segunda-feira, janeiro 30, 2006

Incesto, pedofilia, bestialidade e outros equivalentes da homossexualidade...

Fundamentalismo e homofobia


João César das Neves naohaalmocosgratis@fcee.ucp.pt
Professor universitário


omo se sabe, existem nos Estados Unidos vários movimentos cristãos integristas que pretendem impor como científica a visão da Criação ensinada na Bíblia. Tomando a Escritura como um livro de Biologia, afirmam que nas escolas a teoria da evolução de Darwin deve ser substituída, ou pelo menos completamentada, pelo criacionismo. O fundamento invocado para essa proposta, inclusive em tribunal, costuma ser o conceito de liberdade religiosa.

A tolerância de culto constitui, sem dúvida, um pilar fundamental da sociedade civilizada. As terríveis perseguições recentes, que ainda permanecem em tantas zonas do mundo, são infâmias inqualificáveis em qualquer cultura digna. Mas a liberdade religiosa, se dá a cada pessoa e comunidade o direito à sua fé e celebração, não lhe concede a possibilidade de impor essa sua visão particular à totalidade.

Os cristãos integristas, como todos os outros grupos, devem ter autonomia para, no respeito pela lei, acreditar e defender o que quiserem; podem ensinar aos seus filhos o que acharem melhor. Mas só uma compreensão distorcida de liberdade os leva a exigir que as suas opiniões sejam postas em igualdade com os resultados científicos que toda a sociedade subscreve. Liberdade e tolerância não significam imposição de uma atitude minoritária à globalidade.

Tais exageros são certamente fenómenos típicos da América. Ou não serão? De facto, na Europa verificam-se situações paralelas, em que a única diferença é que a lei já pretende impor ao todo a opinião da pequena minoria.

Na sua sessão do dia 18 deste mês, o Parlamento Europeu aprovou a "Resolução sobre a Homofobia na Europa" (P6_TA-PROV (2006)0018). Invocando os direitos humanos e o combate à discriminação, o documento constata que "os parceiros homossexuais não gozam da totalidade de direitos e protecções de que beneficiam os parceiros heterossexuais e que, por conseguinte, são vítimas de discriminação e de desvantagens" (ponto E) e, por exemplo, "insta os Estados membros a adoptarem disposições legislativas para pôr fim à discriminação de que são vítimas os parceiros do mesmo sexo em matéria de sucessão, de propriedade, de locação, de pensões, de impostos, de segurança social, etc.;" (n.º 11).

A homofobia, como qualquer outra forma de violência, opressão e discriminação, é inaceitável e deve ser fortemente combatida. Qualquer cidadão europeu tem o direito de não ser perseguido pelas suas escolhas pessoais e estilo de vida. Mas isto não é combate à homofobia, mas promoção da homossexualidade, insultando toda a Europa, que desde sempre fez e faz naturalmente o que esta lei agora considera discriminação. O Parlamento Europeu, tal como os criacionistas americanos, distorce o conceito de liberdade para impor uma visão aberrante.

A liberdade exige que cada um possa ter a vida que quiser. Mas não força a que todos achem que todas as alternativas são equivalentes; tal como a liberdade religiosa não exige que se ensinem nas escolas as teorias de qualquer seita. Uma pessoa, em liberdade, tem o direito de pensar que a homossexualidade é uma depravação, tal como pode achar que o criacionismo não é ciência. Isso, em si, não significa homofobia e intolerância, desde que não persiga os que pensam de forma diferente da sua. Pelo contrário, é o Parlamento Europeu que, ao consagrar na lei geral a posição abstrusa, viola a liberdade.

Não é discriminação tratar de forma diferente aquilo que é diferente. Os activistas pensam que a homossexualidade é igual ao casamento, tal como os criacionistas acham que o Génesis é ciência. Mas as relações homossexuais, tal como a promiscuidade, incesto, pedofilia e bestialidade, nunca foram consideradas equivalentes à família, até nas sociedades antigas que as tinham como correntes.

