A questão é pertinente. Falei eu, na minha qualidade de psi, com pessoas que desejavam a morte? E se falei, na minha opinião justificavam ou não um diagnóstico? (Nomeadamente de depressão.) A(s) resposta(s) é que já falei com pessoas que desejavam morrer e não me pareceram sofrer de qualquer distúrbio psicológico. Seja no fim da vida ou em casos de suicídio, não me sinto no direito de "decretar" doente alguém por desejar partir.
89 comentários:
Continuo aqui a ler e a reler. Já fui reler outras coisas por causa deste post de JMV. Luta-se tanto pela vida, e depois luta-se por finalizá-la, também. Não tenho respostas. Já nem sei se posso ter um entendimento moral sobre a vida. Mas se fosse eu? E nem para mim tenho respostas. Nem perguntas. E a eutanásia do bombistas suicidas? Vou até à varanda olhar para o mar que agora está escuro, muito escuro. Mas por lá andam pescadores ao chicharro. Se calhar indiferentes ao tema. Ou não. Quem de nós tem a certeza de saber? Eu não.
É, de facto, uma questão difícil. Confesso que se, por um lado, acho que cada pessoa tem o direito de fazer o que quiser da sua vida, por outro lado, sinto uma repulsa natural em achar normal uma pessoa querer partir. Será sempre doença? Não me parece. Perante um sofrimento grande ou a falta total de horizontes a pessoa pode simplesmente desistir, sem que isso signifique que esteja doente.
Agora continuo com a sensação que nos estamos a contentar com pouco. Lembro-me de um caso, que não conheci pessoalmente, de uma pessoa que vivia acamada há muitos anos e, mesmo assim, tinha uma enorme força de viver.
Não penso que possamos ter olhares moralistas sobre esta questão e muito menos juízos fáceis. Mas não queria ficar com o sabor amargo de uma humanidade derrotada.
Talvez haja quem contraponha que essas pessoas podem não estar mentalmente doentes, mas estão - por certo - possuídos pelo diabo...
Não será por isso que, por exemplo, quem se suicida não tem direito a um funeral religioso (entenda-se católico) ?!
E os que simplesmente desistem, sem lutar, seja no fim ou durante a vida. Esses já se podem considerar "doentes"?!
Será muitas vezes um caso de egoismo disfarçado de altruismo e humanidade.
Penso que, na lucidez, cada um sabe sempre o que é melhor para si e deveria poder concretizá-lo.
Lembro-me incontornavelmente de "Mar Adentro".
É incompreensível o modo como a sociedade na forma de leis nos limita na dignidade da vida e da morte.
Caro fora-da-lei
Já estive em funerais católicos de pessoas que se suicidaram (nestes casos foi em consequência de depressões profundas).
Olá a todos!
Tema delicado este! E controverso também.
A percepção da vida ou a falta de um sentido para a mesma, pode levar-nos talvez a desistir.
Quanto mais nos interrogamos sobre a questão, penso que mais longe estamos da resposta.
De qualquer forma, penso que é plausível que qualquer um de nós, por circunstâncias várias - doença incurável, dependência total dos outros ou uma perda muito dolorosa, não encontre razões para continuar. E isso, penso que não é doença.
Aliás, quem desiste da vida, é normalmente porque a ama imensamente - não desejando portanto que ela acabe, mas sim, com a finalidade de acabar com o sofrimento. Pode parecer um contra-senso, mas é esta a minha opinião de leiga. É para mim a explicação que faz sentido.
Mas nada disto sei, é apenas sentimento. Aliás, as dúvidas, são imensas.
