terça-feira, março 20, 2007

Mas preferimos o escândalo virtuoso perante a dependência de drogas ilegais:(.

Portugueses gastam 80 M€/ano em sedativos e ansiolíticosOs portugueses gastaram no ano passado mais de 80 milhões de euros em comprimidos sedativos, hipnóticos e para a ansiedade, uma quantia superior ao custo total do novo estádio de Alvalade.
De acordo com dados fornecidos à agência Lusa pelo Infarmed (Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento), em 2006 foram gastos 81,94 milhões de euros em medicamentos para ajudar a dormir ou para combater a ansiedade.
Nas vésperas do Dia Mundial do Sono, que se assinala quarta-feira, os dados do Infarmed mostram que os portugueses consomem anualmente cerca de 20 milhões de embalagens deste tipo de comprimidos, o que dá uma média de duas embalagens por cada português.
Em 2006, 2005 e 2004, o consumo de ansiolíticos, sedativos e hipnóticos ultrapassou sempre as 20 milhões de embalagens em cada ano.
«Fico assustadíssima com este uso de medicamentos», comentou à Lusa a neurologista e especialista em distúrbios de sono, Teresa Paiva.
«Está-se a viver uma loucura de vida em Portugal. As pessoas deixaram de ter hábitos minimamente aceitáveis de dormir e têm sempre mais compromissos do que deviam ter, mesmo financeiros e desenvolvem quadros de ansiedade muito grandes», acrescentou.
Para a especialista, esta «forma desassossegada de vida» é a raiz dos problemas de sono, que aliada a uma «prática errada» na prescrição dos fármacos leva a «números exagerados» no consumo de medicamentos ansiolíticos e sedativos.
«Há uma prática social e cultural que leva as pessoas a quererem consumir medicamentos para dormir. E qualquer médico receita um medicamento a uma pessoa que diga que não consegue dormir. É uma prática errada», adiantou.
Teresa Paiva alertou ainda para os «malefícios» deste tipo de medicamentos, que causam elevada habituação e «apenas resolvem os problemas temporariamente».
Podem ainda causar problemas de memória e aumentam significativamente o risco de acidentes domésticos e de viação.
Diário Digital / Lusa
20-03-2007 9:25:00

39 comentários:

Stranger disse...

Hmmm... Esta associação a Alvalade... ;-)

Maroska disse...

Em 2003, conheci a pessoa que hoje é meu marido e pai do meu filho. Estava muito feliz e enamorada. Comecei a sentir tonturas estranhas e baixas de tensão...fui ao médico de família que, rapidamente e sem consultar o meu historial, me diagnosticou uma depressão. Numa fase tão boa da minha vida? Fiquei 15 dias em casa a tomar Prozac, eu que nunca nem tinha tomado comprimidos para dormir. Mas respeitando o saber do médico tomei religiosamente. Até que um dia, ao me levantar a meio da noite para ir à casa de banho tive a sensação mais aterradora da minha vida. Deixei de ver e senti que me estava a afundar sabe-se lá onde. Deixei de tomar aquela porcaria e nunca mais voltei a sentir o mesmo. Coincidência ou não. Ando um bocado em baixo actualmente, fui mãe há um ano e tem sido difícil mas não quero tomar nada que perturbe a minha noção da realidade. Prefiro ler e escrever, sonhar acordada. tenho medo de perder a (re)acção. Fico muitas vezes sozinha com o meu filho e não quero falhar se ele precisar de mim. Tenho amigas e colegas que são consumidoras frequentes de ansiolíticos e antidepressivos, mas não me parece que cada vez que me apeteça chorar deva ir a correr tomar algo para me pôr "melhor". É saudável sentirmos essa tristeza de vez em quando, somos humanos não autómatos. E chorar faz bem à alma, alivia e desentope os canais lacrimais :))))

Fora-de-Lei disse...

Para a especialista, esta «forma desassossegada de vida» é a raiz dos problemas de sono, que aliada a uma «prática errada» na prescrição dos fármacos leva a «números exagerados» no consumo de medicamentos ansiolíticos e sedativos.

Forma desassossegada de vida ? Hehehehehe, a tanga que este(a)s artistas arranjam só para não terem que chamar os bois pelos nomes...

Marx disse...

Estranho que o consumo de depressivos, pelo menos, não mostre qualquer tendência para baixar. Mesmo depois da explosão dos blogs...

Manolo Heredia disse...