Os benefícios que o Estado concede à família, célula-base da sociedade, não são direitos individuais ou simples manifestação do amor mútuo. Eles provêm dos enormes benefícios que a comunidade humana recebe da solidez familiar, no nascimento de bebés, educação dos jovens, trabalho, estabilidade emocional, amparo de idosos. Esses benefícios não podem ser estendidos a qualquer outra relação, só porque alguém a considere igual.

O Parlamento Europeu não é para levar a sério. Ao tentar impor dogmas alheios a toda a legislação dos países civilizados, ao acusar de violação de direitos humanos todas as sociedades modernas, só se desprestigia a si mesmo.

36 comentários:

mega disse...

Mais uma pérola deste sr. que eu só posso denominar como frustrado, arrogante e muito mal (in)formado.

Anónimo disse...

Esta é das poucas vezes que estou de acordo com um católico reaccionário. Mas um facto é que eu, como fumador que sou, sinto-me mil vezes mais discriminado do que se fosse maricas...

Anónimo disse...

É vergonhoso e profundamente lamentável...


Fora-de-lei, ser maricas é menos nocivo que ser fumador. Imagine a dor de um maricas que fuma... Credo homem!

Sendo esta minha resposta imbecil é a única que tenho para lhe dar dada a falta de razão que encontro no seu post - e desculpe desde já ser tão directa. Não compreendo como se achando "vitima" de discriminação isso o faz estar de acordo com a discriminação de outros. Se outros ao seu lado estiverem a passar pior isso contribui para o seu bem?!

Anónimo disse...

Bom dia a todos e boa semana!!
Ao ler esse texto só me lembrei dos não fumadores ... eu como fumadora (a tentar deixar de o ser é certo!) mas como fumadora sinto em alguns locais a discriminação na pele ... ou melhor na ponta do cigarro ... quase do mesmo modo que se fosse homosexual !!
Porque isso de tornar tudo normativo e igual ???!!! Nós não somos laranjas ora bolas !!!
Abraços e sorrissos
Ana Afonso

Anónimo disse...

A família no molde tradicional, só por isso célula-base da sociedade, é para o Dr das Neves a certeza estrutural de uma vida emocionalmente estável, sólida, com direito ao trabalho, com muitos bebés a nascerem felizes, com os idosos a serem amparados e com os jovens a serem educados à luz dos mais elevados princípios.

Daí o pleno direito a esse benefício que o Estado protector concede, de considerá-la família, justamente por acautelar estes valores tão importantes para todos nós, e não porque resulte de uma coisa tão prosaica como a manifestação do amor mútuo...

O Dr das Neves só pode ser um grandessíssimo depravado com vontade de disfarçar! E portanto eu solto uma enorme gargalhada a tudo isto.

Anónimo disse...

Este indivíduo restringe a possibilidade de formação duma família para os casais heterossexuais. Esquece-se de que é perfeitamente possível (e há casos disso) que casais homossexuais formem a sua família, incluíndo a presença de filhos. Não há qualquer prova de que a educação duma criança por um casal de homossexuais seja prejudicial.

Anónimo disse...

Anonymous 11:45 AM

"Não compreendo como se achando 'vitima' de discriminação isso o faz estar de acordo com a discriminação de outros. Se outros ao seu lado estiverem a passar pior, isso contribui para o seu bem ?!"

Eu não sou favorável a qualquer espécie de discriminação. Ninguém deverá ser impedido de viver como cidadão livre pelo simples facto de ser fumador, maricas, cigano, preto, comunista, etc, etc.

No entanto, compreendo e aceito perfeitamente que - como fumador - não tenho nada que poluir os pulmões dos outros. É por isso mesmo que nunca fumo na presença de crianças. Ou seja, a minha liberdade não pode ser um factor de menor liberdade para os outros. Se eu fumo, o problema é meu. Não tenho é nada que impôr o meu fumo aos outros. Acima de tudo, se forem crianças !

É dentro dessa mesma linha de raciocínio que defendo, por exemplo, que casais gays não deverão nunca adoptar crianças. Também aqui neste caso, é tudo uma questão de poluição...!