Saudações,
Débora
A vida é um valor a defender, não porque seja um presente de Deus ou porque o direito natural assim o determine, mas pela simples razão de que a esmagadora maioria de nós a temos como o nosso bem mais precioso. MAS essa, no fundo, é mais uma razão para que o indivíduo seja senhor da sua própria morte, como ocorria mais ou menos até o séc.XIX (Recomendo aqui a leitura do interessantíssimo livro "História da Morte no Ocidente", de Philippe Ariès). Fazê-lo no contexto cada vez mais médico que a morte vem assumindo, exige dar ao cidadão o pleno direito de dizer: "parem com tudo! Chegou a minha hora de partir, quero... IR ".
Cada um é livre para dispor do próprio corpo. Ou devia sê-lo!
É um tema que cruza muitas áreas da nossa civilização. É um tema que 'incomoda', que gera discussões acesas...
Seja qual for a nossa opinião, a que importa verdadeiramente é a de quem decide em determinado momento sobre a sua própria vida.
Querer viver ou 'partir' não é estar 'doente'... é estar consciente de um querer. E isso... é um direito.
Boa noite para todos.
Carinho da Nina
E com esta me tramou, professor.
É que já lá vai um tempinho que li um livro do prof. Daniel Sampaio - Tudo o que temos cá dentro - e ou interpretei mal ou me pareceu que ao suicídio estavam subjacentes factores de perturbação mental, logo, poder-se-ia dizer que se estava na presença de "doença".
Já desejar pôr termo à vida (qualquer que seja a idade)por se sofrer de doença incurável, com incapacidade e/ou sofrimento não me repugna nada. Mais do que um direito, é dignidade.
prof ... acho q fala duma coisa diferente, qd menciona o querer/desejar a morte num estado depressivo
jocas maradas
Esta é uma questão complicada.
As pessoas têm o direito de fazer da sua vida aquilo que quiserem, inclusivamente decidir por-lhe fim?
Já cheguei a pensar assim, achava mesmo um acto de uma enorme coragem o facto de alguém decidir suicidar-se.
Hoje penso de forma um pouco diferente ou, pelo menos, não tenho tantas certezas.
Penso que alguém que chega ao consultório e que diz que está farto da vida, que sente um tédio imenso por tudo isto e que deseja morrer estará a sofrer de um distúrbio psicológico.
Não é "normal" que alguém encare assim a vida.
Consigo entender que pessoas com doenças incuráveis ou com problemas aparentemente inultrapassáveis (seja em casa, no emprego, etc, etc) pensem assim e não vejam outra saída, deixem de encontrar sentido para a vida.
Agora desejar morrer sem ter nenhum motivo grave parece-me sintoma de que algo não está bem em termos psíquicos com essa pessoa.
Poderá ser só uma questão de desistência peranta alguma adversidade. Nesse caso não precisará a pessoa "apenas" de um empurrão para continuar a viver?
Júlio, perante isto ocorre-me a pergunta: qual deverá ser a atitude de um psi perante uma pessoa que lhe diz que quer morrer (isto se "decretar" que essa pessoa não está doente?)
andorinha....se não estiver doente? como assim ? não entendi!
caso lhe digam q não e ele puder andar e falar e fazer tudo isso, sai dali e mata-se como tantos, decide ele (pessoa)
jocas maradas
andorinha, há muito empurrão de psis, familiares, amigos e de quimicos, e mm assim não são suficientes para deixar esse querer..psst nessas alturas o q não falta são resmas de justificações para esse querer ser/acontecer, a maior parte das vezes não exteriorizadas verbalmente
é complicada a nossa cabeça, ou melhor é complexa
jocas maradas
"Não ceda à ideia ingénua de liberdade. Numa depressão é muito difícil pensar com clareza!"
(Citado de memória de um manual de sobre a Depressão para Clínicos Gerais)
Que fazer quando nós, não psis, mas médicos mais próximos dos doentes, no fundo compreendemos a posição de quem quer terminar com o seu sofrimento?
su,
Eu também não te entendi...
Claro que ele sai dali e pode fazer isso, é lógico.
Mas se ele for falar com um psi e lhe disser que quer morrer, o psi achando que ele não está doente, diz-lhe: ok, quer morrer, morra!
