quarta-feira, junho 28, 2006

E não vem cedo...

Aborto: novo referendo em Janeiro
2006/06/28 | 08:59
PS vai apresentar projecto no Parlamento a 15 de Setembro. Em campanha eleitoral, Cavaco disse que daria andamento ao processo. Sócrates não quer lei que trata mulheres com «crueldade». PSD não se opõe.

O novo referendo sobre a despenalização do aborto deverá realizar-se em Janeiro, noticia hoje o jornal «Público», com base em declarações do porta-voz do PS, Vitalino Canas. O PS comprometeu-se já a reapresentar, em 15 de Setembro, a resolução para convocar o referendo à despenalização voluntária da gravidez até às 12 semanas.

A reapresentação do projecto pelo PS em Setembro e a aplicação rigorosa dos prazos previstos na lei «aponta para Janeiro», afirmou Vitalino Canas ao jornal «Público». No entanto, sublinhou, «o PS sempre tem dito que a convocação do referendo compete ao Presidente da República, assim como escolher a data, se o quiser convocar».

Segundo o «Público», tudo indica que o Presidente da República, quando receber a resolução que venha a ser aprovada pela Assembleia da República, dê início ao processo legal para poder convocar o referendo, ou seja, que envie a pergunta para o Tribunal Constitucional, para aferir se cumpre os critérios constitucionais.

O assessor de imprensa do presidente da República, Fernando Lima, contactado pelo jornal, afirmou que Cavaco Silva se escusava a comentar. No entanto, lembrou que Cavaco Silva durante a campanha afirmou que se recebesse uma resolução da AR pedindo um referendo, em condições normais, daria seguimento ao processo.

O líder parlamentar socialista, Alberto Martins confirmou ao Público a disponibilidade do PS para «apresentar um projecto de resolução para promover um referendo sobre interrupção voluntária da gravidez nos mesmos termos do que anteriormente foi submetido ao voto popular».

E o primeiro-ministro, em declarações por escrito ao Público, lembra que o PS e o Governo «há muito assumiram e anunciaram que é tempo de se chamar o povo a pronunciar-se», numa decisão sobre a lei penal portuguesa.

«Não se trata de uma decisão sobre problemas e concepções morais de natureza pessoal [. . .] É uma decisão sobre saber se se deve manter em vigor uma lei que tem conduzido ao aborto clandestino e que trata as mulheres, as que se viram forçadas a abortar, com uma crueldade que não mais deve ter lugar numa sociedade moderna», escreve José Sócrates, no depoimento.

O jornal avança ainda que o PSD «parece integrar este acordo tácito» e publica declarações de Marques Mendes segundo as quais o «PSD não se oporá a iniciativas que visem a realização de um novo referendo sobre a questão da interrupção voluntária da gravidez e reafirma o princípio da liberdade de voto».

46 comentários:

lobices disse...

...Sócrates diz:
"...É uma decisão sobre saber se se deve manter em vigor uma lei que tem conduzido ao aborto clandestino e que trata as mulheres, as que se viram forçadas a abortar, com uma crueldade que não mais deve ter lugar numa sociedade moderna..."
Marques Mendes diz:
"...O jornal avança ainda que o PSD «parece integrar este acordo tácito» e publica declarações de Marques Mendes segundo as quais o «PSD não se oporá a iniciativas que visem a realização de um novo referendo sobre a questão da interrupção voluntária da gravidez e reafirma o princípio da liberdade de voto..."
...
...concordo

andorinha disse...

Eu diria...mais vale tarde do que nunca.
Já estou habituada à lentidão com que as coisas se processam neste país:(

Pamina disse...

Boa noite.

Com o PS e o PSD de acordo parece não haver razão para que o referendo não se realize. Janeiro não me parece má data, depois da azáfama natalícia e antes do Carnaval. Assim não haverá desculpas para as pessoas não irem votar.
Concordo com as palavras do Sócrates transcritas no penúltimo parágrafo.

thorazine disse...

Manoel,
para isso não era preciso governo. Bastava um entidade que regulasse os referendos.. :)

thorazine disse...

*uma

APC disse...

