Se ainda continuam a comover-nos as desventuras e proezas daquele cavaleiro andrajoso de La Mancha é porque algo tão risível como a sua luta contra os moinhos de vento revela uma desesperada verdade da condição humana.
Ernesto Sabato, Resistir.
56 comentários:
Anónimo
disse...
Os Impostores da Esquerda! Enric Marco, Catalão,de 84anos, durante toda a vida proclamou-se herói da Guerra Civil e antigo deportado no campo de concentração nazi de Flossenburg. Escreveu livros, deu conferências, recebeu a mais alta condecoração catalã e foi aclamado no Parlamento de Madrid. A farsa foi descoberta e ele confessou. Na Alemanha só teve como trabalhador voluntário! A campa da Catarina Eufémia foi comprada pelo PCP, para fazer o espectáculo anual, visto que a família não concordava. A verdade é que a Catarina trabalhava num bar no Cais do Sodré e era esperta. O GNR que a matou era seu cliente e não gostou de saber que ela estava grávida dele. Quer saber de mais farsas? www.riapa.pt.to
E querem lá ver o Senhor Professor a ir ao cinema sozinho. Bem, eu gosto. Não, não estou a falar de si. De ir só ao cinema, bolas, de ir sozinha ao cinema. Mas o Professor?! Confesse lá:)... Tem medo de desiludir as fãs:)? Ou,... "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida" Vinicius de Moraes Abraço,
...Júlio: "Resistir" será um "bem" ou uma "necessidade"?... ...será que as desventuras desse andrajoso cavaleiro ainda nos comove? ...será que, perante tantos e tantos moínhos à nossa frente, ainda temos tempo de pegar em armas e lutar contra eles? ...então, ...penso que "resistir" é um "bem" e não uma necessidade; é um "bem" que devemos preservar e manter o mais junto de nós possivel; não perder esse "bem" de forma a tê-lo sempre à mão de semear; manter esse "bem" como um bem de primeira necessidade... ...porque, na verdade, resistir AINDA é uma necessidade!... abraço
caríssimo prof! eu sou fã de ernesto sabato, por influencia da minha amiga argentina marta... resistir será certamente a minha próxima leitura. já leu o túnel? é de uma beleza que até dói! namasté!
Pois, um pouco como o Sto. António a pregar aos peixes. Apesar de o nosso sentimento o poder ser, a nossa vontade não é, sempre, soberana. E existem os grupos de pressão e de interesse. A menos que tenhamos o nosso, bem organizado e motivado, nada feito. A isto chama-se, como deve calcular, política.
João Nascimento, e porquê tristes figuras? Dizer o que nos apetece, mostrar o que nos vai cá dentro será uma triste figura? A blogosfera, para alguns, tem a capacidade de provocar a exposição de fragilidades que doutra forma ficariam enclausuradas. Poucas pessoas expõem os seus tendões de Aquiles.
Poucas pessoas expõem os seus tendões de Aquiles. Na blogosfera fazem-no duma forma mais liberta e combatem contra esse seu outro lado que é tão autonomo quanto incompreensivel Talvez por isso a busca de nós seja tão desesperante e por vezes inglória. Conforme os ventos...
"No seu tempo, Gudo foi mestre do imperador. Contudo, tinha o hábito de viajar sozinho como um mendigo vagabundo. Certa ocasião, ia ele a caminho de Edo, centro cultural e político do chogunato, encontrou-se nas vizinhanças de uma pequena aldeia chamada Taquenaca. Era ao anoitecer e caía forte bátega de água. Gudo estava encharcado. Tinha as sandálias de palha desfeitas. Já perto da aldeia, numa casa de camponeses, reparou em quatro ou cinco pares de sandálias pendurados à janela e resolveu comprar um par de sandálias secas. A mulher que lhas entregou, vendo-o tão molhado, convidou-o a passar a noite em sua casa. Gudo aceitou, agradecido. Entrou e, frente ao altar da família, recitou uma sutra. Depois, foi apresentado à mãe e aos filhos da mulher. Observando que toda a família parecia angustiada, Gudo quis saber o que os afligia. – O meu marido, – explicou a mulher, – é um jogador e um bêbedo. Quando lhe acontece ganhar, bebe e fica insuportável. Se perde, pede dinheiro emprestado aos outros. Às vezes, quando está mesmo a cair, nem sequer vem a casa. Que hei-de eu fazer? – Vou ajudá-lo, disse Gudo. – Aqui tens algum dinheiro. Arranja-me um