sexta-feira, julho 01, 2005

Das brumas da memória.

Hoje falei na Antena 1 de Educação (Sexual). E recordei um velho texto. Aqui está ele:


“O que se pretende quando se quer esconder às crianças – ou aos adolescentes – as explicações sobre a vida sexual dos seres humanos? Teme-se despertar precocemente o seu interesse por essas coisas, antes que surja de forma espontânea? Espera-se com tal dissimulação conter a sua pulsão sexual até ao dia em que poderá percorrer as únicas vias que lhe são abertas pela ordem burguesa? Quer isso dizer que as crianças não mostrariam nenhum interesse ou compreensão pelos factos e enigmas da vida sexual se para tal não lhes fosse chamada a atenção por alguém do exterior? Crê-se possível que os conhecimentos que são recusados não lhes sejam fornecidos de outra maneira? Ou na realidade deseja-se, real e seriamente, vê-los considerar mais tarde tudo o que diz respeito ao sexo como algo de vil e abominável, de que os pais e os educadores os tentaram manter afastados tanto tempo quanto possível?”

Freud. Que não era propriamente um libertário:). Em 1907…

77 comentários:

lobices disse...

...antes de mais, o meu habitual BOM DIA à tutti...
...abreijos e desejos de um bom fim de semana

JoanicaPuff! disse...

Mitomania.
Procuro um especialista, no Porto, para esta doença.
As minhas desculpas pela insistencia.
Muito obrigada

lobices disse...

...Freud, com esse texto, em 1907, tinha toda a razão no que dizia
...a Sociedade (os Pais, os Educadores, a Igreja e sei lá quem mais...) tenta esconder das crianças algo que é tão normal como comer, como rir, como fazer um chichi para dentro da sanita...
...ensinam as crianças a portarem-se bem à mesa, como comer com a faca e o garfo, como tomar banho, como falar, como aprender a ler, ensinam tudo menos como saber procriar, como saber sobreviver a espécie, ou seja, o mais importante que é a preservação da espécie humana, isso é ocultado como se fosse um pecado vil e mau sob todos os aspectos...
...claro que, depois, a criança vai por "outros caminhos" pela sua natural curiosidade tentar saber e descobrir o que "isso" é...
...e é aí que a criança vai aprender através dos piores exemplos ou, no mínimo, sob a hipótese de não o apreender correctamente...
...o sexo é bonito
...o sexo é bom
...o sexo é algo que faz parte do ser humano, do nosso corpo, da nossa vida e é tão vital como ter de beber leite à nascença como comer fruta, carne, peixe e vegetais...
...o sexo é normal e perfeito
...o sexo é para ser sexualizado e não descontextualizado
...o sexo, a sexualidade, a vida sexual, como usufruir dele e ter prazer e saber dar prazer (isto é muito importante), é algo que deve ser ensinado à criança da forma mais pura e simples, tal como o bê á bá ou o abcedário ou a tabuada
...e deve logo começar desde pequenino
...para evitar traumas, desejos obscuros e reprimidos
...ahh, como eu bendigo todas as mulheres com quem eu cresci desde a minha infância!...
...ahh, como eu bendigo todas as mulheres com quem eu fui aprendendo desde a mais tenra idade
...ahh, como eu bendigo a bendita curiosidade (que, neste caso não matou o gato, bem pelo contrário, deu-lhe uma vida plena de saber e de sabor...) que me fez aprender o caminho (no entanto, sem deixar de tropeçar aqui e ali...)
...não tive aulas de sexualidade, mas deveria ter tido
...os meus filhos não tiveram aulas de sexualidade mas deveriam ter tido
...espero bem que os meus netos venham a ter essas aulas
...para que o sexo seja divinizado e não diabolizado e/ou abominado e olhado como um pecado
...sexo é pureza
...
...e, para terminar este meu longo bold, não se esqueçam que, por falta de informação, em Portugal, todos os dias 30 (trinta) jovens menores dão à luz (11.000 por ano)

lobices disse...

...to JOANICAPUFF
...tenta aqui:
http://www.nosabiasque.com/mitomania.htm

RAM disse...

Caríssim@s,


Acho que a "compreensão pelos factos e enigmas da vida sexual" é importantíssima.
Todavia, não esqueçamos a vertente dos afectos... a educação para os afectos...

lobices disse...

...to JOANICAPUFF
...tenta aqui.

http://www.divinaciencia.com/mito.php

lobices disse...

...to RAM
...
...os afectos!
...claro Ram, os afectos fazem parte do sexo e o sexo faz parte do afecto
...ao fim e ao cabo, tudo em nós faz parte de nós
...o que "eles" querem é tirarem uma parte de nós, por sinal, a mais bela e importante (na minha opinião)
...hoje, tanto quanto sei, os jovens fazem sexo (atenção: fazem sexo) e "saltam" de parceiro para parceiro de de parceira para parceira (estilo: rapidinhas, uma no carro, outra ali, etc...); haverá aqui a "cultura" do afecto?
...saberão eles onde entra o afecto no sexo ou onde entra o sexo no afecto?
...saberão eles distinguir o que é "fazer" sexo, do amar?
...e vice-versa
...
...porém:
...pergunto: haverá quem esteja "Formado" para dar aulas sobre educação sexual?
...quem vai fazer o "Programa"?

JoanicaPuff! disse...

Lobices,
muito obrigada.
Já li tudo o que ha na net sobre esta doença mas é muito raro falarem em tratamento. Dizem apenas que requer acompanhemento psiquiatrico e que é de muito dificil tratmento. Em Espanha já encontrei especialistas mas em Portugal não há nenhuma referencia.
Ainda assim muito obrigada pelo seu cuidado.

noiseformind disse...

joanicapuff, especificamente em mitomania não conheço nenhum colega. Mas em comportamentos compulsivos temos tanta gente com bons resultados, como a Dra Elisabete Sousa ou o Professor Fernando Magalhães, que penso serem dos que se mantêm mais actualizados. Mas desde já fica o aviso: a mitomania é uma disfunção altamente, altamente, altamente dinâmica e não há terapia que não chegue a um ponto em que se tem de avisar os nossos amigos e familiares mais próximos da nossa compulsão para prevenir situações futuras. Não te esqueças nunca, nunca que é essencial, totalmente indispensável ter consciÊncia que este momento terá de chegar como forma de prevenir a re-profusão de modelos míticos criados na sub-estrutura associativa emocional tá bem? ; )

Boa sorte e tudo de bom (se bem que o Loby já deu ali a achega muito bem dada dele ; ) )


Peter

Anónimo disse...

To Lobices,
Caro amigo, parece-me que os jovens de hoje, sabem melhor lidar com os afectos, do que os jovens de outros tempos. Parece-me, volto a dizer, pois não tenho nenhum estudo científico sobre o assunto, que há menor dificuldade em demonstrar e pôr cá fora os afectos. O sexo deverá tb ser diferente, mais descomplexado.
Penso eu!