Viver na Selva de Betão é bem mais stressante que na selva amazónica, pois é nas grandes cidades que o homem se torna o principal predador do seu semelhante.
Já repararam que cada um de nós quando contacta com outro da mesma espécie tem que tomar as precauções que usa na selva quando vê um predador? Haverá coisa mais stressante?
Não admira que a as drogas que conduzem à evasão da realidade tenham tanta divulgação (as legais e as ilegais).

MJ disse...

"Estudo mostrou que pessoas demoram mais para decidir quando privados do sono..."

Ficou agora explicado o porquê do longo tempo que demoro para acordar.
Fico a decidir o que fazer. :-))

(desculpem mas não resisti... :-)))

thorazine disse...

Prozac e outros que tais são o "soma" que falava Aldous Huxley já em 1938. Mas "mais uma vez" ele depositou demasiada esperança nos seres humanos: não foi preciso nenhum tirano para drunfar a sociedade! :|

andorinha disse...

Boa noite.

Pois é, parece que somos uma sociedade que já não sobrevive sem drogas, sejam elas legais ou ilegais.
Quanto às legais grande parte da responsabilidade é da classe médica que prescreve antidepressivos com uma ligeireza que aflige.
Como referiu a Maroska lá em cima, hoje em dia quase que não se pode verter uma lágrima sem que nos impinjam uma droga qualquer.

Marx,
Também há uma outra perspectiva. Depois da explosão dos blogues é "natural" que tenha aumentado o consumo de ansiolíticos.
Às barbaridades que se lêem por aí...:)))

Thora,
Pois não...:)

PAH, nã sei! disse...

Faltou mais para erguer um "monumento" às diazepinas ... infelizmente...

Blogger de Saúde disse...

Quer sejam drogas naturais, quer virtuais como o caso dos blogs, ou a Internet, o certo é que a simplicidade é uma espécie em vias de extinção! Tudo parece requerer um papel, comprimido ou simplesmente uma explicação; supostamente lógica...

Acabaram-se os simples mistérios da vida, resultado aumenta-se a toma de medicação não prescrita! Será que já não se pode ter uma simples Dor de Cabeça? Tudo tem uma causa, mas ninguém explica "esta estranha forma de vida" em que hoje se vive! Tudo corre, tudo foge, não se sabe bem de que... Perde-se o contacto humano e confia-se cada vez mais nas máquinas, fazendo com que a intimidade e a Humanização sejam em fenómeno raro!

Boas Cogitações e Boa Noite!

thorazine disse...

Eu não acho que as drogas, sejam quais forem, sejam más ou boas por sim. As pessoas é que lhes dão maus uso.

Ando a ler um livro que não é bem para a minha idade. Aliás, ser até é...mas eu devia tê-lo lido há uns 5 anos atrás, teria facilitado muita coisa! :)

Deixo aqui uma passagem que li hje e adequa-se a este post:
“A arte de pôr o prazer ao serviço da alegria, quer dizer, à virtude que sabe não cair no gosto do desgosto, chama-se desde tempos antigos : temperança.
Trata-se de uma capacidade fundamental do homem livre, mas hoje não está muito na moda: tende a ser substituída ou pela abstinência radical ou pela proibição policial. Em vez de tentarem usar bem alguma coisa que se pode também usar mal (de que se pode, quero eu dizer, abusar), os que nasceram para autómatos preferem renunciar por completo a isso e, se possível, vê-lo proibido a partir do exterior, para que a sua vontade tenha de fazer mais exercício. Desconfiam de tudo aquilo que gostam; ou, pior ainda, julgam que gostam de tudo aquilo que desconfiam. “O melhor é não me deixarem entrar numa sala de jogo, ou jogarei tudo o que tenho e não tenho! O melhor é não me autorizarem a experimentar um charro, ou transformo-me num hipnotizado da droga!” E assim por diante. São pessoas como essas que compram uma máquina para lhe massajar a barriga para não terem que fazer flexões recorrendo ao esforço próprio.”

in Ética para Amador de Fernando Savater.

thorazine disse...

Bem..e a boa notícia, pelo que me disse o funcionário da Lello e Irmão, este livro vai fazer parte do programa do secundário! ;)))))))))

Unknown disse...