Por falar em governo:
Foi (hoje, creio) inaugurado o site de empregos netemprego.gov.pt
Não levem a mal este fait divers (acho que já não levam, depois de tantos jeux d'esprits;-), mas isto de sermos "bem empregados" é uma coisa que a mim me toca, pelo que, a quem interesse, cá fica.
Au revoir :-)))
(Hoje não é à grande, mas é à francesa)

thorazine disse...

Bem, para não pensarem que sou "bi-dente" digo desde já que o meu comentário encaixa-se depois deste comentário de manoel das couves!! :))

thorazine disse...
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andorinha disse...

Thorazine,
Eu já te ia perguntar se estavas com alucinações visuais.:)
É que eu não via aqui nenhum manoel...

E agora íamos andar todos os meses a brincar aos referendos:(
Já agora um referendo sobre a participação de menores de trinta em blogs. Loooooooooool

JFR disse...

... mas que venha bem!

Antes de tudo: sou favorável ao referendo sobre o aborto. Se há matérias em que esse instrumento decisório é justificado, esta é uma delas. Isso não impede que veja com alguma preocupação certas questões à volta do aborto que, em virtude da paixão com que o assunto é discutido pelos apoiantes e pelos críticos, raramente são aprofundadas. Deixo aqui algumas.

1 - Sendo a legislação espanhola tão semelhante à portuguesa, que razão motivará que em Espanha se façam mais de 80 000 abortos num ano e em Portugal, apenas, 790? Se usada a regra proporcional à população deveríamos ter cerca de 20 000! Não se poderá concluir que o problema da clandestinidade está relacionado com outros factores, tais como: a objecção de consciência por parte dos corpos médicos; a vergonha social, nomeadamente, em casos de jovens mães solteiras e de mães de famílias católicas e das zonas mais interiores do país. Se assim for, será que, com uma nova lei, isso vai mudar?

2 - Nos casos em que existe clandestinidade, seja actual, seja futura, não deveremos utilizar a lei para punir quem possa estar a praticar um acto médico (médico ou parteira ou “curiosa” e a parturiente), fora das condições de saúde, higiénicas e legais indispensáveis? Se assim for, não terão de continuar a existir julgamentos para quem esteja fora dos limites que a nova lei venha a estabelecer?

3 - Quando se pretende que a mulher, em exclusivo, possa decidir sobre o aborto, não será que se está a excluir o outro participante na concepção? É que, se nos casos comprovados de abuso sexual e violação, tal é totalmente aceitável, não será de obter a aprovação do parceiro (seja ele marido, companheiro, namorado, amante, etc) exigindo a sua identidade, com as mesmas regras que seriam usadas se dessa gravidez nascesse um filho? Se assim não for, não estaremos perante uma desigualdade de direitos entre mulher e homem, eventualmente, inconstitucional?

4 - Estará Portugal, no que ao tema da gravidez não desejada diz respeito, à frente do seu vizinho espanhol e até de outros países europeus, não tendo, nos tempos actuais, tantos casos de aborto como esses seus parceiros, em virtude de toda a divulgação que tem sido dada (desde o anterior referendo) a assuntos relacionados - directa ou indirectamente - com o aborto, tais como: o uso da pílula desde muito jovem; uma noção mais forte sobre as complicações de prática do aborto; uma noção muito mais real que as ecografias (agora a três dimensões) vão dando ao feto; o uso do preservativo para protecção contra a Sida; a utilização, em larga escala, da pílula do dia seguinte.

Estas são questões para as quais me preocupo em encontrar resposta. E ser auxiliado nesse objectivo. Infelizmente, poucos são os que, com os seus comentários e suas análises, me têm ajudado a vencer essa dificuldade.

Anónimo disse...

Bom dia/noite maralhal

Um referendo que vai ter um resultado X. Depois os que esperavam o resultado Y hão-de lutar com unhas e dentes para haver um novo com o resultado que defendem. Depois novo referendo e etc., etc. Depois... Bem, depois fica tudo com a consciência tranquila que despenalizando o aborto em todas as situações mais nenhuma mulher irá recorrer ao clandestino. LOL pois tásse memaber. Atão não?
O Japão já o faz vai para muitos anos e por motivos variadissimos muitas mulheres continuam a recorrer ao clandestino.

thorazine disse...