Estou a caricaturar mas é esta a minha dúvida.
Se calhar isto não está muito explícito....mas deu para entender?
su,
Isto é tudo muito complexo, eu sei, mas eu já estive assim há muitos, muitos anos e se não me tivessem dado o "empurrão" de que precisava na altura, eu já não estaria aqui.
Teria sido uma pena, porque hoje gosto muito de viver, entendes?:)
Boas noites malta, obrigado por este bocadinho :)
o psiquiatra não te diz isso, dirá "isso é uma fase depressiva, aqui vão uns medicamentos q o vão ajudar a superar essa fase tão negativa, blá blá "....tomas uma resma deles, ficas "adormecida" não passa, mas fica lá....
opsss depende das depressões, dos psiquiatras e das pp pessoas
há pessoas sujeitas a depressões, sempre...... não estou a falar da depressão q mta gente diz q tem e q passo com uma ida ao cinema, é a diferença em quem tem uma enxaqueca e outra q pensa q tem q que lhe passa com um café e gostas de limão .opssssss-...era bommm
ok sou exagerada, mas falo por mim
jocas maradas
ops mas estou(amos) a falar de suicidio aqui e não de eutanasia,q é diferente
ainda bem andorinha, mas infelizmente isso não se passa com todos, as pessoas enquanto não enlouqueçem tem a noção da "miseria" da vida q vivem e isso é o pior, mais valia ser louco, no sentido de não dar conta nem pensar, deixar andar....ou então ser futil, olha só me chateva com os cabelos e as cores das pulseiras dos relogios, a ver se combinavam com o resto da roupa, entendes?....
jocas maradas
su,
Eu sei que o psi não me diria isso.
Sou maluca, mas não tanto.:))))))
Estava a caricaturar...
Tudo depende das situações, claro. É difícil explicar assim por palavras, às vezes a comunicação emperra.:(
E claro que estamos a falar de suicídio e não de eutanásia, aí estamos de acordo.:)
jocas maradas.
Prof.
Concordo plenamente consigo...
Não é doente quem sente que viveu o suficiente, e já não tem mais motivo para viver...Lembro tantas figuras célebres, que pelo facto de se suicidarem deixaram obra feita, que muitos que se arrastam por décadas cá não foram capazes de fazer...
su (11.35)
A nossa conversa hoje está complicada.:)))))))))
Mas entendo-te perfeitamente e acho que tu também me entendes.
Ao fim e ao cabo nem estamos a dizer coisas muito diferentes....
jocas muito maradas.:)
Quem fala em morrer com mente sã, sempre achei serem desabafos. A vida é muito complicada. O que para uns, apesar de ser mau, é ultrapassavel; para outros é mais complicado e agrava o desanimo. Não me parece isso um caso de livre decisão da vida.
Mahatma
Acha correcto privarmos quem amamos da nossa presença, só porque num determinado momento achamos que não somos mais precisos? Ou que cumprimos o que nos propusemos?...
'The end of the world' has already begun, UW scientists say
quem quiser morrer que morra, até porque todos vão morrer e o mundo vai acabar... mas podem sempre se entreterem com questões dessas e outras afins (novel stimulation)
Muito bem, querido professor.
Faz a "confusão" e despois deixa o maralhal aqui todo à nora...
Andorinha
11.11
Um abraço.Concordo consigo.
cada um sabe de si. tout court.
abraço, dina g.
Infelizmente a atitude frequente das pessoas, inclusivé de pessoal médico, perante alguém que tentou um suicídio é passar a olhá-lhas como umas desequilibradas, alguém que é e será sempre sujeito a reacções imprevisíveis e extremas. Ou como as pessoas podem julgar os outros sem perceberem nada...
Bem... sendo que são 5 da manhã e as duas jovens no quarto já deram o que tinham a dar dos seus corpos, cá estou eu.
