quarta-feira, janeiro 04, 2006

"Fazerem férias de si próprias".

"Detesto a mania pós-moderna das viagens e gente que não pode estar quieta. A meu ver, esta moda que tantos pensam ser sinal de sofisticação só revela almas inquietas, que não se suportam a si mesmas e mudam constantemente de sítio no desespero de fazerem férias de si próprias, que é afinal aquilo que sem saber procuram".

É este o destaque do artigo do Professor Luís Fernandes no Público de hoje. Ressalvando o perigo das generalizações, há muito de justificado na sua preocupação. Certas pessoas "investem" mundo fora a todo o gás, apenas para coleccionarem o que Bourdieu apelidou de capital cultural. Não conhecem gentes e sítios, afloram-nos distraídos e guardam-nos - como afirma o Luís - nas máquinas digitais. Sou suspeito. Com a idade, cada vez mais me encanta aprofundar recantos favoritos e, por cá, o sossego de Cantelães não desperta angústia, antes empurra para viagens interiores. Reconfortantes ou dolorosas, nunca monótonas. No Liceu recordo qualquer coisa acerca de umas partículas cujo movimento não produzia resultados práticos, penso que o tinham crismado de agitação browniana. (Vocês me corrigirão.) Às vezes somos assim - aceleramos com desespero, não em fuga da BT, mas de nós próprios.
Ou, em alternativa, buscando-nos por todo o lado menos cá dentro.

71 comentários:

Leonor disse...

Bom dia! Quando fugimos de nós próprios não adianta fugir no espaço.

Anónimo disse...

'buscando-nos por todo o lado menos cá dentro' …

ou o modo como, em Königsberg, no ‘Passeio do Filósofo’, Kant meditou, entre outras, nas suas ‘Critica da Razão Pura’ e ‘Crítica da Razão Prática’, sem precisar de deambular por outras ruas para se inspirar.

André disse...

Até posso dizer que conheço um tipo que exibe, regularmente e com orgulho, o seu passaporte todo carimbado como se tratasse de uma espécie de caderneta de cromos. Depois vai-se a vêr e é ignorante no que toca a geografia e história, o que é imperdoável quando se viaja...
As minhas melhores férias têm sempre sido no nosso país. Desde que haja Sol, praia, árvores e um (mais) bom livro, fico feliz. Ah! Já me ia esquecendo, e pessoas também.

pp disse...

Bom dia Prof JMV

desculpe a minha ignorancia mas
gostaria só de lhe perguntar o que é a dependencia vs interdependencia....quais as diferenças?

Quanto ao que escreve no Post.... Será que essas pessoas vivem eternamente nessa ignorancia de si...e o que as fará despertar para se escutarem a si mesmo...é tão dolorosa essa visão quando é alguem que gostamos....enfim

Abraço

lobices disse...

...permito-me "subscrever" esse artigo e as suas ruminações sobre o mesmo...
...fiz isso durante 50 anos; depois, depois parei e há 10 anos a esta parte que me procuro dentro de mim não fugindo a nada excepto ao desejo de estar quieto...
...estranha contradição: desejo estar quieto e fujo a esse desejo "viajando" dentro de mim à procura do sentido que esse bulir tem em mim depois do bulício todo que foi antes de ser o que sou...
...sinceramente, como explicar o que não consigo explicar?
...um abraço

El Felino disse...

Compreendo a sua dissertação, professor, mas se me permite opinar, julgo que as melhores viagens, dentro ou fora de nós, são aquelas que não têm um destino definido e que duram até ao fim dos nossos dias...

Saudações.

Anónimo disse...

Para mim, a explicação para este “fenómeno” não passa, necessariamente, por grandes análises no âmbito da “psico” de cada um. Para ser sincero, nem acho que as pessoas que viajam bastante, o façam com a intenção de fugir deles próprios.

Para mim, há uma explicação muito mais simples para esta “recente” mania de viajar: a vontade de se mostrar aos outros que nos fartamos de conhecer mundo e que isso da crise económica a nós não nos afecta pois isso é problema dos pobres... coisa que nós não somos. Aliás, é dentro desse mesmo espírito que 2005 acabou como sendo o ano em que se bateu o record de vendas de bentleys, porsches, jaguares, etc e tal.

Apenas a título de exemplo: ainda ontem tive que acompanhar o meu velhote a uma consulta médica. Mal entrei na clínica, deparei-me com uma senhora médica – toda ela tia na sua indumentária e pronunciação – em altos berros ao telemóvel, falando com uma colega sua sobre as mais recentes viagens por esse mundo fora. O tema central da conversa era a Argentina... Como só não ouvia quem fosse surdo que nem uma porta, fiquei a saber que a senhora combinou com a sua interlocutora um “chá” para que todas as tias pudessem hablar un pouquito sobre a experiência que cada uma vivenciou na Argentina ou noutra qualquer paragem.

Em contraponto com estes tiques pós-modernos (usando a expressão do articulista do “Público”), aqueles que sentem realmente a crise na pele, em vez de viajarem dedicam-se a gastar no Euromilhões os poucos tostões que ainda lhes restam. Mas não sejamos ingénuos... pelos seus sonhos também perpassa a legítima vontade de viajar e conhecer mundo. Quanto mais não seja, para contar aos outros que continuariam pobres. Até lá, vão-se consumindo nas suas viagens turísticas diárias do Cacém para o Rossio, de Cacilhas para o Cais do Sodré, do Barreiro para a Praça do Comércio, etc, etc.

E assim vai Portugal, uns vão bem e outros mal. Desassombradamente e sem “psicologias aplicadas”.

PS: ainda espero um dia conhecer a Austrália e a Nova Zelândia... ;-))

Maria disse...

Gosto de estar quieta e viajar através dos livros e da música...
Talvez seja um bom sinbal, e afinal não precise de férias de mim própria... Não gosto, ao contrário de outros viajantes, de me vangloriar dos passeios que faço, sejam interiores ou tradicionais, às vezes descubro, cá dentro, sítios só meus e só peço a Deus que ninguém os veja, os conheça e se mude para cá... Deixem-me estar quieta...