Andorinha,
ou mesmo ser um sucessor do professor KARAMBA no viver vivir! :)))

Acho que a unica diferença do sistema em espanha é uma alínea em que refere que o aborto é tolerado quando comprovado por um psicólogo que não é recomendável a mãe ter o filho por razão X ou Y! Ou seja, uma boa forma de dar a volta à lei. A imaturidade é uma grande razão, assim como questões económicas e outras que tais.

Acho que antes do referendo deveria existir uma densa campanha de informação, neutra, obviamente!

Anónimo disse...

Bem mas tiveram a dignidade de colocar o problema em referendo.
Isto é um problema que assenta sobretudo em valores éticos e morais e deve por isso ser da vontade da população e não uma decisão politica a ser votada apenas pela AR. Os políticos apenas devem dar o seu voto como cidadãos e não fazer disto um braço de ferro com que cada cor politica se degladia contra outra na AR apenas em proveito próprio.
Agora espero que sejam honestos ao ponto de fazer antes do referendo um debate televisivo, onde tudo seja bem explicadinho. Ou seja, onde não vá para lá ninguém falar com palavrões bonitos e científicos. Um debate ao alcance de todos, principalmente ao alcance dos analfabetos, dos habitantes do interior que não sabem sequer o que é um preservativo ou uma pílula. E então sim, depois de todo o pais estar esclarecido e cada consciência com a sua decisão tomada que se referende pois e quem ganhar, ganhou.

andorinha disse...

Thorazine,
Acho que sim, que em Espanha existe essa alínea, o que facilita imenso as coisas. E concordo que antes do referendo haja campanhas de esclarecimento, claro. Há pessoas que já fizeram a sua opção, mas outras estarão indecisas. É preciso é que os esclarecimentos sejam mesmo esclarecimentos e não deturpação e manipulação de dados de acordo com as conveniências.
Mas o que entendes por campanha de informação neutra?
Ou se é a favor ou contra e cada "facção" tem o direito de defender os seus pontos de vista com argumentos que considere pertinentes e que não sejam falaciosos.
Neutralidade aqui não vejo como.
E do que as pessoas se têm que convencer de uma vez por todas é que ninguém é obrigado a abortar e ponto.

APC disse...

Eu ainda não fiz a minha opção!

APC disse...

Não sei se pinte o teto de beje, se de fushia!

APC disse...

Toda a meninada sabe o que é fushia? Pronto, isso é que é preciso!
.
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Fushia é uma cor que todos os homossexuais conhecem, ok?
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Brincadeirinha de mau gostinho da APCinha, tá bem? :-)

noiseformind disse...

Boss,
E assim chegámos, tranquilamente, ás 300.000 visitas. 300.000 visitantes em pouco mais de um ano. E, se tirarmos lá no tal top os sites de maminhas e ratinhas ficámos no top 20. Nada mau, nada mau, para mais se pensarmos que nunca aqui puseste um parzinho de glândulas mamárias para a gente admirar ; ))))) admirar que é como quem diz, cof, cof, cof, que por cá ninguém aprecia essas poucas vergonhas ; ))))))))) somos gente de respeito que se dá ao respeito. Mas lá está, uma pessoa dar-se a alguém chamado Respeito sem conhecer o dito cujo não será sinal de libertinagem? Libertinagem homossexual, ainda por cima no caso dos homens? loooooooooooooooooooooooooooooooool

noiseformind disse...
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noiseformind disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
noiseformind disse...