RAM disse...

Lobices disse:
...hoje, tanto quanto sei, os jovens fazem sexo (atenção: fazem sexo) e "saltam" de parceiro para parceiro de de parceira para parceira (estilo: rapidinhas, uma no carro, outra ali, etc...); haverá aqui a "cultura" do afecto?

*********************************

My point exactly... (sem juízos de valor)...

Anónimo disse...

De que jovens estamos a falar? Em que faixa etária?

Tão só, um Pai disse...

Não me parece que deva misturar a educação sexual com a educação para os afectos. A última é da responsabilidade exclsiva dos pais.

Também não vejo porque adolescents sexualmente activos não pratiquem o sexo também por prazer. Nós, os adultos também não o fazemos?

lobices disse...

...to Rataplan at 1.01 PM:
...
...desculpa: o que é um "sexo diferente, mais descomplexado"?...
...diferente?
...não. O sexo é igual desde sempre
...descomplexado?
...sim. O sexo tem imensos complexos de tudo, de culpa, de auto-mutilação, de medos, de subjugação, de domínio, de, de, de
...os jovens de hoje sabem lidar melhor com os afectos do que os jovens de outros tempos?
...náo ponho as minhas mãos no fogo por isso ou por eles, ou até mesmo pelos afectos actuais
...hoje, o que eu "leio" (ou seja, o que eu vejo, ouço, etc...) é um lidar sem complexos, numa de tudo bem meu, numa de tudo fixe man, numa de tudo numa nice minha, tudo numa de é pá vá lá... ISTO não é saber lidar com os afectos nem com o sexo
...os afectos e o sexo (ou vice versa, ou ainda ambos, ou ainda cada um de per si) são "coisas" que se aprendem e apreendem com o "correr" da vida e só a experiência e o correr dos anos nos vai dando a verdadeira noção da sabedoria de como "gerir" esses afectos e esse sexo...
...a partir do momento em que um jovem hoje apenas faz sexo para uma curte, como eles dizem, será que aí, existe uma correcta gestão de afectos?...
...como pode daí, "nascer" o amor?
...como amam, hoje, os nossos jovens?...
...saberão eles o que é, por exemplo, dar prazer ao outro em detrimento do seu próprio?
...saberão eles o que é, por exemplo, usufruir do sexo como uma dádiva e não como um passar de tempo numa boa, numa nice, numa de tudo bem, meu!...
...saberão?
...penso bem que não...
...mas
...sinceramente, desejaria muito, estar enganado...

lobices disse...

...to Escrevinhador at 1.32 PM:
...cito:
- A Ed. Sexual nas Escolas pode comportar uma intolerável intromissão do Estado na vida dos cidadãos; nem tudo o que é vital cabe na Escola. Quem acha que sim é quem tem uma visão um tanto ou quanto totalitária da Escola, vista como correia transmissora de valores incorporados pelo Estado. Ou seja, a velha questão: deve o Estado sobrepor-se ao indivíduo? Não. Digo eu.
...
...completamente de acordo
...o Estado NUNCA se deve sobrepor ao individuo
...mas
...o individuo deve sobrepor-se ao Estado...e, de que forma?...
...exigindo o que de melhor for para o Colectivo e NUNCA o que de melhor for para si
...dessa forma, o cerne da discussão aqui e hoje que é a Ed. Sexual, deve ser ministrada SIM
...como e por quem, não sei
...mas que a Sociedade Civil se movimente, se pronuncie, se mova, avance, tome iniciativas... nomeadamente a começar pelos pais, os grandes "culpados" da ocultação da verdade aos filhos; os que não querem que os seus "meninos" saibam "coisas" que ainda são muito novos para saber
...depois
...bem, depois surgem os problemas e aí há qui del rei
...mas já é tarde
...muito tarde
...mesmo!

Anónimo disse...

A posição que o nosso anfitrião assumiu hoje na Antena 1 pareceu-me lúcida e geradora de consenso. Pelo que entendi ele acha que o nível da vertente sexual da educação que o estado deve dar nas escolas deve ser parecido com o que é dado noutros aspectos, isto é, deve incluir aquilo que qualquer cidadão deve saber sobre o assunto. É deixado à família as especificadades que esta defende neste campo. Reparem que o prof. incluía neste menor denominador comum a inserção da sexualidade num contexto afectivo mais abrangente que não apenas alertar os jovens para os aspectos "perigosos" da sexualidade: doenças sexualmente transmíssiveis e gravidezes indesejadas.

Fiquei a matutar se este denominador comum é possível. Pelo menos acho que devemos tentar para bem dos nossos filhos. Quando tal não for possível talvez uma boa alternativa seja mostrar aos alunos os vários pontos de vista que vigoram na sociedade. Isto podia-se fazer, por exemplo, no caso da homossexualidade. É mais confuso, eu sei, mas é honesto e permite discutir o assunto mais tarde em casa.

lobices disse...

...100% de acordo com estas últimas palavras do Mário at 2.01 PM

Anónimo disse...

Lobices,
Lamento, mas não tenho uma visão tão pessimista. Não lamento nada!Acho que a geração de que falas é a minha, aí sim concordo contigo!
...desculpa: o que é um "sexo diferente, mais descomplexado"?...
É terem a capacidade de dar e saberem receber.
Eu não digo que é tudo um mar de rosas, mas acho que há uma melhoria significativa, mas como já disse o meu "conhecimento" não é da experiência vivida.
Se calhar não seria má ideia começar um estudo científico?! Vou pensar nisso!

Julio Machado Vaz disse...

Obrigado, Mário, é isso:)

Anónimo disse...

Amor é um livro – Sexo é esporte
Sexo é escolha – Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela – Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa – Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Amor é cristão – Sexo é pagão
Amor é latifúndio – Sexo é invasão
Amor é divino – Sexo é animal
Amor é bossa nova – Sexo é Carnaval
Amor é para sempre – Sexo também
Sexo é do bom – Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um – Sexo é dois
Sexo antes – Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora


(Rita Lee)

Anónimo disse...

Escrevinhador,
Não seria necesário se a escola fosse outra,ou se a nossa sociedade fosse outra.

JoanicaPuff! disse...

Noiseformind,
Muito obrigada.
Estou neste momento à procura de informações sobre as duas pessoas que referiu.
Quanto ao caso que (mal) relatei, é de facto muito dificil pois a pessoa em questão apenas admitiu pontualmente ter consciencia do mal que "sofre".Agora está convencida que é apenas uma pequena depressão e atraves de um (bom) medico de familía tenta recompor-se. Eu estou convencida que é muito mais que isso.Infelizmente.Mas também tenho esperança...

Julio Machado Vaz disse...