Anónimo disse...

É verdade, professor! Por isso, tem todo o cabimento a distinção entre viagem e deslocação. Muita gente se descloca, faz km, vive numa espécie de mundo faz-de-conta, acreditanto seriamente que uma ida ao estrangeiro representa uma valorização cultural real para depois colocá-la em cima da mesa numa tertúlia mais competitiva.

Mas, para mim, mais importante e mais grave é a ideia de curar a dor mental com viagens, como se o sofrimento ficasse por cá. Grande ilusão! Mas, é certo que muitos vêem numa deslocação ao estrangeiro um substituto dos comprimidos.

da. disse...

....de tão rápido vivermos..fomos perdendo a vida..e de tanto pensarmos fomos ficando cada vez mais sós..e no entanto..este viajar por dentro..por dentro de um sossego arrisca-se a ser uma invenção recente...e um sintoma deste problema..é que cada vez mais somos um poço sem fundo...sem fundamento...

Anónimo disse...

O melhor das viagens é a antecipação. Os preparativos. Depois, o entusiasmo esbate-se. Missão cumprida, ainda que por vontade própria e con gusto. Nas viagens interiores, não há antecipação; há, sim, um saber já feito de outras digressões, destinos conhecidos e explorados. São, para a alma, "os almoços familiares dominicais".

Serena e precavida, viajo por prazer e levo sempre comigo o roteiro interno do meu viver.

Tilangtang disse...

...pois eu estava habituada a fazer esta viagem de uma outra forma...vinha aqui, entrava umas vezes pela porta outras pela janela, ía e vinha sempre que me apetecia; sentava-me na varanda, na sala, pegava num dos livros da biblioteca (a maior parte das vezes saía-me o Eugénio) e por aqui andava...deambulando...ouvindo...falando. todo este ritual foi quebrado. agora tenho de bater à porta para poder entrar. sei que a porta me será sempre aberta, mas não gosto de ter de levantar a mão...

andorinha disse...

Boa tarde a todos.

Tal como o Lobices, permito-me subscrever o artigo e respectivas ruminações.:)
Ainda há dias aqui o disse, as viagens ao interior de nós próprios são fundamentais e enriquecedoras, assim nós saibamos viajar.
"Reconfortantes ou dolorosas, nunca monótonas." Concordo.:)
Só faz férias de si próprio quem não se ama o suficiente, penso eu de que .:)))

Fora de lei,
Logo converso contigo, dizes aí coisas acertadas, o que é raro.:)))))))
Agora vou aproveitar o meu dia livre para viajar até lá fora.:)

Até mais logo, maralhal.

Julio Machado Vaz disse...

Pp,
Uso a palavra interdependência para a mútua dependência de duas pessoas, factos, etc... Dependência é mais usado no singular.

Julio Machado Vaz disse...

El gordo,
Também gosto de "flanar" sem destino, em "associação livre" (isto é deformação profissional!).

Julio Machado Vaz disse...

Trotamundos,
Viajar no mapa é uma delícia:). Tratar das reservas, imaginar o ronronar do motor... Hm...

Anónimo disse...

As melhores viagens que fiz foram ao Deus dará. Com os filhos no banco de trás de um carro, de mapa na mão, em que iam decidindo a rota. Estávamos em paz e descansando também. Não sujeitos a horários nem a roteiros e excursões. Descobrimos um Portugal que poucos conhecem.
O que é mau das viagens é quando são feitas nas férias por obrigação de se fazerem, em que as pessoas tornam mais cansadas das férias do que de um ano de trabalho rotineiro e desinteressante. Mas depois o que contam, obrigatoriamente, é transcendental. Desde o esforço para usarem tudo o que estava no pacote até ao conseguirem comer tudo o que estava à disposição, combinando com as considerações imbecis sobre os outros povos, que não viram porque não entenderam. Como não vêem, também, a actividade que os envolve no dia a dia, nem entendem esta civilização de urbanização vertical, que os dispõe por patamares de habitação e de utilização. Até às próximas férias que produzirão um afã de compras de novas fatiotas apropriadas para as férias. Os apetrechos do ano anterior caíram fora dos novos padrões da moda.

Ana G disse...

Pois eu cá hesito quando me pedem 1200€ por uma semana num apartamento impróprio também numa Albufeira imprópria e depois descubro por 500€, o mesmo tempo, no Mónaco.
É de ir ou não? Pois eu fui.

Julio Machado Vaz disse...

Nascitura,
Hesitei antes de me referir ao seu comentário, dificilmente você me acreditará. Mas digo na mesma: a ninguém esta situação desagrada mais do que a mim e não estou a falar da trabalheira da publicação!

Julio Machado Vaz disse...

Sical,
Ámen!


Hangar,
Irra!, eu tinha feito o mesmo:).

Anónimo disse...

Prof. JMV,

A propósito da moderação dos comentários, não duvido que lhe tenha custado tomar a decisão que tomou. Mas, apesar das desvantagens óbvias, como a perda da interactividade, vejo também algumas vantagens. Desde logo, penso que temos mais debate e menos conversa. Nada tenho contra a conversa, nunca a recusei, mas tenho a ideia de que as (raras) crises que vivemos aqui no Murcon resultaram de conversas aparentemente inofensivas. Sem querer desenvolver muito o assunto, julgo que o problema do "chat" é que é mais pessoal, ao contrário do debate em que o que está em causa é a troca de opiniões e convicções, nada mais. Isto só por si me faz preferir a tertúlia à conversa, até porque, em regra, é mais enriquecedora. Com a moderação dos comentários, há também mais condições para uma maior ponderação dos mesmos, com ganho de qualidade((...pelo menos, é o meu desejo...

Julio Machado Vaz disse...

Gonçalo,
Claro que sou suspeito, mas não pude impedir-me de notar uma coisa... em mim:). Com este modelo venho intervindo mais do que o fazia. E isso dá-me prazer, confesso. O blog parece mais "focado", o que aguça o meu apetite para intervir. Mas lamento o fim das conversas laterais que tanto divertiam as pessoas, algumas das quais são já parte do meu quotidiano "blogosférico".