Anónimo disse...

Este JCN é impagável! Só depois de o ler na net, me decido a sair para o Velasquez, comprar o Público, tomar o pingo{esta mulher é tripeira}junto à janela, acariciada pelo sol{ser dona de casa tem pequenas vantagens!} encavalitar a oculeta e mergulhar na realidade. Espero que o António José Teixeira mantenha a sua colaboração e a do não menos delicioso Luís Delgado. É o 2 em 1!

Anónimo disse...

Eu acho que os ciganos não deviam poder adoptar crianças brancas.
Eu acho que um homem branco tem o direito de ir para a cama com uma mulher preta. Ela até lhe fica agradecida.
Eu acho que se uma mulher preta e quarentona casar com um jovem branco é exibicionismo (se ele for bonito, aí, não há dúvida).
Eu acho que a minha vizinha do terceiro frente, que é feia, não tem o direito de ter filhos.
Os maricas têm o direito de ser maricas, mas de ter sentimentos, nunca!
Eu acho que tenho o direito de dizer e determinar o que os outros fazem. É a minha liberdade.
Só que me esqueci do caminho da minha felicidade.
(não consigo mesmo comentar pelo sarcasmo)

noiseformind disse...

Ju,
I am sad. Então ontem não leste a crónica do Agualusa? Snif, snif, snif. Ele falava dos milagres da ciência, de porcos fluorescentes e de canibais... impagável. E tu viras-te para o Cesar? O Cesar é sempre vira o disco e toca o mesmo, ou seja, "vira para cá a peida de deixa-me brincar com ela"? Repara que ele só se lembrou de dizer que os criacionistas não devem forçar a barra pq esta semana o cardeal Antonioni disse que a Igreja estava de acordo com o mecanismo da evolução. É a "voz do dono" no seu melhor. Para quê pensar quando há montes de velhotes no Vaticano para pensar em nós? Realmente, a bestialidade está fortemente ligada ao sexo, ou não tivessem 90% das posições do Kamassutra nome de animais ; )))))))))))))

No entanto tenho de dizer algumas coisas que julgo estarem ligadas ao que o Césinha disse:

Este texto encontra-se fortemente enraizado num conjunto de textos que todos vamos conhecendo em primeira, segunda, terceira mão ou sob o formato de anedota. Uma amiga minha já chega à minha beira a dizer "olha, sabes a última do Cesar das Neves?" como uma piada e mais nada.

Porém, se formos a ver bem, o tipo de posições defendidas pelo Césinha ainda são, em grande medida, leis da Nação. E vão continuar a ser nos próximos tempos. Portanto, o Cesinha não é apenas alguém ensandecido ou demente. É alguém que, vivendo a sua fé, se sente incomodado com um conjunto de mudanças na sociedade e faz lobbyng sistemático para que essas mudanças não ocorram. As mulheres querem mandar no útero? Ai, nada disso, o feto é um ser vivo, prcisa de protecção jurídica, até pq metade desses fetos são gajos ; )))) os paneleiros estão a sair da casca, não lhes basta ter um a mandar no país e outro a mandar no CCB? Toca a mostrar o quão em erro estão eles a laborar : )))) este tipo de texto do Césinha tem uma utilidade social elevada para o status Quo. À medida que as leis no estrangeiro divergem das nossas estes textos servem para mostrar que há gente que tendo prestígio e competência defende posições dignas do Sec XX pré-Segunda Guerra. E assim manda-se a mensagem ao Governo: "não é por serdes de esquerda, não é por os vossos quererem que o podem fazer, há muito boa gente, e gente influente, que é contra". Claro que a forma "blunt" como ele diz o que diz é apenas teatro, mas um teatro que serve para que os amigos padres dele digam "Meu filho, estou orgulhoso de ti, que belas palavras escreveste". Portanto, no grupo de pessoas significativas para o Césinha os textos dele são luminantes da escuridão que nos bate à porta do que sopros nas poucas tochas que nos tiram do buraco. No grupo que rodeia o Césinha ele é o maior, ele é um verdadeiro e laborioso trabalhador da seara, o guardador dos trabalhadores da vinha.