Em primeiro lugar,
NADA DE FALTAR AO SJSM!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Em segundo lugar,
NÃO SE PREOCUPEM, USEI PRESERVATIVO!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Em terceiro lugar,
SIM, MESMO NO SEXO ORAL!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Bem,
Não me parece que alguém deva partir por partir. Eu e (onde é quanda o gajo?) António Pereira andámos aqui ás turras a tentar criar uma situação de suicídio perfeita há uns tempos e chegámos à situação de um tipo de 16 anos que simplesmente queria partir, não tinha doença nenhuma. Limitava-se a tentar suicidar vez após vez até cumprir todos os critérios de sofrimento exigidos pela lei. Nenhum padecimento físico, total confirmação de qualquer comissão que o indivíduo não tinha outro objectivo que não fosse matar-se. Então... pq é que não se mata? Posso ser sincero? E têm-me deixado sempre ser com mais ou menos apedrejamentos, vamos lá ver se desta tb passa.
Não me parece que padecimento psicológico (depressão e outros estados patológicos sociais, quer sejam de auto-imagem, quer sejam relacionais) seja o bastante para uma comissão deliberar-se pela autorização de conceder meios públicos a uma pessoa para se suicidar, nem para conceder que uma pessoa se suicide com os seus próprios meios. Uma pessoa com uma patologia diagnosticável e verosímil, seja, claro que sim, e de pref na companhia de entes queridos. AGORA: do tipo "eu quero acabar com isto, e se tentar muitas vezes então passa a ser permitido"??????????????????????????
TIPO, NEM PENSAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
NEM PENSAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
NEM PENSAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ALIÁS!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Os nros que estou a ver À minha frente dizem que em 2001 foram 1626 os casos de EUTANÁSIA na Holanda, TODOS associados a doenças terminais graves!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ALIÁS!!!!!!!!!!!!!1
A lei de 2001 foi o resultado do trabalho de uma comissão instituída em 1999 no seguimento de um processo judicial terminado em 1998 em que um médico tinha auxiliado um homem a morrer POR ELE ESTAR CANSADO DE VIVER. Ou seja, a regulamentação da EUTANÁSIA está a ser feita por todo o mundo tendo em vista resolver problemas REAIS de pessoas que estão a sofrer de doenças de foro endócrino e não pessoas que estão simplesmente a pedir o suicídio. É dever de uma sociedade tentar, dentro do limite do razoável, garantir condições DE VIDA aos seus cidadãos, e é nesta medida que a EUTANÁSIA tem vindo a ser legalizada, não como uma solução para situações de insatisfação vivencial. Aliás, a eutanásia representa actualmente não mais do que 2.1% das mortes na Holanda, e se descontarmos os estrangeiros ficámos com 1.80%, portanto... pessoal... calminha aí nos cavalos quando entrámos em espirais do tipo "só cá anda quem quer e se alguém quer partir então vamos é ajudar o pessoal a despachar-se". CALMINHA!!!!!!!!!!!! RESPIREM FUNDO!!!!!!!!!!!!!!! Quando nos embrenhámos nestes debates caímos, não sei pq, nestes extremos de "Gente, Vamos Passar Para o Outro LAdo do Espelho" e não é disso que se trata. Trata-se de resolver problemas reais das pessoas. Quer dizer, então temos um casal que criou um filho e ele aos 16 anos decide que quer morrer. Quer dizer: estão a fazer a mínima ideia do que se está a fazer a esses pais? Não quererão esses matarem-se mais fortemente? Eu sei, eu sei, matámos todos os dias muita gente pelas condições miseráveis que lhes dámos de vida. Basta pensar que uma pena superior a 15 anos numa prisão portuguesa é considerada pela Amnistia Internacional como uma pena de morte por via das doenças que são transmitidas no meio prisional. MAs tipo... daí até À decisão pura e simples, do tipo, it's my time to go, CALMINHA!!!!!!!!!!!!!!!!