galão de bom vinho e coisas boas para comer. Depois podes recolher-te. Ficarei a meditar junto ao altar. Quando o dono da casa voltou, perto da meia-noite e muito embriagado, bradou: – Ó mulher! Já cheguei. Tens alguma coisa que se coma? – Tenho eu, disse Gudo. – Fui apanhado pela chuva e a tua mulher teve a bondade de me acolher por esta noite. Em paga, comprei vinho e peixe, de modo que bem podes aproveitar. O homem ficou encantado. Bebeu logo o vinho e deitou-se no chão. Gudo sentou-se a seu lado, a meditar. De manhã, quando o dono da casa acordou, tinha esquecido o que se passara na noite anterior. – Quem és? De onde apareceste? – perguntou a Gudo que continuava em meditação. – Sou Gudo de Quioto e vou de viagem para Edo. O homem ficou envergonhadíssimo e desfez-se em desculpas perante o mestre do seu imperador. Gudo sorriu. – Tudo nesta vida é transitório, explicou. – A vida é muito breve. Se continuas a beber e a jogar, não te restará tempo para realizar seja o que for, além de que trarás sofrimento à tua família. A percepção do homem foi então despertada, como de um sonho. – Tens razão, – exclamou. – Como poderei alguma vez pagar-te tão precioso ensinamento? Deixa-me acompanhar-te e levar as tuas coisas um pouco do caminho. – Se quiseres, – assentiu Gudo. Partiram ambos. Após terem caminhado cerca de cinco milhas, Gudo disse ao homem que regressasse. – Só mais cinco milhas, – pediu ele. E prosseguiram. – Podes regressar agora, sugeriu Gudo. – Depois de mais outras dez milhas, – replicou o homem. – Regressa agora, - disse Gudo, após terem percorrido as dez milhas. – Seguir-te-ei por todo o resto da minha vida, – declarou o homem. Os actuais mestres Zen japoneses provêm da linhagem de um famoso mestre que sucedeu a Gudo. O seu nome era Mu-nan, o homem que nunca voltou atrás."
Concordo plenamente com o que Yulunga disse. De facto, muitas vezes as pessoas têm medo de mostar aquilo que são, de assumir os seus próprios sentimentos, as suas fragilidades... Desistem, até. Depois sofrem, se sofrem!!! Ou então, preferem esconder-se sob uma capa daquilo que gostariam de ser.
Mas o sofrimento ... esse mantêm-se...:((
abraço Peixe Lua
ps:((((( É triste saber que ainda existem pessoas que dizem que "mostrar o que nos vai cá dentro será uma triste figura?"
Peixe Lua, atenção que o que o João Nascimento disse não foi isso. Eu é que lhe perguntei se ao andarmos aqui a escrever o que nos vai cá dentro seria fazer triste figura.
Meu caro Lobices, Tem toda a razão. Resistir é uma necessidade, se ainda acreditamos que a nossa "vocação humana" é a que não oferecia dúvidas aos Antigos - a busca do Bem e do Belo:). A partir de dentro...
Yulunga, ainda bem que retrucou. Peço desculpa. Porém, na nossa sociedade, todos os dias, nos deparamos com pessoas que assim pensam. Que vivem do parecer. Ou não é verdade?
Basta estarmos vivos e sermos inconformados e lúcidos para, já com o peso da idade, morrermos conformados e obtusos.;)
Mas, nada é em vão, ainda que pareça, a dado momento, risível. Porque os moínhos de vento existem e podemos encontrá-los um pouco por todo o lado, é urgente resistir. Vencer as inércias. Lutar pelas causas que nos parecem justas e óbvias.
Peixe Lua, não me referia a viver do parecer mas a calar as nossas fragilidades. Pode ser perigoso expô-las mas ao as admitirmos e falarmos delas estamos a combater aquilo que são os nossos fantasmas. E não há nada que pedir desculpa. Terá sido uma leitura rápida e isso sucede a todos
to Júlio at 2.13 pm Acredito que ninguém o aturasse naquele estado!:))))) Eu também estive insuportável o dia todo. Neste aspecto devemos ser dois casos perdidos, já não há nada a fazer.:(
Não concordo muito contigo. Penso que não devemos andar a mostrar as nossas fragilidades a torto e a direito.Houve alturas na minha vida em que fiz isso e dei-me mal. Às vezes teremos que as camuflar. Haverá sempre pessoas que tentarão tirar partido dessas nossas fragilidades e então cabe-nos a nós não lhes darmos esse trunfo de mão beijada. Com os amigos sim, aí poderemos tirar a máscara... Mas demorei bastante tempo a aprender isto.