Outro aspecto é a forma como as pessoas em Portugal julgam a realidade. Não importa que todos os estudos independentes mostrem que a educação é um factor marginal na construção de um padrão de sexualidade, as pessoas continuam a achar que, se repetirem muitas vezes que é, é, é, é, alguém vai acabar por acreditar. Num país de semi-analfabetos com o curso superior, como Portugal, isto é que interessa. Interessa que exista alguém conhecido que tenha dito, não interessa que tenha dito uma barbaridade sem fundamento. Ora isto na Era da Wikipédia e do Google é, a meu ver, inaceitável.

Quanto ao tabaco eu pecador me confesso. Não permito que se fume em minha casa e procuro ir a locais de consumo onde fumar seja proibido. E como não devo ser o único deve haver por aí mercado para mim e para os que, como eu, não consideram morrer de cancro do pulmão uma opção ; )))))))))))))))))))

El Felino disse...

Julgo que esta é uma discussão que se vai manter até que sejamos suprimidos por seres mais fortes, numa selecção natural que se quer urgente.

Nestas questões, haverá sempre alguém a resistir, haverá sempre alguém no extremo oposto... mesmo contra a própria Liberdade!
Seguindo os exemplos descritos nas respostas acima, se todas as pessoas tiverem a liberdade de fumar como bem entendessem, o que as impediria de fumarem para cima de um bebé, ou de um asmático, ou...? O mesmo se passa com a liberdade sexual. Se damos liberdade de cada um escolher a sua tendência sexual, que moral iremos ter para condenar pedófilos (quando um jovem de 13 anos se apaixona por uma mulher de 40, ou uma menina de 15 se apaixona por um homem de 30) ou casais incestuosos, (quando um irmão ama uma irmã, quando um pai ama uma filha) só para inumerar alguns exemplos...? É certo que parecem comparações aberrantes, mas também é certo que a homossexualidade nos faz pensar acerca do próprio fim da humanidade. Nesta altura é comum pôr-se a questão de que os casais homossexuais podem adoptar crianças orfãs, as mulheres podem ter bebés por inseminação artificial, etc. Mas se não existissem formas artificiais de fazer nascer novos seres e o Ser humano fosse homossexual "por defeito", nada poderia existir mais do que alguns anos. Não se poderia falar em evolução ou criação porque nunca teriamos chegado a este momento. Nunca teríamos evoluído!

Se isto faz de mim um homofóbico, um ateu ou um tigre da malásia, não sei. Mas não terei eu liberdade para exprimir as minhas ideias?...

noiseformind disse...

Andorinha, Boss e restante maralheiros.

O Jantar!!!!!!!!!!!!!!!! Alguém falou em organizar um Jantar????????????????????

Mas é que é já a seguir ; )))))))))))))))))) e então no Porto!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

É só o Boss dizer "Faça-se" e a gente faz!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! ; ))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))))

Qq desculpa (um jantar, uma orgia, uma lapidação de uma mulher infiel junto ao pelourinho (hã... sortudos dos arabiossaudicenses)) é boa para a gente estar junta ; )))))
Portantooooooooooooooooooooooooooooooooooo, mal haja fumo branco (que se pode obter queimando papel e nós sabemos que não faltam livros lá em casa do Boss) da chaminé da Residência Vaz serão acessos os Faróis das Falas e toda a Gondor rejubilará com nova Cruzada pelo Anel ; )))))))))))))

É só o Boss dizer e faz-se!!! E desta vez mudámos de tasco mais para o Centro do Porto, aquele consumo de combustível para ir a Matosinhos foi muito pouco ecológico, para dizer o mínimo ; ))))))))))))

Portanto, a bola está do lado do Boss (esperemos que se safe melhor a chutá-la que o Simão este pretérito fds)

noiseformind disse...

el gordo,

"Se damos liberdade de cada um escolher a sua tendência sexual, que moral iremos ter para condenar pedófilos (quando um jovem de 13 anos se apaixona por uma mulher de 40, ou uma menina de 15 se apaixona por um homem de 30) ou casais incestuosos, (quando um irmão ama uma irmã, quando um pai ama uma filha) só para inumerar alguns exemplos...? É certo que parecem comparações aberrantes,"

PARECEM??????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????????