PPL terminal, querem partir? Estão fartos da cadeira de rodas e da perda de autonomia? Mas claro que podem partir, mas primeiro vamos tentar MELHORAR a vossa vida, não nos vamos demitir dessa garantia só pq ESTÁ FARTO da situação. Por isso mesmo é que há um período de avaliação, não é do nada. ALiás, por isso mesmo é que esse periodo de avaliação é curto, pq uma das medidas que entretanto fez jusrisprudência é a não-expectativa de alteração do estado de saúde nos 6 meses seguintes (ou morte nesse mesmo período). Isso, ok. Isso, tá-se bem. Está-se num estado, não há saída, ok, seja, vamos lá fazer isto dignamente.
AGORAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
DAÍ até SE mandar O pessoal PARA a COVA pq QUEREM.......... CALMINHA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
; )
Nina,
Acho excelente que uma pessoa disponha da sua vida. Só o Porto tem 5 pontes à disposição dos seus munícipes para o suicídio destes ou de quaisquer visitante que nos queira agraciar com a sua visita e suicídio na nossa bela cidade. Já Lisboa tem pontes mais longas, com mais pontos de onde saltar, mas dado o transtorno que ir de carro até ao ponto de salto a CML sugere que as pessoas vão a pé ; )))))))))))))))
andorinha,
Primeira lição de uma linha de atendimento ao suicídio, mostrar a dor envolvida no processo, que é normalmente o principal tampão de curto prazo ao suicídio. Vai ao site da Befrinders e vês isso. "quer-se matar, muito bem, boa ideia, mas veja lá como faz isso, que isso se correr mal pode-lhe deixar marcas para a vida toda" ; ))))))))))))
Aliás, vejam bem que que a quantidade de suicidas que usa métodos contudentes de suicídio é muito baixo. E muitos aqui na Tuga usam o famoso homícidio-suicídio, normalmente na pessoa da esposa espancada anos a fio (o que é uma pena). Saltar de pontes ou de prédios é muito pouco comum, apesar de ser dos únicos métodos eficazes conhecidos, afinal a maior parte das pessoas quando chega ao chão já vai morta de paragem cardíaca ; )))))))))))))))))))))))
Su,
Estás a dizer exactamente o q? Tu fartaste-te de andar aí à volta do peixe que querias vender mas não chegaste a metê-lo em cima da pedra. Afinal as pessoas chegam ao psi, fazem uma avaliação e dizem-lhes: volte daqui a x tempo, faça esta medicação e se ainda estiver para aí virado então sim, pode ser????????? Será isto que estás a tentar dizer de forma tão palavrosa? ; )))))))))))))))))))
Patrícia,
E mais, quando um amigo depois de um grande sofrimento aparece cara surpreendentemente calma, sem medicação, nada, e vemos que a coisa vai acabar mal? Chama-se a polícia? "Fulano vai-se matar, acudam..." ;( pois é, pois é, isto vivido na primeira ou segunda pessoa tem sempre outro enfoque ;(
FDL,
Posso fazer uma confissão? Sempre que vejo o Jorge Costa nas bancadas do Dragão apetece-me dar um tiro na cabeça!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Se uma pesosa saudável se quer suicidar, então que se suicide!!!!!!!!! O suicídio, que se saiba, não gera dependência e os mecanismos dos menteurs suicidas estão bem estudados. Uma pessoa quer defender o seu livre-arbítrio, ok, que o defenda, que se atire de cima de, que se atire contra, que se injecte com, que se electrocute com, está tudo dentro do âmbito dela, é seu dsejo fazÊ-lo, que o faça. Jasu, NÃO FALTAM sites a mostrar como se pode fazer a coisa bem feita, a começar por ESTES gajos que são mesmo assustadores mas eficazes
E pronto pessoal, vou-me enroscar no sofá, a cama tá ocupada ; )
Para ler o texto anterior nada melhor do que clicarem aqui e ouvirem esta musiquinha ; )))))))))
Um contributo para a discussão...