A triste condição humana absrove o pensamento humano do ocidente durante séculos. Somos tão obsecados pela condição humana (ou falta dela) que não conseguimos ver a verdadeira descondição humana: nós próprios. Díficil de compreender? talvez não. Recentremos a discussão. Basta-nos sermos os moínhos de ventos deste mundo. é isso, sejamos moínhos de ventos. Vejamos o mundo dessa perspectiva. Conseguem imaginar?
Andorinha, não te vou dizer nada que não seja mais um lugar comum, mas mais perigoso que um estranho ou um inimigo é um falso amigo. E neste caso sei bem do que estou a falar. Aprendi? Talvez. Manterei o mesmo comportamento pela vida fora? Com algumas arestas limadas sem duvida, mas basicamente será o mesmo. Poderei moldar-me mas nunca modificar-me. Não quero desconfiar da minha sombra nem julgar todos pela mesm bitola. Gosto de poder continuar a acreditar nas pessoas.
Andorinha, hoje estou assim: lamechas, frágil e patareca. O regresso de viagens deixa-me sempre vazia, com um aperto no peito e com uma sensação de solidão imensa. Passará daqui a uns dias e então poderás novamente ficar de boca aberta ;-) Voltarei à normal conversa de Cais do Sodré, citando um fã meu
Bem... realmente vem aqui pela primeira vez desde Quinta-Feira e o blog parece ter dado uma volta de 180º
O nro de comentadores diminuiu drasticamente, bem como o nro de comentarios, que se tornaram repetições de frases por 3 ou 4 participantes. O que mostra que para um blog ter sucesso não basta o Autor, também muito depende de quem participa no blog
Portocroft, por acaso foi a primeira coisa que li mal regressei. A curiosidade era tanta que até dava comichão. As pessoas confundem o sentido de tudo o que se diz e acabam por se enlear na pouca corda que lhes damos. Falar de sexo sem pudor é uma coisa, aporcalhar a conversa... é outra. Já esperava.
Boa tarde maralhal Hoje não me apetece comentar. Hoje apetece-me apenas ser um moinho de vento e não lutar contra eles. Há dias assim...enfim... Pois, mas há moinhos de vento bem caiados por fora e luxuosos por dentro. E quem se atreverá a rir deles? :))
oh Portocroft O Sancho é um elemento fundamental na história. Que seria do D Quixote sem ele? Acho, que no mínimo, nunca regressaria a casa. E "o desesperadamente em busca de nós" às vezes está tão próximo, mas insistimos sempre em o buscar algures. Coisas da condição humana (dizem) :)
Dizem? Se 'dizem', quem sou eu para contrariar?;)))) Eu sou apenas o Sancho Pança. ;)
Agora, fiquei contente, sabe? Como se não bastasse a Comissão Europeia estar nas mãos dum, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ficou nas mãos doutro. Em Portugal o Sócrates dá cartas. O que têm todos em comum, para além de serem portugueses?
...to PortoCroft at 8.13 PM: ... ...não acredito! ...tu não me digas que os 3 são do BENFICA!...... xiiiiiiiiii, nem um do Porto ou do Sporting?... ...Sócrates a mandar em Portugal ...Barroso a mandar na Europa ...Guterres a mandar na América ...humm ...num tá máli nã sinhora ...o pior é amanhã ...quando foram anunciadas as medidas para lutar contra o deficit ...v.eªs. querem maior moinho de vento do que este déficit?
Portocroft, a sério? Mas não se fale mais em futebol pf Também fico contente, afinal é um orgulho para nós (Portugueses). Só temos cá um "problemazito" entre mãos que ninguém sabe como resolver(ou melhor tentam resolvê-lo sempre da mesma maneira). Nós somos assim, preferimos sempre as grandes causas internacionais. (será que são mais fáceis de resolver?) ;)
Boa noite Portocroft, maralhal e Professor
Boa noite Lobices..é isso mesmo, nenhum maior, de facto (pelo menos de momento)
Eu acho que deveríamos considerar, seriamente, eleger o Luis Filipe Vieira, Primeiro-Ministro.
