O arcebispo emérito de Milão considerou que, na luta contra a sida, o uso do preservativo pode constituir, «nalgumas situações, um mal menor» e recordou os casais em que um dos cônjuges sofre da doença.
Estas opiniões são expressas pelo cardeal Carlo Maria Martini durante uma longa conversa com o cirurgião Ignazio Marino, publicada hoje no semanário italiano «L¿Espresso» e em que tratam, entre outros, assuntos como as células estaminais, a fecundação assistida e as adopções.
Ao abordar o tema da Sida e a sua expansão, o jesuíta assinala que «há que fazer tudo para combater» a doença.
«Sem dúvida, a utilização do preservativo pode constituir nalgumas situações um mal menor», se, por exemplo, «um dos esposos padecer de sida, fica obrigado a proteger o outro e este deve poder proteger-se».
Religioso e médico falam também de fecundação assistida, dos embriões congelados durante anos sem que se decida o seu destino e a possibilidade de uma mulher ser fecundada com o sémen de um terceiro na impossibilidade de o ser com o do seu cônjuge.
Martini declara-se «prudente» ao falar sobre a fecundação através de uma dador, tal como quando se trata de decidir «sobre a sorte dos embriões, de outra forma, destinados a morrer e cuja implantação no útero de uma mulher, ainda que solteira, pareceria preferível à pura e simples destruição».
Sobre os embriões congelados, que possivelmente nunca serão utilizados e sobre qual deve ser o destino, o arcebispo emérito de Milão sublinha: «onde há um conflito de valores, parecer-me-ia eticamente mais significativo defender uma solução que permita a uma vida expandir-se, em vez de deixá-la morrer. Embora entenda que nem todos sejam da mesma opinião».
Marino, médico de prestígio internacional, interroga-se sobre os embriões congelados, se é melhor «deixá-los morrer no frio» ou usar as células estaminais para investigação.
No terreno, o jesuíta diz que não vê «ser possível pensar» no uso das células estaminais embrionárias para a investigação. «Estaria contra todos os princípios expostos até agora».
Martini reflecte ainda sobre a adopção de crianças por solteiros e assinala que a família composta por homem e mulher é, em primeiro lugar, a que reúne as condições para criar um filho.
Todavia, à falta de um matrimónio, Martini, 79 anos, considera que «no limite, também às pessoas solteiras, se poderia dar algumas garantias essenciais».
A propósito do aborto, o cardeal Martini considera «positivo» que a sua legalização tenha «contribuído para reduzir e tenda a eliminar os abortos clandestinos».
«É difícil que um Estado moderno não intervenha para pelo menos impedir uma situação selvagem e arbitrária», o que não quer dizer autorização de matar, declara, defendendo também que o Estado se esforce por diminuir os abortos por todos os meios.
O prelado, desde sempre um agitador de ideias, é considerado como um espírito livre na hierarquia da Igreja. Foi apresentado o ano passado, por altura da morte de João Paulo II, como o campeão da minoria liberal do colégio de cardeais contra o conservador Joseph Ratzinger, eleito papa sob o nome de Bento XVI.
P.S. Obrigado a todos os murcónicos, presentes ou não nos lançamentos de O Tempo dos Espelhos. Vocês fazem já parte da tribo de que ontem falei na Biblioteca de Matosoinhos.
30 comentários:
Para que possa ter futuro, a Igreja Católica tem que se deixar de derivas "revisionistas". Os seus princípios éticos / morais estão, genericamente, correctos e o Mundo (e a Humanidade) não acabam no Século XXI...
Jesuitas versus Opus Dei.
Derivas revisionistas: é isso mesmo.
Há coisas em que é natural evoluir, e mal corre se a Igreja não acompanha os tempos (como infelizmente sucede em certas e não poucas causas).
Mas outras há que são puras questões de princípio: para quê fingir? Há que chamar "os bois" pelo nome.
A legalização do aborto diminui o número de abortos clandestinos?
Óbvio... parabéns, que grande conclusão! Verdade de La Palice.
E pergunto eu: essa é a "main issue" para a Igreja?
Claro que não. Nem deve ser.
Mera questão de valores de grandeza.
E coerência.
Há certos cavalos de batalha tão estúpidos...
Boa tarde.
Penso que o que é necessário é que se avance. Se os passos forem pequenos, apenas se demora mais tempo.
A igreja não pode ficar à margem da vida.