Um exerto da entrevista dada pelo Prof. Daniel Serrão à revistão "Acção Médica" em Março de 2005:
"P - Em que medida é que a obsessão por um corpo perfeito terá a ver com
a eutanásia?
R - Há pessoas que pensam: "Se eu não tenho saúde, se o meu corpo e o meu
aspecto deixaram de ser bons para eu me sentir bem, se o meu corpo não presta
para mim, então eu quero destruí-lo". Os suicídios têm aumentado, designadamente
na Europa e em Portugal, muitos deles devido à recusa do próprio corpo.
Esse era o caso do Ramón. Ele não gostava do corpo paralisado. Achava que o
corpo paralisado era a negação de tudo aquilo que constituía a sua religião de
saúde. Achava que aquele corpo devia ser destruído por ele próprio, se o pudesse
fazer. Mas como não o podia, então pedia aos outros que lhe fizessem o favor de
destruírem aquele corpo que não prestava para ele.
P - Qual é o segredo para convencer alguém que pede a eutanásia de que
esse não será o melhor caminho?
R - É conseguir explicar à pessoa que até pode parecer que o seu corpo não
presta, mas que tem um valor formidável para todos nós. Se nós formos capazes
de ajudar a pessoa a construir uma imagem corporal interna que seja valiosa, uma
nova visão do seu corpo, que seja tido como valioso mesmo estando paralisado,
então esta pessoa não pede a morte porque encontrou uma nova forma de viver.
Last but not least:
ESTADO VEGETATIVO PERSISTENTE
- PARECER DO CNECV -
No passado mês de Fevereiro, o Conselho Nacional de Ética para as
Ciências da Vida, actualmente presidido pela Drª Paula Martinho da Silva,
publicou um Relatório seguido de um Parecer sobre o Estado Vegetativo
persistente. O Relatório foi elaborado pelos Professores António Vaz Carneiro,
João Lobo Antunes e António Falcão de Freitas, sendo o Parecer assinado pela
Drª Paula Martinho da Silva. Trata-se de um Relatório prudente, em que se pode
ler «a regra geral é in dubio pro reo, e assim, quando não seja possível conhecer
a vontade actual da pessoa, o princípio da beneficência deve prevalecer sobre
o princípio da autonomia. A questão aqui é então saber qual é o melhor bem para
a pessoa e quem o determina».
Transcreve-se a seguir, na íntegra, o Parecer do CNECV.
Tendo em consideração:
a) que o Estado Vegetativo Persistente é uma situação clínica e o seu
diagnóstico pode ser alcançado com uma fiabilidade aceitável e reprodutível,
sendo diferente de outras que apresentam também alterações profundas da
consciência, como o estado minimamente consciente, ou o coma.
b) que o prognóstico pode ser determinado com um grau aceitável de
segurança, e só excepcionalmente é imprevisível.
c) que a pessoa em Estado Vegetativo Persistente, embora desprovida de
actividade cognitiva e de auto-consciência, não pode ser entendida como estando
morta nem pode ser considerada em estado terminal.
d) que a manutenção da vida da pessoa em Estado Vegetativo Persistente
depende necessariamente da alimentação e hidratação artificiais.
e) que não existe um entendimento uniforme relativamente a considerar nos
casos concretos se a alimentação e hidratação artificiais são tratamentos ou
simplesmente cuidados básicos.
f) que existem discrepâncias sobre o que, para cada caso particular, se
considera tratamento proporcionado ou desproporcionado, de modo a que
possam ser aplicadas soluções uniformes às em Estado Vegetativo Persistente,
gerando divergências sobre o que, para o caso concreto, é considerado tratamento
fútil.
g) que a pessoa em Estado Vegetativo Persistente guarda em qualquer
circunstância a dignidade intrínseca ao ser humano, que é.
h) que a pessoa em Estado Vegetativo Persistente não tem possibilidade de
tomar actualmente decisões sobre a sua saúde, designadamente sobre o início ou
a suspensão de tratamento e de suporte vital.
i) que, não existindo manifestação de vontade anterior coloca-se a questão
de saber se é do seu melhor interesse que a vida seja prolongada pela continuação
do tratamento médico.