Já imaginaram o que seria, se o nosso Bilhete de Identidade desse descontos na Repsol etc.? Com as sinergias que ele arranjaria, o déficite 'Vooooppptt...' do dia para a noite.;)
Claro. O glorioso déficite, passaria a Déficite Glorioso.;)
Isto, sem sequer considerar os sócios correspondentes.;) Porque depois, poderíamos fazer as parcerias regionais, não é?;) Os Ingleses, que tivessem as quotas em dia, obteriam o BI Nacional e teriam direito a descontos no Tesco, BP, etc. ;)
to Yulunga, Não te pude responder hoje em devido tempo mas penso que lerás amanhã. Não gosto de deixar as conversas a meio.:)))
Dizes que queres continuar a acreditar nas pessoas e que não se pode medir toda a gente pela mesma bitola. Certíssimo, concordo totalmente. Mas à medida que vamos vivendo, vamos aprendendo a ser mais cautelosas, não será? Digo-te isto mas eu própria continuo a confiar "desmesuradamente" em pessoas que depois se vem a provar não merecerem a minha confiança. Em princípio, não estou de pé atrás em relação às pessoas.... Mas dificilmente falo das minhas fragilidades a não ser com amigos de longa data; nesse sentido aprendi a proteger-me.
Se hoje estás lamechas e frágil, deixa-te estar, rapariga, qual é o mal?
Quanto às conversas de Cais do Sodré já te perguntei - porque ligas a malucos? Deixa-os a falar sózinhos, talvez se calem.
No fundo, no fundo, todos nós lutamos contra um qualquer moinho de vento, o que prova o absurdo da existência que procura e cria e enfrenta inimigos desnecessários.
...em maralhal!... ...o meu BOM DIA habitual! (até rimou e tudo) ...pois é!... ...desesperadamente à procura de combater o déficit... iva para 21 e mais outras coisitas (os tais moinhos de vento contra os quais não podemos lutar mas que temos NECESSIDADE de resistir... ...por outro lado mais uma figura portuguesa com proeminência a nível internacional ...isto vai bem afinal!... LOL ...ainda vamos ter o Guterres a tratar de nós pobres portugueses necessitados dum refúgio para as nossas mágoas ...mas isso são outras águas ...bem ...cá vai o "lobito" dar o habitual passeiozito ...dar às pernas porque senão elas enferrujam (coisa que não desejo) ...eu volto mais logo abreijos
Gosto muito de ler este blog, mas os seus comentadores, na ânsia de escrever aqui (orgulho para o murcon), não lêem as postas com atenção e os comentários pior ainda. Já agora, o meu comentário em relação a esta posta, em que me refiro a "cavaleiros da triste figura", simbolizava a luta que por vezes os postadores levam a cabo nos seus blogs, ou seja, uma luta inglória, contra tudo e todos, e até contra nós. Mas, fico feliz por ter servido de ignição à vossa discussão.
Andamos todos a correr. Á procura de nós mesmos. Sempre a correr. Meio doidos aparentando uma saudável normalidade. E um dia apaixonamo-nos! Sim. Acredito que a paixão move os corações mais endurecidos. E ai veem os moinhos e lutamos contra eles apesar de tantas vezes conseguirmos ver claramente que não são mais que moinhos. Mas há essa quase necessidade de desafiar a lei das coisas... (existem lá leis na paixão?)
56 comentários:
Os Impostores da Esquerda!
Enric Marco, Catalão,de 84anos, durante toda a vida proclamou-se herói da Guerra Civil e antigo deportado no campo de concentração nazi de Flossenburg. Escreveu livros, deu conferências, recebeu a mais alta condecoração catalã e foi aclamado no Parlamento de Madrid.
A farsa foi descoberta e ele confessou. Na Alemanha só teve como trabalhador voluntário!
A campa da Catarina Eufémia foi comprada pelo PCP, para fazer o espectáculo anual, visto que a família não concordava. A verdade é que a Catarina trabalhava num bar no Cais do Sodré e era esperta. O GNR que a matou era seu cliente e não gostou de saber que ela estava grávida dele.
Quer saber de mais farsas?
www.riapa.pt.to
E querem lá ver o Senhor Professor a ir ao cinema sozinho.
Bem, eu gosto. Não, não estou a falar de si. De ir só ao cinema, bolas, de ir sozinha ao cinema. Mas o Professor?! Confesse lá:)... Tem medo de desiludir as fãs:)? Ou,...
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida"
Vinicius de Moraes
Abraço,
A bloesfera faz-nos sentir um pouco "cavaleiros da triste figura".
...Júlio: "Resistir" será um "bem" ou uma "necessidade"?...
...será que as desventuras desse andrajoso cavaleiro ainda nos comove?
...será que, perante tantos e tantos moínhos à nossa frente, ainda temos tempo de pegar em armas e lutar contra eles?