Júlio,
Penso que posso falar pelos elementos da tribo ontem presentes no lançamento.
Nós é que lhe agradecemos, por tudo.:)
eu já nem comento, num estado laico a igreja deveria se bastar ao confessionario..opss..raioss
qto aos não presentes, deu pela minha falta ?..pois é! não estava lá...fiquei pensando será q faço parte da tribo (apesar de eu ser "tribal" em todos os sentidos)
masss eu estou spre a milhas.... já lhe disse que às vezes detesto o espaço e o tempo? ....
jocas maradas de palavras
Boa tarde a todos!
Quanto ao PS obrigada pela parte que me toca ;]]
Fico à espera de uma "atracagem/ abordagem" no Moliceiro para uma tatuagem. ;]
De toda a forma só vou ler o livro em finais de Junho. As rapidinhas são aqui! ;]- Um livro requer "ambiente".
bjnhs e claro deesejo de sucesso (muitoooooo) que pelos visto já o têm.
Quanto ao assunto do post- há ainda céfalos no Clero e alguns desses e dos outros tb decerto usam-no (estou a referir-me ao preservativo, pois então)
******
Parabéns aos portistas !!!
Fora-de-lei
Isso é que é desportivismo:)))
Mesmo nós sabendo do seu grande entusiasmo pelo vosso Glorioso,...Fica-lhe muito bem essa sua cortesia:)))
E já agora tambem digo o mesmo parabens aos portistas!
Professor
Obrigada nós :)
Vai ser um êxito.
O livro prende. "Adormeci" a lê-lo hoje... Gosto de saborea-lo... ehehe
"Acordei", no meu nicho preferido, com o toque de um telemovel ás 20:02. A claridade ainda era muita, mas os estômagos alheios á leitura, estavam revoltados, só o meu era um fiel á dormência do embalo :)))) . Lá tive que, no regresso, comprar o jantar na Mindinha :)))))
Um beijo e bons sopros de silêncio por aí.
MJ
Homem inteligente, Carlo Martini, gosto muito do que diz.
Penso que para nós, católicos, há um desafio importante à nossa frente: sabermos viver todos na mesma comunhão, ter a consciência de que o Espirito Santos não fala só através de alguns, mas que também não nos podemos morder uns aos outros, como dizia S.Paulo. E isto é também para mim, que sendo mais "liberal", tenho de saber não romper a comunhao com quem tem outras sensibilidades. Em português simples: respeitar os outros; em português evangélico: amar aqueles que pensam de forma diferente da minha. Afinal criar comunhão com os que pensam como eu não deve ser lá muito difícil.
Penso que estas rivalidades dentro da Igreja (Jesuítas vs Opus Dei e coisas parecidas) não deveriam ter lugar. Se há algo de radicalmente diferente que o cristianismo tem para dar ao mundo é a capacidade de criar um mundo onde é possível termos as nossas diferenças, mas em que cada um faz um esforço contínuo para compreender o outro.
Sócio-geograficamente a questão é complexa. As regiões onde a Igreja mobiliza mais vocações (África e América do Sul) são regiões pejadas de países sub-desenvolvidos (vejam o caso de Portugal, lança africana na Europa) são regiões onde imperam as visões mais atrasadas. Por isso é que a luta da Igreja é duplamente ampla: garantir o desenvolvimento desses países e garantir que as suas posições estão de acordo com as posições sociais nesses mesmos países. Tal como Bush, Bento XVI tem um discurso ultra-conservador no entanto vai deixando que certos agentes associados ao seu "partido" vão marcando posições mais reformistas. Uma espécie de demonstração de liberdade de expressão que, de facto, não existe. Basta ver o que se passou no Centro de Medicina Reprodutiva de Madrid, ligado à Igreja, em que o colégio de directores foi corrido em tempo record após afirmações fora do contexto da "linha dura".