Anónimo disse...

Prof. JMV,

Só por isso, já valeu a pena(((!

É curioso que sinto que se está a passar o mesmo comigo, voltei a participar com a regularidade dos primeiros tempos. Ainda bem...para mim...e espero que para todos((((.

pp disse...

Prof,
obrigado :)
Abraço

Olhar disse...

Por vezes, mergulharmos no que cá por dentro vai, sabemos, não é tão simples como tratar das reservas, numa mão a carteira, noutra os bilhetes, fechar por momentos num saco bem atado o medo pânico de voar ou/e meter patolas a caminho... Partimos mas carregamos quase sempre connosco. Olhar&ver em sossego o interior dos recantos do mar pleno de vida no interior de nós para muitos, não é passeio frequente, quanto mais viagem...!, se calhar por isso, às vezes convém que nos apetrechemos o mais conveniente possível pois para águas profundas e, à falta de melhor..., temos que concordar, o peso do escafandro custa sempre a emalar:)

Anónimo disse...

andorinha 1:29 PM

"Fora-de-Lei, logo converso contigo, dizes aí coisas acertadas, o que é raro.:)"

My dear swallow, that's a natural result of my struggle for doing the right things instead of doing the things right... ;-)) (e, como vês, já estou a treinar para ir até à Austrália e Nova Zelândia)

pp disse...

Prof,
obrigado :)
Abraço

Anónimo disse...

viajar, viajar e viajar!!!!!!
qualquer que seja o motivo da viagem e qualquer que seja o destino (exterior ou interior) o que importa sao os frutos que colhemos da mesma.

Anónimo disse...

não quero fugir de mim própria, mas fazer umas férias para descansar de mim...acho que sim, precisava disso agora...mas como se faz isso sem corrermos o risco de nos perdermos?

noiseformind disse...

Corrigir-te Ju? Nem pensar!!!!!!!!!!
Quando muito explicitar melhor ; )


Portanto para quem conhecer a famosa browniana ; )))))) cá fica ; )))))))))))) é uma partícula que interage com todas as partículas de um fluído, um pouco como o Boss aqui com a gente (se bem que haja muita boa gente que gostasse que a interacção tivesse uma carga energética mais elevada ; )))))))))))) )

Mas não posso deixar de pensar que para a asserção de uma partícula browniana é preciso "tempo bastante" e muitas vezes é complicado meter um país em 15 dias ; )))))))) Sendo assim não acho que se perca tanto de "real" por a viagem ser organizada, mesmo que o "real" seja aqui um mínimo, uma ideia de evitar riscos ; )))))))))
No ano que passei entre Mogok e Madagáscar passei muitas semaninhas sem tomar banho, em terras onde as contas de supermercado se pagavam em pedras preciosas. Para mim foi uma experiência fabulosa, mas admito que para 99% da população a ideia de ter como casa de banho um matagal perto da estalagem e buracos nas paredes do quarto pq ela é feita com bambu não serão experiências próprias para qualquer espírito ; )))))))))

Dou o exemplo do Vaticano. Há lá tanta cultura que mesmo se uma pessoa se meter a falar com a guarda Suiça se vai sentir num museu ; )))))))))) Por exemplo este ano são os 400 anos do nascimento de Rembrandt. É óbvio que as viagens que farei à Holanda terão motivação cultural, há um núcleo cultural que depois pode ser alargado, isso não terá grande mal, ou terá? E por falar em Viagens à Holanda, alguém me arranja um charro? ; ))))))))))))))))))) puras razões medicianis me movem... claro ; )))))))))))))))))

nascitura,
Não tens de levantar a mão, nem tocar À campainha. E até o Porteiro é gajo porreta ; )))))))))))))))) aliás, o Porteiro mostra tremenda flexibilidade ao ser tb DJ, Barman, bibliotecário e Livro ; )))))))))))))

andré cardoso,
Essa dos carimbos orgulhosos já é moda que está a passar ; )))))))) mas há tribos piores, como as dos 40 albuns de fotos e das 8 horas de video ; )))))))))))))))))

Fora de lei,
Entre a Austrália e a Nicole Kidman/ Naomi Watts, que tb são australianas, as segudnas ganham por terem fauna bastante mais interessantes. O problema é arranjar o visto de entrada, ouvi dizer que é lixado. A facilidade com que se consegue o visto para a Austrália é mais ou menos a mesma com que se consegue franquia para "visitar" a Elsa Raposo ; )))))))))))))))))) loooooooooooool loooooooooooooooool loooooooooooooooool looooooooooooooooooooooool loooooooooool loooooooooooooooooooooooooooooooooooool

Gatomina,
Posso fazer uma sugestão? Envie a mala por correio e não a leve consigo. Olhe que irá descobrir que não fica tão caro assim ; ))))))))))))) E reduza a quantidade de roupa a 3 mudas, normalmente para onde se vai tb existem lavandarias ; ))))))))) ; ))))))))))))

Sical,
Essas dos filhos no banco de trás a decidir a rota é perigosa, espero que nunca lhes tenhas dado um mapa da Europa ; )))))))))))) looooooool looooooooool

Mas o que eu gosto mesmo é de viajar entre o sofá, a piscina, a sauna e a cama com uma compaignon de route igualmente despida. Afinal, o corpo humano é uma escultura da natureza, é por si só... "um bem cultural" ; )

Quanto a este modelo permitir uma maior intervenção do Boss e elevar a qualidade dos comentários, isso está mais que visto. ; )))))))))) como dizia o anúncio... PARA MELHOR MUDA-SE SEMPRE!!!!!

noiseformind disse...

Andorinha,
ISso de o fora não dizer coisas acertadas com frequência é uma inverdade. Agora, aceito que o que entre dois homens faça sentido para uma mulher posso não o fazer. Sem julgamento de critério de "certo" ou "errado". Digo apenas que "pode não fazer sentido" ; )))))))))))

lobices disse...