Atenção que a "educação para os afectos" (detesto a expressão!) começa muito antes da escola. Os pais são "professores" e modelos, mesmo que o não queiram. O próprio Freud dizia que estamos preparados para a ternura e o amor muito antes de estarmos preparados para o sexo (excepção feita ao auto-erotismo).
Na escola, recuso que os aspectos éticos abordados sejam diversos para a sexualidade e o resto da nossa vida, não existe uma "ética especificamente sexual".

Anónimo disse...

Adeus maralhal!
Vou ao cabeleireiro pôr-me gira, tenho um estudo científico para iniciar. Passemos à fase da recolha de dados. (lol lol)
Vou dando notícias, se as houver!

Delírio da Loirinha disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Delírio da Loirinha disse...

Caro Professor!
Concordo inteiramente consigo. As aulas de educação sexual mais do que explicarem a mecanica da "coisa", as consequencias do sexo não seguro (apesar de tudo isto tambem ser importante) deve basear-se essencialmente nos AFECTOS...
Sexo para mim é muito mais… é AMOR...É qualidade, intensidade... É descontrole, despudor… é liberdade, respeito… é erotismo, nudez, paixão… mas tem que conter carinho, amizade, respeito e cumplicidade.
Temos essencialmente que ensinar os jovens a dizerem Não ao sexo apenas pelo sexo...

Pamina disse...

Boa tarde JMV e maralhal,

Achei o texto de Freud muito curioso, pois praticamente todas estas interrogações poderiam ser colocadas como resposta a muitos dos que em Portugal, 2005 são contra a educação sexual.

Mário(2.01),
Não tendo ouvido o programa de rádio do Prof.JMV, gostei de ler o seu texto, pois fiquei assim mais inteirada sobre o assunto.
Quanto ao seu 2º parágrafo, concordo consigo.

JMV(2.50),
Gostaria de destacar duas frases suas. "Os pais são "professores" e modelos, mesmo que o não queiram." e "...não existe uma ética especificamente sexual." Concordo.
Que está um pai que agrida a companheira/mãe em frente dos filhos ou um casal que nunca tenha um gesto de ternura perto deles a ensinar a estes filhos?
Relativamente à última frase, dou este exemplo: alguém que tendo tido relações sexuais com um/a parceiro/a desconhecido/a sem preservativo e que seguidamente tenha relações sexuais também sem protecção com o/a companheiro/a demonstra uma inconsciência e falta de civismo semelhantes aos de um condutor/a que ao fim-de-semana meta os filhos/amigos num carro que saiba ter sérios problemas nos travões.
Também penso que na vida não há compartimentos estanques e que quem demonstra ter falta de carácter, ética, civismo num aspecto também não os terá em outros.

Julio Machado Vaz disse...

Completamente de acordo, Pamina.

lobices disse...

...assino por baixo

andorinha disse...

Olá Júlio e maralhal,

As interrogações levantadas por Freud continuam a ser pertinentes hoje. Quase cem anos depois o que é que se avançou?


Pamina (4.17)
Junto-me ao Júlio e ao Lobices - estou completamente de acordo.

Lobices(11.42)
"...para que o sexo seja divinizado e não diabolizado..."
Não acho que o sexo deva ser "divinizado"; deve apenas ser encarado como uma coisa normal e natural.

TsuP (1.37)
"Não me parece que se deva misturar a educação sexual com a educação para os afectos. A última é da responsabilidade exclusiva dos pais".
Não penso assim.
Claro que como o Júlio já referiu , a educação para os afectos começa muito antes da escola. Os pais são "professores" e modelos, mesmo que o não queiram.
Os professores não se querem substituir aos pais, mas penso que também aí a escola tem um papel importante a desempenhar; não reconheço aos pais o direito a essa exclusividade.

Quanto à segunda parte do teu comentário subscrevo na íntegra.
Porque não poderão jovens adolescentes praticar o sexo apenas por prazer se nós adultos também o fazemos?

Anónimo disse...

Obrigado, Joanicapuff, Noise e Lobices,
Abordando este tema, tranquilizam
bastante um cidadão, normal da silva, que, por ter tido péssimos encontros com a Psiquiatria Clássica mais a respectiva parafrenália de prognósticos, diagnósticos e posgnósticos desastrosos e obsoletos, foge a setenta pés e rotações pm a drogas,
exceptuando o paracetamol em casos justificados (dor física, dentária,
cefaleia ou afins)

Mas uma coisa posso afirmar: um médico de família, clínico geral de
formação humana e pessoal razoável,
fará a triagem, ou seja, saberá encaminhar o seu paciente para a
especialidade mais adequada.

Considerando p.ex. a doença de Alzheimer, a doença de Menière, e
algumas mais raras até, os nossos
médicos de família estão em constante formação. Esta é, aliás, uma das facetas do SNS pouco divulgadas mas que levantarão a
auto-estima da "Pátria que nos pariu"

Love you all

Anónimo disse...

Boa tarde para todos
Tenho trabalhado com alguns futuros casais, basicamente convidando-os a pensar em alguns pontos pertinentes da vida a dois, coisas simples com gestão financeira do casal, o namoro (seja la isso o que for). Como é logico estes tambem são convidados a opinarem sobre o que pensam sobre sexo, e afins. O que me espanta é a falta de conhecimento sobre a anatomina do sexo que é revelada. E esta falta de conhecimento não tem nivel de formação academico, tanto aparece em niveis de escolaridade minina como em quadros superiores. Acho que o ensino obrigatorio devia dar a possibilidade de se aprender coisas simples de gestão (gestão domestica) aprender coisas simples sobre o corpo.
Depois os afectos não se aprendem. Vivem-se. e é este o desafio que deve ser posto a todos nós. novos e velhos, e se calhar a escola não é o melhor sitio para estes desafio, mas sim a familia. (digo eu). Um dado que me anda a baralhar é este: Na diocese onde vivo em 2000 o numero de casamentos foi de cerca de 2200. no ano passado foram 900. Este ano (finais de junho) o numero esta em 125. O numero está a diminuir em forma exponencial. E o numero de casamentos na conservatória, não aumentaram, mas tambem tiveram uma diminuição significativa. Estamos peranta novos afectos? ou manisfestações de afectos? Não mais existem projectos de vida comum? estamos perante afectos tipo consumo de supermercado? uso de deito fora? (se chego mesmo a usar?

Maite disse...

Maze, um comentário deveras interessante e elucidativo. Mas pergunto, quando a família se abstrai desse papel (por imensos motivos), a que entidades é que os jovens se devem dirigir para se esclarecerem? E a informação, mesmo que sejemos poluidos todos os dias por ela, não é suficiente e parece que não chega para tirar as dúvidas que expôs sobre por exemplo: a anatomia do sexo (imaginem só!). É que isso é muito grave.

Anónimo disse...

