segunda-feira, fevereiro 20, 2006

De partida para ouvir Mozart na Casa da Música:). A eterna dúvida...

To be or not to be (Maio 2001 - Estes Difíceis Amores).


Minha querida, se soubesses! Lembras-te da canção do Zé Mário? “O que eu andei p’ra aqui chegar…”. Foi quase isso. Um caminho longo e penoso, mas fi-lo parado. Três anos vivendo como um autómato cinzento - o que nem é difícil, tantos o fazem… -, apenas a memória a cores fortes. Porque à noite, em casa, no escuro, punha os auscultadores e pintava-nos obsessivamente com a música por moldura. E os quadros amontoavam-se na minha cabeça, tão límpidos como o génio agarotado do teu querido Mozart.
Que ouvias em altos berros! Ainda tinha o chaveco e ao fim da tarde, quando te ia buscar, das janelas escancaradas jorrava a Flauta Mágica, inundando a floreira e as plantas, sedentas e cultas. Tocava à campainha, a voz no intercomunicador, riso escondido, “desço ou ainda sobes?”. O ainda era tão prometedor…; “subo”. O olhar maroto, “estás com muita fome?”. Às vezes. A de ti, pelo contrário, gemia sempre alto nas entranhas, à medida que o crepúsculo da sala afagava esse andar de mulher madura, cruel de tão lenta, sabendo-me na sombra maravilhada dos seus passos. O rodopio gaiato, que só não fazia adejar a saia porque ela se agarrava, teimosa, às ancas. Enquanto, mais livres, duas coxas de luto alegre lhe fugiam, elegantes, rumo ao chão. “Vai daí…?”. O sorriso, de tão aberto, substituía convite de mãos ou boca. E tu à espera, maliciosa; eu a custo segurando as rédeas do desejo, toda a pressa me tornaria culpado e vítima de crime aceitável nos garotos mas assassino em quem já desce a outra encosta dos anos. Seria como ter pressa de chegar ao último verso de um poema... A cabeça inclinada para trás, o cabelo em liberdade pelo chão, o pescoço longo, arqueado por solidariedade com os rins e à mercê da minha língua, escondendo gemidos que acabavam por se escapar, para meu alívio e orgulho infantis. Botão a botão, até os dedos se perderem por montes e vales, os teus por perto, às vezes ensinando-lhes o caminho, crispados ao anúncio da carícia desejada; e partindo, ligeiros, a libertar-me também de prisões o corpo, que se juntava à nudez completa e agradecida que vestia a alma. O requebro da cintura e a saia, como por milagre, na alcatifa, entre nós e a lareira, apagada por inveja do fogo a seu lado. Meias, rendas, os sapatos altos com tiras que suportam os pés das mulheres sem os vestir, tudo se juntava à saia com lentidão suave, sem momentos penosos de atrapalhação canhestra; como se já tivéssemos nascido entrelaçados. As palavras tontas. A que só respondias, com alegre vergonha, quando afundavas em mim lábios e dentes. Uma vez, de tão juntos no acorde, sussurrámos “fala comigo” ao mesmo tempo e ainda sorrimos, antes de inventar diálogo obsceno noutras circunstâncias, mas sagrado quando o desejo esfarrapa as regras que ordenam os dias tristes e as cabeças normalizadas. A explosão que orlava as testas de suor e fazia apetecer o colo do outro. (Bom sinal!, a meiguice nem sempre acompanha o espasmo.) A tua mão distraída, passeando pelo meu peito, cheio de um estranho cansaço, juvenil e impaciente, “estou de rastos e quero mais”.
Será isso o amor?
O silêncio. Até me beijares ao de leve e te escapulires por momentos, para reapareceres tão fresca como antes, “cavalheiro, já abusou de mim, agora leve-me a jantar”. A carripana transfigurada pela conversa prazenteira, a tua ópera preferida no compacto, a eterna hesitação sobre restaurante primeiro e ementa depois. O olhar carinhoso dos empregados das minhas tascas de sempre, teus fãs incondicionais, prontos a franzir o cenho quando me viam chegar sozinho, “a senhora não vem?”. A rua e as noites húmidas do Porto, essa garrida forma de me enfiares o braço que trazia recordações de férias, quando atalhavas os meus protestos preguiçosos e exigias que te mostrasse o mundo, “só desisti das minhas queridas praias alentejanas porque prometeste fazer de mim uma rapariga culta”. O desvio, no caminho do regresso, para uma visita a amigos com beijo prometido há meses. Enterrado no sofá, bebia a golos avarentos o fascínio pelo teu modo preguiçoso de cruzar as pernas, acender um cigarro, sorrir. Com os olhos procuravas os meus, através de sala e conversas, carinho mudo. Quando, a alguma anedota minha mais desbragada, alguém risonhamente se te queixava, fazias um gesto de impotência, “os homens são todos assim”, mas perdoavas ao teu.
Será isso o amor?
