quinta-feira, abril 07, 2005

A espera. A solidão. O envelhecer.

"Nessa espera perdera a força dos músculos, a dureza dos seios, o hábito da ternura, mas conservara intacta a loucura do coração." García Márquez, Cem anos de solidão.


E é possível conservar intacta a loucura do coração sem ter uma recaída na ternura:)? Pelo menos!

61 comentários:

Anónimo disse...

Professor, não lhe posso ajudar, você é que com 56 aninhos já pode ter esse tipo de experiências com corpos dessa formatação. MAS digo-lhe: tanta brutalidade para quê, o afecto parece-lhe assim tão dispersível? Daqui a nada acaba como o pessoal no outro post lá atrás: entre a esquizofrenia do sexo "puro e duro" e um romantismo paralisante e moralista. Não se meta por aí tá bem?:)

1 das suas fãs nro 1 (as futuramente famosas Machadetes)

Anónimo disse...

... perdão perdão perdão... 55 aninhos... que por essas idades já a sensibilidade ao BI costuma ser maior, que espero não seja o seu caso

Anónimo disse...

E já agora parabéns [27, esses sim sei-os de certeza] para um seu colega meu amigo que muito me tem feito pensar e rir nesta caixa de comentarios:)))))))))))))))))))))))))

Anónimo disse...

Envelhecer tem que ser sinónimo de espera e solidão?
Não me assuste:))
Possível será, mas talvez pouco provável.
Permanecendo intacta a loucura do coração as emoções e os sentimentos terão campo aberto para desabrochar.

th disse...

Só vos digo que mesmo aos 72 tudo é possível...lol

Anónimo disse...

penso que as recaídas na ternura são uma consequência das loucuras do coração.
:)

Anónimo disse...

um coração louco é, entre outras coisas, terno. A loucura e a ternura aumentam com a idade. é o que eu acho. a séruio!!!

Anónimo disse...

raquel, concordo em absoluto.

Tão só, um Pai disse...

Curiosa, a pergunta. Para o GGM, serão coisas diferentes. O que sentirá ele, de cada uma? A paixão e a ternura. Podem não andar juntas. Se a paixão não for correspondida, só haverá sofrimento. Ah, este GGM já anda cá há muito tempo ...!

noiseformind disse...

Ai Éme Éme... mas os Buéndia estavam em constante esquizofrenia, sempre À beira do fim, geração após geração, sobre o peso dos magismos do seu universo. E dizes tu: "exactamente como nós estámos dos nossos". Bem, se calhar terás razão, no entanto a posta é "curta e grossa" para tão profundas apneias intelectuais ;))))))

Mas pronto, se eu estivesse a tentar escavar insanamente na profundeza dos teus significados diria que somos todos Arcádios, esperando um dia ser Aurelianos sem perder o gosto pela vida, e que são os nossos fantasmas e espíritos, os nossos cortejos de borboletas amarelas que nos perseguem que nos tornam surpreendentes e propensos a não deixar apagar a diferença.

Sim, pq a diferença obviamente cultiva-se, razão tinha a Santa Beatriz Costa ao dizer "Os homens nascem todos iguais, alguns é que vão ficando mais pequenos com o tempo".

A busca de Jose Arcadio Buenda não se fica pela ciência, o uso que ele lhe dá é tosco nas suas derivações pela geografia. Ele e todos os seus descendentes homens acabam presos da nostalgia de não conseguirem combater com a sua determinação os acasos surgidos do meio envolvente. E portanto cá temos nós homens, sem menopausas tranquilizadoras ( Pelo contrário, preocupantes, dirás tu) numa andropausa que lentamente nos vai consumindo, e este "lentamente" é concerteza o segredo maldito da evaporação da ternura, pois de pequeno em pequeno gesto vai-se consumindo o que é aceitação da nossa outra contra-parte do amor e exigindo que o caminho até nós seja cada vez maior percentagem do caminho percorrido por nós e por quem nos apaixonamos, género-free ; ))))

