quarta-feira, dezembro 06, 2006

Conferência da Justice Foundation.

Lutou pelo sim, mas defende o não

2006/12/06 00:24 Hugo Beleza

Norte-americana que levou à legalização do aborto no seu país está em Lisboa. Norma McCorvey disse estar arrependida das consequências do processo em que se envolveu em 1973 e defendeu o «direito à vida»

Representantes da organização norte-americana Justice Foundation defenderam esta noite que Portugal deve dar um exemplo ao seu país e dizer «não» no referendo à despenalização do aborto. Na conferência, que teve lugar na Faculdade de Letra da Universidade de Lisboa, a interrupção voluntária da gravidez foi descrita como estando na origem de comportamentos marginais. Norma McCorvey, responsável pelo processo que levou o Supremo Tribunal dos EUA a considerar o aborto um direito constitucional, mas que, posteriormente, se tornou uma opositora desta decisão, foi uma das oradoras.
Perante cerca de uma centena de pessoas que compuseram o auditório 1 da Faculdade de Letras, num encontro organizado pelas Associações Juntos pela Vida e Missão Vida, McCorvey, também conhecida como Jane Roe - nome fictício que utilizou no célebre caso Roe versus Wade que levou à liberalização do aborto nos EUA em 1973 -, disse estar profundamente arrependida por ter servido essa causa. «Não sou uma oradora hábil nem uma juíza. Sou, pelo contrário, uma pessoa que trouxe destruição para mim, para outras mulheres e para 43 milhões de bebés no meu país», disse, sublinhando que este número corresponde ao dos abortos realizados legalmente nos EUA, nos últimos 33 anos.
A activista - que nunca chegou a abortar, porque a duração do caso judicial em que se envolveu ultrapassou o tempo de gestação - disse que alterou a sua visão sobre a interrupção voluntária da gravidez depois de ter trabalhado em clínicas onde ela era praticada. No seu depoimento, McCorvey acusou os advogados que a representaram em 1973 de a terem enganado e a terem «usado para tornar o aborto legal nos Estados Unidos», em vez de a auxiliarem a «deixar as drogas e o álcool» e de a ajudarem a «entregar o seu filho para adopção».
Suicídio, álcool e drogas
O depoimento da mulher, de 59 anos, foi precedido pelo testemunho de outras três mulheres também norte-americanas - Cynthia Collins, Myra Meyers e Rebecca Porter -, que se centraram na forma negativa como o recurso ao aborto as afectou. «Tentei cometer suicídio e passei por várias overdoses porque me odiava pelo que tinha feito», confessou Porter, afirmando que o álcool e as drogas se tornaram um refúgio, em parte da sua vida, após ter abortado. Um relato semelhante à das outras duas activistas.
Além da «defesa da vida», os conferencistas colocaram a tónica das suas intervenções também nas consequências negativas do aborto na saúde das mulheres e nos seus potenciais efeitos desestruturantes, a nível pessoal e social.
Claytton Trotter, conselheiro jurídico da Justice Foundation, afirmou que nos EUA o número de mulheres a cumprir penas judiciais subiu enormemente depois de 1973, e apontou que numa sondagem à comunidade prisional feminina, 60 por cento das mulheres disse que na origem do seu percurso marginal esteve a prática de um aborto. Razão que levou o jurista a defender: «É melhor instaurar alguns processos [a mulheres por interromperam a gravidez] do que enviar milhares de mulheres para a prisão».
Reed Olson, outro activista, sublinhou por seu lado que a liberalização poderá ter um efeito despenalizador das consciências e levar progressivamente ao alargamento do período em que é permitida a interrupção da gravidez, potencialmente, quase até ao nascimento do bebé.
O activista norte-americano ilustrou este «perigo» com alguns processos abortivos já praticados no seu país em fase avançada de gestação e deixou um repto aos portugueses para que votem «não» no referendo. «Por favor não sigam este exemplo. Sejam um exemplo para nós. Nós precisamos dele. Não recusem a vossa convicção de proteger a vida, porque os olhos do mundo estão aqui. Não atravessaríamos o Atlântico se não fosse assim».


P.S. Há alguns dias, alguém me escreveu para O Amor é... queixando-se por eu não dar espaço "ao confronto de opiniões". Não é verdade. Em Estes Difíceis Amores esteve um dos líderes dos Movimentos pelo Não, que durante 50 minutos expôs as suas posições quase sem interrupção, por vontade expressa das três pessoas que faziam o programa. No Murcon acontecerá o mesmo, esta declaração deprincípios não será a última. Como pretexto para a discussão e porque acredito no respeito pelos outros, apesar de já ter perdido a conta às vezes em que fui apelidado de defensor de uma cultura de morte e arauto do desprezo pela Vida.

47 comentários:

Fora-de-Lei disse...

Norma McCorvey ??? Pois. Mas há quem lhe chame Zita Seabra...

J disse...

Zita seabra?! qual é a logica?

AQUILES disse...

En España se realiza un aborto cada 5.5 minutos

A falta de datos definitivos, en el año 2005 se realizaron más de 95.000 abortos en España, un 11.7 por ciento más que en el año anterior.
Esto supone una media de 260 embarazos interrumpidos cada día o, lo que es lo mismo, once cada hora o uno cada 5.5 minutos
Tan sólo en Cataluña, Madrid, Andalucía, Valencia y Aragón, que ya han publicado los datos correspondientes al 2005, se produjeron 70.002 abortos, un 18,3% más con respecto al 2004. En concreto, en Andalucía hubo 17.695 interrupciones de embarazos, en Cataluña 18.434, en Madrid 20.759, en Valencia 9.540 y en Aragón 3.574.

Según este informe, con los datos de las citadas CCAA (70.002 abortos en 2005 y un incremento del 18,3%) así como del histórico de otros años (un incremento nacional del 77.4 por ciento entre 1994 y 2004, pasando de 47.832 a 84.895 abortos), se puede concluir que el número de abortos habrá superado la cifra de 95.000 en el año 2005.

