Referendo
Papel do progenitor divide os defensores do «sim» e do «não»
Os partidos e os movimentos que defendem o «sim» e o «não» à despenalização do aborto no referendo de 11 de Fevereiro dividem-se também quanto ao papel do progenitor na decisão de interromper uma gravidez
Num questionário enviado aos partidos e movimentos, a agência Lusa perguntou se «deve a lei portuguesa reconhecer algum direito ou atribuir alguma responsabilidade ao progenitor na decisão de interrupção de uma gravidez?».
De um lado, o «Alentejo pelo Não», por exemplo, respondeu que «o pai deve ter o direito de decidir a favor da vida do seu filho mesmo que a mulher não queira», enquanto os «Médicos pela Escolha» disseram que a decisão deve caber «unicamente à mulher».
«A lei deve proteger a mulher de pressões em relação à sua decisão e penalizar qualquer pessoa, inclusive o progenitor, que exerça coacção, interfira de uma forma impositiva ou com chantagem na sua decisão», acrescentaram os «Médicos pela Escolha»
«Um embrião tem o seu ADN próprio dado metade pela mãe e metade pelo pai. O pai deve ter o direito de decidir a favor da vida do seu filho mesmo que a mulher não queira», contrapôs o «Alentejo pelo Não», sublinhando ser contra o aborto «por opção».
O PS defendeu que «a última decisão deve sempre caber à mulher» e o CDS-PP considerou que na lei «deveria ser concedido ao pai o direito a proteger a vida do seu filho, daí se retirando também as correspondentes obrigações».
«É desejável que o progenitor acompanhe a mulher na sua decisão», afirmou o PS. «Mas a última decisão deve sempre caber à mulher, pelas razões fisiológicas, emocionais e psicológicas que estão subjacentes a uma gravidez», completou o partido.
Pelo contrário, para o CDS-PP, «no caso de uma lei que consagrasse o aborto livre, deveria ser concedido ao pai o direito a proteger a vida do seu filho, daí se retirando também as correspondentes obrigações».
«A pergunta que vai a referendo no próximo dia 11 de Fevereiro está correcta quando atribui à mulher a opção de interromper a sua gravidez", responderam os «Jovens pelo Sim», referindo porém que «sempre que possível a decisão deve resultar de um consenso entre um casal».
O «Diz que Não» advogou que «a partir do momento em que são retirados ao pai quaisquer direitos na decisão de terminar ou não com a vida daquele filho abrem-se precedentes no direito da família que poderão ter repercussões graves no plano do poder paternal».
Também a "Plataforma Não Obrigada" sustentou que se o «sim» ganhasse o referendo «a liberalização do aborto criaria um quadro legal que ignoraria por completo a figura do homem» e «poria em causa a paridade e igualdade de direitos entre homem e mulher».
O «Algarve pela Vida» classificou de «aberração» a atribuição de «plenos poderes à mulher para, contra a vontade do marido, proceder à eliminação física do filho de ambos», quando a lei obriga «a mulher casada em regime de comunhão de adquiridos a pedir o consentimento do marido para, por exemplo, vender um automóvel».
O «Em movimento pelo sim» argumentou que «a lei não deve e não pode» dar um papel ao progenitor «até porque os processos legais daí decorrentes colocariam em causa as razões e os prazos previstos numa nova lei», embora seja desejável uma decisão conjunta.
O movimento «Liberalização do Aborto? Não!» respondeu com interrogações: «Os homens não podem ser pais? Quereremos que a responsabilidade da decisão de criar um filho recaia totalmente, exclusivamente, sobre a mulher? (...) Onde estar ia então a igualdade entre sexos?».
O PCP, o BE e o PSD não responderam às perguntas enviadas pela agência Lusa, assim como os restantes onze movimentos que participam na campanha sobre a despenalização do aborto até às 10 semanas de gravidez. No total são 19 movimentos, cinco pelo «sim» e 14 pelo «não».
Lusa/SOL
26 comentários:
Insisto. Se o nim ganhar, como vão todos reagir? os do sim e os do não?