Ninguém quer sentir dor, ninguém é capaz de sentir prazer. Todos vivemos ansiosos imaginando que os nossos problemas são graves, mas na realidade temos é poucos e insignificantes problemas - e esse o maior problema de todos. Caso contrário nem ocasião teríamos de recorrer a tão sofisticados destruidores de alarmes - enquanto o fogo permanece activo...

andorinha disse...

Thora,
Adequadíssimo esse excerto.
E o livro bem que devia fazer parte do programa, mas quanto a isso não sei, não...

J disse...

Uma leitura atenta ou um pouco de meditação sobre as 5 Leis Fundamentais da Estupidez Humana(transcrevo em baixo), é meio caminho andado, para não ter problemas de sono, depois porque tenho sempre a consciência tranquila, inspiro, expiro, inspiro, expiro, inspiro, expiro e adormeço o sono dos justos. Nunca ingeri qualquer tipo de sedativo ou ansiolítico, espero nunca vir a precisar. Recomendo a quem tem problemas de sono, a meditação ou a leitura.

As 5 Leis Fundamentais da Estupidez Humana
Primeira: as pessoas subestimam invariavelmente o número de estúpidos que as rodeiam; e há muitos que julgamos racionais e inteligentes revelam-se, de súbito, inequívoca e irremediavelmente estúpidas. Dia após dia, com uma incessante monotonia, somos estorvados na nossa actividade por indivíduos obstinadamente estúpidos.
Segunda: a probabilidade de uma pessoa ser estúpida é independente de qualquer outra característica dessa mesma pessoa; uma pessoa é estúpida da mesma forma que uma outra é ruiva, e pertence ao grupo dos estúpidos como uma outra pertence a um dado grupo sanguíneo. Em suma uma pessoa nasce estúpida por vontade imperscrutável e inapelável da Divina Providência.
Terceira: uma pessoa estúpida é alguém que causa um dano a outra pessoa ou grupo de pessoas, sem que disso resulte alguma vantagem para si, ou podendo até vir a sofrer um prejuízo; toda a nossa vida é pontuada por acontecimentos que resultam em perdas de dinheiro, tempo, energia, apetite, tranquilidade e bom humor, por causa das acções de alguma absurda criatura que nos provoca danos, frustrações e dificuldades, sem ter absolutamente nada a ganhar com o que fez. Uma criatura estúpida perseguir-nos-á sem razão, sem um plano preciso, nos tempos e lugares mais impensáveis. Ninguém sabe, percebe ou pode explicar porque é que essa absurda criatura faz o que faz. De facto não há explicação, ou melhor, há uma única: a pessoa em questão é estúpida.
Quarta: as pessoas não estúpidas esquecem-se constantemente do prejuízo que implica o convívio com pessoas estúpidas: em geral, são levadas a acreditar que uma pessoa estúpida só fará mal a si mesma, mas isso significa confundir estupidez com credulidade; por vezes, temos a tentação de nos associar a um indivíduo estúpido com o objectivo de usá-lo para os nossos fins, uma tal manobra poderá ter efeitos desastrosos porque dará à pessoa estúpida mais espaço para o exercício dos seus talentos; podemos ter a ilusão de manipular uma pessoa estúpida, mas como não podemos prever todas as suas acções e reacções, seremos rapidamente destruídos e pulverizados pelos seus actos irracionais e imprevisíveis.
Quinta: a pessoa estúpida é o tipo de pessoa mais perigoso que existe, ainda é mais perigoso que o bandido. Perante um indivíduo estúpido está-se completamente vulnerável; geralmente, somos apanhados de surpresa pelo ataque e, quando tomamos consciência desse ataque, não conseguimos organizar uma defesa racional porque o ataque em si não possui qualquer estrutura racional. Entre burocratas, generais, políticos, professores, médicos, juizes e chefes de Estado, a áurea proporção de indivíduos fundamentalmente estúpidos e a sua capacidade de prejudicar o próximo é perigosamente acrescida pela posição que ocupam.

Cumprimentos

JFR disse...

Nota 1:

Quantos desses milhões não serão auto-medicação!

Nota 2:

Quantos desses milhões não irão para o lixo, como embalagens não totalmente consumidas?

Nota 3:

Quantos não serão receitados como componente justificativo de uma baixa/atestado falsa, por motivos psicológicos inexistentes?

Nota 4:

Obrigado ao thorazine por ter trazido aqui Savater e a palavra temperança, hoje caída em desuso.

lobices disse...