Para Fundación Vida, se puede prever que en 2006 se superarán "ampliamente" los 100.000 abortos, se alcanzará la cifra total de 1.024.000 abortos interrupciones de embarazos desde que se legalizó en el año 1985.

Según sus datos, uno de cada 6 embarazos (el 16,6%) de los embarazos termina en aborto y se ha producido un "incremento sustancial" entre las mujeres no residentes. Sólo en las 5 Comunidades citadas se realizaron 6.836 abortos de personas no residentes, es decir, casi un 10% (9,8%) del total.

AQUILES disse...

"La regulación de la fecundidad: un estudio demográfico de la anticoncepción, la esterilización, el aborto y el tratamiento de la esterilidad en España"
Tese de Doutoramento que se pode consultar aqui:

http://www.tdx.cesca.es/TDX-1128102-175505/

noiseformind disse...

O texto promete... mas n o consigo desencantar completo para ler ; )))))))))) mas o abstract despertou-me a curiosidade, Aquiles.

noiseformind disse...

Das pérolas referidas no artigo há uma que tenho que destacar:

"Razão que levou o jurista a defender: «É melhor instaurar alguns processos [a mulheres por interromperam a gravidez] do que enviar milhares de mulheres para a prisão»."

Ou seja, está encontrado o mal do mundo. O aborto manda as mulheres para a marginalidade. Não é o facto de as pessoas viverem em meios degradados, mas sim o aborto que as vai degradar. O que traduz esta ideia muito ocidental que o sexo é que dá cabo da mulher. Imagino o aborto visto pelos olhos de um homem: fui ali e já está. E pronto, esta ideia que a mulher fica despedaçada por tudo e por nada e portanto deve ser "protegida" pela sociedade é velha como o mundo. Os homens protegem a mulher dela própria, desinteressadamente ; ))))))))))
Engraçado que se é isto que se passa então as classes médias altas urbanas devem estar pela hora da morte. É ao nível delas que mais facilmente se obtém contactos e meios para se abortar, incluindo na paz de Espanha.

noiseformind disse...

Boss,
QUE É AQUILO AZUL NO INÍCIO DA POSTA????????????????????????????? As maravilhas e inovações tecnológicas aqui no tasco não páram ; ))))))))

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Perguntar-me isso a mim é de uma enorme maldade, conhecendo a magnífica ignorância que exibo na informática:(. Já de castigo para o canto da sala!:).

Julio Machado Vaz disse...

Respeito as opiniões pessoais das mulheres, embora trinta anos de clínica refutem em absoluto a generalização catastrofista que fazem. Quanto à relação causal - e geral... - "aborto-culpa-marginalidade" revela ignorância ou manipulação.

AQUILES disse...

Está em 4 pdf cujos endereços são os seguintes:

http://www.tdx.cesca.es/TESIS_UAB/AVAILABLE/TDX-1128102-175505//mtrs1de4.pdf

http://www.tdx.cesca.es/TESIS_UAB/AVAILABLE/TDX-1128102-175505//mtrs2de4.pdf

http://www.tdx.cesca.es/TESIS_UAB/AVAILABLE/TDX-1128102-175505//mtrs3de4.pdf

http://www.tdx.cesca.es/TESIS_UAB/AVAILABLE/TDX-1128102-175505//mtrs4de4.pdf

thorazine disse...

"... apesar de já ter perdido a conta às vezes em que fui apelidado de defensor de uma cultura de morte e arauto do desprezo pela Vida."

Mas que professor era um herege nós já sabiamos! :P ;)))))))

Noise,
"Não é o facto de as pessoas viverem em meios degradados, mas sim o aborto que as vai degradar."

O aborto vai ser o opio do séc XIX! Pessoas completamente "agarradas" às práticas abortivas, degradação social, novos arrumadores numa competição desajustada com os parquímetros, tráfico de sabão azul! Já vejo o cenário! Terapia de desabituação so vai ser possível na bairrada com uma lenta substituição pela matança de leitões...:)))

thorazine disse...

séc XIX? Lapso! Por causa do Eça, talvez..lol (pois é verdade, ele também pertence à "louca" geração de 70!!) LOL

noiseformind disse...

Pensei que eram páginas soltas e n a tese propriamente dita ; )

noiseformind disse...

Thora,
Imagino os testemunhos dramáticos:

"Eu... eu passava aquele tempo que não estava grávida com um stresseeeeeeeeeee... nunca sabia quando engravidava para finalmente poder abortar. às vezes tinha depressões quando se passava um ano inteiro sem engravidar outra vez. Comecei com abortos ás 8 semanas mas depois comecei a fazer ás 12 e mais tarde já só me contentava com abortos ás 20 e tal semanas. Era terrível, especialmente pq hoje em dia pode-se abortar em qq lado, num quiosque, numa esplanada. E as minhas amigas diziam-me "é normal abortar, n há nada de mal contigo". Mas eu sabia do meu problema por isso removi o útero e hoje em dia posso dizer que sou uma mulher feliz. Mas sei de mulheres completamente agarradas, que mesmo depois de removerem o útero andaram para aí a dar dinheiro a outras mulheres grávidas para abortarem. Eu saí dessa vida..."

thorazine disse...

LOLOL

A clínica da Adaúfe terá de se adaptar...e quiça num outro século muda o seu rumo e vinga no ramo da suinicultura! :)))))))))))

noiseformind disse...