Chegado a tua casa, simplesmente ficar. Ver-te o gozo em último cigarro e meia dúzia de bolachas, pecavas com a consciência tranquila de quem decidiu viver a vida e não prolongá-la a todo o custo. O quarto impecável, envergonhando o meu, órfão no outro extremo da cidade. A figura esguia recortada na porta, “fecho a janela?”. Ainda e sempre os códigos, o “não” anunciava o triunfo do desejo sobre as horas, eu pasmava com o adolescente ressuscitado dentro de mim. Um sexo, como direi?, gentil, mas não menos intenso. A conversa adormecendo e nós com ela; abraçados. Sempre fui o terror dos lençóis e a delícia dos psicanalistas, sonhos terríficos abanando-me, e no entanto dava comigo, manhã cedo, enroscado à tua volta, na mesma posição em que segredara “dorme bem”. E sobretudo sem o movimento de repulsa que os corpos errados despertam nos acordares surpresos que se seguem a noites demasiado optimistas, às vezes queremos dormir com uma pessoa, mas não partilhar o sono com ela. Passara por isso antes, é sinistro ter mulher adormecida junto a nós e pensar “o que estou aqui a fazer?”. O pequeno almoço que me ensinaste a apreciar. Sumo de laranja, compota, o pão favorito que guardavas no congelador, e eu sem medo de fazer batota, inventando-te defeitos que me libertassem. Pelo contrário!, seguindo a fronteira entre o roupão e o teu peito com um frémito aprovador dentro do meu, quando dizia “até logo” era exactamente isso que pensava, “volto logo e vai ser bom; tudo”.
Será isso o amor?
Talvez, quem sabe? Por que não te perguntei? Decidias o rótulo, se dissesses amor ficava assim decretado, as mulheres sabem mais dessas coisas. Teria feito diferença? Estaríamos ainda juntos? Bem vês, quando pediste para discutir o futuro, desejei muito que estivesse cheio daquele presente. Tu com outros planos, expuseste-os com tremenda clareza, antes de deixares cair um “se verdadeiramente gostas de mim…” que soava a ameaça implorada. Vivermos juntos… Será isso o amor ou uma forma de amor que ponha outras em perigo?
Eu não tinha a certeza, mas como advogado já vira muita coisa. As pessoas esbarram umas nas outras constantemente e rilham, rilham, os amantes transformam-se em animais domésticos, vivendo ao ritmo das telenovelas e do futebol. Um dia a saudade do que foram pousa num colega do trabalho que sente o mesmo e acabam no meu escritório, convencidos de que a felicidade os espera no próximo “sim”, laico ou profano; acontece tudo outra vez. Ou não!, verdade é que eu tinha um medo enorme de encurtar as pequenas distâncias que me faziam correr para ti, sou um bicho instável, receio tanto o abandono como o sufoco. Bolinei com palavras sinuosas. Tu em silêncio dorido, eu sentindo-o como acusador. Fechados, cada um em sua concha, paranóicos e mal amados, dissemos adeus com um pretexto ignóbil que não recordo, mas foi o silêncio ressentido a liquidar-nos. A solidão. Outras mulheres, ignorantes do pano de fundo sobre o qual se moviam; inocentes. O sexo mecânico. A culpa por nem culpa sentir, apenas uma saudade imensa da tua silhueta na porta, “fecho a janela?”. Será isso o amor?
Eis-nos aqui. Domingo de sol, passeio junto ao mar, esses olhos azuis que o desejo nublava fitam-me transparentes, agressivos de tão risonhos, “como estás?”. Como estou? E tu que achas, vendo-te assim acompanhada? Ele tem bom aspecto, sorriso franco, nada indica ciúme de paixão mal resolvida da tua parte, sente-se seguro. Esqueceste-me. Pior!, já és minha amiga. Pronto, querida, vou ser politicamente correcto, “bem”. O tempo, o amigo comum que encontraste e me acha cansado, a etiqueta, “este é o…”. Que interessa o nome?, é o teu homem, “muito prazer”. Ele sorri, sabe que não sinto a frase, mas compreende, afinal sou o tipo que ficou sem a mulher que ele não dispensa, “muito prazer”. Um silêncio constrangido entre os dois que resolves com à-vontade, “foi bom ver-te”. Era necessário humilhar-me tanto? Uma vontade imensa de te abanar – “sou eu, lembras-te?, tinhas a certeza que era o amor da tua vida…” -, acorda!, ainda podemos… Os dois afastando-se, o braço dele sobre os teus ombros, o segredo ao ouvido e esse cabelo, onde me perdia, volteando ao ritmo da gargalhada. Serias incapaz da chacota a meu respeito, é outra a razão, simples e infernal - estás feliz. E uma parte de mim, ainda tímida, quase clandestina, deixa cair os braços. Reconhece derrota e culpa, fica grata pelo que vivemos e murmura um “boa sorte” que todo o resto do que sou fita horrorizado.
Será isto, finalmente, o amor?

