sábado, julho 23, 2005

Vocês é que falaram de revoluções:).

A semi-revolution


I advocate a semi-revolution.
The trouble with a total revolution
(Ask any reputable Rosicrucian)
Is that it brings the same class up on top.
Executives of skillful execution
Will therefore plan to go halfway and stop.
Yes, revolutions are the only salves,
But they're one thing that should be done by halves.

Robert Frost.

29 comentários:

lobices disse...

...I am not to be obliged to know English
...so, please, tranlate that
...thanks
...a big hug

Julio Machado Vaz disse...

Lobices,
Vamos a isso:).

Eu advogo uma semi-revolução.
O problema com uma revolução total
(Perguntem a qualquer Rosa-Cruz reputado)
É que traz ao topo a mesma classe.
Executantes de hábil execução
Planearão, portanto, ir até meio-caminho e parar.
Sim, as revoluções são os únicos bálsamos,
Mas são uma coisa que deveria ser feita por metades.

Julio Machado Vaz disse...

Espero queo Portocroft não me dê reguadas pela tradução:).

PortoCroft disse...

CAro Prof. m8,

Eu, borra-botas? Réguadas? E com tantos prof. de inglês por aí? Eu só tenho um "basic" americano e um "advanced" british. ;)

Concordo, discordando, com o poema.;) Todas as revoluções, no final, apenas substituem as "castas" instaladas no poder. Mas, que são necessárias são.;)

frosado disse...

Concordo com o Portocroft "em género e número..."

Julio Machado Vaz disse...

Também acho. De resto, do pouco que sei acerca de Frost, não seria de esperar grande entusiasmo por "revoluções inteiras":).

PortoCroft disse...

Caro Prof. m8,

Agora, a pergunta que se impões é:

Poder-se-á chamar de revolução a uma coisa feita pela metade? Para mim, que nunca gostei das coisas pela metade, será mais uma alienação do poder.

Concorda ou nem por isso?;)

Julio Machado Vaz disse...

Concordo. Veja-se o 25 de Abril. Guardo-o, grato, no coração, mas não me parece correcto chamar-lhe uma revolução.

. disse...

Inteiras ou pela metade, será que ainda é possível tal coisa como uma revolução?

PortoCroft disse...

Caro Prof. m8,

Há quem lhe chame um Golpe de Estado. E eu até concordo, na medida que, se olharmos para a composição da Junta de Salvação Nacional, na sua maioria, tinham todos sido coniventes com o regime, ocupando posições-chave, até dado ponto. As pessoas até podem mudar de opinião. O difícil é mudarem de forma tão substancial sem se violentarem.

Resta-nos as "revoluções serenas", ao longo de muitas gerações, com muitos recuos pelo meio.

RAM disse...

Provocação:

"Ignoro o que virá a ser a revolução russa; posso admirá-la e tomá-la como exemplo na medida em que hoje me prova que o proletariado desempenha na Rússia um papel que não desempenha em qualquer outra nação.
Mas não posso afirmar que ela conduzirá forçosamente a um triunfo do proletariado; devo limitar-me ao que vejo;"

Jean-Paul Sartre

Revolução? Semi-revolução? Ou simplesmente LOGRO HISTÓRICO?

PortoCroft disse...

ram,

Na génese, uma revolução. Uma revolução que acabou se tornando um logro histórico.;)

Anónimo disse...

eu um dia gostava que o professor pusesse um post a dizer "dei um peido" para ver o q diria o portcroft e o lobices!

PortoCroft disse...

diarreias,

O mais provável, da minha parte, seria:

Prof., já experimentou comer sabonetes? ;)

Julio Machado Vaz disse...

Concordo com o Portocroft. Basta ver o que aconteceu na área da legislação sobre a sexualidade, não é preciso chegar aos gulags, às depurações, aos acordos com Hitler sobre a Polónia ou à famosa picareta na cabeça do Trotsky.

Anónimo disse...

È a primeira vez que me atrevo a comentar um "post" neste blog, face à categoria dos outros ilustres comentadores. Limito~me a ler com regularidade quase diária e aprender com o que aqui se escreve.
Hoje, porém, enchi-me de coragem porque quando se fala em revoltas e revoluções vem-me sempre à memória uma fala do Burt Lancaster no filme Leopardo de Visconti: "É preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma"
Será que a personagem tinha razão?