Oh homem... não são nada. Intoxicaste-te com Nabukov e Eça de Queiróz, isso é algum mal? Agora se pensasses mesmo assim já era caso grave

Não, não faz de ti um tigre da Malásia, até pq se isso acontecesse qq mulher estaria proibida de copular contigo sob pena de ser presa por bestialidade (e de ser comida literalmente, digo eu) mas espero que essa tua moral não passe para a próxima geração ; ))))))))))))

Falando mais a cedo colega gordinho (que eu tb pertenço ao clube),
O problema é que tu tens liberdade para expressar a tua posição e para muito mais coisas. Para adoptar, para casar, para andar de mãos dadas na rua e para beijar no café a tua parceira (que imagino não seja uma gata no sentido literal, senão lá vai o teu argumento por água abaixo) ; )))))))))))))))))

Abraço e continuação de bons comentário el. E bem-vindo!!!!!

noiseformind disse...

E já agora, ainda em relação ao texto do Césinha,

Eu, com 27 anos, tive à muito a decência de aceitar o darwinismo, depois de muita leitura da obra de Darwin, não foi por um Cardeal Poupard dizer "acredita" que eu passei a acreditar. Mas para o Césinha bastou o Cardeal Poupard dizer "é verdade, o drawinismo existe e é bom" para ele dar logo uma cambalhota e acreditar. Sempre na primeira linha da fé cega este Césinha ; ))))))

Anónimo disse...

E eu acho que o peixe do mar é o maior!

Ele que nunca encontre o caminho para a felicidade. Acho que esse é o caminho que vai dar a casa dos Neves deste país, que estão mesmo quase a chegar lá, à felicidade, por conta da sua irrepreensível conduta moral e da solidez de princípios que lhes rege os passos. E se o caminho não for por eles percorrido até ao fim, sê-lo-á pelos legítimos descendentes, frutos de uniões abençoadas pelas insígnias do Estado, pelo que não devemos recear a descontinuidade da fórmula. A felicidade deve ser isso. Porque parece ser o correcto. Mas a mim apetece-me apagar o cigarro no chapéu desses senhores...

Anónimo disse...

O Noiseformind disse uma coisa que estou sempre a ouvir em congressos da minha área, a Sociologia. As nossas elites não fizeram grandes progressos sociais ao longos dos últimos 30 anos e hoje mantêm o país num estado de estranha anacronia social, com práticas correntes (o aborto e os relacionamentos homossexuais por exemplo), que são expressões privadas ainda fortemente regulamentadas e invadidas na sua realização pelo Estado. O Noise está ligado à Sociologia?

E um grande beijo para o Professor Júlio Machado Vaz de uma sua fã desde sempre (li o muros quando adolescentes)

papu disse...

Prof JMV:
por momentos pensei que estava a delirar... julguei q o texto fosse da sua autoria...

Foi só um susto... já passou ;)

Pamina disse...

Boa tarde,

Noise(5.24), pois claro! Subscrevo inteiramente o que o Noise disse nesse comentário, visão sobre o tabaco incluída.

A propósito do penúltimo e ante-penúltimo parágrafos, digo o seguinte: em Dezembro passado fui ver um filme chamado "A jóia da família". Ia à espera duma dessas comediazinhas natalícias inconsequentes, mas fiquei agradavelmente surpreendida. Claro que o filme talvez seja demasiado didáctico (foca, duma assentada, três condições potencialmente discriminatórias: deficiência auditiva, homossexualidade e raça negra) e politicamente correcto, claro que o quadro talvez seja demasiado idílico, mas vão ver, quanto mais não seja pela maravilhosa Diane Keaton, e depois respondam: se aquilo não é uma família, o que é uma família?
No penúltimo parágrafo, o autor diz:"Eles provêm dos enormes benefícios que a comunidade humana recebe da solidez familiar, no nascimento de bebés, educação dos jovens, trabalho, estabilidade emocional, amparo de idosos." De acordo. E na família Stone é diferente?

blogico disse...