27 comentários:

Anónimo disse...

Prof., vai ser um gosto reler esta velharia...
Ainda não o fiz, mas venho desde já desejar óptimo concerto... com Mozart, também não pode ser abaixo disso...

Anónimo disse...

'Bolinei com palavras sinuosas...'
aí está!

Anónimo disse...

Amor é:
«Enterrado no sofá, bebia a golos avarentos o fascínio pelo teu modo preguiçoso de cruzar as pernas, acender um cigarro, sorrir. Com os olhos procuravas os meus, através de sala e conversas, carinho mudo.»
Quando isto acaba, fina tudo o mais que dá estrutura ao amor(não egoísta)

andorinha disse...

Sublime!
JMV no seu melhor.:)
Para ler, reler e saborear...

Saboreie Mozart e fique bem.:)

andorinha disse...

Reli.:)
O que é o amor?
Boa pergunta, sempre eterna e pertinente.

"Estou de rastos e quero mais." Será isso o amor?
"Volto logo e vai ser bom; tudo." Será isso o amor?
"Vivermos juntos..." Será isso o amor?
Tantas questões que nos colocamos e para as quais se calhar, nunca vamos encontrar certezas.

"...verdade é que eu tinha um medo enorme de encurtar as pequenas distâncias que me faziam correr para ti..."
O receio de um maior comprometimento, da vivência da rotina quotidiana e o medo de que isso destrua o amor.
Tão frequente este receio; no entanto, para mim, não significa, de forma alguma, que não exista amor.

E a pergunta final - Será isto, finalmente, o amor?
Amar o outro é desejar que ele seja feliz, independentemente dessa felicidade não passar por nós?
Tenho feito esta pergunta a mim mesma várias vezes...

Su disse...

não sei sei o amor é assim, mas a vida é assim...)

"sou um bicho instável, receio tanto o abandono como o sufoco"

gostei de ler
jocas maradas

Anónimo disse...