E qual é o por fim o pecado original de Macondo conduzente à sua destruição? A total falta de realismo na sua memória colectiva, e muitas vezes, e para ser honesto, quase sempre, é este o crime capital que os anos nos levam a cometer, o famoso vitimizar dos afectos, a ideia dramatica de que somos vítimas de tramas exteriores quando os espíritos na casa do nosso sentimento são apenas momentos de prazer esganados pela ausência de carinho... que depois vamos acrescentar À posteriori, embebidos em noltalgia e saudade, quando o tempo torna a parte má negativa e a parte boa dourada ; ))))))


Para quem não leu o livro mas gostava de ter um conhecimento básico dele cá fica um link muito interessante ;)))))

http://www.mala.bc.ca/~johnstoi/introser/marquez.HTM

E por aqui me fico, au travaille


Peter

Mitsou disse...

O encanto da maturidade está precisamente no sábio equilíbrio das duas coisas. Digo eu :)

noiseformind disse...

e já agora cá fica um teaser em relação ao famoso Big Brother que um dia nos controlará a todos, em versão light e pública para já

maps.google.com

carreguem na versão satélite no campo superior direito e vejam se conseguem encontrar o site do WTC

Julio Machado Vaz disse...

Também estou de acordo com a Raquel, o post foi colocado numa boa e não por crise de melancolia:)

Anónimo disse...

Pode ser linda a espera do envelhecer na solidão, não em solidão. Experiências valem mais que todos os prognósticos e estudos mas sinto que vai ser lindo, menos lindo apenas nos dias inesperados.

Recorda-me a avó que teimosamente, digo eu, pois naturalíssimo para ela, viveu só até aos 94 lúcidos e escorreitos anos de idade, apesar de doentes. Testamentou-me um legado incontável de saber estar bem na vida com a vida para a Vida.

'Loucura do coração' ... isso não existe o 'loucura' conota-o.
Apenas existe coração. Se lhe chamo loucura decepo à partida a pureza e inocência da sua génese.

BadJuda

Didas disse...

Boa pergunta Murcon! Boa pergunta!

Helena disse...

mas se loucura até rima com ternura, não vejo onde está o problema!

:)

falo por mim, quanto mais louca mais terna

mdm disse...

Quero conservar intacta a loucura do coração, mas também quero recaídas de ternura.
Para mim, e numa boa, não é possível!

PortoCroft disse...

O envelhecimento não tem necessáriamente que trazer consigo o fim das loucuras do coração, nem sequer das ternuras.

Mas, o que o envelhecimento proporciona, regra geral, é um sentimento de serenidade. As loucuras do coração e as ternuras tendem a ser menos galopantes e mais serenas. E isto será mais acentuado nas mulheres que nos homens. Que lhes parece?

lobices disse...

...um coração louco tem de ser, obrigatoriamente, terno!... :)

Anónimo disse...

Portocroft,

Isto é uma "provocação", não é?
A ver se alguém caía na esparrela?!
Decidi cair.
Concordo que a idade traz uma certa maturidade e serenidade.
Quanto a mim, ao contrário do que dizes, as loucuras do coração tenderão a ser menos galopantes nos homens até porque cada vez lhes será mais difícil galopar.
As mulheres têm outras formas de demonstrar loucura e ternura, não te parece?

PortoCroft disse...

Odete :)

Sim e não. À, eventual, impossibilidade fisíca não tem que corresponder uma ausência de desejo. E, os homens tambem têm outras formas de 'demonstrar loucura e ternura'.

Sem esquecer que estamos no pós-Viagra, o que altera os dados do problema, não é? ;)

Anónimo disse...

Quando eu era mais jovem, tinha esta ideia preconcebida, de que os mais velhos já não conservavam "intacta a loucura do coração" e tudo se resumia à ternura. Hoje são eles que nos mostram que não é assim, que a "velhice" também é uma idade para fazer loucuras, talvez com mais serenidade mas também com mais sabedoria. Já não é (ou não devia ser)um compasso de espera, de solidão, de vazio, de inutilidade, mas sim um outro estádio de vivência plena.

Maite

PortoCroft disse...