Em relação ao aborto, meus caros, é chover no molhado. Em primeiro lugar pq a lei em Espanha é similar à nossa, trata-se de a interpretar no sentido de conceder à classe psico-terapêutica poder para alicerçar uma decisão da mulher. Reparem que em Espanha o determinismo causal entre a vontade da mulher e a disponibilização de meios abortivos para essa mulher pelo Estado é o psicólogo. É a conversa com o psicólogo e o seu atestado que determina a intervenção médica. Ora isto em Portugal, para qualquer psi aqui presente no Tasco, é algo impensável para a nossa omnipresente Ordem dos Médicos, sendo uma questão tão impensável que ainda nem sequer chegou ao ponto de ser debatida. Atentem nas minhas palavras: quando o Homem do Bigodinho andar aí irritado por ser um psi a conceder a RU-486 à mulher e não um médico ob-gen aí sim ponderarei perder o meu tempo a acreditar (que acreditar requer esforço, ao contrário da descrença, por isso é que o VPV está tão bem conservado ; ))))))))) ) numa eventual legalização do acto de interrupção voluntária da gravidez. Até lá vamos ouvindo umas vozinhas e tal e coisa, caravanas de futuro que passam, connosco a ladrar, claro, latindo ; )))))))


Em segundo lugar pq somos um país de terceiro mundo e como qualquer bom país de terceiro mundo que se preze temos de ter a mulher como uma extenção inautónoma (para usar uma expressão tão na moda lá em Barça) do Santo Falo. Os 4 pontos do JFR são essa lenga-lenga que ecoa por todos os sites que se auto-intitulam pró-vida. A mulher a partir do momento em que concebe deixa de ser uma pessoa para ser apenas receptáculo útil de reprodução social. Não tenho medo de um facto que me parece natural mas que os partidários pró-legalização tendem a esconder como forma de não serem acusados de facilitação: abortar não traz para as mulheres complicações seja de que ordem fôr em termos de saúde. É consensual em países como a FinlÂndia, a Espanha e a França, pq é que me haveria de preocupar? A irritação do útero para expulsão do blastócito é um processo perfeitamente natural que ocorre em qualquer coisa como 70% das fecundações de uma mulher por um homem e os mecanismos ligados a esse despoletar são os mesmos que levam a pílula anti-concepcional a funcionar com uns assinaláveis 99,2% de eficácia. Abortar não é complicado pq é algo para que o corpo está preparado, é uma possibilidade fisiológica tão natural como a concepção. Se se trata de uma gravidez surgida no âmbito de uma sexualidade não reprodutiva é natural que seja uma gravidez que não se queira levar até ao fim. Esta "naturalidade" do aborto é estatisticamente relevante. Por exemplo a Finlândia tem tido uma variação méida de 1% no nro de abortos. Porém, os nascimentos têm caído à taxa de 5% ao ano. Ou seja, a longo prazo e em países em que o aborto está legalizado a taxa de abortos mantém-se constante. Dirá o JFR "sinal que as gajas não se sabem controlar e estão mal-educadas em termos de bem ajuizar as quecas". Mas eu direi apenas que o recurso ao aborto é constante pq é, no longo prazo, encarado como mais uma forma de contracepção, e ainda por cima uma com 100% de eficácia. Claro que em Portugal dizer isto acabava logo com qualquer projecto-lei fosse do que fosse. Mas não é nada que preocupe a Suécia, a braços com a mesma inelasticidade da curva de prática de abortos em relação à natalidade. Espanha vive nos últimos 5 anos o maior boom na sua natalidade desde os anos 80 e a taxa de abortos está a galopar 20% aos ano. Não é o aborto que vai afectar a natalidade, passem os olhos pelos dados do Johnston's e comprovem, se por acaso não acreditam em mim. Portanto, se no longo prazo a natalidade não é afectada pela possibilidade de abortar não vejo que outra razão que não seja a adoração ao Grande Falo o motivo que mantém cativas as mulheres em relação ás suas escolhas.

Que é uma adoração que é requirida da parte da mulher pela Sociedade diariamente, quando as crianças são "despejadas" pelos tribunais nos braços das mães com pensões de alimentos de miséria. À mulher o papel presente, ao homem o estatuto "pairante". O aborto é um meio perfeitamente seguro, legal e acessível para 90% da população mundial com apoio estatal.

Não ouço os peroradores do problema das gerações perdidas a lamentarem-se pelos 300.000.000 de chineses que não estão aí prontos a produzirem textéis e produtos de consumo baratos. Ou com o total global de cerca de (LEGAIS!!!!) 1.000.000.000 de pessoas que não estão aqui para competir pelos recursos naturais disponíveis.