;]

Pela comida na gaiola, presumo que vá demorar...LOL.

É liiiiiindo!(estou a falar do conteúdo, claro LOL) Por acaso este conhecia e lembro-me bem dele.

Que estranho é o amor e os trilhos dos afectos. Talvez por isso delicioso na sua essência indomável.

(Bolinha de Berlim)

Caiê disse...

Leio-o sempre sem comentar, mas este texto... não resisti. Foi como ver, exposto assim, uma eterna história. Somos todos tão humanamente iguais, não é? ;)

Pamina disse...

É tudo isso, mas parece-me que, perante a óbvia felicidade do outro sem nós, a prova suprema é ser capaz de dizer esse "boa sorte" com sinceridade.

Não resisto a citar uma das minhas partes preferidas:
"A conversa adormecendo e nós com ela; abraçados. Sempre fui o terror dos lençóis e a delícia dos psicanalistas, sonhos terríficos abanando-me, e no entanto dava comigo, manhã cedo, enroscado à tua volta, na mesma posição em que segredara “dorme bem”."

Isto é uma das coisas mais maravilhosas que dois seres humanos podem experimentar. Apetece-me dizer como o Camões: "Melhor é experimentá-lo que julgá-lo, mas julgue-o quem não puder experimentá-lo."

Anónimo disse...

"pecavas com a consciência de quem decidiu viver a vida". Quem viu isto e teve medo não merece viver a vida. Vegete!

Vera_Effigies disse...

Hummm
Delicioso.
Muitas vezes tive e tenho dúvidas ácerca daquilo que move o homem para uma mulher, se o puro desejo carnal ou se há algo mais além disso. O Mahatma, ou é o único ou os homens são todos assim. Pode ser a excepção, mas se não é estou a adorar conhecer este lado do sexo oposto.
Pela lógica, atendendo a que somos seres humanos, seriam. Mas sempre duvidei. Como venho a lê-lo há um tempo estou quase convencida que esses desinteressados, inconsequentes e frios só cruzaram comigo...:))))
Agradecida por mostrar esse lado. Mas ainda não estou totalmente convencida :)))
MJ

Moon disse...

Ok, confissão:

Esta é a minha velharia preferida,
sempre foi!
Por tudo, por nada... Não consigo explicar. A narrativa está de tal ordem que logo da primeira vez consegui pintar o quadro na cabeça. Fico sem palavras...
E (sem vergonha confesso)já plagiei a frase:

“cavalheiro, já abusou de mim, agora leve-me a jantar”.

Só que o meu pedido foi mesmo para ver a lua (noite quente de lua cheia):))))

Anónimo disse...

Texto lindíssimo, mas trágico.
Qual a razão que leva as pessoas a querer destruir o romance com a rotina do dia a dia?
Se um homem me voltar a amar assim, irei querê-lo «perto-longe», para ter o renovado prazer do reencontro.
Seguramente, não repetirei erros do passado:)

Anónimo disse...

"Um silêncio constrangido entre os dois..."

Pois... e com um a pensar: "andas com a chavala que eu papei à fartazana" e com o outro a pensar: "este é o calhordas que andou a papar isto antes de mim".

E que tal esta tirada marialva ? Eu cá para mim, não há ai não, maior prazer, do que o celim e a mulher... ;-))

Anónimo disse...

Este fora-de-lei há vezes em que dá uns ares do Miguelito Sousa (ai c´um raio: SOUSA!, TAMBÉM???) Tavares.

Celim está para a Mulher(?)

Como o homem está para quê?

Anónimo disse...

Pensamento de qualquer mulher:

"Mais vale burro que me carregue do que cavalo que me derrube"- sim, ok: já estou a imaginar novas versões "kamassútricas" machistas.;]]]]

andorinha disse...

Fora de lei (10.56)
Não tens emenda; desisto...:(

Gabriela disse...

Já não "o" lia há muito tempo... O problema da preguiça parece resolvido!