Que solução? A mesma de sempre, a hipocrisia.
Em Junho de 2006 deixei aqui algumas dúvidas que não obtiveram resposta. Nem sequer um comentário. Repeti as mesmas dúvidas, noutro comentário em Outubro. O resultado foi o mesmo. Concluí que era eu que estava fora de contexto e as minhas dúvidas, por muito pertinentes que fossem para mim, não tinham qualquer importância para outros. Falta de esclarecimento meu, talvez.
Achei, por isso, curioso que este post seja exactamente sobre uma dessas dúvidas. Relembro o que na altura escrevi:
“3 - Quando se pretende que a mulher, em exclusivo, possa decidir sobre o aborto, não será que se está a excluir o outro participante na concepção? É que, se nos casos comprovados de abuso sexual e violação, tal é totalmente aceitável, não será de obter a aprovação do parceiro (seja ele marido, companheiro, namorado, amante, etc.) exigindo a sua identidade, com as mesmas regras que seriam usadas se dessa gravidez nascesse um filho? Se assim não for, não estaremos perante uma desigualdade de direitos entre mulher e homem, eventualmente, inconstitucional?”
Infelizmente, esta, como outras situações, são tidas pelos vários movimentos numa óptica de “se tu estás de acordo, eu discordo”. Um pouco como noutros planos da vida, da política ao futebol. E, no entanto, mais do que um problema do referendo sobre o aborto, esta é uma questão de direitos, liberdades e garantias que a constituição consagra.
Como é possível que o progenitor seja tratado como um ser inferior, sem direitos se a mulher decidir abortar, contra a sua opinião? E, ao mesmo tempo, ter as obrigações decorrentes da sua situação se a mulher decidir levar a gravidez em diante? Terá a mulher o direito de definir os efeitos que um mesmo acto determina para o homem? A mulher é juiz? A mulher tem direitos discricionários?
Salvo melhores e mais documentadas opiniões, julgo estarmos perante uma inconstitucionalidade. Que o tempo, certamente, trará aos tribunais.
Boa noite.
Claro que o desejável seria sempre uma decisão conjunta em termos de "casal", mas como grande parte das vezes isso não será possível, a decisão deve caber à mulher.
Estou totalmente de acordo com a posição dos "Médicos pela escolha".
Depois li algumas opiniões que me fizeram rir, como por exemplo: "O pai deve ter o direito de decidir a favor da vida do seu filho mesmo que a mulher não queira"
Vai obrigar a mulher a trazê-lo nove meses na barriga????!!!
E, para mim, a melhor:)
"...poria em causa a paridade e igualdade de direitos entre homem e mulher."
Numa sociedade machista é engraçado deparar-me agora com este argumento; coitadinhos dos homens que não vão poder abortar:)))))))))
E atenção! Ouvi há pouco o douto Dr. Marcelo dizer que é sua convicção firme que o Sim terá maior percentagem de votos do que aqueles que as sondagens vão indicando.
Cuidado com rasteiras destas.
Não somos parvos, nem andamos a dormir...se é que me faço entender:)
São engraçadas algumas tentativas de extrapolação para a gravidez da igualdade de direitos de outras áreas. Ora, creio, deverem ser apenas assim consideradas. Engraçadas. A pretensa igualdade homem/mulher esbate-se, nesta questão, numa evidência desigual. O homem não pode abortar. Alguns sentir-se-ão desiludidos, certamente, mas é a verdade. Logo, não tendo, uma das partes, acesso a esse estado, não poderão ambos exercer, da mesma forma, ou em igualdade, os seus direitos. Ponto final.
Para que não se corra o risco de considerar, a insistência, um mero trauma não-parto.
Marx,
Não podia estar mais de acordo. São engraçadas e por isso me fizeram rir.
É tão óbvio tudo o que dizes, que só não compreendo como alguns homens não conseguem ver isso.