Da mesma forma a média dentro da UE mantém-se em 22%, sendo que os 3 países relevantes que ainda não estão nesta média são os que introduziram mais tardiamente a legalização. Ou seja, não se legaliza o aborto para deixar de haver aborto. Não, não é verdade. Países com intervenção fortíssima em termos de educação sexual como a Finlândia não apresentam variações significativas nos últimos 20 anos. O aborto representa cerca de 25% das gravidezes levadas até ao nascimento. De forma constante. Com agravamento nas grandes cidades, em que a percentagem de pessoas sem um parceiro regular (e que portanto sem um plano de contracepção aplicado) exponencia a ocorrência de gravidezes a partir de contactos fortuitos.

O aborto, depurado das questões religiosas e moralistas, é apenas e tão-só uma questão de igualdade entre homens e mulheres. Querem um factor de correlação entre subvenção do aborto pelo Estado e desenvolvimento? Os países em que maior é a assimetria do rendimento por género são os países com legislações mais rígidas em relação ao aborto. Portanto o grande problema para o Governo em Portugal, é, mais uma vez, economicista. Não há dinheiro malta. Legalizar o aborto implica criar uma estrutura nacional numa altura em que as estruturas de saúde estão a ser totalmente desmanteladas e abandonadas. Implica contratar centenas de psicólogos apoiados por ginecologistas e enfermeiras. Ficaria em milhões de euros só para montar a estrutura, quanto mais para a fazer funcionar? E a procura seria astronómica nos primeiros anos. Há modelos em que só para instalar a rede e pagar um ano de salário aos técnicos de saúde a brincadeira ficava por 80 milhões de euros a nível nacional e sem o material abortivo. Não me imagino a ver um Governo andar a cortar em maternidades para depois gastar 80 milhões em IVG. Mas pronto, pode estar aí a fermentar uma alternativa privada, está na moda e normalmente acabámos todos por pagar e acabámos ; )))))))))

noiseformind disse...

A questão é economicista e machista, caso não tenham percebido a ironia. Pq prevê que as mulheres não mereçam, para aceder aos meios abortivos, um investimento de 80 milhões de euros.

Manolo Heredia disse...

Noise,
Não está mal como dissertação às 4 da manhã.
Mas não me parece assim tão complicado! para mim é só uma questão de economia e de saúde pública, e prioridades associadas.

BLUESMILE disse...

Noise, é pena que nem todos usem as sinapaes de forma tão eficaz.
Quanto ao eferendo, a ajuízar o tom ignorante, comicieiro e trauliteiro ( sem falar nas cambalhotas do politiquês) com que decorreu a recente da campanha contra a PMA .. adivinham-se tempos turbulentos

thorazine disse...

Mas é como em tudo, há que legalizar ou mesmo remover a lei já que é uma questão de saúde pública. Já a avó da minha avó, pelo que ela conta, fazia abortos em casa, era "abafadeira" (não sei se é mesmo este o termo, pelo menos de ouvido soa-me assim). Como os fazia é que não faço a mínima, já que isso remonta talvez ao séc XIX, mas por sucção não deveria ser! Talvez desmembramento..! :| Alguém faz alguma ideia com se processava isso?

thorazine disse...

Bem..reparei hoje no JN que o professor JMV vai estar aqui pertinho, na recente representante Espanhola na avenida Gaiense! Talvez ainda dê lá um salto para ir buscar uma cópia assinada, em vez de comprar pela net! :)))

noiseformind disse...

Manolo,
Cada um é pró que nasce, homem. Eu fui atirado para a penumbra da erudição por uma personalidade frágil : ))))))). Copy paste foi coisa que nunca achei piada, corrector ortográfico nem o do OpenOffice uso, quanto mais aplicá-lo a textalhada alheia. Portanto eis-me ali, ás 4 da manhã, a reflectir pela minha cabeça com o sacrossanto Google em completo repouso ; )))))))