...então,
...penso que "resistir" é um "bem" e não uma necessidade; é um "bem" que devemos preservar e manter o mais junto de nós possivel; não perder esse "bem" de forma a tê-lo sempre à mão de semear; manter esse "bem" como um bem de primeira necessidade...
...porque, na verdade, resistir AINDA é uma necessidade!...
abraço
Olá!
Fiquei encantada ao ler o seu blog!
Sou uma fã dos seus livros e do seu programa aos domingos à noite na RTPN...
Prometo voltar...
Beijinhos :)
Diria que é antes a esperança... que um dia possamos vencê-los, reais ou irreais, o que nos faz ainda assim lutar.
caríssimo prof!
eu sou fã de ernesto sabato, por influencia da minha amiga argentina marta... resistir será certamente a minha próxima leitura. já leu o túnel? é de uma beleza que até dói!
namasté!
lakxmi
Os moinhos de vento não passam de projecções nossas, julgo eu.
Pois, um pouco como o Sto. António a pregar aos peixes. Apesar de o nosso sentimento o poder ser, a nossa vontade não é, sempre, soberana. E existem os grupos de pressão e de interesse. A menos que tenhamos o nosso, bem organizado e motivado, nada feito. A isto chama-se, como deve calcular, política.
João Nascimento, e porquê tristes figuras? Dizer o que nos apetece, mostrar o que nos vai cá dentro será uma triste figura?
A blogosfera, para alguns, tem a capacidade de provocar a exposição de fragilidades que doutra forma ficariam enclausuradas.
Poucas pessoas expõem os seus tendões de Aquiles.
Interrompida pelo chefe...
Poucas pessoas expõem os seus tendões de Aquiles.
Na blogosfera fazem-no duma forma mais liberta e combatem contra esse seu outro lado que é tão autonomo quanto incompreensivel
Talvez por isso a busca de nós seja tão desesperante e por vezes inglória.
Conforme os ventos...
"No seu tempo, Gudo foi mestre do imperador. Contudo, tinha o hábito de viajar sozinho como um mendigo vagabundo. Certa ocasião, ia ele a caminho de Edo, centro cultural e político do chogunato, encontrou-se nas vizinhanças de uma pequena aldeia chamada Taquenaca. Era ao anoitecer e caía forte bátega de água. Gudo estava encharcado. Tinha as sandálias de palha desfeitas. Já perto da aldeia, numa casa de camponeses, reparou em quatro ou cinco pares de sandálias pendurados à janela e resolveu comprar um par de sandálias secas.
A mulher que lhas entregou, vendo-o tão molhado, convidou-o a passar a noite em sua casa. Gudo aceitou, agradecido. Entrou e, frente ao altar da família, recitou uma sutra. Depois, foi apresentado à mãe e aos filhos da mulher. Observando que toda a família parecia angustiada, Gudo quis saber o que os afligia.
– O meu marido, – explicou a mulher, – é um jogador e um bêbedo. Quando lhe acontece ganhar, bebe e fica insuportável. Se perde, pede dinheiro emprestado aos outros. Às vezes, quando está mesmo a cair, nem sequer vem a casa. Que hei-de eu fazer?
– Vou ajudá-lo, disse Gudo. – Aqui tens algum dinheiro. Arranja-me um galão de bom vinho e coisas boas para comer. Depois podes recolher-te. Ficarei a meditar junto ao altar.
Quando o dono da casa voltou, perto da meia-noite e muito embriagado, bradou:
– Ó mulher! Já cheguei. Tens alguma coisa que se coma?
– Tenho eu, disse Gudo. – Fui apanhado pela chuva e a tua mulher teve a bondade de me acolher por esta noite. Em paga, comprei vinho e peixe, de modo que bem podes aproveitar.
O homem ficou encantado. Bebeu logo o vinho e deitou-se no chão. Gudo sentou-se a seu lado, a meditar.
De manhã, quando o dono da casa acordou, tinha esquecido o que se passara na noite anterior.
– Quem és? De onde apareceste? – perguntou a Gudo que continuava em meditação.
– Sou Gudo de Quioto e vou de viagem para Edo.
O homem ficou envergonhadíssimo e desfez-se em desculpas perante o mestre do seu imperador.
Gudo sorriu.
– Tudo nesta vida é transitório, explicou. – A vida é muito breve. Se continuas a beber e a jogar, não te restará tempo para realizar seja o que for, além de que trarás sofrimento à tua família.
A percepção do homem foi então despertada, como de um sonho.
– Tens razão, – exclamou. – Como poderei alguma vez pagar-te tão precioso ensinamento? Deixa-me acompanhar-te e levar as tuas coisas um pouco do caminho.
