sentimos la vida pura,
clara, real,
cuando la envuelve la dulzura
primaveral.
...
Cojamos la flor del instante;
¡la melodía
de la mágica alondra cante
la miel del día!
...
El corazón del cielo late
por la victoria
de este vivir, que es un combate
y es una gloria.
...
En nosotros la vida vierte
fuerza y calor.
¡Vamos al reino de la Muerte
por el camino del Amor!


Rubén Darío
Poema del otoño

Ruben Darío Poema del Otoño

Pasado, Presente y Futuro pero siempre por el camino del Amor :)

chato disse...

Aquela "história" do lobices que me fez pensar não me sai da cabeça. Pensando bem, qualquer acto meu influi o resto da humanidade. Na verdade o simples facto de ele ter escrito aquilo e ter postado fez com que eu lesse, escrevesse e voltasse aqui a escrever novamente.
Se ele não tivesse postado, nada disso teria acontecido e eu teria feito outra coisa em vez daquilo que fiz. Ao fazer essa outra coisa eu iria influenciar a vida de alguém que por sua vez etc e tal.
Não há dúvida: a teoria do efeito borboleta (olha, sou eu!) é uma realidade.
Todos influenciam todos.
Todos são influenciados por todos.
Logo, só há um acto. Uma acção: a global.
E agora, caraças?

PAH, nã sei! disse...

"Chefinho" Professor... perdoe a extensão do meu comentáriozinho... é para a menima MJ...

mj (10:32),

mj: "Certo, certo é que as perspectivas que se tem do passado, do presente e do futuro têm sempre a ver com a idade (tempo cronológico) de quem percepciona.
Penso que o comentário da "Pah, nã sei" (que presumo seja bastante jovem), é um bom exemplo disso..."

Sempre ouvi dizer que, em determinados assuntos, o tempo cronológico pouco influencia… Mas, não deixa ser critério de cada um o significado de “bastante jovem”…
Será apenas cronológico, ou as experiências pelas quais cada um passa(ou) (mesmo que jovens) não contarão?

mj:“Eu diria: "O passado está aí, num baú de recordações só meu. Contém coisas boas e más. Condiciona-me o presente. O que sou hoje, tem a ver com o que fui no passado...”

Seria tentada a concordar, mas só poderei tornar útil as experiências do passado se não as mantiver fechadas e, pelo contrário visíveis a toda a hora. Só assim poderei olhar, reflectir e assim “condicionar” o meu presente (ou o dos que me rodeiam).


mj: "O futuro? Demasiado perto... À medida que vamos "avançando" na idade, o futuro torna-se mais curto e mais próximo"
Continuo a dizer que o futuro é algo demasiado longe… mesmo avançando na idade…

Pois, da forma como o toma, parece que existe uma barreira: aqui é o futuro! Estás cada vez mais perto!! (hihi, já imagino a expressão de terror na nossa cara :)
Talvez não seja o factor idade que me faz considerá-lo distante, mesmo que à força, ou como desejo íntimo.

Pah: "O presente é mudo...
O presente é um jogo de sorte... imprevisível..."
mj: Replico eu: "O presente é aquilo que eu quero que ele seja. Tendo sempre em conta o passado e acautelando o futuro. É talvez a fase mais complexa, precisamente porque concicionada por dois tempos".

Infelizmente, e devido a condicionantes de variada ordem, para mim o presente é mesmo imprevisível… mesmo que queira fazer dele algo que quero, “tendo em conta o passado e acautelando o futuro”, existem demasiadas variáveis. E que teimam a mudar de rumo constantemente….

mj: ESta é a minha perspectiva, talvez por já não ser tão jovem assim... :-)

Já parece a minha mami!! :) ainda se espanta… olhe que as idades não são assim tão diferentes :))))))))))))

thorazine disse...

Aquiles,
até pode depender de mim, sabes lá se não é um "arranjo" com os pais da senhora? Daqui a uns anos acredito que estes "arranjos" vão fazer parte da realidade com as novas "tendências" da genética.. :))))))))))))
Mas é de verdade um exemplo um pouco pobre, queria dar a entender que parte do futuro já está feito ou "encaminhado" devido aos acontecimentos que estão agora a decorrer.

15 anos? Pelo menos 20. :)))))))
A realidade não é uma ilusão? :)) É estranho só de saber que o que nós vemos não é o que estamos a ver, mas sim uma imagem tridimensional projectada dentro do nosso cérebro. É estranho pensar que o cérebro pode "filtrar" muita da informação que existe no REAL e passar só o que é biologicamente prático, (que por acaso até uma das consequências da selecção natural)! Ou seja, vivemos todos numa ilusão que vivemos na realidade. Por isso, prendermo-nos a ilusões do passado ou do futuro não é diferente de nos fixar-mos às ilusões do dia-a-dia. Não digo que não seja tão saudável, mas não é diferente!! :)) No passado sabemos que não podemos mexer, do futuro sabes que a maior parte dos projectos que temos vão estar afastados das expectativas que criamos, ou seja, resta o presente..em que vivemos na tal "ilusão"! LOL :))))

Vera_Effigies disse...

Boa noite!
Um tema que me passou :(
A vida do ser humano é um todo, com projectos (futuro). Como uma casa que se constrói...
Só que a vida não se fixa num dado momento e não acaba de se construir. Morre-se com projectos mais ou menos ambiciosos, mas projectos...
Quanto ao presente, pudéssemos nós fazê-lo...
Eu acho utopia pensar-se que fazemos seja o que for de importante nesse todo complexo que é o presente. Como seres humanos dotados de vontade iludimo-nos, nesta cegueira vaidosa de que somos nós que conduzimos a nossa vida. Mas, apenas vivemos mediante as circunstâncias (dados pré-adquiridos, passado, e condicionalismos impostos, de seres que vivem em determinados padrões sociais e que, como tal, agem, presente). Decidimos coisas ínfimas desse todo. Eu diria antes, sobrevivemos nesta meada que é a vida. As decisões do eu, de cada um de nós, são sempre em função desse todo. Não são por isso, quanto a mim, decisões ou opções livres.
Fazer o regresso ao passado é sempre o pilar da nossa conduta. É lá que estão as vivências mais vivas, que nos moldaram, que nos marcaram e mostraram o caminho. Concluindo, as vivências que fizeram o ser humano que somos.
MJ

cdgabinete disse...

o melhor é viver o presente! As memórias do presente são o passado!
Quanto ao futuro... não vale a pena preocuparmos-nos muito, quando lá chegamos ou é presente ou já é passado!