bluesmile,
A tua generosidade para com os nossos nossos irmãos correctores é assinalável. Tanta alegria lhes darás com esses errozinhos. Eu próprio me culpei por ter dado tão poucos erros no meu madrugador comentário. Imagino que, por gramaticamente correcto, lhe abandonem a leitura antes de meio ; ((((((((((
A PMA acabou por ser uma daquelas leis copiadas dos países desenvolvidos, sem grande substracto ou interesse. Apareceu um grupelhozinho apoiado pelo CDS-PP, que tentou ter por via de umas assinaturas a representatividade que o CDS não tem no Parlamento, mas a coisa lá se conpôs. Engraçado como de todos os profissionais que conheço dessa área nem um só tem intenção de a cumprir. E não é o complexo de Deus, mas sim a problemática de estarmos precisamente numa fase de mudança nos métodos de fertilização, que vai tornar a lei inútil quando as novas tecnologias estiverem instaladas. Mas pronto, oremos.

Thora,
Toca a fazer o download do filme Vera Drake ; ))))) parafraseando Vinicius, para viver um grande aborto basta inundar a vagina com sabão azul, aquele de barra. Usa-se uma bisnaga para o efeito de encher a cavidade vaginal com a água e o sabão. A diferença de ph provocará a expulsão do feto e consequente retorno do período menstrual. Como já disse lá em cima o aborto acontece em 70% das fertilizações naturais, não é nada para que o corpo não esteja preparado ; ))))))

apc,
Sua homofóbica. Não sabes que não se pode falar assim dos paneleiros? ; )))))

thorazine disse...

Andorinha,
Sim talvez seja informação factual o que eu queria dizer. É que muita da "lavagem" anti-aborto é feita apartir da premissa filosófica que apartir da formação do zigoto já se considera um Ser Humano. O que, por dados embriológicos, penso não ser factual pois a não ser o potencial genético pouco se diferiencia de outros embriões mamíferos. Para mim, pelo menos, acho que só se considera humano apartir do momento que se passa de um mero conjunto de células para um consjunto de células com consciência. E essa transição ainda não foi verificada pela ciência. Ou seja, a mensagem é faliciosa e confunde as pessoas com questões filosoficas ainda por resolver. Por isso falei na necessidade de informação neutra, ou factual (que para mim é quase a mesma coisa!).

thorazine disse...

Noise,
O emule já está a bombar! :)))

Sempre pensei que o clister de sabão em barra fosse funcional como laxante, quando não há a típica glicerina! "Abafadeira" sempre me me remeteu para alguma coisa com almofadas, o porquê não sei. Ainda bem que é um simples sabão, já posso destruir as minhas visões "Tarantínicas" dos meus antepassados! Se é uma simples mudança de ph, tudo ok! ;))

blogico disse...

Acho que devia haver um referendo para decidir se o parlamento pode inventar referendos ou se deve fazer o trabalho para o qual todos nós lhes pagamos. :))

Se é para tomar decisões por referendo, não precisamos de parlamento para nada.

Fora-de-Lei disse...

Num jantar oficial oferecido ao decano dos embaixadores, que era chinês, este sentou-se ao lado da mulher de um diplomata que ia ser transferido para a China. A conversa desenrolou-se em Inglês. Às tantas, a mulher perguntou ao chinês:

- Sir, do you have elections in China ?

- Yes, madam... evely molning !

lobices disse...

... a que horas e onde vai estar o nosso JMV hoje em Gaia?

APC disse...

Eheheheheh... Posso usar umas linhas só para rir, posso? É o que me apetece hoje! :-) Bjs*

APC disse...

Lobices, se lá fores manda um jinho na testa //cora

ASPÁSIA disse...

Prof.

Ainda bem que já é regressado ao solo pátrio... apesar de desmatriculado! Só espero que o sr. agente não lhe tenha aplicado a multa... mas em compensação pense que daqui a uns cem anos a sua matrícula se encontrará no Museu do Prado!!!;))

Ouçam as novas no "Amor é" de hoje, já em directo com a Ana...

ASPÁSIA disse...

O Amor é...29-6-06

APC disse...