Prof. JMV,

A propósito da moderação dos comentários, não duvido que lhe tenha custado tomar a decisão que tomou. Mas, apesar das desvantagens óbvias, como a perda da interactividade, vejo também algumas vantagens. Desde logo, penso que temos mais debate e menos conversa. Nada tenho contra a conversa, nunca a recusei, mas tenho a ideia de que as (raras) crises que vivemos aqui no Murcon resultaram de conversas aparentemente inofensivas. Sem querer desenvolver muito o assunto, julgo que o problema do "chat" é que é mais pessoal, ao contrário do debate em que o que está em causa é a troca de opiniões e convicções, nada mais. Isto só por si me faz preferir a tertúlia à conversa, até porque, em regra, é mais enriquecedora. Com a moderação dos comentários, há também mais condições para uma maior ponderação dos mesmos, com ganho de qualidade((...pelo menos, é o meu desejo...
gonçalo at
2:03 PM

...........................


Gonçalo,
Claro que sou suspeito, mas não pude impedir-me de notar uma coisa... em mim:). Com este modelo venho intervindo mais do que o fazia. E isso dá-me prazer, confesso. O blog parece mais "focado", o que aguça o meu apetite para intervir. Mas lamento o fim das conversas laterais que tanto divertiam as pessoas, algumas das quais são já parte do meu quotidiano "blogosférico".
JMV at
2:19 PM

.......................

Claro que sim!... está óptimo

Julio Machado Vaz disse...

Noise,
Boss só há um, o Bruce e mais nenhum:).

mtc disse...

Good afternoon dear JMV and maralhal

Cantelães não desperta angústia, antes empurra para viagens interiores. Reconfortantes ou dolorosas, nunca monótonas.

Um sítio como Cantelães não pode provocar angústias :))
E essas viagens interiores... para mim são as melhores...apesar de um simples passeio à volta do quarteirão poder ser enriquecedor desde que feito com a mente aberta e o coração limpo... a vida pensada assim passa a ser uma viagem constante.
E muitas vezes as nossas viagens pelo mundo interior modificam a nossa percepção do mundo exterior.
Acho importante buscarmo-nos cá dentro...

PS: Gostei da ideia da viagem na Primavera à serra da Cabreira :))

Tilangtang disse...

gonçalo
- as pessoas que não ponderavam os seus comentários continuam a não ponderar, apenas não comentam porque têm medo de ser censuradas;

noise
- se tiver de levantar a mão então que seja para abrir o postigo e ter acesso directo ao trinco

julio
- é claro que acredito...gabo-lhe é a paciência

A Menina da Lua disse...

É bom viajar e fazer férias! muito bom mesmo! adoro ter aquela sensação de chegar a um sítio diferente...
Se bem que acompanhada na viagem, curiosamente gosto algumas vezes de descobrir as cidades sózinha, ao ponto de já me ter perdido em S. Francisco na Califórnia durante horas, por ter vontade de o fazer sozinha.Aliás o mesmo se passa quando visito uma galeria de arte ; para mim o acto de descoberta é muito solitário...mas depois é sempre mas sempre seguido de partida...
Com isto não afirmo que quando nos sentimos mal as viagens possam só por si resolver grande coisa; de facto continuamos a levar na mesma os problemas connosco. Para isso aconselho primeiro a viajar não para fora mas cá dentro, ao encontro de nós proprios; daquilo que verdadeiramente nos preocupa e afecta.

Mas tambem para a nossa própria introspecção devemos criar condições, sair de rotinas, sair de pressões e de stress, pelo que viajar tambem pode ser uma boa solução...ou seja tudo deve ser feito com sentido e tudo terá o seu sentido:)))

Anónimo disse...

Eu gosto de ver calhaus, como às vezes designo as construções antigas que chegaram até nós. E gosto de me rever nos calhaus, de me encontrar neles. Ouvi em Espanha uma vez um ouvinte numa rádio a explicar a diferença entre "turista" e "viajero", sendo que referia ser "viajero" há décadas e nunca ter comprado uma máquina fotográfica. Identifico-me com esta imagem, muito embora tenha a dita máquina. Perco muitas "boas" fotos porque prefiro encontrar-me na imagem em vez de a "eternizar". Como dizia algúem que conheci há muito, podem roubar-nos os registos escritos, mas nunca nos roubarão a memória. Eu estou convicto de que viajo, a maior parte das vezes, para me encontrar.

Anónimo disse...

Boas!

Hoje foi um daqueles dias que não me apetecia seguir a rota traçada mas continuar estrada fora para não interromper o prazer de estar comigo. Estava uma manhã linda, a música seleccionada e virgem e um horizonte a acenar…

andorinha disse...

Olá de novo!

Fora de lei,
Estava a brincar contigo, como percebeste.:)
Concordo contigo quando dizes que "muitas vezes existe a vontade de se mostrar aos outros que nos fartamos de conhecer mundo e que isso da crise económica a nós não nos afecta, pois isso é problema dos pobres...coisa que nós não somos."
Gosto das análises que fazes, normalmente muito pragmáticas.
And...keep on practising...:)

Sical (1.45)
Excelente análise da "coisa".

Gonçalo (2.03)
Estou totalmente de acordo. A única desvantagem deste sistema é uma certa perda de interactividade, mas isso é largamente contrabalançado pelo facto do nível dos comentários ter melhorado substancialmente. Também não é de admirar - o "lixo" é filtrado logo à nascença, só o Júlio é que o lê...
E ainda bem que voltaste a participar com a regularidade dos primeiros tempos, fazias falta aqui, já te disse isso uma vez.:)

Concordo com o que disse o Noise -"Quanto a este modelo proporcionar uma maior intervenção por parte do Júlio e elevar a qualidade dos comentários, isso está mais do que visto."
A diferença é abissal, só não vê quem não quiser.Mais uma vez se enganou redondamente quem previa que o Murcon com este sistema iria ser uma sensaboria e um espaço de bajulação.

Noise (3.21)
"Agora, aceito que o que entre dois homens faça sentido, para uma mulher possa não o fazer."
Não me provoques.:)))))))))))))))
E tens alguma coisa que te meter nas minhas conversas com o Fora de lei?:)))

Anónimo disse...