Passo aqui e vejo um conjunto tão vasto e tão equilibrado de opiniões, expressando de uma forma tão franca o resultado de experiências numa área tão vital, que direi ser urgente, em todas as idades, continuar a explorar esta área, para lá de debater a sua urgência.

lobices disse...

...to e&e at 7.24 PM:
...e não é caso para menos
...o tema deveria ser debatido sempre, em todas as idades, e durante todo o decorrer da vida
...pela simples razão que a sexualidade vai sendo alterada ao longo dos anos
...todos nós vamos "aprendendo" ao longo da vida a lidar com ela sempre de formas diferentes; ela, a sexualidade e ele, o sexo, se alteram continuamente; por isso, um debate contínuo sobre o "estado da nação" não seria de todo mal visto :)
...

lobices disse...

...o Profe JMV diz, a certa altura:
...
Atenção que a "educação para os afectos" (detesto a expressão!)
...
...eu penso que não há uma educação para os afectos como não a há para a sexualidade... diria que há uma "cultura de afectos", uma "aculturação afectiva" (o caldo) que nos é transmitida pela que existe no meio ambiente onde crescemos e vivemos
...já o sexo (a sexualidade) não faz parte dessa aculturação, desse "caldo iniciático", pois ele é escondido e logo não nos é transmitido nem no meio ambiente onde crescemos nem no meio ambiente onde vivemos; então, gera-se a necessidade que a curiosidade provoca e o jovem (a criança) começa a tentar criar a sua própria cultura, a sua própria aprendizagem...
...umas vezes atravessamos a ponte sós e sem ajuda e conseguimos chegar ao outro lado
...outras vezes precisamos de uma mão que nos ajude a atravessar a ponte para chegarmos ao outro lado
...a sexualidade deve ser ensinada às crianças tal como se lhes ensina (como já disse acima) o bê á bá da mesma forma que se lhes ensina matemática, ciências sociais ou geografia, ou seja, como sendo algo absolutamente normal para ser aprendido e apreendido
...ensinando o bom da sexualidade, o seu lado poético, o seu lado prático, o seu lado afectivo, o seu lado lúdico, o seu lado procriador, a seu lado mais comum que é o da sobrevivência da espécie, enfim, uma disciplina muitifacetada sem medos nem tabus
...eu advogo a educação sexual nas escolas; apenas tenho receio do Programa, ou melhor, de quem é que vai "fazer" o programa e quais os itens que vão ser "escondidos"
...agora, deixar as coisas tal como elas estão é que não pode ser
...é preciso mudar
...o mundo gira e avança
...tem de haver movimento
...não podemos colocar a cabeça na areia
...nem deitar areia para os olhos
...nem pensar que a "coisa" não tem a ver com a gente
...a "coisa" é vida, a "coisa" é normal, a "coisa" é bela
...façamos do amor e da forma de amar um Hino à Humanidade, em paz, em luz, em harmonia
...saibamos dar alguma coisa
...saibamos amar
...dando

Anónimo disse...

Lindo!!
Fiquei emocionado...

Não dá para continuarmos a viver como se não fossemos seres sexuais.

Somos e é tão simples quanto isso.
Chega de auto-censuras destrutivas.

Boa noite para todos

Anónimo disse...

olá lobices
Não sei se desta vez me entendeu totalmente.
É q eu disse que é urgente, em todas as idades, continuar a explorar esta área (vida afectiva versus vida sexual versus VIDA).

Explorar mesmo, inventando novas configurações para o afecto e para o sexo (esses mesmo), para lá de debater o assunto - aliás isto é o que você tem vindo aqui a dizer há um ror de tempo ...

Anónimo disse...

Como tenho vasta descendência, talvez me atreva ainda a dizer que (como tb já aqui foi dito e bem) todas as atitudes são sexuais, desde o berço (melhor, antes dele).
Daí que ensinar será sempre viver, mexer e remexer na afectividade, nas dores, na pieguice, na rudeza, em toda a lógica e em toda a contradição. Aliás, como você disse, a "coisa" é vida, a "coisa" é normal, a "coisa" é bela.

Anónimo disse...

Não vos percebo. Palavra de honra! Vocês falam como se os jovens não conhecessem o sexo. Viveremos no mesmo mundo? Não vêm os numerosos pares de teen-agers que se lambuzam às claras pelas escolas, pelas salas, pelos jardins? Não ouvem o que eles dizem? Não vêm os milhares de downloads sexuais que fazem da net? Oh, meus amigos, muitos jovens sabem da coisa mais do que os adultos! Não se preocupem: eles sabem, eles sabem!

RAM disse...

Caríssim@s

A propósito do meu primeiro post (12:12), convem esclarecer que quando me referia à educação para os afectos, não o fazia no contexto de uma qualquer aula magistral sobre o tema.
Sumário da aula:
Os afectos. Definição do conceito. Evoluções ao longo do tempo. Como avaliar. :)))

CRUZES!

Tal como O Big Chefe cá do sítio :))) (2:50), também a mim me desagrada a expressão "educação para os afectos". Parece mais um exemplo paradigmático daquilo que é a desresponsabilização familiar ou, se preferirem, a atribuição ao Estado e às Escolas de funções que devem/deveriam começar nas famílias.
De nada adianta(ria) "ministrar" afectos na Escola, se eles não forem "ministrados" em casa...

Todavia, não usei a expressão com o significado que lhe é habitualmente atribuido; não se trata da apologia de uma qualquer corrente de pensamento psico-pedagógica.

Tratou-se, isso sim, da defesa de uma educação sexual que vá além da mera abordagem física/orgânica/biológica/médica, abrangendo o eu afectivo, o INDIVIDUO.

Caro TSUP, desculpe, mas não creio que seja possível dissociar, do meu ponto de vista, sexo e afectividade.

O TSUP terá, provavelmente, a maturidade para optar conscientemente por se envolver com alguém numa perspectiva meramente sexual.
Dúvido, sinceramente, que um jovem ou uma jovem adolescentes tenham essa maturidade.

Quantas vezes os fenómenos de grupo não condicionam comportamentos em faixas etárias mais jovens?

Optar livremente por iniciar ou prosseguir a sua actividade sexual é uma acto INDIVIDUAL.
Pressupõe LIVRE CONSCIÊNCIA, e agir em consciência é, para mim, um prenúncio de amor-próprio... e isso é, também, uma forma de afecto (mentes maliciosas, não levem isto para as teorias do Woddy Allen :))).

Bou jantar...

Anónimo disse...