Já não tenho idade para ficar chocado, mas este texto deixou-me lá perto...
_______________________

Há sítios onde os fumadores são discriminados? É que nunca vi nenhum. Normalmente é mais o contrário. Digam-me já onde são, para eu ir para lá... :)

(desculpem a provocação, mas é bastante irritante apanhar com fumo no nariz enquanto se come. prefiro encontrar 3 moscas na sopa)

cumprimentos murcónicos

Anónimo disse...

Na edição especial (nº 61, Dec05-Jan06) do Le Nouvel Observateur, que apresenta artigos com visões díspares sobre o tema ‘A Bíblia contra Darwin’, o de Roger Pouivet chama-me a atenção porque, empreendendo uma análise da ‘A Ideologia do texto absoluto’, denuncia:

“Existe um hábito curioso nos filósofos franceses: tomam como aceitável a interpretação dos ‘textos’ e deixam-se maravilhar pela inteligência dos seus autores embora, raramente, tomem a sério as teses contidas nesses textos” *.

Permito-me admitir que este é um problema universal, de hoje e de sempre – o das crenças reduzidas a uma soma e/ou multiplicação de pressupostos de fragilidade assustadora, à mercê dos fantasmas pessoais e colectivos dos crentes (todos nós) e da sociedade que constituem.

O problema do texto de César das Neves sobre a decisão da UE é o de ser colocado neste blog para debate – porque se lêem enormidades equivalentes a toda a hora, de qualquer género, de qualquer grau; dar realce a CN é uma opção – há, efectivamente, quem se ‘arranje’ com as suas teorias e há quem se ‘arranje’ com contrárias – e há quem não se decida, esperando pela melhor interpretação que nunca virá.

Há ainda quem não tenha peias de dizer que duvida – de tudo, ou de algumas coisas – ou que acredita noutras ou em nada - apenas uma questão de afirmação ou de humildade.

Por mim, prefiro perder-me na interpretação de condenações (como a apresentada no post de hoje) que são feitas com o argumento da revelação dos ‘textos sagrados’, porque me interessa (mais do que seguir as teorias de CN ou da EU) a pesquisa que é feita actualmente, como referido por R.Pouivet, pela filosofia analítica da religião, ou “conjunto de filósofos que examinam as questões filosóficas tradicionais – a existência de Deus, o nosso direito a crer nela, a natureza da experiência religiosa, o pluralismo das religiões, a eficácia da oração, a imortalidade da alma, (…)– utilizando os métodos próprios da filosofia analítica. Resumidamente, pode ser caracterizada como argumentativa e esforçando-se em ser clara e minuciosa, por vezes com a ajuda de instrumentos lógicos. É directa e apresenta os problemas em si mesmos: ‘A existência de Deus é a melhor explicação do universo?’ ou ‘A moralidade deve ser fundada com base nos mandamentos divinos?’ -, e não pela interpretação dos textos de autores da tradição filosófica e, ainda menos, através de uma hermenêutica da modernidade.”

* Na eventualidade de uma tradução menos correcta do texto original, aconselha-se a sua leitura.

Desculpe JMV ter-me alongado mas… que tema, que provocação (a sua)

Anónimo disse...

Este mesmo texto está igualmente publicado no blogue (www.cantoarmas.blogspot.com ) de um membro Numerário da Opus Dei... Porque será?...

Vera_Effigies disse...