O CNECV é de parecer que:
1. qualquer análise da situação relativa a uma pessoa em Estado Vegetativo
Persistente deve ser extremamente cautelosa e partir de um diagnóstico rigoroso
sobre o seu estado clínico;
2. a pessoa em Estado Vegetativo Persistente tem direito a cuidados
básicos, que incluem a alimentação e hidratação artificiais;
3. toda a decisão sobre o início ou a suspensão de cuidados básicos da pessoa
em Estado Vegetativo Persistente deve respeitar a vontade do próprio;
4. a vontade pode ser expressa ou presumida ou manifestada por pessoa de
confiança previamente designada por quem se encontra em Estado Vegetativo
Persistente;
5. todo o processo de tratamento da pessoa em Estado Vegetativo Persistente
deverá envolver toda a a equipa médica assim como a família mais próxima
e/ou a pessoa de confiança anteriormente indicada e pressupor a disponibilização
da informação conveniente a todo o processo decisório, tendo em consideração
a vontade reconhecível da pessoa em Estado Vegetativo Persistente nos limites
da boa prática médica, e tendo em conta a proporcionalidade dos meios que
melhor se adeqúem ao caso concreto.
6. em consequência, não poderão ser aplicadas soluções uniformes às
pessoas em Estado Vegetativo Persistente impondo-se pois, uma avaliação
criteriosa em cada situação.
Lisboa, 15 de Fevereiro de 2005.
Também se pode fazer como diz o Almodover: Viola-se sexualmente o doente, pode ser que ele melhore!
Ram, gratíssima.
RAM
Guardei o seu comentário, que muito agradeço
Bem haja
Pois. E eu continuo a ler muita coisa sobre esta temática. E o que é a doença? Lembrei-me dos budistas e dos setes medos. Há dois que são muito pertinentes na civilização ocidental: o da doença e o da pobreza. Parece até que a vida decorre dos vectores que estimulam estes dois medos. E doença não é morte. Mas que sei eu?
JMV com estes dois últimos postes baralhou tudo. Vamos a ver se volta a dar.
Os pescadores sempre estiveram na pesca do chicharro neste mar cinzento que me rodeia. Fritinhos comem-se inteirinhos. Vai ser um almoço de Lord.
"Acho excelente que uma pessoa disponha da sua vida. Só o Porto tem 5 pontes à disposição dos seus munícipes para o suicídio destes ou de quaisquer visitante que nos queira agraciar com a sua visita e suicídio na nossa bela cidade. Já Lisboa tem pontes mais longas, com mais pontos de onde saltar, mas dado o transtorno que ir de carro até ao ponto de salto a CML sugere que as pessoas vão a pé ; )))))))))))))))"
lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol lol IMPAGÁVEL! Grata pelas tuas insónias miúdo.
Doente Terminal,
O RAM não fez nenhum comentário. Quando muito está a agradecer-lhe a transcrição.
Sical,
A bioética é a filosofia da aplicação da moral aos actos médicos. É hipócrita porque evita a questão socio económica dos doentes, partindo do princípio que toda a gente tem acesso a todos os benefícios da medicina.
Para mim a questão essencial é a de que os doentes terminais só o são porque tiveram acesso a cuidados médicos sofisticados. Caso contrário já tinham morrido.
A questão é, portanto, de ter ou não liberdade de abandonar meios artificiais de sobrevivência.
Essa liberdade é muitas vezes exercida pelos familiares, que a usam sabe Deus como! (não o deixem morrer enquanto a escritura do empreendimento tal não fôr feita).