Nascitura,

Não quis dizer que a moderação dos comentários "trouxe" a ponderação aos comentadores habituais((. Nada disso!!!
No entanto, por o comentário não ser imediatamente publicado, pese embora o esforço do Prof.,talvez isso possa permitir ainda mais reflexão, sem se perder nunca a espontaneidade.

Anónimo disse...

A Federação Europeia de Alojamento Histórico foi criada com o objectivo de juntar no mesmo projecto europeu as cadeias de estabelecimentos de hospedagem turística que, através dos seus membros, evocassem o património histórico, cultural e arquitectónico de cada país. Estas opções de alojamento, desde hospedarias de aldeia ao esplendor de castelos ingleses - reflecte, à sua maneira, uma paixão pela autenticidade e um respeito comum pela sua herança cultural.

É hoje possível partir à descoberta de 10 séculos da história europeia, numa jornada guiada pela Federação, na certeza de que encontrará em todos os lugares onde decidir alimentar o corpo e o espírito ou simplesmente pernoitar, conforto, originalidade e singularidade. Pode escolher, por exemplo, entre uma mansão renascentista em França ou um mosteiro tranquilo nos campos de Itália; um palácio do séc. XIII em Salzburgo ou uma elegante e histórica casa de turismo de habitação inglesa; uma pousada em Portugal ou uma aprazível estância espanhola; uma casa nobre dinamarquesa ou um pequeno hotel sueco, à beira de um lago.

Para este início de 2006, propomos uma viagem à Murconlândia...!

Julio Machado Vaz disse...

Andorinha,
Por uma questão de justiça: até hoje só bloqueei publicidade, nem um só comentário.

andorinha disse...

Júlio,
Sendo assim, melhor ainda.:)
Significa que não tem lido disparates e que o maralhal está a comentar com mais ponderação e fair-play.
Todos lucramos com isso.

A Menina da Lua disse...

Professor

Sabe que eu suspeitava disso?
Eu própria já tinha pensado nisso e estava até curiosa com essa possibilidade. O que mostra que ninguem tomava posições e fazia abordagens sem consciência do que fazia e quais as suas implicações junto dos outros participantes...mas tambem devo dizer que se perdeu um pouco daquela "adernalina" de trabalhar no "arame sem rede" que muitas vezes faz falta para dar-se o salto para os desafios da vida.

Estou no entanto em acordo com quase todos: Lubices, Gonçalo, Andorinha que se ganhou em mais e melhor participação, começando com a vantagem de o termos a si próprio a nos dar mais respostas e atenção...é só mimos:)))

Anónimo disse...

“Reconfortantes ou dolorosas, nunca monótonas”.
Das viagens interiores não se fazem férias. Não há fugas. Há problemas quando não somos capazes ou não sabemos digerir-nos. Para férias do corpo julgo que um sono reparador e descansado são suficientes, desde que aliados a uma actividade que combata o sedentarismo (penitencio-me). Para as férias do espírito não há como conseguirmos tempos e zonas para os silêncios individuais. Serão dolorosos ou reconfortantes, mas são a única hipótese de nos encontrarmos connosco. Muitas vezes vivemos tão alienados num dia a dia voraz, que nos esquecemos que existimos como seres únicos e irrepetíveis. As férias são frutíferas quando são o tempo da percepção do nosso próprio reencontro.

Anónimo disse...

Andorinha,

Antes de ler o último comentário do Prof. ia justamente dizer o mesmo, em jeito de feeling, com a moderação dos comentários, penso que passou a haver uma espécie de auto-selecção, no sentido em que só envia comentários quem quer realmente comentar((.

Manolo Heredia disse...

Um ano depois do nascimento do Murcon foi instituída a censura no mesmo. O “dono” do “espaço”, de lápis azul em riste, desatou a impedir a publicação dos comentários que ele considera incompatíveis com “espaço”.

Estamos, num laboratório de comportamentos. Houve necessidade de introdução de censura e esse facto é o mais relevante da vida do “murcon”.
Por isso me admiro que não tenha havido ninguém a assinalar esta ocorrência nestes devidos termos.
Penso que ninguém considera a censura como um acto reprovável à priori (toda a gente concorda, por exemplo, que se deve censurar informação de caris pedófilo ou nazi).

Também prevejo que esta medida vá elevar o nível da conversa que por aqui se faz. O que, a verificar-se, será também um facto relevante numa eventual análise que venhamos a fazer do tipo “Balanço da actividade no Murcon, um ano depois”.

Professor; pegue na batuta, o senhor aqui também é cobaia!

LR disse...

Como em tudo, há um meio termo onde está a medida ideal.
Mas eu concordo em absoluto: também não me identifico com o espectáculo actual dos viajantes compulsivos, que só coleccionam carimbos no passaporte, como alguém dizia, ou selos na mala de viagem...como antigamente (e que giras que eram!!!)
Acho que todos conhecemos bem esses turistas, que merecem 100% o epíteto, e não passam a mais das vezes por conhecer senão os locais fabricados para eles próprios (e não realmente os países, as cidades, as gentes, etc).
Viajar assim não é viajar: é mudar o corpo de sítio, comer "a palha" que nos oferecem.
Só conheço 2 maneiras de viajar bem: ou partir à absoluta aventura, em entrega antecipada a tudo o que vier; ou preparar bem o que se vai ver, saber o que vale a pena, interiorizar a experiência de forma a que tudo não seja uma vertiginosa passagem à vol d'oiseau, que nada acrescenta à nossa vida nem a nós.
(Que não se tome isto como ofensa, que o não é!!! Mas sabem como é conhecido certo grupo mto típico de gente que povoa, Ano Novo e Carnaval, as estâncias de inverno (ski) à procura de show-off? Todos vestidos a rigor e com marcas XPTO? Pois...como na maioria são oriundos da invicta, chama-lhe os "porto-riquenhos"!!! Infelizmente o nome está bem achado, mas a geografia é, em absoluto, completamente nacional...)
Pois é...visitam o Louvre, mas não sabem o que estão a ver. Visitam Nova Iorque, mas não passam da 5ª avenida. Vão a Cuba, mas não sabem os bares por onde passou o Eça e ficam-se por Varadero....e um sem fim de exemplos do género!
Conhecem o Vaticano, mas não a Sé de Braga; conhecem Baqueira Beret, mas nunca foram a Sortelha; navegam no Danúbio, mas nunca deram 1 passeio no Guadiana; foram a Versalhes, mas nunca viram a Biblioteca Joanina; viram a Gioconda mas certamente nunca os Painéis de S. Vicente nem as Tentações de Sto. Antão!