– Se quiseres, – assentiu Gudo.
Partiram ambos. Após terem caminhado cerca de cinco milhas, Gudo disse ao homem que regressasse.
– Só mais cinco milhas, – pediu ele. E prosseguiram.
– Podes regressar agora, sugeriu Gudo.
– Depois de mais outras dez milhas, – replicou o homem.
– Regressa agora, - disse Gudo, após terem percorrido as dez milhas.
– Seguir-te-ei por todo o resto da minha vida, – declarou o homem.
Os actuais mestres Zen japoneses provêm da linhagem de um famoso mestre que sucedeu a Gudo. O seu nome era Mu-nan, o homem que nunca voltou atrás."
ENCONTRAR UM DIAMANTE NO MEIO DA LAMA
Que grandiosa sensação de liberdade...
Concordo plenamente com o que Yulunga disse.
De facto, muitas vezes as pessoas têm medo de mostar aquilo que são, de assumir os seus próprios sentimentos, as suas fragilidades... Desistem, até. Depois sofrem, se sofrem!!! Ou então, preferem esconder-se sob uma capa daquilo que gostariam de ser.
Mas o sofrimento ... esse mantêm-se...:((
abraço
Peixe Lua
ps:((((( É triste saber que ainda existem pessoas que dizem que "mostrar o que nos vai cá dentro será uma triste figura?"
Peixe Lua, atenção que o que o João Nascimento disse não foi isso. Eu é que lhe perguntei se ao andarmos aqui a escrever o que nos vai cá dentro seria fazer triste figura.
E perguntei isso pois não vejo a nossa participação aqui de outra forma que não seja um reflexo do que nós somos
Meu caro Lobices,
Tem toda a razão. Resistir é uma necessidade, se ainda acreditamos que a nossa "vocação humana" é a que não oferecia dúvidas aos Antigos - a busca do Bem e do Belo:). A partir de dentro...
Anónimo,
Fui mesmo sozinho:), ninguém me aturaria naquele estado!
Yulunga, ainda bem que retrucou. Peço desculpa.
Porém, na nossa sociedade, todos os dias, nos deparamos com pessoas que assim pensam. Que vivem do parecer. Ou não é verdade?
É um problema cultural, como sempre...
Peixe Lua
está um calor terrível... vou comer um gelado e vocês morrem todos de inveja...ah, ah, ah!!!!!
trabalhem, trabalhem... hihihihi....
Caro Prof. m8,
Todos temos um pouco de D.Quixote, não é? ;)
Basta estarmos vivos e sermos inconformados e lúcidos para, já com o peso da idade, morrermos conformados e obtusos.;)
Mas, nada é em vão, ainda que pareça, a dado momento, risível. Porque os moínhos de vento existem e podemos encontrá-los um pouco por todo o lado, é urgente resistir. Vencer as inércias. Lutar pelas causas que nos parecem justas e óbvias.
Peixe Lua, não me referia a viver do parecer mas a calar as nossas fragilidades. Pode ser perigoso expô-las mas ao as admitirmos e falarmos delas estamos a combater aquilo que são os nossos fantasmas.
E não há nada que pedir desculpa. Terá sido uma leitura rápida e isso sucede a todos
Resposta a Júlio Machado Vaz:
Quem o aturaria?
Alguém que goste de si, Sr Professor.
É assim o amor.
Mesmo que o senhor virasse "sapo".
Peixe Lua
Boa tarde Júlio e maralhal,
A nossa busca de nós deve ser constante e resistir deverá ser sempre uma palavra de ordem.
Subscrevo o que diz o Lobices, sobretudo a afirmação - "porque, na verdade, resistir AINDA é uma necessidade!"
Concordo também com o que diz o Portocroft.
É o que eu já disse: chegar só a esta hora "poupa-me" trabalho:(
to Júlio at 2.13 pm
Acredito que ninguém o aturasse naquele estado!:)))))
Eu também estive insuportável o dia todo.
Neste aspecto devemos ser dois casos perdidos, já não há nada a fazer.:(
to Yulunga at 2.46
Não concordo muito contigo. Penso que não devemos andar a mostrar as nossas fragilidades a torto e a direito.Houve alturas na minha vida em que fiz isso e dei-me mal.
Às vezes teremos que as camuflar.
Haverá sempre pessoas que tentarão tirar partido dessas nossas fragilidades e então cabe-nos a nós não lhes darmos esse trunfo de mão beijada.
Com os amigos sim, aí poderemos tirar a máscara...