Mas o Mário Santos (BEM-VINDO DE VOLTA PÁ!!!!!!!! : )))))))) ) tem razão no contexto pessoalizante desta discussão para cada um de nós em termos de agnogénese construtiva e ao mesmo tempo transversal. Temos que entender o Outro não pelas necessidades que temos de justiça pelo nosso padrão de justiça mas sim entender o Outro como elemento salvador da nossa própria alma. Abrirmo-nos ás posições com as quais não concordámos e gerar concórdia onde antes havia discórdia parece-me uma acção determinante em termos de salvação cristã. O cristão debate no sentido da abertura, o cristão supostamente move-se para o outro, o cristão transgride para ajudar à felicidade alheia. Quantas regras do judaísmo não quebrou Jesus nos 4 Evangelhos. Diziam-lhe "mas Isaías disse" "mas Jeremias disse" "mas David disse" e ele, prenhe de realismo dizia para vivermos junto dos pecadores mas cultivando neles a felicidade por sermos contradição. Desconfio profundamente de cristãos enfeudados em paróquias sem contacto com tentações, pecados ou sem margem para ouvir posições contrárias ás suas sem argumentação lógica e racional em contra-ataque. O pecado, como Cristo o entendeu, é um elemento central da salvação pois por ele consumámos a nossa humanidade. Jesus não disse para não pecarmos, disse que estava no Outro a salvação de nós próprios. As parábolas aí estão, prenhes de antitética afectividade entre contrários. Ver pessoas magoadas em vez de pessoas que são injustas, ver pessoas tristes onde estão pessoas de credos diferentes. Ver salvação num sítio onde os outros vêm perdição. E acima de tudo este conceito quase militarista pq incontrolávelmente último de "amai-vos uns aos outros como eu vos amei".
Já no início da Cristande Orígenes, pai da homilia dentro da celebração eucarística, escrevia por volta de 150:
"E no entanto existem muitos de nós que vivem apenas entre os que partilham de nós a Palavra. E a Fonte de Vida perde força nessas comunidades pois vivendo juntos são comunidades cristãs e não evangelizam e não salvam e estão expostos a muitos males. Sem salvar os nossos irmãos que ainda não creem, não esperam, não adoram e não amam em Cristo não podemos contar nós próprios com a Salvação Divina."
Lusco_Fusco,
Então que é isso de te desviares ás tarefas para as quais estás geneticamente preparada? Já dizia o Profeta:
"-Mulheres que em 24h se esquivam por duas vezes a preparar refeições para a família são impuras e magnetos que atraem a ruína das nações e devem ser lançadas de um penhasco."
Mas ainda bem que moras numa zona do país tão tranquilamente plana com o Alentejo ; ))))))))))))))))))))
FDL,
CAMPEÕES!!!!!!!!!! CAMPEÕOOOOOOOOOOOOOOSSSSSSSSSS!!!!!!!! NÓS SOMOS CAMPEEEEEEEEEEEEEÕOOOOOOOOOOOOOS!!!!!!! ( e por respeito ao Boss fico-me por aqui na celebração)
ameninadalua,
Esses parabéns não trazem beijinhos nem nada? xnif, xnif, xnif... apesar da minha provecta idade e falecimento da minha genitália um pouco de calor humano feminino é sempre bem-vindo
rosário marques,
BEM-VINDA!!!!!!!!!!!!
Manoel das couves,
A questão ordenacional tem custado muito à Igreja em termos de cisões. O próprio conceito de Regra, quanto a mim, tem sido demasiado exagerado em termos e organização e salvificação dos sujeitos que a elas aderem. "Ora et labora" por exemplo, é um contexto revolucionário no âmbito em que determina o serviço À comunidade através da agricultura (e as Universidades Católicas foram os baluartes copistas do saber românico e moçárabe durante as Trevas que se seguiram à Queda de Roma) mas hoje em dia é entendido como uma espécie de clausura militante e hobbista de pessoas que se fecham em celas e em muros para se protegerem do turbilhar do mundo, sem um conceito de perfeição salvador por trás mas apenas motivadas pela dificuldade em gerir a turbulência do mundo. Sou muito mais pelo conceito de Regra assim como é entendida em relação ás Missionárias da Caridade de Madre Teresa de Calcutá. A Regra de uma congregação deve funcionar como a mola que a lança para o mundo e n como um escudo comodista que a mantém suspensa dele. Mas esta conversa dá pano para mangas, como deves imaginar ; )))))))))
angie,
Não há maneira de dizeres bem da Igreja rapariga. Será isso algum reaccionismo em relação ao padre que te casou? ; ))))))) ele não tem culpa, os casamentos pela Igreja não são à prova de "tiro no porta-aviões..." e consequente afundamento dos ditos ; ))))))))))
Andorinha,
Isso é que foi dormitar. Mas não me surpreende. Os jovens hoje em dia dormem até altas horas da tarde, esperam acordar e ter o almoço à espera. Umas lástima ; ))))))))
Olá Noise!