"A liberdade exige que cada um possa ter a vida que quiser. Mas não força a que todos achem que todas as alternativas são equivalentes"


Concordar ou discordar de determinada conduta é a liberdade que nos assiste, mas nada temos a ver com isso. Cada um faz de si o que bem entende.
No entanto, ninguém me obriga a olhar um casal de homossexuais com o carinho que olho um de heterossexuais. Ver um casal de idosos heterossexuais, de mão dada e carinhosos um com o outro, na rua tem o poder de me fazer dizer “olha que queridos!”, expressão que nunca empregaria a homossexuais.
E não há lei nenhuma que possa obrigar-me a vê-los do mesmo modo.
Há modas que não sigo, ou porque não gosto ou porque vão contra os meus princípios ou simplesmente não me dizem nada.
Isto não faz de ninguém intolerante.
Isto lembra-me o racismo por excesso ou por defeito. Se perguntarmos “És racista?”, a resposta de alguns é pronta “Não” . Mas, sê-lo tanto pode ser por defeito como por excesso. Se pensarmos que ao sermos abordados por um sujeito de raça branca sobre uma localização o despachamos com meia dúzia de palavras que para nós bastariam, e que, a um negro, com a mesma pergunta, gastaríamos essa meia dúzia, mais meia e até o levávamos ao local, podemos ver que não agimos de igual modo e que isto também é racismo. Por defeito, mas é!
Boa noite!

andorinha disse...

Boa noite.
Como diz mega, lá em cima, de vez em quando lá somos nós bombardeados com "pérolas" dsete teor.:(
Gostei do comentário irónico do peixedomar e estou de acordo com os comentários do Noise.
Enfim, haja pachorra...

Su disse...

eu não vou escrever nada....ops já o fiz, mas é para entenderem ehehehehehehe

noc..noc...qq dia sou presa com tantos vicíos, pecados, desvios, e outros equivalentes (amei aqui o equivalente:))) e com toda a gente a se preocupar se deve ou não ter essas atitudes...
pelos vistos o pessoal trabalha pouco e vive menos, para se preocupar tanto com o que é feito/dito/vivido pelos outros...

é a mesquinhez do pt ou melhor a pequenez:)))))))

noise e andorinha caso vá para a prisa visitem-me e levem-me tabaco e td o mais:)))))))))))))))

jocas maradas
eu não escrevi nada, caso visualizem algo é pura imaginação vossa

Anónimo disse...

Pensei que o abominável homem das Neves era um mito! ;]]]]]



Nenhuma Lei se impõe à Natureza das “coisas”: qualquer coisa que a coisa seja! ;]


Sobre o criacionismo: “NO comments”

Agora sobre o resto...

- Em relação aos hábitos tabagistas estou totalmente de acordo que a lei proteja o Não fumador. – os fumadores deveriam fumar em sistema fechado ;])
- Quanto ao sexo com animais devo dizer que me tenho dado bem. (LOOOOOOOOOOOOOOL) Com “racionais qb”, claro! ;] (Se optarem por irracionais convém, pelo sim pelo não, que não saibam comunicar o facto a 3º).
- Não perdoo ao Woody Allen o facto de me ter deixar de fazer sorrir com a sua genialidade. Mas como mãe é-me impossível aceitar esse tipo de desvio e separar as águas.
- Sobre homossexualidades ainda estou para perceber como pode o símbolo ser o arco-íris?! Deveria ser para aí….o cinzento, não?
- Incesto? Sexo à parte: por vezes já nem sabemos o que somos uns aos outros aqui em casa! LOOL


Ora fiquem bem!

cris disse...

O Abominável Homem das Neves no Murcon? Cruzes, credo, abrenúncio, vá de recto.

Tudo o q ele é está em mais esta pérola. E é por crime de "difamação com publicidade", lesando o bom nome de pessoas homossexuais, q esta mesma criatura começa a ser julgada em Tribunal já no próximo dia 7 de Março. Sabiam? Ah, pois é.
:)

andorinha disse...

Lusco_fusco,
"Ver um casal de idosos heterossexuais, de mão dada e carinhosos um com o outro na rua tem o poder de me fazer dizer "Olha que queridos!", expressão que nunca empregaria a homossexuais."
Eu também não me imagino a fazer uma afirmação dessas em relação a um casal homossexual, mas isso tem a ver com os condicionalismos do nosso banho cultural, com a forma como fomos ensinados a encarar duma forma negativa a homossexualidade.
Eu já uma vez aqui disse, nós tivemos a "sorte" de nascer deste lado da barricada; e se tivéssemos nascido do outro lado, como seria?
Penso nisso muitas vezes.
E as leis pouco poderão mudar se as mentalidades não mudarem.
E não percebi essa história sobre o racismo.
Se eu for abordada por alguém a pedir-me uma informação penso que gastarei o mesmo número de palavras, qualquer que seja a cor da pessoa.:)

andorinha disse...