Mas demorei bastante tempo a aprender isto.
Ele há cop&past(s) q nos fazem redimir...uma tarde de calor incrível...num cybercafé...;-)
...haja alguém q ainda celebre D. Quixote e todos os quixotismos ainda possíveis...
A triste condição humana absrove o pensamento humano do ocidente durante séculos. Somos tão obsecados pela condição humana (ou falta dela) que não conseguimos ver a verdadeira descondição humana: nós próprios. Díficil de compreender? talvez não. Recentremos a discussão. Basta-nos sermos os moínhos de ventos deste mundo.
é isso, sejamos moínhos de ventos. Vejamos o mundo dessa perspectiva. Conseguem imaginar?
diogo lamela (diogo_lamela@hotmail.com)
Andorinha, eh exagerada...
Andorinha, não te vou dizer nada que não seja mais um lugar comum, mas mais perigoso que um estranho ou um inimigo é um falso amigo.
E neste caso sei bem do que estou a falar.
Aprendi? Talvez.
Manterei o mesmo comportamento pela vida fora? Com algumas arestas limadas sem duvida, mas basicamente será o mesmo.
Poderei moldar-me mas nunca modificar-me.
Não quero desconfiar da minha sombra nem julgar todos pela mesm bitola.
Gosto de poder continuar a acreditar nas pessoas.
Andorinha, hoje estou assim: lamechas, frágil e patareca.
O regresso de viagens deixa-me sempre vazia, com um aperto no peito e com uma sensação de solidão imensa.
Passará daqui a uns dias e então poderás novamente ficar de boca aberta ;-) Voltarei à normal conversa de Cais do Sodré, citando um fã meu
Bem... realmente vem aqui pela primeira vez desde Quinta-Feira e o blog parece ter dado uma volta de 180º
O nro de comentadores diminuiu drasticamente, bem como o nro de comentarios, que se tornaram repetições de frases por 3 ou 4 participantes. O que mostra que para um blog ter sucesso não basta o Autor, também muito depende de quem participa no blog
Yulunga,
Sua 'patareca'... Quem te mandou andar a ler os comentários anteriores? ;)
Portocroft, por acaso foi a primeira coisa que li mal regressei.
A curiosidade era tanta que até dava comichão.
As pessoas confundem o sentido de tudo o que se diz e acabam por se enlear na pouca corda que lhes damos.
Falar de sexo sem pudor é uma coisa, aporcalhar a conversa... é outra.
Já esperava.
Portocroft mas hoje não me apetece falar disso ok?
Hoje só mesmo bofetadas e pontapés nos moinhos de vento.
yulunga,
E não é disso que estamos a falar? De moinhos de vento, fossas mentais e outras que tais?;)
Boa tarde maralhal
Hoje não me apetece comentar. Hoje apetece-me apenas ser um moinho de vento e não lutar contra eles. Há dias assim...enfim...
Pois, mas há moinhos de vento bem caiados por fora e luxuosos por dentro. E quem se atreverá a rir deles? :))
Pois, mas há moinhos de vento bem caiados por fora e luxuosos por dentro.
Maite,
Nós sabemos que sim. Você é um deles. ;)
Por outro lado, hoje, também mais para Sancho Pança.;))))))
oh Portocroft
O Sancho é um elemento fundamental na história. Que seria do D Quixote sem ele? Acho, que no mínimo, nunca regressaria a casa.
E "o desesperadamente em busca de nós" às vezes está tão próximo, mas insistimos sempre em o buscar algures. Coisas da condição humana (dizem) :)
Maite,;)
Dizem? Se 'dizem', quem sou eu para contrariar?;)))) Eu sou apenas o Sancho Pança. ;)
Agora, fiquei contente, sabe? Como se não bastasse a Comissão Europeia estar nas mãos dum, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, ficou nas mãos doutro. Em Portugal o Sócrates dá cartas. O que têm todos em comum, para além de serem portugueses?
Todos são do Benfica, claro. ;)
...to PortoCroft at 8.13 PM:
...
...não acredito!
...tu não me digas que os 3 são do BENFICA!...... xiiiiiiiiii, nem um do Porto ou do Sporting?...
...Sócrates a mandar em Portugal
...Barroso a mandar na Europa
...Guterres a mandar na América
...humm
...num tá máli nã sinhora
...o pior é amanhã
...quando foram anunciadas as medidas para lutar contra o deficit
...v.eªs. querem maior moinho de vento do que este déficit?