Aquiles,
Isto n tem nada a ver com a conversa que estamos a ter aqui com o aborto mas na página 185 do estudo tem um quadro que como psi me fez pipilar e que adorei. Segundo o estudo, em 1995 a distribuição do uso do preservativo pelas mulheres casadas ou em união etariamente era equivalente com uma distribuição quase uniforme entre os intervalos (com a excepção lógica dos extremos, que mesmo assim se equivalem). É a resultados destes que precisámos de chegar em Portugal. Resultados dignos de um país desenvolvido (e estes dados são de 1995!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!). E era em média o dobro do uso da pílula. O que mostra um cuidado com as DST DENTRO do casamento de nos fazer corar daqui a 15 anos ; )))))))) e uma preocupação masculina com a contracepção que, comparada com o lado de cá da fronteira, é simplesmente avassaladora ; )))))

O FDL claro, vai dizer que a malta hermana usa tanto o preservativo no casamento pq as espanholas já sabem que os espanhóis são má peça e sabem que podem trazer dos coitos à socapa bicho estranho na parafernália fodística e portanto defendem-se como podem looooooooooooooool loooooooooooooooooooooooool llooooooooooooooooooooool loooooooooooooooooool looooooooooooooooooooooooool looooooooooooooooooool

noiseformind disse...

Boss,
Estranho que não tenham trazido a Portugal o parceiro da Norma. Andam todos para aí a dizer que o parceiro deve ter voto na matéria... e ele? Qual a opinião dele? Tsc, tsc, tsc...

Lembro-me vagamente de ter lido na autobiografia dessa miúda que ela vivia com uma mulher à mais de 20 anos e que a gravidez em causa em Roe vs Wade ter sido resultado de uma aventura. Depois dessa autobiografia converteu-se ao catolicismo de linha dura deixando inclusivé de ser lésbica!!!!!!!!!!!!!!! Isto é, ainda vive com a mesma mulher, mas agora não pecam.

Engraçado como encontro entre esta jovem e a Linda Lovelace tantos paralelos, apesar das abissais diferenças entre o aborto e a pornografia, obviamente. Ambas mudaram o nosso mundo e ambas se renegaram a si próprias como elementos determinantes da mudança depois de ela estar em marcha. Ambas se tornaram membras de linhas duras religiosas e ambas são vistas pelas pessoas próximas como altamente manipuláveis e carentes de atenção. No entanto isso não diminuí a sua importância. Galliano deu-nos a pornografia moderna através de Linda Lovelace (apesar de o Rodox dinamarquês ter aparecido na mesma altura e hoje em dia ser a matriz da pornografia actual mas na altura n era divulgado mundialmente). Sarah Weddington e Linda Coffee permitiram às mulheres tomar controlo do seu corpo e da sua fertilidade atráves de Norma. E ambas escreveram duas biografias: uma do período pró e outra do período contra ; ))))))))))))) muitos paralelos de facto..

noiseformind disse...

Até na intervenção do Supremo americano há paralelos nestas duas matérias. Em ambos os casos defendendo o direito à escolha, num processo de defesa do direito do indivíduo contra a imposição da sociedade que hoje em dia temos por mais que certo e nunca esteve tão ameaçado se os indivíduos se deixarem a dormir à sombra desses mesmo direitos.

thorazine disse...

" Em ambos os casos defendendo o direito à escolha, num processo de defesa do direito do indivíduo contra a imposição da sociedade que hoje em dia temos por mais que certo e nunca esteve tão ameaçado se os indivíduos se deixarem a dormir à sombra desses mesmo direitos. "

Sabes bem que é lindo pérolas destas escritas por ti! ;)))))))))))))))))))))))

lobices disse...

...ouvi dizer que o grupo do G8 está muito preocupado com o problema do Sim e do Não em Portugal sobre a questão do Aborto...
(desculpem, não resisti...)
...
...tantos e tantos e tantos milhares de seres que morrem de fome, de doença, de abandono, de tudo (mas para "isto" não existem Referendos)
...2.826 milhões de dõlares que se gastam por dia em armas

noiseformind disse...

Thora,
Eu defendo sempre o direito à escolha. Imagina o que seria um mundo onde a dupla penetração fosse proibida de ser mostrada na pornografia. Não seria, definitivamente, o mesmo mundo ; ))))))))))))))))))))) pelo menos para mim.

Aquiles,
Antes que eu e o Thora avacalhemos isto de vez uma nota importante do estudo que linkaste: página 201, quadro com a percentagem de mulheres que abortaram pelo menos uma vez antes dos 30 anos (Ha tenido aborto inducido antes de 30 años). A geração da década mais recente (nascidas a 70-77) apresentação uma taxa de prevalência do aborto que é em média um décimo das gerações anteriores. E ainda andam para aí a dizer que a legalização do aborto aumenta a sua prevalência. Se calhar é malta que n sabe ler espanhol ; ))))) ou que nos acham assim tão diferentes deles. Numa sociedade informada o aborto é, por natureza, marginal. Aliás, estavamos aqui no Domingo a falar do aborto das estrangeiras em Espanha e do crescimento da população estrangeira e penso que se formos a ver a taxa de abortos nas nacionais e nas estrangeiras iremos concluir que o nro de abortos de espanholas praticamente estagnou e o factor de crescimento vem das estrangeiras. Mas agora n tenho tempo de procurar isso (se te cruzares com alguma informação que confirme ou invective esta minha afirmaçao feel free to share, claro)

andorinha disse...

Boa noite.

Muito ainda vou ter que me irritar até ao dia 11 de Fevereiro:)
Em primeiro lugar quem dá o direito a esta senhora de se vir meter na nossa vida e tentar condicionar a nossa opinião?
Até nisto somos colonizados pelos EUA?
E depois diz coisas que me arrepiam...
"...a interrupção voluntária da gravidez foi descrita como estando na origem de comportamentos marginais."
Pode haver algum debate sério quando se fazem afirmações desta leviandade?
Vale tudo para levar a água ao seu moinho?
Destaco também a frase que o Noise já referiu: «É melhor instaurar alguns processos [a mulheres por interromperam a gravidez] do que enviar milhares de mulheres para a prisão»."
Quando os fins justificam os meios qualquer argumento por mais risível que seja, serve?:(
Vai ser lindo, vai...