Bons olhos te "vejam"! Prova-se uma vez e não apetece voltar ... ás panelas, claro! :)))))
Jinhos
(Noise: se tu sonhasses quem me casou...até caías para o lado! Mas não, não tenho nada contra ele, muito pelo contrário. Past is the past).
Não, eu de facto não me devo ter explicado bem lá em cima.
O que eu tentei fazer, foi opinar sem demasiado alarido. Porque já sei que aqui me "lapidariam" rapidamente... E não é falta de coragem, é só vontade de não virar a mesa por dá cá aquela palha! (Nem tu imaginas o que eu me contenho...)
E o que me parece é que se há questões em que a Igreja tem de evoluir (mesmo), outras há em que não pode nem deve mudar: porque se descaracterizaria.
Pensar que TUDO é datado, contingente, relativo, questão de maior ou menor vanguardismo, é uma suprema...ingenuidade.
Por isso é que eu disse que havia cavalos de batalha estúpidos: não para a Igreja, mas para aqueles que os sustentam contra ela. São bandeiras inúteis, porque é idiota pensar que a Igreja irá inexoravelmente caminhar, "mais século menos século", no sentido de apoiar a IVG.
E também, aliás, porque defender o aborto não é evoluir. É justamente o contrário.
Pronto: já disse.
Venham as pedras...
CÊtÊ,
Quanto à apresentação do livro foi mais um entediante encontro entre a "malta do costume" + uma nova aquisição mangualdense. A Lusco_Fusco e respectivo rebento foram parar ao Castanheira a pensar que era lá a apresentação do livro (e vão dizer que isso era mau!!!!!!!). Eu enfrentei a borrasca a pé para a levar daí ao Auditório e arrumar-lhes o carro (que esta costela de arrumador põe-me a fazer tudo sob promessa de 2 euros looooooooooool). A Moon e a sis da Moon chegaram a tempo da sessão de autógragos depois de passarem 2 horas à entrada da cidade do Porto por causa das filas que se geraram com os acidentes. No fim da apresentação do livro descemos cá abaixo para um cocktail (ou seja, rabo da pila traduzido literalmente, nunca percebi a relação entre este nome e uma refeição, pelo menos para homens heterossexuais e lésbicas) onde andavam lá uns quiches deliciosos (eu e a sis da Moon só chorávamos por não termos trazido uns tupperwarezitos) e um queijinho da serra de-li-ci-o-so.
Rumámos eu, a Andorinha, as Luscos e a Mangualdense ao Tapas e Papas onde desde partir copos a queimar soutiens aconteceu de tudo um pouco. Mas a conta foi pequenita pq explorámos a simpatia da gerência (ou seja, partíamos sempre um copo para cima de qq coisa que estivessemos a acabar e traziam-nos outro prato cheio de borla) looooool loooooooool loooooooool loooooooooooool loooooooooool looooooooooool looooooooooooooooooool
Depois CLARO!!!! O alcool e tal!!!!!!!!
-Bem, vou ali levar a Ana Maria (o nome IRL da Mangualdense) ao Hotel, entrem ali no carro que eu já venho (e depois ainda dizem que não há cavalheiros).
...
...
...
Um gajo vai... volta... chega ao carro da Andorinha e nada... vai ao carro da Lusco e nada... volta para o carro da Andorinha e nada (devo lembrar que no processo o gajo se molha todo tendo vestida apenas uma camisa, umas calças, um par de meias, uns boxers e uns sapatos?)
...
...
...
Liga para a Andorinha
...
...
...
-Tou? Onde é que estão????????
-Estámos aqui abrigadas na Câmara, não encontrámos o carro!
-Mas eu deixei-vos a 3 metros do carro?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!?!
-Olha, andámos ás voltas e não encontrámos o carro!
-Já vou aí ter...