Anónimo disse...

o Júlio desculpe, mas este seu post fica mesmo pela metade. igual só o let it be que têm aqui a tocar. ou o besame mucho cantado pela morna da Diana Krall. diga-me lá: a quem é que apetece fazer amor pela metade?

Julio Machado Vaz disse...

Tó,
De certo modo, foi o que Marcello Caetano tentou fazer em Portugal com as conversas na TV e a mudança de nome da Pide:).

Yrleathergrl,
Não desdenhe a tantalização do prazer!

andorinha disse...

Olá Júlio e maralhal.

Júlio,
A tradução está excelente. 20 valores.:)))
(Acordei agora, mas penso que os neurónios já estão a funcionar):)

Eu não advogo.:)
Prefiro as coisas que se levam até ao fim; ir até meio e parar...só por uma questão de estratégia e de calculismo político não é coisa que me agrade.

tó patudo,
Muitas vezes é isso - "É preciso que alguma coisa mude para que tudo fique na mesma".
Infelizmente!

Já que estamos em maré de Robert Frost deixo aqui uma citação:

"Education is the ability to listen to almost anything without losing your temper".

Anónimo disse...

O 25 de Abril é considerado uma revolução porque contou com o apoio popular, pelo menos esta é uma definição aceite na ciência política. Agora, saber se o 25 de Abril provocou uma mudança profunda na sociedade, essa é outra questão.

O problema das revoluções é que, em regra, os revolucionários sabem quem querem substituir, mas depois não sabem ao certo o querem construir.

Anónimo disse...

Prof. JMV,

O período de Marcello Caetano pode definir-se como a renovação na continuidade...

Julio Machado Vaz disse...

Maralhal,
Vou ao casamento de um "sobrinho". Até logo. Isto hoje ia dar uma conversa interessante:(.

andorinha disse...

Júlio,
Foi a fase da chamada "evolução na continuidade", não é?
E "províncias ultramarinas" em vez de "colónias"...
Mudar os momes era fácil e servia para enganar o pagode; lá está, dava a sensação de que algo estava a ser feito, ficando praticamente tudo na mesma.
Os políticos sabem-na toda.

Até mais logo.

lobices disse...

...amigo Profe:
...obrigado pela amável tradução
..."entendi" melhor a mensagem
abraço (e, já agora, um bom casamento do sobrinho)

Anónimo disse...

tântalo? o menino de coro?
okay, júlio, vou sentar-me e esperar pela dita...

Maite disse...

Boa tarde Maralhal e Professor

Nós!? Nós é que falámos de revoluções!?;)))))

Infelizmente seja ela "a total revolution" ou a "semi revolution" as élites do poder assemelham-se.

Voto por uma revolução de mentalidades.

Anónimo disse...

Para mim, o 25 de Abril foi uma revolução - não pela metade, apenas... incompleta. Ainda pode ser completada; ou acreditamos, ou não. Os senhores da Junta de Salvação Nacional foram lá postos à falta de oficiais generais, já que os verdadeiros autores da parte militar da revolução não queriam, inicialmente, assumir o poder. Como rapidamente se demonstrou, a maioria dos elementos da JSN, a começar pelo Spínola, nada tinham a ver com o MFA ou com qualquer revolução democrática, e nem sequer com a independência das colónias. O enorme apoio popular, como referiu o Gonçalo, transformou o movimento militar em revolução, obrigando mesmo o MFA a tomar decisões nem sequer previstas no seu Programa. O fim de um regime fascista (há hoje quem lhe chame "apenas autoritário", mas isso é só falta de memória...), e o fim do colonialismo são, na minha opinião, mudanças demasiado importantes para se conterem no simples conceito de golpe de estado. Em última análise, pouco importa o nome que se lhe dê, o que conta são os factos. Agora restam-nos as revoluções serenas, como disse o portocroft. Serenas ou nem tanto, que as águas não parecem estar nada mansas. E a revolução das mentalidades não se faz sem "as outras" - sendo a inversa também verdadeira :)

Anónimo disse...

(R)evolução... não urgimos uma enquanto escrevo?

:)

Anónimo disse...

stardust:
E ao escrever (como aqui) pode-se estar também a fazê-la...