Júlio,
"Quanto à relação causal - e geral... - "aborto-culpa-marginalidade" revela ignorância ou manipulação".
Para mim trata-se muito mais de manipulação; não acredito que essa gente seja assim tão ignorante:)

Lobices,
Tens toda a razão.

Fora-de-Lei disse...

Posição das fufas face às mulheres condenadas judicialmente por prática de aborto: "É bem feito. Quem é que as manda andar metidas com homens... Batam pratos como nós e vão ver que não correm nunca riscos de engravidar".

Posição dos picos face às mulheres condenadas judicialmente por prática de aborto: "É bem feito. Se essas parvas se lembrassem todas de abortar, qualquer dia não havia mais maricas ao de cimo da Terra".

andorinha disse...

FDL,
Concentra-te no Glorioso e não digas disparates:))))))))))))))

AQUILES disse...

Redacción - 28/11/2006

El aborto es una intervención traumática que causa numerosas secuelas físicas y psicológicas

La Asociación de Víctimas del Aborto (AVA) instó ayer, tras la presentación del estudio 'Consideraciones sobre aborto, anticoncepción y otros aspectos de la salud reproductiva en mujeres inmigrantes' de la Asociación de Clínicas abortistas (ACAI), a no centrar el "drama" del aborto en la inmigración.

"Consideramos que el problema del drama del aborto en España no puede centrarse sólo en la inmigración y en la supuesta falta de anticoncepción, pues la gran mayoría de mujeres que abortan en nuestro país son españolas y muchas emplean el preservativo y la píldora anticonceptiva", declararon a Europa Press fuentes de la asociación.

En este sentido, AVA afirma que "el aborto es una intervención traumática que causa numerosas secuelas físicas y psicológicas", añadió que el motivo económico "no es el crucial", sino el del abandono de la pareja, su coacción y la falta de oferta de alternativas dignas ante un embarazo inesperado o en dificultad".


http://www.vozvictimas.org/#

AQUILES disse...

3. El número de abortos producido hasta la fecha equivaldría a la totalidad de los nacimientos que se han producido en España durante los años 2.002 y 2.003, es decir como si en España no se hubiera ningún nacimiento durante dos años y sólo se hubiesen producido defunciones.

… haciendo del aborto la principal causa de mortalidad en España.


http://www.ipfe.org/noticias/index.php?p=78

andorinha disse...

Aquiles,
"pues la gran mayoría de mujeres que abortan en nuestro país son españolas y muchas emplean el preservativo y la píldora anticonceptiva".

Se as mulheres espanholas usam na sua maioria o preservativo e a pílula é porque não querem engravidar; se mesmo assim acontece uma gravidez indesejada a unica solução é o aborto.

E toda a gente se foca nos aspectos ou consequências negativas dum aborto.
Mas é lógico que ninguém fará um aborto de ânimo leve, haverá mulheres que poderão ficar bastante traumatizadas, mas essas deverão ter apoio psicológico enquanto necessitarem.

O aborto sempre existiu e continuará a existir; dê-se às mulheres o direito a fazê-lo em condições de segurança e sem correrem o risco de serem apontadas a dedo na praça pública, já que todos têm direito à sua privacidade.

P.S.Ignorava totalmente que houvesse uma Associação de Vítimas do Aborto.
Que nome tão estranho para uma associação!!!!!!!!

CêTê disse...

Acho tão dificil opinar sobre o tema! Cada caso será um caso.



Mas há coisas que me preocupam.
Caso seja o "sim" a ganhar... que tipo de acompanhamento será feito às mulheres? Acompanhamento psiquiátrico sim. Antes e depois de... (se por acaso ela decidir abortar).
Havendo tempo para reflectir sobre a escolha não deveria existir um acampanhamento? E depois? Uma mulher poderá fazer do aborto um "método contraceptivo" de repetição, escudando-se na lei que lho permite fazer e ainda por cima gratuitamente?

Os depoimentos citados parecem-me dum enquadramento muito complexo para determinar causas/efeitos dos sentimentos e opções feitas.

abraços!

CêTê disse...

Credo!, o "ainda por cima gratuitamente" soa-me a influência negativa do governo LIVRA! ignorem em especial essa parte.


E.... boa noite. Desculpem ando a ficar sem maneiras. ;p

Pamina disse...

Boa noite.

Preocupa-me menos a mudança de campo, pois qualquer pessoa tem o direito de mudar de opinião, do que o uso de argumentos falaciosos. As já destacadas frases são chocantes. Diz-se que no amor e na guerra tudo é permitido. Não concordo. É preciso haver honestidade. Neste caso, também não acredito na igorância.

armanda disse...

Esta gente causa-me náuseas! Cada um que se meta na sua vida! Ser pelo "sim" não obriga ninguém a abortar, enquanto que defender o "não" faz com que surjam casos destes: gente cheia de traumas e a provocar traumas nos outros! Nunca se conseguirá chegar ao ideal de só ter filhos desejados, mas é fundamental que, no caso de uma gravidez indesejada, se permita que a mulher opte livremente por levar avante a gravidez ou por interrompê-la. Mas com gente desta a massacrar a cabeça das pessoas com depoimentos tão apocalípticos é possível que algumas mulheres mais frágeis se deixem mesmo influenciar e fiquem traumatizadas por terem optado por recorrer ao aborto quando, muitas vezes, era a melhor opção que tinham, mesmo que fosse ilegal.

andorinha disse...

Cêtê,
"Uma mulher poderá fazer do aborto um "método contraceptivo" de repetição, escudando-se na lei que lho permite fazer e ainda por cima gratuitamente? "

Que péssima opinião tens das mulheres!
Alguma mulher no seu perfeito juízo vai fazer do aborto um método contraceptivo de repetição?
Só se for masoquista ou estúpida.

andorinha disse...