Thorazine, i u ki é a cunsciência?
Bem antes de o ser já o vai sendo...
Diz-se que quando o bebé nasce, apresenta um estado proto-mental, logo a consciência ainda não é plena (e quando o será? será que será?) :-)
B***

thorazine disse...

apc,
Isso dá pano para mangas. Acho que a consciência básica é quando tens noção do "eu" e dos elementos que te rodeiam. Se de algum modo em práticas psico-terapêuticas é possivel retroceder até à gestação (penso eu), é um sinal de existência de consciência..

Lobices,
pelo que diz no JN é apartir das 18.30 na livraria (que só deve existir uma) do "El Corte Inglês"! Gostava de lá passar...não sei se terei tempo..

Anónimo disse...

Bom dia maralhal.

Fola da Lei
LOL
Um dia destes pago-te um clepe chines.

andorinha disse...

Boa tarde.

Noise (4.21)
Concordo praticamente com todo o teu comentário, mas discordo do seguinte:"...mas eu diria apenas que o recurso ao aborto é constante pq é, no longo prazo, encarado como mais uma forma de contracepção..."
Encarar-se o aborto como mais um método anticoncepcional parece-me abusivo.
Quando a contracepção falha, aí sim.
E as mulheres que fazem imensos abortos, por desconhecimento ou outra causa qualquer, não consigo acreditar que não fiquem com danos, tanto a nível físico como psicológico. Não é um processo tão inócuo assim.

Fora de lei(1.09)
Loooooooooooooooooooooooool

Thorazine (11.23)
Concordo contigo.
É complicado determinar a partir de que momento estamos em presença de um ser humano. Se nem a própria ciência ainda chegou a uma conclusão a esse respeito...
Para mim, um conjunto de células também não é um ser humano; tenho ouvido dizer que é a partir do momento em que existe sistema nervoso e isso já faz mais sentido.

Aspásia (1.56)

Obrigada pelo link:)

Júlio,
Looooooooooooooooooooooooool
800 km sem matrícula e não se apercebeu de nada:)))))

APC disse...

Hum... Psicoterapia Regressiva, heim?
Tens consciência'?... ;-)

Joke & kisses*

APC disse...

E a partir de quando é que existe sistema nervoso?... ... ...

Já tou a ficar nervosa, eu! :-!

(Olha!... finalmente! :-)))

APC disse...

Cadê o Sr. Lobices???

Kerem ver que foi levar um jinho keu ká sei? ;-)

thorazine disse...

apc,
o ter consciêntia é sempre relativo.. :)

O sistema nervoso forma-se logo nas primeiras semanas, no fim da Neurolação. Talvez seja mais correcto dizer que torna-se ser humano no momento que ocorra primeira sinapse, que pelo que sei é um dado desconhecido pela ciência, e talvez coincida com o inicio da consciência. Ou também pode também no inícios das sinapses ocorrer uma consciência reduzida. Não sei, estou a especular...concerteza que alguém mais habilitado no assunto poderá esclarecer..

JFR disse...

Noise:

O seu comentário (4:20), infelizmente, não me retira a dificuldade, exposta no meu post, na obtenção de resposta para as questões que coloco.

Aproveito para lhe dizer (e você acredita se assim o entender) que desconheço o que se diz nos sites Pró-Vida. Se neles se fazem as mesmas perguntas, gostaria que me informasse se também, lá, existem as possíveis respostas.

Quanto ao que eu possa dizer, sobre este e outros temas, não necessito de que seja meu porta-voz e, por isso, não me atribua hipotéticas frases. Prefiro que me pergunte o que penso e eu serei sincero na resposta ou na explicação para uma não-resposta.

Para terminar sugiro que não confunda causas e efeitos, já que em várias partes do seu texto extrai conclusões erradas de dados estatísticos.

Sempre ao dispor.

APC disse...

Thorzinho (olha, ficou bem assim!:-)
Perguntei para me meter contigo, exactamente pq n tem ainda resposta. Mas, curiosamente, tou tentada a achar que a consciência não poderá existir à 1ª sinapse, pois sem uma arborização neuronal suficiente, não pode haver associação de ideias. Mas o que é preciso para haver relação entre cognições e tomada de consciência das emoções? Quantas sinapses serão necessárias?
Pronto-pronto...
APC vai calar-se, tá? :-)
Jinho*