Antes de mais,boa-noite a todos!
Tal como Eça,Freud continua (infelizmente)actualizado.
A forma de encarar o sexo continua a ser desgraçadamente primária,dissociando-o da ternura,do carinho e dos tais afectos de que já se falou aqui.
É claro que o sexo pode ser 'puro e duro',mas não é disso que falamos quando falamos de educação sexual.
Creio que é fundamental 'ensinar'que sexo e afecto estão interligados,para que a iniciação não passe pelo 'bar do Chico' da estrada nacional xpto.
E este 'ensinar'não tem que ser necessariamente deixado a cargo de quem já lhes ensina Português,História ou Religião e Moral,porque a educação sexual não se quer normativa,e porque,francamente,com a atenção que se dá à Educação neste País,não sei muito bem que resposta esperar da comunidade 'escola' ao ensino de mais uma disciplina cujas bases residem na gestão de emoções e afectos e não em manuais a mudar anualmente.
Mas a perguntinha que Freud colocava,em 1907, era 'O que se pretende quando se quer esconder às crianças – ou aos adolescentes – as explicações sobre a vida sexual dos seres humanos?',não é verdade,Professor?
Pois eu acho que,há um século atrás,tal como agora,o que se pretende é esconder as fragilidades,as incertezas e os medos que continuam arrumadinhos no fundo da gaveta.

Anónimo disse...

«É claro que o sexo pode ser 'puro e duro',mas não é disso que falamos quando falamos de educação sexual.
Creio que é fundamental 'ensinar'que sexo e afecto estão interligados»

Começo a perceber-vos. Mas isso que propõe, Lucília e outros, não é um retrocesso? Porque, vendo bem as coisas, "ensinar" que sexo e afecto estão interligados é coisa que a Santa Madre Igreja, .ex., vem fazendo há séculos. Se é isso que querem, para quê criticar o Passado? Para que é que serviram as reivindicações libertárias do Séc. XX que pretenderam, exactamente, deixar a cada a liberdade de ter sexo com afexto, sem afecto ou como bem entender? Para quê, se agora querem voltar a ensinar às criancinhas que sexo, só com amor? E as desgrçadas que, por azar, não têm quem as ame?

Anónimo disse...

Lucília Serra,

Atenta nas palavras interessantes, no meu entender sábias, apontadas pela pamina...

"JMV(2.50),
Gostaria de destacar duas frases suas. "Os pais são "professores" e modelos, mesmo que o não queiram." e "...não existe uma ética especificamente sexual." Concordo.
Que está um pai que agrida a companheira/mãe em frente dos filhos ou um casal que nunca tenha um gesto de ternura perto deles a ensinar a estes filhos?
Relativamente à última frase, dou este exemplo: alguém que tendo tido relações sexuais com um/a parceiro/a desconhecido/a sem preservativo e que seguidamente tenha relações sexuais também sem protecção com o/a companheiro/a demonstra uma inconsciência e falta de civismo semelhantes aos de um condutor/a que ao fim-de-semana meta os filhos/amigos num carro que saiba ter sérios problemas nos travões.
Também penso que na vida não há compartimentos estanques e que quem demonstra ter falta de carácter, ética, civismo num aspecto também não os terá em outros."

lobices disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
lobices disse...

...o meu habitual BOM DIA à tutti
...dormiram bem?
...ainda estão a dormir?
...não sabem o que é bom disfrutar do silêncio que o odor das rosas me trazem; o cheiro que o chilrear dos pardais me envolve; a luminosidade da manhã de prata nas frestas desta porta a sul virada numa perfeita conjugação com o Todo
...olhar o azul claro e brilhante que nos cobre e sentir que aqui, cá em baixo, nos vamos debatendo numa quezília constante quando afinal de contas basta olhar ali o meu gato estirado ao sol (e quando não está sol e faz chuva ou vento, basta olhá-lo enroscado sobre si mesmo aquecendo-se com o seu próprio calor)
...sentir que na ponta dos meus dedos estão estas palavras que vos escrevo com carinho sabendo que alguém as irá ler
...ver que o meu mundo que está lá fora também está aqui dentro ao vosso lado sem vos ver nem ouvir, tendo apenas a consciência que estais aí
...saber que basta querer estar para se estar bem mesmo que não se esteja bem; basta sorrir (tantas vezes nos esquecemos que quando chorámos e as lágrimas nos escorrem pela face, os lábios podem entreabrir-se num terno sorriso)
...se todos sorrissem um pouco, uma vez por dia
...se todos se dessem as mãos, mesmo virtuais, uma vez por dia
...se todos dissessem àquele ou àquela que está ao lado "amo-te" nem que fosse uma vez por dia
...se todos escolhessem o amor uma vez por dia
...se, se...
...todos iriam sentir, uma vez por dia, a felicidade que há dentro de cada um de nós
...um bom fim de semana para todos vós
...

Chinezzinha disse...

Só passei para desejar um excelente dia e um bom fim-de-semana para todos.


Beijos

andorinha disse...

Olá a todos!

Lobices,

Acordei só agora, sou muito dorminhoca.:)
Li as tuas palavras com carinho, como sempre.
Se, se, se....
Continuas a ser um eterno sonhador.
Está-te nos genes, não é?:)
Um bom fim de semana.

andorinha disse...

Circe,

Carpe Diem.:)

Anónimo disse...

Hoje é o dia do LIVE8, como sabem estão a acontecer concertos por todo o planeta, com o ojbjectivo de pressionar o G8, para a questão da pobreza em Africa.

É de Louvar.

1Bom Fim de Semana, para todos

Anónimo disse...

Boa tarde a todos!
É quase uma repetição do nemésio,mas aqui fica:
www.live8live.com
Continuamos a acreditar.
Até mais logo

Anónimo disse...

Vejam este texto de MEC que vem a interessar para a questão da Educação Sexual:

«Irrita-me também o tom armado-em-moderno das campnhas. Para disfarçar a profunda satisfação puritana que os padrinhos e as madrinhas anti-SIDA derivam de alterar o nosso comportamento, a propaganda faz de conta que é liberal, que não faz juizos morais, etc. Dizem para conhecermos bem os nossos pareceiros sexuais, sem especificar, contudo, quantas vezes tem de se ir lanchar a casa deles ou quantos cromos do Batman se tem de trocar antes de tomar a fatídica decisão. Se lermos nas entrelinhas, a mensagem é, claramente: "É bem feito que é para não andarem para aí em poucas vergonhas!"»

É isto. Educação Sexual para quê. Que o Estado abandone de vez a tentação da moral e do sermão! Aplique-se o liberalismo clássico: mais iniciativa individual e menos dirigismo. Bom fim de semana, professor e todos!

Anónimo disse...

E, já agora, quanto ao live8. É iniciativa que se saúda. Mas os Países ricos fariam melhor pelos pobres se abandonassem o seu ridículo proteccionismo, e deixassem os produtos africanos e asiáticos entrar cá com a liberdade de mercado que lhes permitiria crescer...

Anónimo disse...

...uma achega (lembrei-me agora):
...Freud dizia que o único tipo de sexo anormal era a abstinência!...
...

Anónimo disse...