Sem dúvida Maite. Concordo em absoluto.

Até porque, as transformações sociais, económicas e no domínio da saúde, lhes permitem hoje, a continuação duma vida quase que inalterada.

Quem é que, na minha meninice, ousaria pensar que uma 'vóvó' poderia dar à luz?

Anónimo disse...

Bem vindo à blogosfera dos "morcões" que já não cabem em si e transbordam!...
Sugestão de epígrafe: A cada impaciente o seu divã...

lobices disse...

...bora...todos...novos e velhos (velhos, uma ova!...), tudo a fazer amor, tudo em loucuras de corações, em derrames de ternura, em fases de carinho, afagos de presença e abraços de sentires... todos em galopante viagem à mais feliz das vivências: o do amar sem posse nem destino, a do amar por bem amar, a do desejar por amor, por desejo, por gosto mas nunca, nunca por bocejo...
...amar em loucura por ternura
...amar em ternura por loucura
...mas, pôrra!... Amar!...

Unknown disse...

Portocroft eu concordo em absoluto. Adoro cair em esparrelas. Só o prazer que dá a seguir nos levantarmos, nem vos conto. As mulheres com a idade ficam muito mais serenas. Os homens ressabiam um pouco mais e babam mais também. Começam a frequentar os bancos de jardim com a desculpa: vou dar milho aos pombos. E ali ficam sentaditos, bem a o nivel das mini saias. troco uma de 50 por duas de 25

Unknown disse...

Desculpem! Agora é que me apercebi que se falava de ternura.

PortoCroft disse...

Lobices,

Mas, que pensamentos pecaminosos são esses, hein?

Estás a ficar uma Florbela Espanca, 'devassa', no masculino. ;)

Unknown disse...

Dr. Murcon dá-se é um tremendo abalo na sanidade da loucura se não houver recaidas atrás de recaidas

PortoCroft disse...

yulunga,

És capaz de ter razão. Mas, parece-me que os novos-velhos preferem dar milho às pombas. Com ou sem baba. ;)

Anónimo disse...

"Nessa espera perdera a força dos músculos, a dureza dos seios, o HÁBITO da ternura, mas conservara intacta a loucura do coração."

Gabriel Garcia Marquez-1

Júlio Machado Vaz-0

Perder um hábito não significa perder a hipótese de uma recaída.A ternura ficou lá, o HÁBITO é que desapareceu.

Tenho que dar o braço a torcer ao poder mediático: o senhor escreve uma única letra e ganha 600 comentários.
O senhor, há muito que deixou de ser psiquiatra, agora é um verdadeiro especialista em marketing.
Não interprete isto como uma ironia insultuosa. Isto é um verdadeiro elogio.

Parabéns pelo Blog mas eu ainda gosto do Gabriel.

Ale (mestressan) disse...

Caro Senhor,

Penso que há a possibilidade de se manter viva a loucura do coração por toda a eternidade mas sempre será reformada dentro de sí a ternura de um ser! O que eu entendo na exposição do autor é que perdeu-se apenas o hábito, ou seja, a repetição da ternura, posto que, havia uma longa espera e que dentro desta houve um bloqueio de qualquer ação de envolvimento e a não exercitação do hábito ausa o atrofiamento dos músculos entre outros sintomas de um longo marasmo. Mas a loucura no coração, a emoção e as euforias se mantém tal qual sempre se mantiveram, vivas, pulsantes, e tão logo se encontre o esperado e se possa concretizar o que o coração anseia, toda a ternura se rejuvenece, toda a ternura vem à tona e como um adolescente, volta-se a amar...a retomada do fogo da paixão! Um abraço (Ale)

Unknown disse...

Portocroft esse humor tem tudo a ver com a foto. Gostei! E isto:"O mau menino volta sempre às coxas da mulher amada." tem tudo a ver com carradas de ternura e despudor. O que me leva a ler-te/lê-lo de uma forma mais cuidada

PortoCroft disse...

yulunga,

E desde quando o ser-se, eventualmente, imoral, nos torna em alguém amoral? :)

É urgente muita ternura e despudor.