(claro, a consideração pelo sentido de orientação do género fêmeo do gajo fica pelas ruas da amargura)
As Luscos lá voltaram para Fafe (com direito de passagem por Cabeceiras de Basto e tudo ; ))))))) )
Mas há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que luta e eu e a Andorinha não desistimos facilmente. Arranjámos qq coisa para fazer entre a 00h30 e as 4h50 (cinema, Charles etc etc)) e a chama murcónica desse dia brilhou até altas horas da madrugada ; ))))))))))))) isso não acontecer seria vergonhoso para a nossa Ordem Para-religiosa looooooool loooooooool looooooooooool
P.S. Ficou mais uma vez demonstrado que o truque da vela é uma má ideia. Desta vez destruiu-se o suporte da vela e quase se incendiou a toalha, não fosse a rápida intervenção de Sir Charles ; )))))))))))))))))) mas mesmo que o pior acontecesse, com uma fatia daquele bolo brigadeiro no estômago só se pode morrer com um sorriso nos lábios ; ))))))
Angie,
Pedras? ; ))))) Nã... ainda se fosse uma pedrada de pólen ainda marchava ; ))))))) agora pedras mesmo tens de te meter com malta (ainda) mais atrasada mental que eu
; ))))))))) e que achem intelectualmente estimulantes frases do tipo "E também, aliás, porque defender o aborto não é evoluir. É justamente o contrário." que são um belo recuerdo dessa musa inspiradora para muitos cirurgiões plásticos que foi a Lili. Bons velhos tempos em que fundamentavas e explicitavas as tuas ideias ; )))))) aguardam-se melhoras e não é para atirar pedras, só mesmo para conversar ; )))))))
E já agora fica uma acha para a fogueira. O contrário de evolução é involução, cuja definição é...
involução
do Lat. involutione
s. f.,
evolução regressiva;
regressão;
conjunto de dificuldades, de embaraços;
Biol.,
processo evolutivo de regressão nas células;
degeneração;
Med.,
enrolamento de um órgão para dentro;
regresso de um órgão ao seu estado normal, como acontece, por exemplo, com o útero após o parto.
Involuir é regressar ao estado primitivo por via de avanços da qualidade da evolução (como por exemplo nas células, em que a melhoria na qualidade de cópia no ARN permitem ao ADN ser mais fielmente preservado). Agora diz-me lá quando é que a Igreja defendeu o aborto para regredir para esse estado? Portanto, pelo mau domínio gramatical do português não te posso dar resposta por não explicares sequer o que estás a pensar ; )))))))))) por opção própria imagino, que já tenho lido aqui muitas coisinhas tuas com cabeça, tronco e membros.
E agora que a caixa de mensagens chegou À idade adulta (18 comentários) faço-me à caminha que isto de não dormir não exclui uma pessoa de se sentir cansadita ; ))))))))
Angie
Quanto a "quem" te casou é para mim, como deves imaginar, totalmente irrelevante. Imagino que no Portugal Profundo onde existes esse tipo de marcas heráldicas faça sentido, pois a classe burguesa procura sempre a distinção pelo mérito aparente. Conheço mães de amigas minhas que garantem a pés juntos estarem ainda casadas não pela conveniência financeira de ganharem percentagens ínfimas em relação aos maridos mas pelo facto de o matrimónio ter sido efetuado por um bispo ou bispo auxiliar. O casamento religioso é, por definição, um sacramento realizado por um representante de Cristo. Tudo o resto, da decoração da Igreja a quanto gastaste no teu vestido de noiva, é supérfulo por definição. É como a malta andar a gastar milhares de contos por uma campa no Alto da Ajuda, pq é ali que está quem é "bem".
Bom dia!
Noise
Claro que trazem beijinhos sim :)))
Por outro lado penso que essas lides futebolísticas te afectam pouco, será? :)
Quanto à posição conservadora da Igreja perante os comportamentos sociais, é compreensível; nenhuma igreja muda de princípios de um dia para o outro...
Contudo sempre me incomodou e ainda me continua a incomodar que a Igreja, no passado e no presente, interfira naquilo que eu considero ser uma decisão privada e individual de cada um.
Parece-me que ela se deveria preocupar sim com a espiritualidade que nos leva à elevação humana no sentido da Fraternidade e do Amor pelo próximo.
Estes são para mim os grandes valores enquadradores da Igreja que apesar de não ser pela crença religiosa, me afectam e orientam nem que seja culturalmente...