Ponto final:)
Marx (11:57)
Não se trata de igualdade de direitos! Mas, como refiro atrás, um direito discricionário da mulher de impôr obrigações ao homem (se continuar a gravidez) ou retirar-lhe o direito de opinar, em relação ao feto, se decidir abortar.
E, se só a mulher pode abortar, apenas o homem a pode fecundar. Daí o equilíbrio. Que não permite opiniões e decisões a preto e branco.
Bem… Eu aqui nem tenho grande vontade de falar, pois sujeito-me a “levar porrada” das facções feministas, mas como também não sou capaz de estar calado e já dei a conhecer a minha opinião acerca do assunto, aqui vai…
Apesar de ser a favor da liberalização do aborto (e não apenas da despenalização) cumprindo-se determinados princípios que já aqui dei a conhecer… Sempre estive contra a pergunta formulada pois apresenta um grande peso sexista e de valor altamente feminista.
Não discuto o discernimento de uma mulher para escolher ter ou não um filho, discuto a exclusão do homem interessado de tal decisão, pois um filho não o é só de uma mulher, mas é-o igualmente de um homem, que é pura e simplesmente excluído da pergunta (Aliás acho que quanto a isto, a maioria dos juízes do Tribunal Constitucional deviam estar a dormir)...
Quanto ao direito da mulher sobre o seu Corpo, não tenho nada a dizer... Quanto ao direito sobre a vida do filho, goste-se ou não, já não é bem assim, esse tema deve ser de responsabilidade dos dois [enquanto não estiver em causa a vida de um Ser Humano (e atenção que não disse vida humana), porque caso contrario nem aí]... E já chateia essa teoria do corpo da mulher, porque quanto a isso não há nada a fazer, é uma questão da natureza serem as fêmeas de mamíferos placentários a ficarem grávidas, algo que inclui a mulher e não há nada a fazer em relação a isso...
Tal como já tenho dito por “aí” quanto ao facto da decisão ficar só a cargo da mulher, compreenderia isso sem problemas se o homem em causa se tivesse desresponsabilizado das suas obrigações. Mas isto não acontece sempre… E não vamos agora começar a tirar direito aos homens, quando depois da criança nascida lhes exigimos (e Correctamente) responsabilidades…
Pois é... Para exigir responsabilidades ao homem, como aliás está correcto, na criação de um filho, está tudo pronto e bem ou mal está regulamentado, mesmo que ele não tenha decidido pela continuação da referida gravidez... Mas para decidir se a gravidez de um determinado filho, deve continuar ou não, Nada... Mas então, como é??? Tenta-se caminhar e faz-se força para terminar com a ditadura do machismo, para se passar à ditadura do feminismo???
Não ando eu preocupado a educar jovens para tentar limpar o mais possível o machismo que ainda sagra na nossa sociedade, para depois me vir o próprio "estado" fazer uma pergunta deste género…
Ora aqui está mais uma discussão perfeitamente ilógica (na minha opinião)!
Se se considera que o feto não é um individuo (ou um ser humano, como queiram chamar-lhe), então é porque é uma parte do corpo da mulher; assim sendo como é que os homens podem ter alguma coisa a dizer? Parece-me óbvio que a decisão é exclusivamente da mulher.
A única lógica para se advogar algum direito do progenitor masculino, seria no caso de se considerar que o aborto seria practicado sobre uma pessoa, e nesse caso não deve ser possível que qualquer dos progenitores tenham o poder de decidir sobre a vida ou morte do seu filho!
Apesar de toda a responsibilidade que o homem deve assumir nos períodos pré-fecundação e pós-parto, durante os 9 meses de gestação a mulher é soberana. Claro que o debate deve ser feito a dois, mas a decisão final é sempre dela. Nem sequer há espaço para outra hipótese. Por muito que a sociedade tente, não é possível obrigar uma pessoa a continuar a deixar crescer dentro de si um ser indesejado.
bom dia a todos
blogico (9:53)
"...não é possível obrigar uma pessoa a continuar a deixar crescer dentro de si um ser indesejado."
E é possível obrigar uma pessoa a ser responsável, por toda a vida, por um ser indesejado?