Julio Machado Vaz disse...

Basicamente, o espírito - e alguma carne a reboque...:) - não envelhecem ao ritmo das articulações. Aposto que o noiseformind vai dizer que já escrevi e disse isto muitas vezes. E tem carradas de razão!:)

Unknown disse...

Portocroft e quem falou nisso? Podemos voltar atrás um pouco. Genio/Besta, Mau/Bom, Imoral/Imoral. Somos todos felizmente. Q.B.

Anónimo disse...

Paço de Arcos teve Quitéria e Craveiro Lopes e após a morte destes, ambos reencarnaram em Tita e Bajoulo.

"Quisera eu ser Sapato
De Dona Tita dos Pés Sujos
Não vá eu morrer primeiro
Do cheiro dos Ditos Cujos "

Poeta Bajoulo in " No Solier do Xantola "



"Numa noite de copos
Com o meu chouriço rijo
O teu nome escrevi
Com um jacto de Mijo "

Poeta Bajoulo in " Recordações do Meu Chouriço quando era Rijo e eu ainda conseguia vê-lo "

www.riapa.pt.to

PortoCroft disse...

yulunga,

Discordo. Nessas coisas sou um bocado 'Orwelliano': Uns mais do que os outros.

Prof.M.Vaz,

O problema é o reumático. E, nesse sentido, as ternuras ficam um pouco condicionadas pelo desconforto do sofá, a rigídez do soalho ou as molas do colchão. ;)

Unknown disse...

Dr. Murcon, carradas? Que vocabulário! Desde que vá saindo da casca e participe, tudo bem. Portocroft, por vezes não resisto à berjeirice. O problema também pode ser queimaduras se tivermos a casa alcatifada ;-)E agora vou ao trabalho.

Unknown disse...

Portocroft, o Minivero (Dr. Murcon) nos avaliará entretanto. Boas tardes. Boas blogadas

lobices disse...

...reumático, articulações, sofás, alcatifas... my God!... que desperdício... amar pressupõe amar em dacção (doacção não, dádiva, entrega, dispoñibilidade, presença, ser, estar...)
...mas, na verdade, quanto mais "velho" fico mais "louco" me sinto... em ternura permaneço
...
...to PortoGroft: lol, gostei dessa da Florbela Espanca no masculino; aceito mas não sou alentejano, sou do Puarto, carago!
:)

Julio Machado Vaz disse...

Portocroft,
Não seja sádico, desinquietou-me as recordações de juventude:)))))).

mariabesuga disse...

Eu diria que um qualquer coração tem que ser necessária e obrigatóriamente louco e terno, muito ou pelo menos q.b., até qualquer idade. Ou não lhe valerá de nada ser coração, melhor que se dedique a ser outra coisa qualquer.

Anónimo disse...

Linda a espera dos trinta e cinco, a ternura dos quarenta, a solidão dos cinquenta e o envelhecer do Saber. Que se é isso tudo: 35, 40, 50, espera, ternura, solidão e que além do mais nos sabemos reinventar (reis em ventos) em loucuras em ternuras em corações.

A vida é bela minha gente, ainda o havemos de descobrir, como tão bem nos conta GGM. :))

Mantenhas

Tão só, um Pai disse...

Ou será que, depois de uma vida de sofrimento e dura, com a idade, iremos alimentar a esperança de uma aventura, por si só uma graça benevolente e rara, concedida por Deus, sem já pedir a ternura, que não passará de um mero "jackpot"?

Anónimo disse...

Gosto de o ver por cá, professor (na caixa de comentários, digo), porque se não o fizer de vez em quando, nós acabamos por perder-nos a comentar-nos uns aos outros, e como disse já alguém aqui,chega-se a uma altura em que já se esqueceu o post que originou estes comentários todos. Sabe professor, no início achava de muito mau gosto que um comentário fosse mais longo que o seu post mas é essa precisamente a particularidade deste blog, faz-nos pensar e reflectir e daí que nos alonguemos.
E gostei especialmente do àparte "Não seja sádico, desinquietou-me as recordações de juventude:))))))".