Dantes, no antigamente, diziam, os homens eram superiores às mulheres e elas eram tratadas abaixo de cão.
Depois, veio a abençoada luta pela libertação da Mulher.
E ela se foi libertando aos poucos.
A sua libertação começou a dar-lhe ainda mais trabalho e mais prisão.
Actualmente, o que se verifica no geral, é uma tentativa conseguida em que a Mulher tenta sair da "casa" e o Homem tenta ir para "casa".
Interessante, não?

Anónimo disse...

Gostei do blog, convido a visitar este antro deveras interessante pelo simples facto, que lá na Arca, escrevem os mais prodigiosos inventores da escrita zoófila. Passe e comente...abraços bloguistas
e se gostar "link"

www.arcadobue.blogspot.com

Anónimo disse...

Comment number 69

Anónimo disse...

Por ver agora o 69 a falar, não se esqueçam que sexta feira anda o 69
(sessenta e nove milhões. Pôrra, se eu ganhar, o que vou fazer a tanto dinheiro?)

Anónimo disse...

Hey Jude

Hey, Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her into your heart
Then you can start to make it better

Hey, Jude, don't be afraid
You were made to go out and get her
The minute you let her under your skin
Then you begin to make it better.

And any time you feel the pain, hey, Jude, refrain
Don't carry the world upon your shoulders
Well don't you know that its a fool who plays it cool
By making his world a little colder

Hey, Jude! Don't let her down
You have found her, now go and get her
Remember, to let her into your heart
Then you can start to make it better.

So let it out and let it in, hey, Jude, begin
You're waiting for someone to perform with
And don't you know that it's just you, hey, Jude,
You'll do, the movement you need is on your shoulder

Hey, Jude, don't make it bad
Take a sad song and make it better
Remember to let her into your heart
Then you can start to make it better

Chinezzinha disse...

Pesquisa mostra os efeitos do “amor romântico” no cérebro

Uma equipe formada por um neurocientista, um antropólogo e um psicólogo social publicou nos últimos dias o resultado de um estudo que mapeou as áreas do cérebro relacionadas ao que chamam de "amor romântico". Foram voluntários da pesquisa 17 jovens, que se diziam recente e 'loucamente' apaixonados. As áreas do cérebro que se mostraram mais ativas nessas pessoas foram as ligadas ao instinto de recompensa, à motivação e à emoção.

Os pesquisados responderam a um questionário sobre amor e romantismo, além de observar imagens de seus respectivos "amados". Durante o processo, o cérebro de cada um era analisado por ressonância magnética. O experimento identificou um determinado padrão nas áreas ativadas por esse comportamento. Foram estimuladas com maior freqüência duas regiões específicas: uma que integra grande quantidade de informações, conceitos de beleza, gostos e memórias pessoais, comprovadamente está ligada à motivação, e outra responsável pelo chamado sistema de recompensa, em que o corpo associa algo a um prazer ou benefício. A surpresa nesses resultados é que áreas que correspondam ao desejo sexual não aparecem nesse comportamento.

É a primeira vez que um tipo específico de comportamento amoroso é registrado através das áreas ativadas pelo cérebro. Os pesquisadores esperam que esses resultados auxiliem na compreensão de doenças como autismo e depressão, em que o cérebro reconhece as emoções com dificuldade.
http://revistagalileu.globo.com/Galileu/0,6993,ECT972512-2989,00.html

Links:
The American Physiological Society
Journal of Neurophysiology
...............

Professor

Não achei o post sobre o Amor Romântico e por isso deixo-lhe isto que li há pouquinho e os links.Espero que lhe seja útil.:$

Beijos e boa noite

Chinezzinha disse...

Prof. JMV
Esses dois links tb são sobre o Amor Romântico.Se calhar já os conhece,mas aqui ficam.:)

Beijos

http://web.sfn.org/content/AboutSFN1/NewsReleases/am2003_measuring.html

http://www.straddle3.net/context/03/es/2003_11_26.html

PortoCroft disse...

An expert is someone who learns more and more about less and less, eventually knows everything about nothing, and becomes a biased & useless Murcon's commentator.
© Copyright 2005 - PortoCroft - Todos os direitos reservados pelo autor ;)))

Caro Prof. e maralhal,

Como já foi tudo dito, limito-me a repetir, o que o Prof. escreveu às 2:18 PM:

- Obrigado, Mário, é isso.:)

Anónimo disse...

“O discurso moral é sempre igual, não é imaginativo; os discursos da perversão são infinitos” – Quitéria Barbuda in “Sexo com as Ovelhas da Minha Vizinha”, Colecção "Pastorzinho" Revista “Espírito”, nº 7, 2005.

www.riapa.pt.to

lobices disse...

...hoje é Domingo; isso não me retira a vontade de aqui vir e desejar um BOM DIA à tutti
...

ATG disse...

Caro Dr. Júlio Machado Vaz, sou dirigente associativo da Associação Académica da Faculdade de Direito de Lisboa (Clássica), e no dia 19 de Outubro, vamos organizar uma conferência enquadrada no ciclo cujo tema são "Direitos Fundamentais" e a 1ª será dedicada ao Sexo. Gostaríamos de o convidar para participar na mesma, sendo que encetámos convites para pessoas ligadas à Igreja e ao mundo da pornografia, bem como do sexo, de forma a poder tornar esta conferência o mais completa possível. Peço desculpa por ser através de um comment que endereço o convite, mas foi o único meio possível que encontrei para o fazer.
Se possível, responda-me para alexguerreiro@netcabo.pt
Obrigado desde já, pela atenção

noiseformind disse...

Éme, Éme, Éme... vou confessar que me desiludiste nesse transcript Freudiano, saber que Freud era a favor da educação sexual já todos sabemos. A piada está em ver com que tipo de textos antigos é que os tugaleses se identificam, e nisso Freud é demasiado moderno ; ) e já agora, o livro onde está isso, qual é? ai ai ai... chama-se precisamente "Da Educação Sexual das Crianças" :)))


Estou aqui a pensar numa passagem do livro de Albert Moll, escrita trinta anos antes que mostra muito mais aberrantemente a nossa disfunção sexual colectiva ; ))))




"No paid substitute can adequately
replace for the child the benefits it will derive if its mother
herself does all that she could and should do. A mother who
seriously devotes herself to the care of her child, need have
no anxiety about the risks of its being misused by others for
sexual purposes. Such a mother keeps herself fully acquainted
with her child’s sentiments. She is m a position to choose the
best moment for effecting the child’s sexual enlightenment,
and she can best judge when the use of the stork story is no
longer justified. Of such a mother, a child far more readily
makes a confidant. Moreover, if the mother devotes a great
deal of time and pains to the personal care of her child, this
has, in the case of a boy, the great advantage of inculcating
a greater respect for the female sex in general than is apt
to be found in boys to-day."