O problema reside exactamente aí. Dois pesos e duas medidas, discricionariamente, decididas pela mulher!
ti (9:20)
"... então é porque é uma parte do corpo da mulher; assim sendo como é que os homens podem ter alguma coisa a dizer?"
Uma opinião dessas arrasa o que tem sido considerado e bem, nas últimas décadas, quanto à importância do acompanhamento e apoio do homem à gravidez da sua companheira. Em benefício da mulher e do feto que, por auto-desenvolvimento, se transformará no filho de ambos.
Bom dia, que cansaço!
Estou muito longe do infeliz "na minha barriga mando eu", também acho que na medida do possível estas decisões devem ser ponderadas e partilhadas, mas não o sendo cresce a interrogação dentro de mim: porque é que uma mulher há-de "carregar" (quando chegamos ao fim dos nove meses é mesmo isto que sentimos)um "peso" indesejado? Então, não é verdade que a vinculação, desejavelmente rica e positiva, começa o momento em que concebemos um filho ao nível psicológico. Não é verdade o que os psis têm vindo a dizer sobre o papel da mãe na qualidade de vida dos "infantes"? Ou esses argumentos só colhem quando se trata de nos manter em casa remetidas a papéis mais tradicionais? Mas,sugiro a consulta do Estudo-Base sobre as Práticas de Aborto em Portugal,promovido pela APF.À pergunta sobre com se tinham aconselhado sobre a decisão de abortar, 43.8% responderam que com o marido/companheiro. Afinal de que se queixam? Para mim são mais trágicos os 22.5% que decidiram sózinhas. Sem querer cair em radicalismos feministas (talvez anacrónicos), não me parece que o peso das duas opiniões, mulher/homem, deva ser o mesmo relativamente a esta questão.
Verifico que a tertúlia tem estado muito ocupada, e bem, com o papel do homem em todo o processo. E muitos defenderam que o homem é parte integrante na decisão, que não deve ser deixada só à mulher.
Devo aqui relembrar que muitas vezes os abortos são decididos por ausência, efectiva, do homem das responsabilidades, que ficam assim a cargo solitário das mulheres.
Claro que isto dava aqui um romance.
Outro ponto. Há muito tempo que venho por aqui falando da diferença entre despenalização e descriminalização. Já não haveria fronteiras entre semanas, nem dúvidas entre dias. E deixaríamos de considerar o aborto um crime. Porque despenalizando as primeiras dez semanas, ele não deixa de ser crime, que será punido daí em diante.
E ainda ninguém comentou o que eu venho “picando” por aqui. E se a abstenção ganha? Em que ficamos? Todos nós, os do sim e os do não? Ficamos nim?
Ti (9:20 AM)
Que o embrião, não seja um Ser Humano (independentemente das dúvidas que eu possa ter entre as 6 semanas e as 10 semanas) ainda vá lá que não vá… Agora o Feto não ser um Ser Humano é que eu não sei onde é que você foi buscar essa…
E ser parte do corpo da mulher, essa ainda está melhor… Para além do código genético do filho não ser igual ao da mãe, o que só por si basta ele é um novo indivíduo (e isso desde o inicio, e atenção que eu não disse que é um Ser Humano desde o início)…
E se o Feto é um Ser Humano é lógico que se advogue que nesse caso não deve ser possível que qualquer dos progenitores tenham o poder de decidir sobre a vida ou morte do seu filho, salvo as excepções já conferidas pela lei e que continuarão em vigor aconteça o que acontecer a partir do dia 11/2…
Blogico (9:53 AM)
Desculpe… Mas se acha como diz que durante os 9 meses de gestação a mulher é soberana, com que lógica depois do bebé nascer se acha no direito (o que u não discuto) de “exigir responsabilidades ao homem, como aliás está correcto, na criação de um filho, está tudo pronto e bem ou mal está regulamentado, mesmo que ele não tenha decidido pela continuação da referida gravidez... Mas para decidir se a gravidez de um determinado filho, deve continuar ou não, Nada...”