Prof,
E ainda a procissão vai no adro....

CêTê disse...

Andorinha, ;P e tu uma visão muito idealizada sobre o nós, mulheres. Há de tudo. E esqueces-te que há mulheres ainda neste século que estão nas mãos de outros...

andorinha disse...

Cêtê,
Que queres?:)
Não sei se é uma visão idealizada...
Custa-me a acreditar que as mulheres passem a fazer abortos "por desporto"...
Um descuido pode acontecer a qualquer uma, mas até por isso, se uma mulher for responsável e consciente passará a ter mais cuidado daí em diante.
Faz parte da aprendizagem da vida ou não?

PAH, nã sei! disse...

Boas a todos!

De fugida...testes... :(,
mas com uma "promessa" para cumprir. A pedido de um aluno meu do 9ºano, recentemente chegado do Brasil, uma questão/pedido de opinião para o Professor?

"No Brasil distribui-se gratuitamente preservativos, então, porque é que o número de infectados continua a aumentar? É por isso que paga os tratamentos antiretrovirais àqueles que estão infectados com VIH?"

Promessa cumprida...

Pah, retira-se...
Beijos e abraços para todos!

Peixa disse...

Pela 1ªvez 'vou-me meter' no blog, k descobri recentemente, de uma pessoa k admiro e 'sigo' há muito tempo, mas o tema é estimulante. Sem dizer nada de novo, considero k a questão do aborto é essencialmente uma questão de liberdade e de dignidade de uma pessoa perante uma decisão muito dificil. O facto do aborto estar legalizado não obriga ninguém a fazê-lo mas se calhar impede situações hipócritas e paralelas k toda a gente conhece.

Passaro Azul disse...

Quanta pena tenho de não ter tido conhecimento da Conferencia que teve lugar na Faculdade de Letras da Univ. de Lisboa, pois perdi uma oportunidade dificil de recuperar.
Ouvir Norma McCorvey defender a vida, que maravilha!
Bem-haja pela sua partilha neste seu espaço onde o confronto de opiniões se torna realmente possivel.
Defendo a vida!
Acerca do tema vou falar , aqui na minha localidade no próximo dia 16.Como me posso integrar numa das Associações Juntos pela Vida e Missão Vida?
Há tanto a partilhar!!!
Deixo-lhe o meu abraço com admiração pela sua frontalidade e doação.PARABÉNS por tão simplesmente...ser como é.

Cleopatra disse...

Professor.
Acho que já me respondeu.
Um abraço.

Lord of Erewhon disse...

Sabe que mais? Essa gente do NÃO que se vá f****!!
Essas activistas das américas fazem-me sempre lembrar a Linda Lovelace! Primeiro a mamar gaitas por dinheiro, e depois «grande» activista anti-pornografia vítima do sistema!!
Este triste País nunca mais sai do feudalismo sexual e familiar!!

P. S. Viu o «Prós & Contras» com os militares? Incrível! Nunca pensei ser possível em democracia ouvir militares a dizer o que disseram! Foi desabafo? Ou isto está mesmo a mover-se na sombra para a américa latina dos golpes de estado?
O Governo que fez...? Fez de conta que não viu nem ouviu o programa!
Tristeza!! Comece mas é já a comprar os livros que ainda quer ler... porque qualquer dia vamos estar proibidos!!

Abraço.

Klatuu o embuçado disse...

Nem a propósito... Veja lá se gosta disto, é dum suíço marado do psychobilly, vocal dos The Monsters.

REVEREND BEAT-MAN & THE CHURCH OF HERPES
«Bad Treatment»

http://www.voodoorhythm.com/MP3files/church-of-herpes.mp3

REVEREND BEAT-MAN & THE UN-BELIEVERS
«Come Back Lord»

http://www.themonsters.ch/mp3/reverend_beat_man%20-%20come%20back%20lordHI.mp3

http://www.voodoorhythm.com/VR1209.htm

NOTA: é só copiar os links, ou descarregar lá do site... onde se encontram outras raridades.

noiseformind disse...

Tá um gajo a discutir mais ou menos saudavelmente um estudo interessantíssimo sobre a evolução da contracepção em Espanha e do factor aborto nessa situação e depois começam a chover comentários do tipo: "eu sou pela vida" ou então "o aborto é a maior causa de mortalidade em Espanha". Se um dos lados acusa o outro lado de não ser pela vida, se um dos lados acusa o outro lado de querer contribuir para um mal que se tornará rapidamente na maior causa de mortalidade do país, como é que se pode falar nem espaço de discussão? Tipo, um lado discorre sobre a evolução da utilização da prática abortiva e o outro lado diz "vocês são uns criminosos e uns assassinos". Tipo, ambos os lados podem expôr as suas posições mas entre isso e estar a haver comunicação vai uma distância muito, muito grande. E aí vou à janela e vejo aquela linda, linda, linda cidade catalã ali em baixo e tipo, nem sequer é meu problema! ; )))))))))))) Aqui o aborto é legal e, estranhamente, poucas mulheres jovens (ok, ok... jovens mulheres é o termo mais adequado... ok, ok... recém-entradas na idade legal de consentimento...) conhecem sequer alguém que tenha feito um aborto. Não há rigorosamente nenhuma campanha contra ou a favor, excepto uma emenda para não deixar nas mãos dos médicos conceder autorização depois das 12 semanas.