A Menina da Lua disse...

caiê

" Somos todos tão humanamente iguais, não é?"

Exactamente foi isso que eu senti quando li "Eterna Dúvida"..iguais pelo menos na essência...

Identificações à parte este seu texto professor toca pela elegância, pela subtileza, pela sensualidade, pela ternura e já agora tambem por nos fazer reviver momentos, sentimentos, lembranças que duma forma ou doutra cada um tem guardado no seu memorando dos afectos...
Fiquem Bem...

Anónimo disse...

Andorinha
«Amar o outro é desejar que ele seja feliz, independentemente dessa felicidade não passar por nós?»

Não é uma pergunta, minha cara. É com certeza uma afirmação. E concordo. Mas o do post do JMV implica sempre reciprocidade enleada.

Anónimo disse...

Este pedaço delicioso de um livro que (ainda) não li fez-me pensar, lembrando, o aviso à navegação desse outro livro "Olhos nos Olhos" em que diz não ter talento de escritor. Fica aí (como disse ao início "Este pedaço...") como prova, de que também o Professor se pode enganar. Temos todos esse direito.

Aviso à navegação: Peço que não entenda isto como "dar graxa ao..."

Um Abraço fraterno!

LR disse...

Ai, ai.
Outra vez a bola de cristal.
Experiência própria mesmo, ou os tais 30 anos de psiquiatria?

OS HOMENS NA SUA ESSÊNCIA:

..."E eu sem medo de fazer batota, inventando-te defeitos que me libertassem..."
.....
"...Verdade é que eu tinha um medo enorme de encurtar as pequenas distâncias que me faziam correr para ti, sou um bicho instável, receio tanto o abandono como o sufoco..."
.....
Um dia destes vingamo-nos todas.
E ficamos assim, tal qual eles são.

Vai ser bonito, vai, vai...

(e tudo começa quando começamos a perceber melhor o lado de lá. Depois é só 1 passo´...)

Anónimo disse...

Será isto o amor??

Tanto que aprendi consigo e com as suas personagens, nos últimos anos!!!!

Este texto marcou-me muito.

Foi bom te-lo relido...dar valor a quem nao teve medo de ficar sufocado a meu lado ;)

Será isto o amor? :) Claro que sim!!!

Anónimo disse...

Prof... A1, tá a ver?
Eu na ponta Sul, amor, na sua terra...
Medo, ciúme, saudade... fragilidades...
Domingo de manhã, passagem pelo quiosque a caminho de repousado café. Revista do DN e...lá estava.
"Será isto finalmente o amor?"
Seguiu para o Porto por fax, porque o amor tem destas coisas e há partilhas inadiáveis.
Faço-lhe esta confidência, para que perceba porque lhe agradeço.

luisa lourenço disse...

Acabei de comprar o seu livro "Estes difíceis amores" para oferecer à minha mãe que fez ontem 60 anos, dizendo-lhe "quando acabares, quero ler!" Do que aqui já li, parece que vou gostar!

Anónimo disse...

Também estive na Casa da Música a ouvir o genial e único Mozart. Pena a ausência do maestro F.Bruggen.
(Desabafo: não gostei das palmas no meio das peças, é meio constrangedor, mas enfim: orquestra do Sec XVIII, instrumentos da época,algum público com costumes da época.)
Reli o seu magnífico texto e pensei (mas não sei) que apesar de perecível, de bio-degradável e de finito, cada caso de amor, cada momento de amor valerá muito mais do a sua condição temporal. Será por isso que é amor?

Vega disse...

Exmo. Prof. Doutor, permita-me dizer-lhe, a respeito deste texto, que está simplesmente lindo. Já o tinha lido (e apreciado) n`Estes difíceis amores, mas nesta segunda leitura soou-me ainda melhor. Um verdadeiro bálsamo para a alma!
Espero que não se incomode com o facto de ter transcrito parte dele para o meu blog, tendo obviamente mencionado a fonte.
Muito obrigada.