...diria: felizes dos que não passam por problemas que provocam danos (por vezes irreversíveis) psicológicos
...quando em 95 a minha empresa faliu, caí numa depressão de 6 meses de cama debaixo dos lençóis sem querer ver nem falar com quem quer que fosse... lentamente, os medicamentos foram ajudando... mas nunca me curei completamente do dano que ficou algures no meu subsconciente
...depois em 2003 quando tenho de ser operado à próstata, mais um dano a juntar a muitos outros
...depois em 2004 quando tenho de tratar de minha mãe com 89 anos e mais uma tia acamada, a qual não me deixava dormir por causa do semi estado de loucura em que vivia na sua doença, durante a qual eu dormi durante meses em períodos de 10 a 15 minutos... os danos foram tremendos... apenas o xanax em forte dose me ajudou a suportar o inferno
...depois de minha tia ter partido, fiquei a tomar conta de minha mãe, hoje com 91
...não queiram saber o que isso é
...por isso, a minha dose diária é de 2 mlg. de Xanax com 2 mlg. de Victan
...só assim consigo sobreviver
(o que vale é que não preciso de conduzir)
...é aquilo que ainda no post anterior eu já disse: só quem passa pelas "coisas" é que pode dar o devido valor
...é preciso dizer ainda, por muito que custe, que no dia em que minha tia faleceu, nessa noite eu dormi, nessa noite eu fui feliz
...incrível, não é?
...pois, mas é
...hoje, entra a Primavera... espero que ela me dê o ânimo que acumule o ânimo que tenho pelo amor que a mulher que amo me dedica porque se também não houvesse esse tempo e esse lugar dos afectos, talvez eu já não existisse, talvez eu já não tivesse aguentado a pressão
...quem falar das "coisas" que falem de cátedra e não do que não sabem ou não conhecem
...60 anos de vida rica em experiências boas e más, mas vida vivida que me dá o saber e o sabor de muitas das coisas que escrevo ou digo
...uma boa Primavera para todos

MJ disse...

Bom dia :-)

Preparava-me para escrever um "lençol" quando apareceu, na caixa, o comentário do Lobices.
Poupou-me tempo e trabalho.:-)
Não passei, obviamente, pelas mesmas circunstâncias mas por outras muito semelhantes: doenças prolongadas, acompanhadas de sofrimento atroz e mortes de familiares próximos. Tal como o Lobices também eu cuidei dessas pessoas. Também eu passei em claro, noites a fio, sentindo a agonia dos que sofriam, no quarto ao lado do meu...

Alguém aqui disse: "Recomendo a quem tem problemas de sono, a meditação ou a leitura."
Espero, muito sinceramente, que estas estratégias sejam eficazes para todos os problemas de sono que venham a ter.

Mas, por favor... não julguem nem condenem ninguém sem antes "experimentarem" o que elas viveram.

Desculpem o desabafo.

Um abraço*

Maroska disse...

lobices,
muitas vezes penso como seria ter de cuidar da minha mãe ou do meu pai se eles estivessem "incapazes" (queira Deus que nunca o sejam). Penso na facada que essas situações dão no amor filial (ou outro). A minha mãe diz sempre que quando não puder com as pernas quer que a internemos num lar e o meu pai pensa assim também. Que assim seria uma alegria quando nos encontrássemos, e que se estivessem a viver com uma das filhas se tornariam fardos pesados demais. Que o amor não suporta tudo. Por vezes, e digo isto não friamente, mas com consciência, a morte é um alívio. Por mais que amemos alguém. A vida marca-nos, é verdade. Dá-nos, se não sabedoria, ao menos lucidez para vermos as coisas com clareza.

andorinha disse...

Bom dia.

Lobices,

Mais uma vez um testemunho tocante. Não é novidade para mim, mas sempre que te leio, isso reforça em mim a ideia do homem com H que tu és, Quim.
E como dizes, falar de cátedra é simples; só quem passa pelas coisas é que lhes sabe dar o valor.

Abreijos:)

lobices disse...

...a maroska diz ali a dado momento algo que é uma das maiores verdades (as tais verdades que só o saber e o sabor nos concedem conhecer):
..."...e que se estivessem a viver com uma das filhas se tornariam fardos pesados demais. Que o amor não suporta tudo..."
...
...na verdade e em boa verdade vos digo que o amor não suporta tudo e estas situações de "obrigação" de tratar dos outros na maior parte das vezes deixa que o amor pelo acto...morra...

lobices disse...