Fizessemos nós um inquérito À população Tugalesa em relação a este trecho e a percentagem a concordar com ele seria dominante, não tenho dúvidas. Então no caso do "sexo fraco" os pais certamente cerrariam fileiras ainda mais indómitas.

Ainda esta semana, numa Semana Cultural de uma escola aqui do Porto, pais INSISTIRAM em assistir a uma pequena palestra que lá fiz sobre sexualidade e ordenaram, não pediram, ordenaram, que juntamente com as dinâmicas sexuais se juntasse o "papão" das DST. INsistiram, e muitos tiveram a mongoloidica ideia de tentar tirar os filhos do auditório. Enfim... estás demasiado optimista relativamente a Tugaland meu caro :))) tendo tu porta aberta à tantos anos sabes que a educação sexual é como todo o tipo de saber. Para ser interessante tem de ser apelativa e trazer conforto ao sujeito dela. E neste momento, para repor o equilíbrio satisfatório entre homens e mulheres a nossa posição não pode ser higiénicamente neutra
!!!!! Temos de dizer: "meninas, não permitam que os rapazes se agitem 5 minutos em cima de vocês antes de atingir o orgasmo deles deixando-vos de mãos (e clítoris) a abanar" e "meninos, vejam bem que se não satisfizerem a vossa parceira vão sempre ter excedente móbil e nunca se vão consguir manter fiéis a uma parceira". Mas vejam bem que educar na sexualidade não é, como o maze disse (esta coisa dos religiosos se meterem ao barulho, por isso é que nos meus CPM não permito fundamentalistas religiosos) uma gestão doméstica!!!! A sexualidade é EXPRESSÃO da vida da pessoa. Assim como muitas mulheres me dizem que os homens para elas são basicamente de "usar e deitar fora", tb se pode dizer que os homens igualmente as usam e deitam fora. QQ comportamento de aproveitamento de uma das partes é mimetizado pela outra. Por aí se vê a quantidade brutal de mulheres que se colam afectivamente a homens financeiramente mais abonados que elas. Essa escola, social e perfeitamente justificável para quem não tem meios de subsistência profissional, revela-se depois na relação sexual do casal, sendo que ela não está disposta a ser sexualmente activa na medida em que "aceitou" a situação e portanto irá "aceitar" o desejo sexual dele. Ou seja, a sexualidade é um interface de vontades e não apenas um acontecimento que se dá numa (oh visão redutora) cama ; ))))

Fundamentalmente o que o educador sexual faz é enumerar os potenciais de "satisfação" sexual, principalmente o orgasmo, e numa sociedade como a Tugalesa essa iluminação não é equitativa pq de um lado temos os hiper-masturbadores rapazes e do outro lado as hiper-passivas raparigas. Aliás, nessa mesma palestra nessa escola secundária em pleno coração do Porto raparigas ORGULHOSAMENTE disseram nunca terem tido pulsões sexuais. Para vermos como estámos atrasados... muito atrasados. E este atraso custa-nos muito mais do que a fortuna que depois os casais pagam (muitas vezes sem que isso corresponda a manter o casamento) connosco terapeutas. Custa acima de tudo a perpetuação de ideários românticos que depois as mulheres vão pagar chegando aos 50 anos desprovidas de desejo sexual por acharem utópico que esse desejo possa ser satisfeito.

Pq a base da nossa estrutura sexual é que o homem avança e a mulher escolhe!!!!! E feita essa ESCOLHA muito pouco é exigido ao homem em termos de qualidade, seja sexual seja interpessoal!!!


É esse pesadíssimo mito que nos sobrecarrega ainda e tolda as escolhas de muitos compatriotas tugaleses.

Anónimo disse...

Na "boa" moral católica, de que é primeira guardiã a opus dei, o sexo é pecado.E dos pecados não se fala, pois corre-se o risco de, ao falar neles, os chamar até nós.Um abraço.

Anónimo disse...

Circe: por exemplo, em relação à agricultura. Basta ver o que se passa com a nefasta PAC, que os proteccionistas franceses querem proteger, contra os liberais franceses. Quanto à mão-de-obra, sabemos que muita dela é ilegal.E que um mercado de trabalho flexível que permitisse a integração e a mobilidade despartaria logo os uivos de indignação da Esquerda, que, contra todas as evidências, persiste em defender o proteccionista modelo social europeu.

Abraço

Anónimo disse...

Noiseformind:
Sou Católico. Por isso, presumo ser um dos fundamentalistas a que o meu caro amigo se refere, cheio de humanismo. Deixe-me só dizer-lhe o seguinte: você, tipo porreiro, não fundamentalista, sabe que eu sei que você sabe que você morrerá sem ver todas as revoluções que pretende. E, se o meu amigo não é crente (Cristão ou não), lamento dizer-lhe, mas espera-o o pó da terra. Continue a lutar por ele. E já agora, nada de novo debaixo do sol. A História está cheia de "não fundamentalistas" que, como o meu caro amigo, em vez de argumentos, crismam os adversários de "fundamentalistas". É cómodo.

Anónimo disse...

Doutor Pedro, foi com grande pesar que assisti, semana após semana, ao seu desaparecimento. O excessivo cunho pessoal que o Caro Professor deu a esta tertúlia e a ausência de pares vossos para dinamizarem este cantinho no sentido de um verdadeiro esclarecimento das matérias (como tão bem diz o Capitão Lobices) lançadas a lume pelo Professor deixaram os seus comentários a pairar como mensagens extra-terrestres, plenas de significados mas impossíveis de processar a tão baixo nível de conhecimento da matéria de facto. Foi com grande, enorme e empático prazer que li o seu texto hoje, sob o seu eterno pseudónimo noiseformind. Eu próprio passei pela passas do Algarve na tentativa de trazer alguma satisfação sexual ao meu casamento. Estive casado 10 anos com um vulcão adormecido e achava que ela simplesmente não se "interessava" no sexo, quando o que acontecia é que a forma como fazia sexo não lhe aquecia nem lhe arrefecia. E foi pelas internetes deste mundo que descobri algumas pequenas soluções que todas juntas foram trazendo outra vivacidade a essa relação que parecia encalhada nas costas do Prazer. Ao ler o que escreve e pelo que sei de um familiar que frequentou o seu consultório fico vibrante de esperança num futuro melhor para a forma como nos expressámos sexualmente. No seu blog encontro textos viscerais que me fazem pensar nas mesmas questões que me assaltaram nos tais 10 anos de casamento. E quanto ao vulcão adormecido não sabia sequer que era um vulcão. Como escreveu no seu blog há um bom meio ano "como se pode ter saudades do que nunca se sentiu? Os trajectos da memória são fundamentais para compreendermos a ausência de motivação sexual na mulher portuguesa". De génio... de génio...