Enquanto o problema não fôr uma mulher e o seu corpo e a ideia de que um espermatozóide dentro do útero dela que reagiu com um ovário n passa a ser uma coutada do Estado/companheiro não há qualquer possibilidade de haver uma regulamentação MESMO que ganhe o SIM. Pq o problema, o grosso dos abortos que caem dentro da ilegalidade actualmente vai continuar a fazer-se em malta sem parceiro regular ou já com famílias numerosas e baixos rendimentos. E aí o Estado vai dizer "nós legalizamos, agora vão ali à clínica Del Bosque e tratem do assunto. Pq o SIM apenas permite que se passem alvarás para clínicas onde os abortos serão praticados, não quer dizer nada em termo s de regulamentação interna. E 99% dos médicos, em grande parte por mero comodismo e imobilismo, vão-se declarar objectores de consciência no público disponibilizando-se para no privado participar nessa bela nova linha de franchising. E como 390 euros (custo sem internamento para toma da RU-486 actualmente com interacção com psicóloga antes, durante e após a toma) não são a mesma coisa em Espanha e em Portugal a questão vai passar a ser apenas que a classe média ligeiramente aburguesada (com mais de 2500 euros de rendimento mensal e um ou dois filhos) vai passar a poder abortar em Portugal com direito a reclamação ou vai poder abortar como aqui em Espanha mas sem ter de vijar tantos km.

Em França, por exemplo, a TERRÍVEL RU-486, a monstruosa bomba química que supostamente faz a mais saudável mulher tornar-se na mais doente prostituta do Martim Moniz é actualmente VENDIDA EM FARMÁCIAS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Tipo... hello!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Malta!!!!!!!!!!!!!!!!!! Acordem do vosso sonho oitocentista!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Tipo, gandas sequelas que a coisa deve deixar, para o Governo Francês autorizar a venda daquilo assim só com uma simples receita médica!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!


Aquiles,
Relatório do Departamento de Saúde Suiço em relação a mortes causadas pela RU-486, esse grande movimento das abortadeiras e Ceifeiros,
"Décès
Depuis 1988 jusqu'en mars 2006, il y a eu en Europe et en Amérique du Nord un total de 12 décès après l'interruption d'une grossesse par la pilule abortive. Deux d'entre eux n'avaient rien à voir avec le RU 486: une femme est morte suite à une grossesse extra-utérine non détectée (USA 2001), une autre suite à une overdose de méthadone (USA 2006). Sur les 10 autres décès, selon les informations données par les autorités, deux seulement peuvent définitivement être attribués directement à l'avortement par la Mifégyne, l'un en Suède, l'autre en Angleterre (hémorragies très fortes et non traitées). Un autre cas concernant une grande fumeuse se produisit en France en 1991, suite à un accident cardiovasculaire grave dû à la prostaglandine Nalador (Sulproston) qui n'est plus utilisée aujourd'hui.
Cinq décès (un au Canada, quatre aux USA) étaient attribuables à des infections graves par une bactérie rare, la clostridium sordellii. Il n'a pas encore été clarifié s'il y a un rapport avec le RU 486/Cytotec.
La cause de 2 cas reste inconnue.
Par rapport au total d'environ 1,6 millions d'interventions par cette méthode, on arrive à une mortalité de 0,6/100'000, ce qui est du même ordre de grandeur que pour la méthode par aspiration dans le premier trimestre de la grossesse, mais 8 à 10 fois plus faible que pour l'accouchement."

Só em Portugal, por ano, morre mais malta por causa do Lisaspin!!!!!!!!!!!!

E o Ministério austríaco, esse terrível lobbie de mata-putos, tem até esta página onde descreve o processo de se fazer um aborto NUM HOSPITAL PÚBLICO (mas sabemos desde Hitler que eles têm uma queda por fazer eugenia, não sabemos?). E ninguém nos ouve. Nós com este reduto de defesa de putos, em que praticamente não há putos abandonados, nem sequer crianças abandonadas em orfanatos, em que quem quer adoptar não consegue encontrar um miúdo que seja e tipo, estes fanáticos da cultura de morte têm psicólogos, terapeutas, ginecologistas pagos com dinheiros públicos para arrancarem crianças praticamente formadas de 12 semanas (e 18, e 20, e 26) das suas mães. Tipo... que mundo cruel este em que vivemos. Monstros!



Expliquem-me o trajecto psicológico de uma mulher dar uma queca com um homem, faltar-lhe o período dois meses e começar a rebolar-se no chão pq descobriu que está grávida e está diante da possibilidade de cometer um crime. Expliquem-me! Se ela entende que o sexo que fez foi recreativo com um parceiro que na altura lhe agradou (ou até nem lhe agrada por aí além mas é marido) como é que de repente se sente culpada por matar alguém? Se o sexo que ela fez não foi com o intento de engravidar. É que um dos primados da formação de culpa é a empatia com a escolha que nos é mais benéfica mas que é prejudical para terceiros. Compreendo que, após conversa com o seu parceiro, ela possa até decidir ter a chavala. E sim, se ela não tiver condições para abortar, sim, o Estado deve apoiá-la nessa decisão. Primeiro pq é um tratamento caro (a patente acaba em 2015, aí será muito mais barato) e segundo pq é, directamente, algo que afecta a natalidade do país. E portanto qq Estado que aprova uma lei deste tipo regulamanta-a em termos em que uma mulher possa fazer um determinado nro de abortos com apoio estatal. Aliás, nos Estados em que se usa a RU-486 nem sequer há limites explícitos a esse apoio! Mas em Portugal vai-se dizer que SIM, que se despenaliza, e depois vai-se dizer "e agora temos aí umas clínicas franchisadas espanholas muito boas onde por 400 euros podem "tratar disso"". E isso não resolve o problema, pq mantém o aborto dentro de uma esfera de humilhação pública para a mulher, especialmente se não tiver os 400 euros. O aborto é um factor marginal da reprodução humana moderna. Mantém-se anos e anos estável depois de atingida uma taxa marginal.