AGORA..também não exageremos. Viajar é uma boa escola de vida, para quem não viaja obrigado e não quer coleccionar carimbos.
Sobretudo se viajar na hora certa, para relativizar o pequeno mundo em que se cresce (e acho que uns passeios na juventude marcam para sempre positivamente 1 pessoa. Não descansei enquanto o meu rebento mais velho não fez um inter-rail.
Conhecer outras pessoas, observar experiências, muda-nos interiormente, sim senhor!!! E ainda bem.
Por mim, adoro o meu canto e o meu Portugal, que tento há muitos anos conhecer melhor (e é 1 tarefa imparável!)
Mas confesso que tenho pena de não poder sair tanto quanto me apetece deste rectângulo. Revisitar certos locais inesquecíveis (a outros dispensava voltar)e conhecer outros: India, China, Perú...
Ai, ai, algum dia há-de ser!

Acho de facto MESMO que o melhor está no meio termo!!!

Anónimo disse...

Noise (3:21)

Eu estou habituado a ver e ouvir o termo inverdade a partir de politicos pseudo-profissionais, mas esses são aldrabões convictos e militantes.
Como V.Exa., caro combloguista (espécie de concidadão em blogues), é para mim pessoa credível, elucide-me: que é inverdade?
Deste já atenciosamente grato pela resposta que vier a receber de vocência, etc. etc. etc.
:):):):):):):)

Anónimo disse...

“… cada vez mais me encanta aprofundar recantos favoritos…”

Não me canso de os fotografar,… de todos os ângulos, a horas diferentes, ao longo do ano. Antes da tela, antes da celulose, antes da prata, impressionam cá dentro. A beira –mar é para mim um colo- Há uma pedra, de um paredão, onde me sentada a contemplar o mar, a ler histórias e sei lá mais o quê. Sei que era aquela. Ás vezes está anos soterrada outras fica a salvo das mares. É bom saber que ela está lá, mesmo que a não veja.


(Aquela do Eros... ainda está a destilar: misturar Fernando Pessoa e Mitologia...)

Bons sonhos!

Anónimo disse...

Júlio leste alguma coisa do Chuck Palahniuk? Se sim qual é a tua opinião sobre um dos melhores autores a escrever sobre a sociedade de hoje?

Anónimo disse...

E não será por vezes necessário fazermos férias de nós próprios e de tudo o que nos rodeia?

Anónimo disse...

E por vezes não teremos mesmo necessidade de fazermos férias de nós próprios e de tudo o que nos rodeia?

Anónimo disse...

Ah, nós vimos astros
E ondulantes caudais; também areias vimos;
E, mau grado alguns choques e abruptos desastres,
Por vezes enfastiámo-nos, tal como aqui.

Le Voyage, Charles Baudelaire

Também concordo, Conserto

Anónimo disse...

Não sei se é sonho, se realidade,
Se uma mistura de sonho e vida,
Aquela terra de suavidade
Que da ilha extrema do sul se olvida.
É a que ansiamos. Ali, ali
A vida é jovem e o amor sorri.

Talvez palmares inexistentes,
Áleas longínquas sem poder ser,
Sombra ou sossego dêem aos crentes
De que essa terra se pode ter.
Felizes, nós? Ah, talvez, talvez,
Naquela terra, daquela vez.

Mas já sonhada se desvirtua,
Só de pensá-la cansou pensar,
Sob os palmares, à luz da Lua,
Sente-se o frio de haver luar.
Ah, nessa terra também, também
O mal não cessa, não dura o bem.

Não é com ilhas do fim do mundo,
Nem com palmares de sonho ou não,
Que cura a alma seu mal profundo,
Que o bem nos entra no coração.
É em nós que é tudo. É ali, ali,
Que a vida é jovem e o amor sorri.

Fernando Pessoa

Sempre que tenho oportunidade analiso este poema com os meus alunos e eles concordam com a conclusão do poeta.
Mas depois vêem a publicidade.... e as vedetas instantâneas da TV a darem entrevistas numa praia de águas transparentes, num "resort" qualquer da República Dominicana (ou de outro qualquer lugar igualmente "paradisíaco"), suficientemente longe dos bairros populares para que o plano da fotografia não apanhe qualquer sinal da pobreza circundante....
E pronto: quando crescem, transformam-se em turistas de pacotes pré-embalados pelas agências de turismo que têm por função vender esse tipo de sonhos...ou alienações...


Lena b

Pamina disse...

Boa noite.

Também podia referir casos como o relatado pelo Fora de Lei (12.27) e concordo que o actual frenesim das viagens, em certas camadas mais endinheiradas do que cultas, é uma manifestação de novo-riquismo.
Este tipo de pessoa, naturalmente, não está muito interessado em descobrir a alma de determinado local e escolhe-o como destino, apenas porque ele está na moda. No outro dia falei com conhecidos que tinham estado num sítio em voga, no México, e a única coisa que me souberam dizer foi que "ficaram muito desiludidos com a praia, porque estava muito suja". Nem sequer sobre a gastronomia tinham grandes comentários a fazer.