Ameninadalua,
Sabes como são os monopólios ; ) jogam sujo e jogam duro. E desde que o Papa Pedro II impediu os bárbaros de incendiarem a cidade na 2ª invasão a Roma que a Igreja cultivou uma tradição de partilhar a cama com o poder temporal. Longe vão os tempos em que a Igreja Padecente era a verdadeira Igreja e os bispos eram nomeados entre a prisão e o momento em que eram atirados aos leões no Coliseu, ditando oralmente os seus testemunhos de fé. Eu sou um optimista por via da necrose e da fénix: penso que a coisa vai ficar tão mal que os próprios leigos serão o "exemplo vivo" de fé e não os padres e restante "quadro profissional". Mas se calhar estou a ser optimista demais ; )))))))))))
Levantada a estas madrugadores horas, menina? ; ))))))))))))
Ameninadalua,
Afectam pouco, 90% do meu prazer em ser sócio do FCP reverte para o facto de poder falar mal da equipa técnica e dos jogadores e de poder fazer a festa com as vitórias. Nisso sou de um interesseirismo primitivista atroz loooooooooool looooooooooool loooooooooool looooooooooooooooool loooooooooooooooool loooooooooooooooool loooooooooooooool loooooooooooooooooool loooooooooooool De fazer inveja a qq membro de partido político à espera de tacho... ; )))))))
Noise,
Obrigada, em nome de todos, pelo relato. ;]]]]]
Aquela dos soutiens não percebi bem- ;]- então as feministas ainda os usam?????LOL
Imagino que tenha sido um gesto simbólico de impressionar pelo exercício dedutivo um heterossexual de gema e de o fazer fantasiar (LOL) fantásticas conversões.
Desculpem a minha falta de educação:
Um bom Domingo para todos!
;*
PORQUE SER MURCUNITA TB É GOSTAR DELES...
cêtê,
Ai a idade, que não perdoa, as metáforas fogem para os anos 60 como o Carlos Cruz fugia para a Casa de Elvas. Mas que é que queimar soutiens tem a ver com feminismo? A malta é que estava tão onfire que as peças entraram em combustão espontânea ; )))))))))))) não havia feministas entre nós, só gajas boas (a começar por mim) : ))))))))))))
Quanto a exercícios dedutivos tás a falar com o heterossexual errado, o meu 5º membro (e mais importante, seguindo a hierarquia de outro afamado heterossexual) é um verdadeiro S. Tomé das pilas. Só acredita quando chegam a ele avisos de que se confirmaram as formas pelo toque ; )))))))) ainda hoje não sei se isto traduz sabedoria ou preguiça, mas pelo comportamento do bicho quando é chamado a dar um ar da sua graça eu diria que a segunda é uma hipótese mais remota... ; )))
Ou então, diria o nosso irmão em JÚ fora-de-lei (E COM CARRADAS DE RAZÃO), espera pela confirmação pelo toque pq hoje em dia NUNCA SE SABE ; )))))))
BONITA...?
... ou BONITO?
Eis a questão, diria um membro prematuramente agitado com a primeira fotografia... ; )
Boa tarde.
Noise (3.51)
Looooooooooooooooooooooool
Loooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooooool
Tinhas que destruir ainda mais a minha reputação contando essa cena do carro? :))))))))))))))
Não posso ser perfeita, algum defeito tinha que ter.:)
Quanto ao relato dos acontecimentos, corresponde mais ou menos ao que se passou, isto se descontarmos alguns exageros próprios de um miúdo com uma imaginação delirante.
Essa dos soutiens, por exemplo.
A realidade é que se partiu um copo, tudo o resto é fantasia do miúdo.:)
Ai, ai Cêtê, novamente a provocar-me!:)
Até mais logo, gente.:)
Professor,
gostava de poder 'merecer' o seu obrigado mas não me sinto digna dele. A verdade é que, com muita pena minha, não cheguei a tempo do que mais queria: ouvir a apresentação do livro. Para piorar, ao sair de manhã de casa não me lembrei de levar o livro comigo e, por isso, fiquei sem autógrafo.
Mas tudo bem. Outras oportunidades virão.
Parabéns pelo lançamento.
Beijinho
Ó Noise: o efeito da revelação do prelado (a que só aludi - diga-se - por teres tu próprio falado nele) não era supostamente o deslumbramento. Mas o "escândalo". Tsss...tsss... Não percebeste.
Obrigada pelas invocações da Lili...Não tinhas argumento menos roskoff? For Christ's sake! Isso é que é uma representação do mundo a preto e branco...
Ai esses fantasmas...
Quanto ao aborto e Igreja:
- para 1 pessoa da minha geração, da era PP (pós pílula, não faças leituras apressadas...)apoiar a posição minoritária (?) da sociedade não é, como facilmente se imagina, um efeito de moda, ou sobretudo de ausência de reflexão.
Neste particular, sim, estou com a Santa Madre, e a sua posição oficial e oficiosa (que neste caso coincidem).
Mas não porque "ela" manda. É porque lá chego sozinha.