E esse “ser indesejado” só existe a maior parte das vezes (e repito: a maior parte das vezes) porque ouve “asneira” praticada por duas pessoas… Mas só uma delas é que decide como “resolver” esse problema… Muito justo, não haja dúvida…
JFR (11:24 AM) (11:34 AM)
Assino em baixo…
HarryHaller (12:25 PM)
Fernando quando diz: ”… porquê que se permite a interrupção da gravidez quando a gravidez foi resultante de uma violação sexual, será que para os nosso politicos e igreja inclusive, a vida humana é mais ou menos valiosa conforme as condições que estão subjacentes ao seu aparecimento?…”
Desculpe… Mas aqui eu acho errado obrigar uma mulher a continuar tal gravidez…
Cristina GS (12:35 PM)
”… À pergunta sobre com se tinham aconselhado sobre a decisão de abortar, 43.8% responderam que com o marido/companheiro. Afinal de que se queixam? Para mim são mais trágicos os 22.5% que decidiram sózinhas. Sem querer cair em radicalismos feministas (talvez anacrónicos), não me parece que o peso das duas opiniões, mulher/homem, deva ser o mesmo relativamente a esta questão.”
O facto de haver algumas mulheres que no processo se aconselham com os companheiros, não justifica que a pergunta em causa se refira apenas à mulher… Até posso aceitar que durante o processo de gestação, possa haver um período em que o peso da opinião mulher/homem não seja igual, mas não acho que isso possa ser assim em todo período de gestação…
Aquiles (1:03 PM)
Quando diz : ”… Devo aqui relembrar que muitas vezes os abortos são decididos por ausência, efectiva, do homem das responsabilidades, que ficam assim a cargo solitário das mulheres …”
Como já defendi, neste caso a decisão é lógico que seja exclusivamente da mulher…
Mas quando diz: … Há muito tempo que venho por aqui falando da diferença entre despenalização e descriminalização. Já não haveria fronteiras entre semanas, nem dúvidas entre dias. E deixaríamos de considerar o aborto um crime. Porque despenalizando as primeiras dez semanas, ele não deixa de ser crime, que será punido daí em diante…
Acha que o acto de abortar devia ser despenalizado/liberalizado em todo o período de gestação em que possa ser considerado como tal???
Queria aqui corrigir o meu ultimo “post” neste ponto pela existência de vários erros:
Blogico (9:53 AM)
Desculpe… Mas se acha como diz que durante os 9 meses de gestação a mulher é soberana, com que lógica depois do bebé nascer se acha no direito de “exigir responsabilidades ao homem, como aliás está correcto, na criação de um filho. Quanto a isto está tudo pronto e bem ou mal está regulamentado, mesmo que ele não tenha decidido pela continuação da referida gravidez... Mas para decidir se a gravidez de um determinado filho, deve continuar ou não, Nada...”
E esse “ser indesejado” só existe a maior parte das vezes (e repito: a maior parte das vezes) porque houve “asneira” praticada por duas pessoas… Mas só uma delas é que decide como “resolver” esse problema… Muito justo, não haja dúvida…
Boa tarde.
Vai animada a discussão...
Paulo (2.57)
Fala à vontade, homem, pois embora eu seja feminista, de mim não levas "porrada":)
Não me vou repetir, porque já sabes a minha opinião.
Só queria acrescentar algo: sou feminista mas não fundamentalista e totalmente contra qualquer ditadura de qualquer dos sexos.
Não é do meu feitio querer substituir uma ditadura por outra:)
No reino do ideal, uma gravidez devia ser planeada e desejada pelo "casal".
Se um "casal"( e aqui casal significa apenas um homem e uma mulher independentemente do estado civil ou do tipo de relacionamento que mantenham) conversa sobre isso e decidem que não querem ter filhos, se a mulher engravidar, de forma deliberada ou não e decidir levar a gravidez até ao fim, tem todo o direito de o fazer, mas não deve "obrigar" o homem a assumir a criança. O que tinham acordado não foi isso...