...Sr. José Manuel:
...
...quando se transcreve algo de outrém é de bom tom (de dever até), dizer a origem do texto transcrito;
daí que as "suas"
As 5 Leis Fundamentais da Estupidez Humana
deveriam ter uma anotação que se trata de parte de uma obra de Carlos M. Cipolla e não da sua cabeça iluminada pela lapidar frase que antecede dizendo que:
"...é meio caminho andado, para não ter problemas de sono, depois porque tenho sempre a consciência tranquila, inspiro, expiro, inspiro, expiro, inspiro, expiro e adormeço o sono dos justos. Nunca ingeri qualquer tipo de sedativo ou ansiolítico, espero nunca vir a precisar. Recomendo a quem tem problemas de sono, a meditação ou a leitura..."
...
...diz e diz muito bem: "espero nunca vir a precisar"
...faço votos sinceros que NUNCA precise de ter de vir a tomar ou de ser obrigado a...
...aceitamos todos os seus amáveis cumprimentos (que de minha parte retribuo) e desejo-lhe que a aura primaveril lhe encha os pulmões de saudáveis inspirações e expirações

Álex disse...

não havería, antes de receitar todos esses fármacos, que procurar a(s) possível(eis) razão(ões) para a insónia?! parece-me óbvio que antes de passar à cura vía fármacos se devería tentar averiguar sobre os comportamentos, sentimentos, etc, etc

CD disse...

Já agora sugiro ao Sr. José Manuel que além da meditação ou da leitura experimente também dar uma valente queca.
Vai ver que resulta (ou se não resultar sempre é um bocado bem passado)

Stranger disse...

Lobices,

Já antes tinha tido vontade de lhe dizer mas não disse por vergonha. Digo agora: Embora não o "conheça", já gosto muito de si e dos seus bolds.
Força! Não é fácil, eu sei, nada é fácil nesta vida. Mas temos de ir tentando, pois é?
Sempre que precise, tem aqui vários ombros amigos, mas conte com o meu também.
Com amizade,
Filomena

A Menina da Lua disse...

Bom dia!

Penso que o que aqui está em causa neste post do professor é uma chamada de atenção para o consumo elevadíssimo, pelo menos estatístico, de medicamentos sedativos, anti-ansiolíticos e hipnóticos e não tanto a sua utilização quando necessária...


Ninguem duvida da pertinência da eventual prescrição destes medicamentos a pessoas que perante enorme desconforto, doença e principalmente sofrimento encontram neles o alívio ou uma das soluções para os seus problemas de saude fisica e mental.

Mas o que está salientado neste post aqui apresentado pelo professor é uma chamada de atenção para o eventual abuso de utilização desses medicamentos. Os indicadores são efectivamente muito elevados o que será sempre sintoma do estado no mínimo "crítico" de alguma coisa: ou existem problemas de saude fisica e mental nos portugueses numa forma muito alargada, ou existe uma desajustada prescrição médica que por deficiente consumo tambem acaba por se transformar em doença, ou então trata-se tambem duma campanha camuflada duma acção "disciplinadora" por parte das entidades que geram orçamentos ligados a saude.

Tudo pode ser hipotese mas os dados tambem falam por si; e o que desde já podemos constatar é que os portugueses estão longe de terem hábitos saudáveis de cumprimento de ciclos do sono. O stress, o excesso ou os maus hábitos de trabalho, a pressão da vida quotidiana, a solidão, ausência de afectos serão com certeza algumas das principais razões para isso acontecer.

A Menina da Lua disse...

Gostaria ainda de acrescentar e decorrente do que comentei anteriormente que perante estes indicadores talvez fizesse sentido por parte de quem tem responsabilizar, analisar estes dados numa maneira mais "miudinha" para que se possa saber efectivamente o "estado da arte"...

Porque alem dos aspectos referentes à vida pessoal de cada um, existem aspectos de âmbito mais sociológico que poderiam ser introduzidas e modificadas na sociedade portuguesa.

Laurentina disse...