Lobices,
É um ano Glorioso. ;)
Pois... O déficite, apesar de tudo, acabam por ser os mais de 6 milhões a pagar. Poderia ser doutra forma? ;)
Portocroft, a sério?
Mas não se fale mais em futebol pf
Também fico contente, afinal é um orgulho para nós (Portugueses). Só temos cá um "problemazito" entre mãos que ninguém sabe como resolver(ou melhor tentam resolvê-lo sempre da mesma maneira). Nós somos assim, preferimos sempre as grandes causas internacionais. (será que são mais fáceis de resolver?) ;)
Boa noite Portocroft, maralhal e Professor
Boa noite Lobices..é isso mesmo, nenhum maior, de facto (pelo menos de momento)
Maralhal,
Eu acho que deveríamos considerar, seriamente, eleger o Luis Filipe Vieira, Primeiro-Ministro.
Já imaginaram o que seria, se o nosso Bilhete de Identidade desse descontos na Repsol etc.? Com as sinergias que ele arranjaria, o déficite 'Vooooppptt...' do dia para a noite.;)
Porto,
É o que se poderá apelidar de "Déficit Glorioso"
tsup,
Claro. O glorioso déficite, passaria a Déficite Glorioso.;)
Isto, sem sequer considerar os sócios correspondentes.;) Porque depois, poderíamos fazer as parcerias regionais, não é?;) Os Ingleses, que tivessem as quotas em dia, obteriam o BI Nacional e teriam direito a descontos no Tesco, BP, etc. ;)
Maite,
Resto de noite feliz. Até amanhã.
to Yulunga,
Não te pude responder hoje em devido tempo mas penso que lerás amanhã. Não gosto de deixar as conversas a meio.:)))
Dizes que queres continuar a acreditar nas pessoas e que não se pode medir toda a gente pela mesma bitola. Certíssimo, concordo totalmente. Mas à medida que vamos vivendo, vamos aprendendo a ser mais cautelosas, não será?
Digo-te isto mas eu própria continuo a confiar "desmesuradamente" em pessoas que depois se vem a provar não merecerem a minha confiança. Em princípio, não estou de pé atrás em relação às pessoas....
Mas dificilmente falo das minhas fragilidades a não ser com amigos de longa data; nesse sentido aprendi a proteger-me.
Se hoje estás lamechas e frágil, deixa-te estar, rapariga, qual é o mal?
Quanto às conversas de Cais do Sodré já te perguntei - porque ligas a malucos?
Deixa-os a falar sózinhos, talvez se calem.
eu aturava-te, júlio!
:p
Quemé que nunca correu à procura de moinhos de vento?
No fundo, no fundo, todos nós lutamos contra um qualquer moinho de vento, o que prova o absurdo da existência que procura e cria e enfrenta inimigos desnecessários.
Ninguém o aturaria, claro que não.
Ninguém acompanhá-lo-ia de muito bom gosto ou com muito bom gosto?! :)
...em maralhal!...
...o meu BOM DIA habitual!
(até rimou e tudo)
...pois é!...
...desesperadamente à procura de combater o déficit... iva para 21 e mais outras coisitas (os tais moinhos de vento contra os quais não podemos lutar mas que temos NECESSIDADE de resistir...
...por outro lado mais uma figura portuguesa com proeminência a nível internacional
...isto vai bem afinal!...
LOL
...ainda vamos ter o Guterres a tratar de nós pobres portugueses necessitados dum refúgio para as nossas mágoas
...mas isso são outras águas
...bem
...cá vai o "lobito" dar o habitual passeiozito
...dar às pernas porque senão elas enferrujam (coisa que não desejo)
...eu volto mais logo
abreijos
Gosto muito de ler este blog, mas os seus comentadores, na ânsia de escrever aqui (orgulho para o murcon), não lêem as postas com atenção e os comentários pior ainda. Já agora, o meu comentário em relação a esta posta, em que me refiro a "cavaleiros da triste figura", simbolizava a luta que por vezes os postadores levam a cabo nos seus blogs, ou seja, uma luta inglória, contra tudo e todos, e até contra nós. Mas, fico feliz por ter servido de ignição à vossa discussão.
Boa noite a todos
Andamos todos a correr. Á procura de nós mesmos. Sempre a correr. Meio doidos aparentando uma saudável normalidade. E um dia apaixonamo-nos! Sim. Acredito que a paixão move os corações mais endurecidos. E ai veem os moinhos e lutamos contra eles apesar de tantas vezes conseguirmos ver claramente que não são mais que moinhos. Mas há essa quase necessidade de desafiar a lei das coisas... (existem lá leis na paixão?)
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