Su,

Maraste de vez? Loooooooooooooool
Longe vá o agoiro:)))), mas se fores para a prisa, nós vamos lá, claro. Não é um oceano que nos vai separar!
E levamos-te tabaco e tudo o mais que tu queiras.

Fica bem, miúda.:)

Vera_Effigies disse...

Andorinha
Costumo dizer o que sinto e o que penso, tentando não ferir ninguém. Eu também achava que seria igual e não fui :)Dei aquele exemplo, poderia dar outros.
Um abraço.
MJ

Vera_Effigies disse...

Andorinha
Tenho conversado com bastantes pessoas que, como eu, não são racistas por excesso. Depois de analisarmos situações semelhantes concluimos que somos, sem dúvida, mais condescendentes (mais atenciosos, temos mais paciência e damos mais explicação, etc). Temos talvez a atitude que teriamos com crianças ou idosos. Agora pergunto, isso não é uma forma de racismo?
MJ

Eduardo Leal disse...

Professor...

Não se faz!
Cheguei ao fim do texto completamente em estado de choque.
Não queria acreditar que o texto fosse seu e estava a pensar na forma de responder à coisa...

Felizmente que ao ler os comentários deu para perceber que se devm ler os textos do princípio para o fim e sem descuidar os pequenos detalhes.

Enfim... Estou boquiaberto!

É por estas e por outras que às vezes não tenho paciência para gente com visões estreitas do mundo. É porque tentam entupir as nossas alamedas de tolerância e convivência.

andorinha disse...

Lusco_fusco,
Estamos a conversar, não feriste ninguém.:)
Não acho que mesmo que sejamos mais condescendentes ou atenciosos isso seja uma forma de racismo; chamar-lhe-ia antes paternalismo.
Racismo é para mim uma coisa diferente - é o desprezo pelo outro, pela diferença, o assumir que somos superiores.
Em relação à atitude perante as crianças e os idosos poderemos falar de racismo?
Penso que não, lá está, para mim é o tal paternalismo e instinto de protecção perante aqueles que são mais frágeis.
Um abraço.:)

Anónimo disse...

Concordo inteiramente com o artigo e gostaria de ler a opiniao sincera do JMV.
Estes comentadores estao cada vez mais lisboetas e politicamente correctos!
A frase chave do artigo foi a citada pelo lusco-fusco e só uma profunda má vontade impede uma concordância imediata e absoluta.
Ainda bem que poucos ligam aos comentarios!
O que se vem aqui beber são as palavras do autor do blog, que não deveria citar sem opinar... ou estará com medo de perder apoiantes...?

andorinha disse...

Continuo a achar os anónimos uma fauna engraçadíssima.

Se não ligam aos comentários, como sabem se os comentadores estão cada vez mais lisboetas e politicamente correctos????

Eheheheheheheheheh, deixa-me rir...

SDF disse...

Ele há com cada um...

Mas bom, tentando ver a coisa pelo lado positivo (se é que há algum aqui!) sempre podia ser pior: Pelo menos o tipo é professor na universidade, onde os alunos já não são tão ingénuos e permeáveis ao disparate. Seria bem pior se um tipo destes leccionasse na primária ou no secundário... livra!

agent disse...

Mas ainda há quem tenha paciência para a prosa do século XIX do "Abdominável Homem das Neves"? O orgasmo dele é isto: misturar e baralhar conceitos sem nexo e sem os entender individualmente. Caso contrário percebia, por exemplo, que a homossexualidade é uma doença incurável que não pode ser tolerada por nenhum bom cristão, e a pedofilia é um problema conjuntural que se resolve mudando o padre de freguesia.