Ora ora ora tangas de chacha essa dos ansiolíticos , antidepressívos e correlativos...eu que ja tive 4 acidentes de viação graves sendo que no ultimo parti as duas pernas a bacia os dois braços e perfurei a parte abdominal em tudo que havia para perfurar ...estou graças a Deus de boa saúde e a andar por mim, mas mandei o medico dar uma volta ao bilhar grande com todas as letras quando se lembrou que eu estaria a chorar porque estava com depressão pos -traumatica e então receitou-me prozac ...foram os prozac's e a enfermeira pela porta fora do quarto a grande velocidade.
Ora ora do "quinto andar" temos nós que tratar pessoalmente sem lamechices bacocas nem subterfúgios baratos .
Mas qual é o farmaco que nos resolve a falta de dinheiro ou outra asneira qualquer que se faça?!
Bahhhh
Fiquem bem , que eu gosto de cá vir
beijão grande

maria estrela disse...

Lobices: aplausos!
Tenho o síndrome da fadiga crónica. Antes da terapia do sono por volta das cinco da tarde já não me conseguia segurar de pé.
Tomo, por isso, medicamentos para problemas de sono há mais de uma dezena de anos.
Só assim consigo ter um dia de trabalho normal.
Com um sono mais ou menos reparador o meu dia a dia melhorou significativamente, em todos os campos.
As generalizações são sempre demasiados perigosas.

fiury disse...

com tanto desemprego, despedimentos, salários e contratos de trabalho precários, ferocidade,prepotencia e competitividade nas relações laborais, despesas básicas altíssimas,... não sei como ainda não há mais consumo:(

Anónimo disse...

Citando e interpretando sui generis uma frase clássica do Lennon, digo: façam amor e não o consumo/dependência e, vão ver que as pestanas se fecham temporariamente numa doce paz.

Fernando

fiury disse...

harryhaller

com a conta bancária do lennon não seria necessária a muitos portugueses nem uma canção de embalar:)

lobices disse...

...Fernando (harryhaller)
...vivi e sou um dos anos 60
...sei o que é o make love not war
...mas
...coloca-te na contingência de estares obrigado a tratar de um dependente, 24 horas por dia, sem descanso e que, quando te deitas e teus olhos se fecham, nem por 10 minutos, porque chamam por ti, porque gritam por ti, porque precisam de ti e tu te levantas e vais fazer o que tens de fazer para que daí a 10 minutos teus olhos voltem a fechar e daí a mais 10 minutos acordes com mais um grito ou algo parecido
...e
...acredita:
...não conseguirás sequer fazer amor (fazes, sim, guerra dentro de ti) e só conseguirás sobreviver ao inferno debaixo dum químico que te faça passar os minutos da tua vida sem dares por isso
...esses momentos, não os vivi, fiz o papel de zombie
...agora
...numa situação estável, isso sim: façam amor, muito amor porque ele é o mais relaxante de todos os químicos e o que melhor faz!...
abraço

Maroska disse...

daqui a 5 minutos vou sair do trabalho...hoje é o pai que vai buscar o filho, ou seja, tenho mais ou menos uma hora com "the sound of silence". Não vou arrumar a casa, estender roupa ou adiantar o jantar...vou dormir, vou navegar nos sonhos, relaxar. Porque quando eles chegarem acabou-se o "silence" e começa a algazarra...o Guilherme quer mimo e brincadeira e eu também quero brincar com ele...experimentem, brincar com uma criança faz muito bem à saúde mental. Mas agora quero dormir. Até amanhã e durmam bem...

Maroska disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
PAH, nã sei! disse...

Lobices,

meu caro... louvemos quem tem a sorte de não "depender" de drogas... Sejam para ajudar a adormecer, sejam para permitir (sobre)viver às dores de uma doença - que, com toda a certeza não têm, nem lidam diariamente com quem as tenha...

A próxima vez que tomar um "livro", lembrar-me-ei de desejar que nunca ninguém tenha a sorte de ter as dores que esta "dependente" tem...

J. Conde Rodrigues disse...

Boas,

A sociedade tem as drogas que merece!!

;)

Conde

JFR disse...

Nota 5 - O problema não está nos que consomem sedativos e ansiolíticos, por razões dispensáveis?

Nota 6 - Alguém põe em causa os sofredores/consumidores que necessitam - por razões aqui expostas e, em muitos outros casos silenciadas - de contribuir positivamente para os números aqui revelados?

Nota 7 - Será possível controlar melhor o receituário médico?

Nota 8 - Os laboratórios estão inocentes?

maria disse...

Também a ( Teresa Paiva)ouvi de manhã na sic-notícias e fiquei assustada com os nossos hábitos... de fuga para um sono medicado. Dormir bem dá-me imenso prazer, mas para dormir bem tenho que viver bem.