Claro que isto não vai acontecer em Portugal, país em que se venderam o ano passado mais de 200.000 kits de pílula do dia seguinte. Em que uma em cada 3 mulheres teve pelo menos um esquecimento de toma da pílula anti-concepcional normal no último mês, em que os preservativos estão afastados dos lares pq são desconfortáveis para os homens e além disso estragam a possibilidade de um broche no fim da queca semanal do casal. Com esta situação catastófica existente em termos de (não)planeamento familiar, aliada a uma situação de sexualidade episódica na maior parte das mulheres sexualmente activas mas sozinhas (nem vamos falar dos homens sexualmente activos mas sozinhos mas esses n engravidam...) em que não tomam a píula pq não estão a fazer sexo regularmente e como depois de um jantar e uma ida ao bar estão demasiado ligeiras para ponderar que se perderem aquele oportunidade no carro podem sempre ter uma na cama outro dia com preservativo é óbvio que o aborto, depois de legalizado vai DIS-PA-RAR. Mas isso é a tradução do que está a montante. Não são as portuguesas que de repente se vão passar e começar a tirar putos da vagina. Simplesmente este manancial de erros e despreocupação em relação à procriação vai passar a desembocar mais a jusante ainda, umas semanas mais à frente de onde desemboca actualmente, num consumo totalmente anormal em termos europeus de pílula do dia seguinte. Somos os merdas da europa em quase tudo o que tem a ver com sexo e agora vamos passar a ser os maiores no aborto? Do tipo, agora que é legal fazê-lo e sabendo-se que o plano do Governo incide no modelo espanhol que usa principalmente a Ru-486 é que a malta vai ter todooooooooo o cuidado do mundo para não o fazer? Please!!!!!!!!!!!

E o que eu acho o cúmulo é a malta falar como se fossem os protectores da vida. Tipo, pq é que támos a ter esta discussão agora? Pq a malta do movimento pró-vida DEPOIS do referendo de 1998 meteu a viola ao saco e foi à sua vidinha. Não há dados (quem os tiver que mos mostre) de NENHUM acréscimo em actividades da Igreja no capítulo do apoio a jovens em risco. Se salvar uma alma é assim uma coisa tão importante pq é que estes movimentos, que agora parecem tão recheados de carteira para se sobreporem aos partidos, quase não ampliaram os cuidados a jovens mães ou mães em risco? Cool...

E eu n vejo sequer chegarmos aí na nossa "discussão" entre malta "pró-vida" (as tão analisantes leitoras da posta n repararam nas aspas pq n lhes convinha, imagino) e a outra malta, que imagino seja a malta pró-morte, tb chamados a "Equipa de Ceifeiros de Vidas e Fomentadores do Holocausto".

Lord,
Olha que essa da Linda Lovelace, se fores ler lá acima, já tem direitos de autor. São 500€, a doar ao CDCCP8AESN

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não adivinharam a sigla?

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Centro de Digitalização das Cassetes Com os Primeiros 8 Anos de Experiências Sexuais do Noise

Portanto, e resumindo estes 10 minutos de pensamentos em voz alta: enquanto de um lado tivermos malta com sites do tipo "Gajas que abortaram mas agora acham que tomar um comprimido e ser violada é a mesma coisa e portanto julgam-se vítimas" e com estatísticas do tipo "o aborto é a maior causa de morte" não vamos a lado nenhum aqui ou em qq lado. Pq um dos lados da discussão está demasiado acima do outro lado. Pq é uma questão "de princípio" para eles. E n adianta dizer que há 10, 20, 30 anos mulheres pelo mundo fora abortam e fazem-no legalmente e com o apoio médico necessário e adequado à situação. Como é uma questão de "princípio" nada disso adianta, nada. Primeiro pq é uma questão que n afecta as classes dirigentes (o haxixe bastou 3 filhos de ministros serem apanhados com o dito e passou logo a coima sendo para consumo próprio). As classes dirigente nem sequer vão a Espanha, telefonam ao amigo ob-gen e a coisa é tratada rapidamente e sem qq comentário. E quem aborta ilegalmente não apresenta queixa provavelmente pq fica demasiado agradecida a quem a ajudou a abortar.

Pessoalmente acompanhei 3 amigas minhas a abortos em clínicas perfeitamente legais de obstetrícia no Porto. Como não havia a RU-486 foram feitos por dilatação e aspiração em menos de 10 minutos e as únicas sequelas foram uma vinda do período mais forte que o normal, com as dores associadas a isso. Imagino que um aborto num meio menso profissional e com menos meios esteja, como qq intervenção feita sem os meios adequados, sujeita a riscos exponencialmente mais elevados. Organizei deslocações de grupos de mulheres a Espanha para abortar, nenhuma das quais me apareceu passado semanas ou meses dilacerada pela perda de um potencial filho. Muito pelo contrário, tenho na minha posse os seus mails e cartas a confirmar o alívio que sentiram da situação ter sido resolvida. Não leio em nenhuma delas histórias de dramas sofridos além de uma ou outra mentira em relação aos motivos da deslocação ou ao destino dela. Pessoas deprimidas que façam abortos ou pessoas que façam abortos sob stress emocional obviamente depois podem ter second guessings e por isso mesmo é que em Espanha há consultas de esclarecimento e informação para se perceber o que as pessoas querem. Os dramalhões rocambolescos que leio sempre que se debate o aborto fazem-me apenas lamentar que as pessoas julguem o mundo pelas suas experiências pessoais e n sejam capazes de pegar na porcaria de um estudo, na porcaria de um relatório médico e percebam que o SEU caso é apenas e só o seu caso. Se iam abortar e n conseguiram ou se mudaram de ideias ok, foi a vossa escolha, parabéns pelo puto, tratem bem dele e deiam-lhe a educação compatível com o papel que escolheram. Mas não façam de não querer ser mãe um papel de aniquilação social e niilismo antropofágico. Há casais que gastam as suas poupanças e pedem empréstimos para poderem procriar. Isto mostra o quanto as pessoas ainda estão dispostas a meter putos neste mundo ; )))))))))))) apesar de George W Bush ser o seu Imperador ; ))))))))))))))))))))))))

E pronto... afinal gastei mais 3 minutos nesta conclusão...