De nada interessam para o caso (acho eu), as interpretações etimológicas que ensaiaste. Não é por aí que se lá chega.
Chega-se lá por opção filosófica. Ponto. E aguentam-se as consequências: apoiando MESMO quem engravida sem querer, difundindo a cultura da contracepção, etc, etc.
Sou pelo direito à vida. Sou pela autodeterminação do nascituro (o seu direito a nascer independentemente da "voluntas" da Mãe). Reconheço em absoluto que o feto é titular de direitos a partir do momento da concepção. Não acho que o corpo seja propriedade da mulher quando gera um ser, voluntaria ou involuntariamente. Não acho que o filho, concebido de 1 semana ou 42, seja propriedade da mãe ou do pai, e lhes pertença. Não acho que a vida seja 1 bem disponível.
E acho muito bem que a Igreja não apoie o aborto.
E acho muito mal que não apoie descaradamente a contracepção, porque devia.
PS 1- Não me envergonho de confessar que nem sempre pensei assim: até ter o 1º filho fui a favor, e apoiei amigas distraídas da medicação que o praticaram (como hoje apoiaria, mas não de alma e coração; só de coração).
No fundo temia que a vez me chegasse, porque não sabia se o faria também. Mas não chegou, felizmente, fui muito cuidadosa e tive sorte.
You see? Isto dá pano para mangas.
Podemos discutir até ao fim dos tempos, mas eu não vou entrar nessa aqui em casa do Professor (que até é a favor da causa em apreço).
A bioética é aliás uma coisa que me fascina completamente, e cada vez está mais na ordem do dia. Todos devíamos experimentar explorá-la, ninguém devia passar ao largo e abster-se, ficando-se pelo cheiro do tema a bafio e "moralidade".
PS 2- Ó Noise, não te abespinhes que eu não quero isso. A sério. Acho-te pilhas de graça e não te tenho na conta de tolo (logo, não te vou classificar com comparações deselegantes...)Por isso, não abras guerra, please. Friends?
Angie,
Tás a ver como consegues? E um texto rico de experiência pessoal e tudo. Vou ali ao sofá "fazer o amor" e já volto para desenvolver o tema (e se formos além das mangas, por mim tudo bem). Té já ; ))))))))))))))))))
Já aqui falei várias vezes do drama central luso: uma moralidade dúplice. Por um lado queremos ser modernos, por outro queremos "preservar" feudos burgueses instituídos à volta de tradições do "self" egoísta de uma classe que sempre lutou em relação à mudança. Cada um faz a sua salgalhada, sempre com uma coisa e o seu antónimo, e ao defendê-las garante dupla tributação: defender o passado, afastar a possibilidade de Portugal ter futuro. No teu caso é o aborto NÃO e a contracepção SIM. Ou seja, a concepção é entendida na medida da fecundação portanto é atacada. Pq não defender a posição da Igreja em relação ao divórcio? Nã, isso lá está, iria contra a tua situação pessoal e portanto, chatice das chatices, isso pronto, fica de fora do cocktail. Mas lá está, estar na situação menos liberal de dizer sobre a Igreja o que se quer à medida de uma não-prática, como é o meu caso, leva a escolhas menos transigentes em relação ao mundo, pq vivo nele. Vivo num mundo em que os estudos nos dizem que 2/3 das mulheres falham a toma da contracepção pelo menos uma vez por 3 ciclos em grau de risco de gravidez (3 tomas de pílula), num mundo em que os homens tiram o preservativo durante o muito curto acto sexual. Portanto, não é um mundo ideal em que a malta já tem 50 e tal anos e pouca ou nenhuma esperança em engravidar. Lamento não resumir tudo à minha condição cómoda de homem (que, como é sabido, não engravidámos) como fazes com a tua de mulher que já não corre o risco de ter de recorrer ao aborto e portanto condena todas as outras ao ferrão de ter de não falhar a contracepção, or else. Pq eu escolho Amor como a face de Deus, e não escolho esse Amor na medida do que me poderá tocar ou não a mim como destino.
Fica mais este pedaço de mangas... : ))))))))))))))))
Noise: não para perpetuar a discussão, mas para assegurar o “direito de resposta”...
Não reconheço qualquer contradição no facto de defender a contracepção e ser contra o aborto.
Muito pelo contrário, acho mesmo que é uma posição 100% consequente. E explico porquê.