Isto pode ser uma barbaridade em termos jurídicos, mas é a minha opinião.
Como vês, também defendo os direitos dos homens...
ti (9.20)
O feto é uma parte do corpo da mulher????????????!!!!!!!!!!!!!
Jesus Christ!!!!!!!
Então a muitas falta essa parte:))) Loooooooooooooooool
Blogico(9.53)
Assino por baixo.
Harryhaller (12.25)
Para além do trauma tremendo que representa uma violação, se dela resultar uma gravidez obrigar a mulher a levá-la até ao fim é arrepiante.
Estou chocada, não sei como consegues afirmar isso. Seria de uma crueldade e insensibilidade sem limites.
Cristina(12.35)
Totalmente de acordo.
Focas um aspecto importante.
"Então, não é verdade que a vinculação, desejavelmente rica e positiva, começa o momento em que concebemos um filho ao nível psicológico. Não é verdade o que os psis têm vindo a dizer sobre o papel da mãe na qualidade de vida dos "infantes?"
Só nós mulheres para nos apercebermos dessa realidade (provocaçãozita) :)))
Aquiles (1.03)
"Se a abstenção ganha?"
Ai esse teu pessimismo, homem:)
Depende de todos que assim não aconteça...
Harryhaller,
Estou a tentar entender o teu ponto de vista, mas não consigo, sinceramente.
Um filho deve nascer de um acto de amor e nunca de uma violação.
E não coloco sequer a questão, que essa sim, me parece demagógica, de se uma vida tem mais valor que outra.
E a vida da mulher?
Não interessa, claro, em nome do famigerado "direito à vida."
Se por absurdo ela levasse a gravidez até ao fim, seria ainda "obrigada" a criar o filho?
Mas alguém é tão insensível que não consiga imaginar o pesadelo que isso seria?
Em nome de princípios abstractos vamos ignorar o sofrimento de seres humanos em concreto?
Incoerência minha? Não vejo em quê.
Estou a ser coerente com aquilo que penso e sinto, que é a única coerência que para mim, faz sentido.
Andorinha (2:53 PM)
Tu não és feminista, mas sim feminina :-) …
Em termos jurídicos, principalmente actualmente, essa criança vai ter sempre direitos, no que ao pai diz respeito… O que eu acho correcto… Porque embora ele atempadamente pudesse ter pensado em abortar e a companheira ter decidido o contrario, quando deviam mesmo ter tido cuidado era antes de “fazerem” o filho (claro que não estou a incluir os “acidentes”)…
Eu sei que defendes também os direitos dos homens… :-) Ou mais correctamente os do Ser Humano (segundo o teu ponto de vista, claro e como é lógico), por isso digo que és feminina e não feminista… ;-)
Mas quanto a esta resposta:
”… O feto é uma parte do corpo da mulher????????????!!!!!!!!!!!!!
Jesus Christ!!!!!!!
Então a muitas falta essa parte:))) Loooooooooooooooool…”
Escaquei-me a rir LOLOLOLOLOLOLOLOLOLOL Foi mortal Andorinha…
Pontos, prontos… prometo que não truncar mais este teu texto… não me “batas”… ;-)))))
Andorinha (4:43 PM)
Assino em baixo…
Paulo,
Só um esclarecimento meu para repor a verdade que tu adulteraste:)))))
Quem te disse que não sou feminista?
Acaso me conheces melhor do que eu??????
Sou e tenho orgulho em sê-lo, não percebo por que razão haveria de ter pudor em o assumir.
Aliás, feminista e feminina não são conceitos que se excluam.
Ai esses estereotipos....
As feministas não têm que ser umas frustradas, com um aspecto masculinizado, desprovidas de qualquer encanto...
Chiça! Não sou nada disso, não sou frustrada, não tenho um aspecto masculinizado e tenho os meus encantos.:))))
Sou feminina desde que nasci, porque sou mulher:); sou feminista desde os meus 15/16 anos, altura em que comecei a abrir os olhos para algumas injustiças e discriminações baseadas no sexo.