Também concordo com o Sical (1.45). Essas são as melhores viagens. Tive a sorte de fazer muitas com os meus pais na minha infância e adolescência, em Portugal e pela Europa, pois o meu pai também adorava conduzir. Fazíamos tudo sem correrias e, quando saíamos de manhã dum local, não sabíamos ainda onde iríamos dormir nessa noite. Não me lembro de comprarmos bugigangas para turistas. Eu comprava sobretudo discos e livros e, às vezes, aproveitávamos para ver filmes proibidos em Portugal ou que não passavam cá (vi o "Quiet days in Clichy", mas não Noise, não eram propriamente desses:)). Ainda me lembro da emoção que senti quando vi o "Z" do Costa-Gavras e da conversa depois, com os donos do hotel onde costumávamos ficar, sobre a situação em Portugal e na Grécia. Desculpem estas considerações, talvez demasiado pessoais, mas o Sical tocou num ponto sensível, pois foram tempos muito felizes. No fundo, acho que o importante mesmo era estarmos os três juntos sem horários, pois habitualmente o meu pai trabalhava muito.
Nessa época ou depois, nunca fiz uma viagem "em pacote" e não me imagino a fazer. Neste momento, não tenho grandes planos, mas há 2 ou 3 países europeus aonde gostaria de ir a curto prazo. Sem pressas.

Fora de lei,
Espero que concretize o sonho de ir à Austrália.

Quanto ao Murcon, também concordo. Está, sem dúvida, melhor assim. Se nem sequer tem sido necessário "eliminar" comentários, então não andavam por aqui muitos espíritos verdadeiramente perturbados, pois esses não se saberiam auto-controlar…

Anónimo disse...

Viajar é amar o mundo...
Não concordo que estar no mesmo sitio seja bom para a alma...
Fad

andorinha disse...

ameninadalua (7.52)
Não acho que se tenha perdido um pouco daquela adrenalina de trabalhar no "arame sem rede", como dizes.
É apenas uma fase diferente em que o que se ganhou é muito mais do que aquilo que eventualmente se perdeu. Podemos sempre conversar uns com os outros, não existem é aqueles "chats" infindáveis que às vezes se arrastavam horas a fio e aqui entre nós que ninguém nos ouve:), não tinham interesse nenhum.
Atenção que não estou a criticar ninguém, pois também eu, uma vez ou outra, alinhei nisso.
Mas agora a tertúlia está muito melhor, sem dúvida. E como diz o Noise - "Para melhor, muda-se sempre.:)

Gonçalo (7.59)
Penso que é isso, passou a haver uma auto-selecção e só participa quem quer realmente comentar.

P.S. Não estás a fazer os "smileys" todos ao contrário???
Olha que assim o sentido do que dizes fica deturpado.:)))

Anónimo disse...

Pois...
Toda a vida disse isso no meu blog, mas o meu blog não é famoso nem parte à desfilada de link em link. Está p'ráli. Pousios de quem traz dentro a felicidade completa da infância e não veio aos blogs em busca de amigos. Morrer só, como se nasce. Tal como esperar, observar é virtude máxima.

Inês Alva
azimutes.

Vera_Effigies disse...

Boa noite!
Quanto ao post
O tema é convidativo para quem não vê férias há anos.
Em miúda sonhava conhecer o mundo e pensava “quando for grande vou ser rica e hei-de conhecer a Escócia, Grécia, Itália, o Reno os castelos e a história que brota em cada gota daquele rio, o verde que o circunda… A “cidade luz” era também um objectivo, mas mais remoto. Visitei Paris de fugida com uma filha a atiracolo, carregada de sacos, saquinhos e sacolas.. (bahhhhhhhh), muito rápido e demasiado cansativo. Quando regressei precisava de um mês de férias. Fiz uma viagem longa sozinha, depois disso… Fi-la sem contar foi muito bom, senti-me como nunca. Rever irmãos (pais) e sobrinhos da minha idade que mal conhecia. Vinte e três dias a dormir menos de meia dúzia de horas porque no dia seguinte o itinerário era de loucos. As viagens foram terríveis, muitas horas de voo, o azar de fazerem manutenção á ave com os passageiros dentro numa das escalas…Uma trapalhada. Voltaria a fazê-la para revê-los, mas pensar na viagem ia dar-me insónia.
Sou serrana, não há cura.
Férias eu chamo a outra coisa. Férias são dias em que, deixo de usar relógio, comida é quando o estômago pede, adormecer se faz ao som das relas e dos grilos, acordar é com os pássaros felizes por estarem vivos.
Prefiro-as no meu canto. Onde o meu olhar vagueia nas montanhas e eu me perco a pensar em tudo e em nada. Abro as jaulas dos fantasmas dos medos e ocupo-as com a vida que pulsa em cada ser que me rodeia. Torno-me sentidos gravo imagens, sons, cores, texturas, perfumes únicos... Caminho, leio, nado e faço as minhas descobertas. Sempre novas.

MJ

Anónimo disse...

Não quero, não

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Quero um cavalo só meu,
seja baio ou alazão,
sentir o vento na cara,
sentir a rédea na mão.

Não quero, não quero, não,
ser soldado nem capitão.

Não quero muito do mundo:
quero saber-lhe a razão,
sentir-me dono de mim,
ao resto dizer que não.

Não quero, não quero não,
ser soldado nem capitão.

EUGÉNIO DE ANDRADE

Anónimo disse...

Ainda sobre a moderação dos comentários: para aqueles e aquelas que não têm acesso ao mail do Prof, é uma forma de lhe dizerem "em privado" algumas coisinhas. Digo eu :)

Tá certo!

Anónimo disse...

Antes de desistir vou tentar mais uma, a 3ª é de vez... ou não

Não tenho conseguido entrar nas poucas vezes em que tentei, ( nabo ) o que vale é que ler consigo e o gozo é muito maior do que a escrever

Hoje ao ler o que escreveu o Professor, saltou-me logo à ideia a Balada do Desespero do Pedro Barroso, corremos tanto para parecer e tão pouco para ser...


"...depois à noite porreiro
caminhaste na avenida
muito fresco e prazenteiro
com a pança bem comida
às vezes de um frango inteiro
que não és homem dos fracos
dos fracos não reza a história
e o Silva é alguém na vida
homem de bem de memória
contabilista da firma
tal e tal rua da Glória
- sempre que quiser já sabe
uma casa às suas ordens ..."
( Cantos Falados de Pedro Barroso )

Já viagei muito mesmo estando parado num espaço onde me entretanho num " hobby" e nem é preciso passaporte ;-)

Fiquem bem
Paulo G

Anónimo disse...

ou algo assim como a "A Passagem" de Ledo Ivo? :
"Que me deixem passar - eis o que peço
diante da porta ou diante do caminho.
E que ninguém me siga na passagem.
Não tenho companheiros de viagem
nem quero que ninguém fique ao meu lado.
Para passar, exijo estar sozinho,
somente de mim mesmo acompanhado.
Mas caso me proíbam de passar
por ser eu diferente ou indesejado
mesmo assim eu passarei.
Inventarei a porta e o caminho
e passarei sozinho".