Torno a repetir que sou a favor da vida, que considero 1 limite inviolável e interdito à nossa liberdade pessoal, excepto em casos limite O mundo em que vivemos e a evolução das sociedades levou a que a questão da “fecundidade natural” se revelasse insustentável e muito penalizadora face aos modelos familiares actuais.
Mas a mesmíssima evolução das sociedades (et pour cause) encontrou fórmulas eficacíssimas de limitar essa reprodução não controlada. Permitindo evitar a concepção. Evitar a concepção é 1 direito legítimo, completamente situado nos limites da liberdade pessoal (que pode até chegar ao caso de não se querer ter filho algum). Não atenta sobre terceiros, tout court.
Só que a cultura anticonceptiva deve ser assumida como contrapartida (ou corolário lógico) da consciência de que se há relações sexuais, há risco de gerar vida, e que aí entramos em território que deixa de nos pertencer. Logo, liberdade pessoal = cuidadinho, muito cuidadinho.
Se eu há trinta anos comprava a pílula em 2 ou 3 farmácias conhecidas, sem que me pedissem receita...E se os amigos homens (com + facilidade ainda) dispunham de preservativos em caso de necessidade (sendo eu adolescente na geração pré-sida, isso não era para mim 1 prioridade) hoje em dia não acho desculpável que se continue maciçamente (sublinho maciçamente) a invocar a desinformação. E a desculpar com...
O que há mesmo é 1 cultura de desresponsabilização, precisamente porque a questão é toda ela pensada, na sua base, da forma errada: “o corpo pertence-nos, se houver azar, remediamos e isso é 1 direito que nos assiste, o que é dizer, don’t criticize, legalize”.
Pois: juízo crítico é que não. É preferível assentar tudo num determinismo inexorável da vida... nós somos seres sem controlo, há coisas maiores que nós, a vontade (que é pouquita e exige esforço ) não chega, que é que podemos fazer?!
Pois olha: isto para mim é que é pura contradição.
Reconhecer os limites e os efeitos indesejáveis da sexualidade é que deve levar activamente a dizer sim à contracepção. E dizer ao aborto não.
Quando o meu filho foi passar 1 mês aos States tinha 16 anos e entreguei-lhe 1 pacote de camisinhas jeitosas. Deu direito a risos e ele a perguntar-me:"Estás-me a querer dizer que aproveite para?...Mãe, tu és impossível com essas histórias da segurança!" Algumas pessos acharam idiota. E o meu marido placidamente argumentava: "Então mas ele não vai para casa de 1 família onde só há rapazes?" Pois...
Quanto ao pretenso comodismo da minha posição...e apesar de teoricamente me manter em condições de fertilidade (deve ser por pouco mais...), devo dizer-te o seguinte: a minha posição anti-aborto não nasceu do suave conforto da isenção dos riscos. Nasceu pura e simplesmente da experiência da gestação dos meus filhos, da sua vivência, compreensão e acompanhamento. Mais nada. E tive-os exactamente quando quis: continuei a gerir bem o assunto, com muitos suores frios pelo meio, que nos é dado aguentar e são se calhar a contrapartida da responsabilidade.
E é por isso que não teria dúvidas em apoiar qualquer dos meus filhos se um “azar” lhes acontecesse. Por muito que me doesse e me apetecesse apagar o fenómeno do mapa, continuaria a preconizar o que defendo.
Logo: não penso que o que defendo seja a tua regra do “a cada um sua salgalhada”. De todo. Preto e branco? Não. E quem é que não é ambíguo? Ninguém.
Quanto à tua boca do ....(cito) “ Pq não defender a posição da Igreja em relação ao divórcio? Nã, isso lá está, iria contra a tua situação pessoal e portanto, chatice das chatices, isso pronto, fica de fora do cocktail”...
Confesso que não percebi. Ter-me-ei algures pronunciado pouco explicitamente sobre a matéria?
PS- Olha, quanto à moral burguesa: sou isso, sim senhor. Não por opção: sou. Julgas que não li o Wilhelm Reich? E que não cantei a plenos pulmões o "Los bur-manos hu-gueses"? Li, sim, e cantei. E pratiquei. Mas não acho doentio que hoje tenha "consciência de classe". Nem contraditório. Se tenho essa lucidez é porque me educaram a olhar para os lados, pelos motivos mais construtivos. Pior era viver como tal, e trazer o emblema contrário na lapela, como tanta gente faz, só para inglês ver. Ou para "épater les bourgeois"...como aqui se diria com 100% e imperdível propriedade...
Enviar um comentário