Algumas sofri-as na pele; hoje em dia muita coisa mudou, mas para mim, o feminismo ainda continua a ter razão de ser.
Isto não invalida que sendo eu uma humanista, acima de tudo seja, como dizes, pelo Ser Humano.
Fica aqui só esta rectificação:)))
Andorinha (6:58 PM)
Ok… Assim estou de acordo… Desculpa… Mas estava a pensar no outro tipo de feminista… Não consegui "atingir" na altura onde querias chegar…
E, sim… Realmente na sociedade em que vivemos hoje, apesar de melhor, ainda é preciso um pouco desse feminismo… ;-)
Hum...
Como diria o professor:
"Vamos ver se nos entendemos."
Então um óvulo não fecundado não é uma parte do corpo da mulher?
E quando é fecundado deixa de ser?
Entre o nascimento de um óvulo e o nascimento de uma criança temos graus de crescimento gradual, (que é difícil de dividir em compartimentos estanques).
Assim sendo há uma altura em um simples óvulo de uma mulher (sem dúvida uma parte do seu corpo) e um espermatozóide de um homem, deixam der ser só isso para passarem a ser um novo individuo, ou ser humano, ou vida, como quiserem chamar-lhe. Mas até lá...
Ti (9:52 AM)
Não… Não é… O Ovócito (e não óvulo) não fecundado, principalmente a partir do momento em que sai do ovário, está a "viajar" no interior do corpo da mulher mas já não é parte do corpo da mulher… Muito menos depois de ser fecundado, pois depois de alguns fenómenos, a célula daí resultante (Ovo) tem uma combinação genética totalmente nova…
Por isso mesmo o Ovócito e Espermatozóides são considerados vida humana, mas claro que não Seres Humanos…
Acontece que o novo individuo resultante da fecundação (e que não é parte do corpo da mulher por isso), durante algum tempo vai ter que "parasitar" a mãe para poder sobreviver…
Paulo:
Peço desculpa pela minha incorreção nos termos usados (feto, óvulo, ovócito, ser humano, vida humana, individuo, ...). De facto falta-me rigor.
Mas segundo a sua concepção:
"O Ovócito (e não óvulo) não fecundado, principalmente a partir do momento em que sai do ovário, está a "viajar" no interior do corpo da mulher mas já não é parte do corpo da mulher…"
Se não é parte do corpo da mulher, sobre o qual tem plenos direitos, é o quê?
Ti (1:12 AM)
Calma aí… Eu nunca disse que o corpo não é da mulher e que a mulher não tem direitos sobre ele…
Também não disse que a mulher não tem direitos sobre o SEU Ovócito… Apenas disse que já não faz mais parte do corpo dela a partir do momento em que sai do ovário…
A mulher tem direito total e absoluto sobre ambos, um é seu e outro é de sua exclusiva origem… Certo???…
Onde pode haver dúvidas de “propriedade” e de direito de decisão exclusivo é a partir do momento em que se forma a célula com 46 cromossomas que resulta da fecundação… A partir daí essa célula e as daí resultantes não são mais suas… Limitam-se a estar dentro do corpo da mulher enquanto precisarem ou então e se preferir enquanto as deixarem lá estar…
Ah bom!
Já percebi o seu ponto de vista.
Mas relativamente a:
"Também não disse que a mulher não tem direitos sobre o SEU Ovócito… Apenas disse que já não faz mais parte do corpo dela a partir do momento em que sai do ovário…"
está errado.
Ti (8:58 AM)
Deve haver aí alguma confusão… Isto não é uma questão de ponto de vista… É o que é e mais nada… Ou seja é uma questão científica…
E não está errado… Como já lhe expliquei O Ovócito (…) não fecundado, principalmente a partir do momento em que sai do ovário, está a "viajar" no interior do corpo da mulher mas já não é parte do corpo da mulher… O código genético deste é apenas metade do da mulher e alguns cromossomas devido ao crossing-over que ocorre durante a meiose, chegam mesmo a ser diferentes dos da mulher…
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