Anónimo disse...

Pamina
Se me permite a ousadia, e se ainda não conhece, Praga é uma cidade a visitar com calma e com olhos de ver e ouvidos de ouvir. Jantar num pátio ao ar livre (Verão) e ouvir um óptimo trio de jazz de lá, e em qualquer lugar, vale uma viagem ao interior de nós.
Uma das constantes de viagem é, para além de trazer pelo menos um livro sobre a cidade que visito, trazer um livro de culinária. Cozinhar algo a partir daí é que é mais dificil, mas a minha mulher sempre salva a honra do convento.
Sobretudo gosto,sempre que possível, "ver" as gentes locais.Ás vezes é tarefa dificil pela lingua que falam sem a ponte do inglês.
Permitam-me um episódio. Um dia fui a Castelo Mendo. Enquanto fotografava e conversava, fui inquirido sobre de onde vinha, porque me acharam curioso sobre tudo lá no sítio. E satisfeita a curiosidade, do lá longe no meio do mar, perguntou-me: E como é que vocês sabiam que a gente estava aqui?
Castelo Mendo ficou no meu coração. Isso fiquei a saber. A localização no mapa já conhecia.

A Menina da Lua disse...

Andorinha

Já não se pode dizer uma gracinha:))

Mas olha que por vezes tinha muita piada os teus acesos "combates" com alguns deles...e tu não te ficavas:)))

Mas confesso tambem que me movo muito melhor em ambientes de maturidade; as agressividades fortuitas incomodam-me imenso...são fragilidades que não sei ultrapassar:)))

Anónimo disse...

agora as viagens (quase) só têm um sentido.
De ida.
As de volta, possíveis, costumam fracassar.
E como sabemos a vida é em frente!

Anónimo disse...

Tretas, meus caros!

Há um verso de Cesário Verde do conhecido e emblemático poema "Semntimento de um Ocidental" em que ewle diz:
"Paris, Berlim, S.Petersburgo, o Mundo...".
Quando há anos estive em S. Petersburgo, repeti, muitas vezes, para mim, esse verso, pois quando muito jovem, nunca imaginei poder , como pude, não por razões apenas turísticas, fazer o périplo das cidades enunciadas no verso.
Também Viena, Roma, Verona,Ssalzburgo, Praga, Budapeste, a inimitável Veneza, a velha Atenas, são imprescindíveis a um confronto com o nosso imaginário. Alghumas delas já visitei e confrontei-me com o mito que transportava e o "agora".
Mas isso são lições de MUNDO. Algumas boas. Reconheci imediatamente "a Ponte dos Suspiros", em Veneza, como dse já a tivesse conhecido. Fiquei surpreendida com as pequenas dimensõpes da Mona Lisa, no Louvre.
Mas não pensem que não fui a Petra, na Jordânia, atravessando a cavalo -guiada por um jordano devidamente paramentado, o desfiladeiro que desembocava naquelas maravilhas de pedra rósea.
Estocolmo, Oequim, Tóquio, os nossos ex- Macau e Goa, tudo me atrái.
O que menos me atrái são os brazis e a americanica, canadás inclusos. Londres já conheço of course. Imperdível.
BOTEM-SER NO MUNDO; GENTE!
Têm todo o tempo depois, para as viagens interiores...
LISA

Moon disse...

Bom dia!

Viagens...
Viagens ao interior de nós...São optimas! Às vezes é mais fácil não embarcar nelas porque nos obrigam a enfrentar medos, reviver alegrias, tristezas, olharmo-nos olhos nos olhos e a nú... E o'strip-tease' psicológico é muito mais difícil que o fisíco. Uf... Sé é...!
Mas as viagens ao interior de nós próprios acabam por se revelar expedições inesquecíveis. Desgastantes... mas muito gratificantes.
A descoberta de uma "terra" sem mapas, sem fronteiras...
Há quem se perca, há quem desista, há quem regresse com um novo olhar e há quem se prometa voltar...

Renovo o meu brinde de Ano Novo: ÀS DESCOBERTAS, A NOVAS DESCOBERTAS!

E, claro, a tudo o que nos possa tornar melhores Homens e Mulheres.
Descobrir os outros também é importante, porque fazem parte do nosso mundo e descobrir o mundo (o que nos rodeia) é estarmos presentes e não ausentes, não alheios, não indiferentes.
Eu sei que sou um pouco idealista (demais) mas acredito com toda a força que cada pessoa, se quiser, pode fazer a diferença. Cada um de nós pode ser uma gotinha e não esquecer que muitas gotinhas juntas formam o oceano:)

Um dia de sol (que é o que está aqui em Braga) para todos.
Ponham um sorriso no rosto e vejam que ficam mais bonitos:)))))))

Julio Machado Vaz disse...

Paulo G.,
Palvra que só chegou um comentário!

Sical,
Não fale em Praga que me dá vontade de ir a correr para o aeroporto:))))).

andorinha disse...

Boa tarde.

Sical (12.59)
"Praga é uma cidade a visitar com calma e com olhos de ver e ouvidos de ouvir."
Se é!!! Estive lá há dez anos e está na altura de a revisitar. Vale mesmo a pena "perdermo-nos" por lá.

Ameninadalua (1.02)
Claro que se pode( e deve) dizer uma gracinha.:))
"...os teus acesos "combates" com alguns deles...e tu não te ficavas.:)"
Pois...tenho um espírito combativo.:)
Mas, tal como tu, sinto-me muito melhor ( e sobretudo aprecio muito mais) em ambientes de maturidade. Até porque combates estéreis são desgastantes e não levam a lado nenhum.
Gosto mesmo é de "tertuliar".:)