Grande abraço, grande bem-haja e por favor não deixe nunca a blogosfera, a botica ficava bem mais pobre

Um seu admirador, JC

noiseformind disse...

JC... sem palavras mas agradecendo o seu agradecimento, que julgo imerecido da minha parte ; )))

Uxka disse...

Tropecei hoje no Murcon e já estou a gostar do que vejo.
Ora então... li mais ou menos os que atrás de mim comentaram e passo a dar a minha ainda imberbe experiência. Temos cá em casa dois belos fedelhos de 10 e quase 8 anos. Como todos os outros, quando fazem perguntas é para obter respostas, não subterfúgios, que topam a milhas!, nem hesitações.
Entre colegas e amigos surge sempre alguma história tipo "estávamos nós no bem bom quando o diacho do pequeno entrou pelo quarto!" Eu tive uma assim: depois de fecharmos a porta, desesperados pela enésima interrupção,o silêncio foi gritante. E quando mais tarde saímos, consolados, descobrimos que a parede ao lado da porta estava toda riscada a lápis de cera até onde o bracito alcançava.
Acabou!... a partir daí optámos por explicar que queríamos dar beijinhos e namorar um bocadinho sózinhos, e foi remédio santo. Eles só não queriam estar na ignorância.
Há uns meses aconteceu a pergunta "mãe o que é gay?". Na escola os colegas chamavam gay uns aos outros, em casa já tinham visto na TV a magnífica "Sete Palmos de Terra" e apanharam uma cena de fogosos beijos entre o casal de homens...mas eu não estava à espera desta. "Gay...é quando um senhor namora com outro senhor. E o nome correcto é homosexual." mais valia aproveitar a deixa "Mas e não devia ser com uma senhora?" "Bem, geralmente é com uma senhora, mas por vezes apaixonam-se por um senhor." E ficámos assim. Há uma semana atrás precisaram de saber se também havia gay para senhoras "Há." "E também é homosexy?" (risos, quem aguenta?). Hesito, isto já é demais...deixa ver se a coisa passa "Não, tem outro nome."...olhar inquisitivo estilo vais-despachar-te-ou-quê "Qual??" "Lésbicas" Ufff "Ah, está bem."
Já contei a cena e já vi olhos arregalados "'tás doida?".
Acho que não... se não por nós, a informação vai-lhes chegar por outras vias, talvez deformada e mesmo "feia". E eles só não querem ficar na ignorâcia, tal como nós adultos, mais nada.
Eu tenho anos de (des)educação sexual em cima que só há pouco ando a sacudir.Gostava de os poupar a isso e ensinar que sexo é bom, amor é fabuloso, e que quando os dois se encontram há um fogo de artifício que ilumina este mundo e o outro.

Raquel Vasconcelos disse...

"Estive casado 10 anos com um vulcão adormecido e achava que ela simplesmente não se "interessava" no sexo, quando o que acontecia é que a forma como fazia sexo não lhe aquecia nem lhe arrefecia."

Pois é... se as mentalidades avançarem "um bocadinho", as mulheres talvez passem a ser mais felizes... Feitas as contas e cá para mim, ainda somos nós, MULHERS, as que temos penado mais com toda esta mentalidade (a que depois damos continuidade alegremente!).


---
Quanto à crianças...

Estou farta do que dizem que querem ou não ensinar nas escolas, e porque os afectos e porque será que os isto e aquilo e depois se tem que se lhes falar do sabor do preservativo e uma imensa conversa que não ata nem desata...
(cá para mim fazia-se um inquérito era aos "piquenos" sobre o que desejavam saber sobre os meninos e as meninas e dp partiam de um estudo desses para algo mais além... mas eu sou leiga e não quero mandar crianças para terapeus...)

Lá que eu sabia como eram concebidas as crianças até sabia, lá que pelos 12 já sabia que as meninas que não casavam virgens e eram ingénuas já estavam a praticar o aborto tb mo diziam.
Eu sabia "aquilo tudo" e que fazer não podia, e pronto! E se fizesse... e se sucedesse? E...? E...? Nada.

É que para mim, existir educação sexual a sério nas escolas, vai "forçar" os paizinhos, educadores, etc, a mudarem a mentalidade, a enfrentarem o "touro pelos cornos"!

Foi preciso a SIDA para que N gerações pudessem "olhar de frente" para um anúncio sobre presertavivos - anos depois, e finalmente, e irra que é mesmo finalmente - e não pensarem que "aquilo não fica nada bem assim na televisão".

Enquanto se debate se sim e se não e se sopas, as nossas crianças vão aprendendo o que podem, e talvez o que não podem mas parece que podem, com os "Morangos com Açucar".

E convido os papás a dar um pulinho aos messengers das suas crianças e a ler os nicks que por lá estão. A quantidade de corações e I LOVE YOU's :)) (até fico com medo de despertar os pais excessivamente moralistas e deixar uma série de crianças sem msn...)

Nós... íamos estando escondidos, à força, do mundo lá fora. Eles não. E as mentalidades estão as mesmas de antigamente em muitas famílias. E continuamos a gerar gente que tem uma série de tabus. Para não falar de que de novos encaram o sexo, não como algo para com o que há que ter também responsabilização, mas só como o "vamos lá ver o que isto é"...

É que "nos finalmentes" eles fazem... Fazem! Nós é que andamos todos a fazer de conta que não.

Raquel Vasconcelos disse...

Ok... respirar fundo... Desabafei!

Anónimo disse...

Raquel V, essa mudança não me parece de todo possível no curto prazo. Veja bem a forma como pessoas como o Doutor Pedro parecem verdadeiros extra-terrestres quando se está num debate que envolva sexualidade. As pessoas não têm problemas em irem lá ao consultório gastarem 100 euros por sessão mas na praça pública ainda gozam das suas ideias e posições, como se não fosse nada com elas. Quanto à SIDA não sou assim tão optimista como você, a minha filha, com quem tenho uma relação francamente aberta, confidenciou-me que apesar de já ter tido vários parceiros nunca viu exames de nenhum, pq eram todos "de confiança" e estavam todos "apaixonados". Mas não será o estar apaixonado a antítese da razão? essa sensação de impunidade afectiva? Bem... que dizer? Veja bem que tirando alguns luminantes da área da psicologia o sexo continua a ter o crivo do "amor". Ainda há 2 semanas ouvi o Autor deste blog dizer com lapalisiana descontracção no seu programa televisivo que "o amor dá outro contexto ao sexo", recalcando mais uma vez esta ideia de que, se amarmos muito muito muito, o sexo está assegurado. E isso não é assim. Aliás, se há coisa que gosto de ler neste site é essa visão descomplexada de afectuosidades obrigatórias do Doutor Pedro, mas ele próprio parece farto de nos aturar, velhos jarretas, como que reforçando a ideia de que burro velho não aprende línguas ; )

Abraço Raquel V,

Joao Carlos

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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