Podem continuar com os comentários do tipo "no meu pipi mando eu" vs "o meu pipi ficou com doidoi depois de eu tirar o bébé"

noiseformind disse...

E já agora, se algum dia alguém por estas bandas passar a ler mais do que o 24 horas ou a Nova Gente (sem ofensa, Boss ; )))))))))) ) talvez pudéssemos ter aqui um debate interessante e finalmente um pouco elevado sobre a ponderação ética do Estado deve ajudar com milhares de euros alguém a conceber artificialmente um filho com uma probabilidade de 15 ou 20% e n pode gastar umas centenas para proporcionar a alguém a n obtenção desse filho com uma probabilidade de 100%. São dois cidadãos com uma necessidade contrária de valor igual para o Estado. Pq é que deve ser à priori dito que 10.000 euros que podiam ir para cuidado de crianças abandonadas n vai pq dois pais decidiram à força toda ter um filho de ligação genética aos elementos do casal e 300 euros são "dinheiro sujo" para alguém que não deseja essa procriação? É que para o estado a paternidade é a paternidade, não interessa se biológica ou não. Mais uma vez lá está. Qual a classe que mais recorre a estas terapias? A classe alta! Onde a reprodução social é mais exigida socialmente. E aí o Estado já está todo preocupado.

Boss,
Trazias até aqui à caixa de comentários o Mário, a malta metia-se com ele, ele contava umas piadas porcas do tipo "uma vez vi uma vagina tão feia, tão feia, tão feia que pensei que tava a olhar para a cara da Odete Santos" e depois tornavamo-nos os primeiros em Portugal a debater esta questão. Em Portugal, que na Escandinávia já há projectos-lei nos parlamentos da Finlândia e da Noruega. Mas pronto, deve ser pq as saunas os deixaram todos malucos...

Ti disse...

Eu sou daqueles não sabe/não responde!
Mas gostava de saber!
Quem é que decide quando é que estamos "oficialmente" mortos?
Os médicos, não é?
Se há uns séculos se estava morto quando se deixava de respirar, depois a coisa evoluiu para quando o coração deixada de bater e agora creio que se está "oficialmente morto" quando deixa de haver actividade cerebral...
De certeza que muitos sabem isso melhor do que eu, o que importa é que quem decide o momento em que se deixa de estar vivo e se passa a estar morto são os médicos, portanto, na minha opinião, deveriam ser também eles a decidir quando é que se começa a viver. Se fizessem isso, seria para mim muito mais fácil, mas como parece não haver consenso (talvez por se misturar filosofia, religião, ciência, ...) lá vou ter eu que ter opinião.
Para mim não há grandes dúvidas de conceitos: - Acima de todos os outros direitos está a vida, mas logo a seguir a liberdade.
O que eu não estou certo é quando é que a vida começa! Aos 2 meses? Aos 4? Aos 6? Não faço ideia! Mas vou esforçar-me por chegar uma conclusão!
E confesso que não me choca nada que sejam presas (por homicidio) as mulheres e homens que transgridam a lei. Como também não me choca que seja permitido o aborto desde que se aborte um óvulo (ou o que lhe quiserem chamar) e não uma pessoa.

AQUILES disse...

Como repararam, eu não comentei. Não apoiei nenhum dos campos. Limitei-me a trazer para aqui algumas coisas lá das Espanhas, aonde as mulheres portuguesas vão abortar, bem e com segurança, contribuindo assim para as estatisticas das estrangeiras. Aqui não há campo para analisar estatisticas, o que friamente surpreenderia ambos os lados.
Descobri que a melhor maneira de intervir por aqui é não comentar. Contribuirei com algumas achegas para poderem meditar, sempre que achar útil, retiradas sempre da NET, nunca mais minhas. Espero assim contribuir para diminuir o nível de crispação no blog e contribuir para o apelo do JMV para não se cambar para o insulto.

CêTê disse...

Lord,
acho muita gente não viu o programa, e foi pena. Também achei que na contenção dos militares foi bonita de se ver sobretudo depois de lhes ter escapado uma subtil ameaça de "golpe de estado" se preciso for. E o palerma do Sócrates continue com pose de ditador e vai ver o que lhepode sair na rifa!;] e o politólogo?;p

Eu até pensei que a discussão chegasse a esta caixinha mas passou ao lado. Aind a pûs fé, sabe o diabo pk....lol ;] que o FDL opinasse sobre o assunto. Mas não;/



Quanto à Saúde o Governo está muito à frente... os abortos a serem legalizados continuarão a fazer-se em Espanha dada a tanta falta de serviços médicos públicos.

abrqços

Klatuu o embuçado disse...

Amiga, a única coisa que me preocupa: é até que ponto o que foi dito corresponde ao que vai pela cabeça das Forças Armadas! Porque não vale a pena tentarmos dar previsão lógica ao exercício da violência... e, apesar das conjunturas, a história de Portugal, para o melhor e o pior, sempre foi atípica e nunca seguiu os vectores genéricos que moveram historicamente as demais nações da Europa ocidental! Se acontecer um golpe de estado neste País... desta vez não vamos ver cravos no cano das G3s... porque por mais que as Forças Armadas estejam descontentes, 3 décadas de democracia - mesmo meio merdosa - não se apagam numas horas! A resistência seria tremenda, principalmente dentro das Forças Armadas, porque por mais que sintam o País a ser governado por patetas e corruptos, não lutaram contra o fascismo para se verem de novo mergulhados nele!
Mas a questão não se detem com racionalidades... aqui toda a gente hesita... portanto, se acontecer, vai ser puramente emocional... e isso não se pode prever... e será violento e trágico.