Maite

Anónimo disse...

Portocroft:)

Era também tão só uma provocação da minha parte:).
Quanto ao resto, sou "forçada" a concordar contigo.

Anónimo disse...

PortoCroft,
"É urgente muita ternura e despudor", concordo consigo, sobretudo depois de ter começado a "ensinar" jovens com o dobro da minha idade e mais alguns. Falei de coisas que nunca imaginei falar, aprendi coisas que nunca imaginei aprender, ouvi coisas que nunca imaginei ouvir... A loucura que eles sentem pode não ser coincidente com mobilidade possível p'ra idade, a ternura, bem, essa é maior do que a que possamos imaginar...

A ternura há-a aos montes e cordilheiras, a loucura idem, há é gente, e muita, que não a compreende e que a vê, muitas das vezes, como uma taradice da idade!

Abraço
Katz

Tão só, um Pai disse...

Katz, deixaste-me a sorrir com a "taradice da idade" ....

lobices disse...

...to Katz: também digo com um sorriso: abençoada taradice da idade... :)

andorinha disse...

Subscrevo por inteiro o comentário da Maite.
Assim já está melhor:)))
Gostamos que se vá "metendo ao barulho".

PortoCroft disse...

Odete,

Eu sei que sim. :)

Katz,

Gostei. Sobretudo porque estou a caminho da idade da taradice. :)

andorinha disse...

Katz,

Concordo em absoluto contigo. Só acrescento - oxalá consigamos manter essa "taradice" pela vida fora.
Um beijinho

andorinha disse...

Portocroft,
Óptimo. Espero que nos continues a provocar:)

noiseformind disse...

Vou dar-te o gosto de ser previsível Éme, o meu afecto por ti não me permite muitos desvios no temperamento.
Quantas vezes não falaste tu de "amores quase clandestinos", vividos em épocas "à rebelia da data do bilhete de identidade".
E não te ouvi a ti dizer ainda há pouco, via pixeis no ecran de plasma e endossando prosa de John Lenon em brasileiro, que é o mesmo que português com cana de açucar ; )))

"Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Ninguém nos disse que chinelos velhos também têm seu valor, já que não nos machucam, e que existe mais cabeças tortas do que pés."

Eu sei, eu sei, não chegaste a dizer, mas estava no texto, estava no 3º programa não feito sobre este texto de John Lennon ; ))))

Quanto a afectos pulsantes em idades tardias tenho de me declarar incompetente na matéria em apreço. O sexo parece precisar de mais qualquer coisa que o mero acesso aos genitais (se calhar sempre precisou mas foi coisa que não se cuidou quando outras engrenagens estavam mais funcionais) e muitas pessoas aceitam de forma natural o apagamento hormonal.

Mas atenção: ao contrário do que Leighton andou a tentar vender À comunidade terapeutica em Otawa o ano passado os 60'as da idade não são os sixties hippies, o seu optimismo centrado numa comunidade sexualmente esclarecida e afectivamente estruturada no Canada não se pode comparar com o cenário dantesco que nos entra de porta adentro no consultório em terras lusas. pessoas sem qualquer conhecimento do orgasmo não vão passar a privar com ele como amigo de longa data, o sexo não é função sem data de validade e a sua prática a determinados níveis de satisfação feminina não se compadece de arranques tardios. Se para um homem de 20 e poucos para aguentar o acto sexual a ritmos elevados propícios de provocarem orgasmos múltiplos a uma mulher são precisas semanas e semanas de treino (e não estou a falar de ejaculadores precoces, estou a falar de desempenhos sujeitos a ritmo) e poucos melhoram mais do que 20%, não me venham com a "banha de cobra" de que aos 50 pelo menor afluxo de sangue tudo gira à volta do controlo dos ritmos, pois eu dir-vos-ei que então será muito mais frequente a perda da erecção a meio do acto.

Aliás, o grande problema do Viagra é que colocando o pénis num grau de afluxo de sangue muito elevado impede o tal controlo pelo ritmo e a um gesto simples das coxas de uma mulher lá vem o orgasmo masculino e condizente insatisfação feminina.

Aliás, pondero mais sobre a incapacidade da satisfação feminina que sobre o potencial masculino para a satisfação dos afectos.

Duvido bastante que um homem de 55 anos, português, pouco menos do que urbano, não se sinta tentado pela desculpa da rapidinha como forma de bloquear tanto a injustificação para o prazer dela como o espaço para a expressão do afecto dele.

Mas isto são contas de outro rosário ; )))

Portocroft: Colchão de água é que é bom, depois de te habituares não queres outra coisa, a cada impulsod e afastamento do corpo alheio na cama corresponde uma reacção em onda que traz quase de imediato esse corpo contra ti.

Lobices: agora ficaste entalado homem, isto é simples: eles querem deitar abaixo o patriarcado, já não há respeito ; ))) mas atenção, as quecas não se medem em horas.

Aliás, considero existir apenas uma medida para a satisfação sexual: o desmaio. Se a pessoa desmaia está satisfeita, se não desmaia é pq ainda há trabalho a fazer no meio daquelas coxas.
Mas eu tenho 27 anos claro, não tenho de enfrentar as cãs de outros looooooooooooooooooooooool
looooooooooooooooooooooooooooooool
loooooooooooooooooooooooooooooool
loooooooooooooooooooooooooooooooool
loooooooooooooooooooooooooooooool

noiseformind disse...

Quanto à expressão "contas de outro rosário" não pretendia ser trocista face à actual situação cristã. Imagino que o Santo Padre fosse um excelente amante ou senão não teria mantido aquelas 5 freirinhas polacas à volta dele tantos anos.

Mas o recorde continua a ser da Branca de Neve, que tinha 7 anões e depois conseguiu convencer o principe que vivia com eles em comunhão de facto sem matéria de "facto" relevante em comum ; )))

PortoCroft disse...

noiseformind,

Essa da Branca de Neve, caíu-me no goto. :)

Quanto ao colchão de água, vou providenciar. Porque na realidade, essas reacções em onda, são capazes de ajudar a fazê-las dar à costa. :)

Anónimo disse...

Para "A espera. A solidão. O envelhecer",

Leopardi disse qq coisa como:
aahhh... morrer afogado... as ondas... as golfadas de água.... o susto... que maravilhosa sensação de vida.

E isto:
Oh come viva in mezzo alle tenebre
sorgea la dolce imago, e gli occhi chiusi
Ia contemplavan sotto alle palpebre!

“Canti”, p 102

Para JMV com a atenção de Esoen

lobices disse...

...to Noiseformind:
"...Lobices: agora ficaste entalado homem, isto é simples: eles querem deitar abaixo o patriarcado, já não há respeito ; ))) mas atenção, as quecas não se medem em horas..."
...?
...quecas medidas à hora? Chiça! Eu não sou apreciador nem praticante do tântrico!... Não.
...porém, LOL, devo ter um pouco mais de "quilometragem"... como também penso que a prática suplanta a teoria...
...como penso também, que tudo o que a teoria diz pode "ajudar" mas não se "aplica", ou seja, só quando se pratica, só quando se experimencia se poderá verificar se a teoria estava correcta, ou seja, a prática confirmará, ou não, a correcção do teorizado.
...e depois há outra coisa: esta Florbela espanca em masculino como disse o PortoCroft, não aprendeu a dar uma queca pela teoria; aprendeu, praticando-a e só te sei dizer uma coisa (algo que já disse ali em cima): fazer amor (praticar sexo) é a melhor coisa que existe. Não tens dúvidas, pois não?
...lol

blimunda disse...

é. mas eu acabei de ler as memórias das minhas putas tristes do gabriel garcia márquez. intacta a loucura. o coração. a ternura. a força dos músculos e a dureza dos seios ( neste caso...!!! ). já leste, murcon? recaídas na ternura... re? re? na, na, caídas, caídas, caídas que é o que todos esperamos até ...

nikita disse...

A solidão e o envelhecer nem sempre são maus...
Construi tantas recordações!