Então, ninguém comenta o filme "fala com ela"?
Estou com a linha de argumentação da Andorinha e do Noise, quer pela forma como a apresentaram, quer pela forma como a defenderam. A eutanásia está a ser usada em países que regulamentam os actos dos seus cidadãos, em vez de os escamotearem para baixo do tapete. Em Portugal esperámos que a culpa impressa no nosso código genético baste para que as pessoas se auto-regulem. Esta é a MINHA opinião he he he
Aliás somos um país em que as pessoas pensam muito pouco sobre os assuntos. Reparem na imensa quantidade de informação que a RAM colocou. Não escreveu nada dela, nada da cabeça dela. Deve ter lido o comentário enorme do Peter e disse "ora porra, eu não tenho ideias próprias, não tenho ideias nenhumas, defendo isto mas não sei como argumentar, deixa-me fazer uma pesquisa com eutanásia a ver se alguém minimamente conhecido ou importante já defendeu isto para meter lá algo de remotamente consistente". Somos assim quase todas. Pedimos emprestada informação em bruto sobre as matérias de outras fontes e já está expressa a nossa opinião, sem risco de contraditório, esperámos nós, pela força das assinaturas no fim da opinião. Resta-me a felicidade de tanta gente antes e depois daqueles dois "monumentos" ter continuado a dar a SUA opinião ;)
Manolo Herédia
Concordo com a sua QUESTÃO ESSENCIAL. Aí reside o cerne da questão dos postes de JMV. Deveria ser sobre isso que nos deveriamos expressar. (claro que sem dever nem obrigação). Masos comentários rolaram sob os medos que vão subjacentes nas mentes em relação a um confronto possível no futuro.
Professor
Mais Eutanásia não! :((((
O dia está lindo!...o sol está aqui mesmo ao lado a brilhar!...a vida pode ser uma fonte inesgotável de Esperança e de Alegria!:))....e amanhã é o dia do 2ºJantar do Murcon! :)))))
Agradece-se aos participantes que se juntem no Bar do Hotel, logo à entrada, por volta das 8,30h porque o jantar começa a ser servido às 9h e como é buffet não convem atrazar.
Manolo Heredia
Considero comentar o facto de se assumir uma citação/transcrição - agradeci as do RAM que não conhecia e me elucidaram.
Quanto ao seu texto original "Para mim a questão essencial é a de que os doentes terminais só o são porque tiveram acesso a cuidados médicos sofisticados. Caso contrário já tinham morrido.
A questão é, portanto, de ter ou não liberdade de abandonar meios artificiais de sobrevivência.",
parece-me que desconhece grande parte do problema que aborda e das suas implicações médicas e familiares.
Fique bem e proteja todos os seus das doenças terminais, se puder.
Penso que a qualidade de vida tão em voga é muito pouco compatível com estados de vida vegetativa. E isto como situação mais gravosa. Pois, quando a "degradação" da saúde física não é acompanhada pela mental influenciará em muito as nossas convicções, ou seja, não é necessário estarmos mentalmente doentes para pôr-mos em causa o nosso futuro quando assistimos ao fim de toda a expectativa de qualquer qualidade de vida.
Acho que o problema está nesse padrão.
conserto
como você, acho que o problema está nesses padrões, nesses pressupostos, nessas expectativas do 'rei' do reino animal que é fustigado por sismos e toda a sorte de cataclismos mas usa estas frases e pensacconseguir fugir a estes dissabores:
decretar doente, desejar partir, degradação, convicções, qualidade de vida, desejar por em causa o futuro, etc, etc
Conserto
Concordo imenso consigo; conheço pessoas que pensam e dizem exactamente isso...que quem decide o "Fim" delas, são elas próprias. É claro que nestas afirmações está implicita essa noção de incapacidade de viver abaixo de um determinado padrão de vida. A própria "fobia" das sociedades ocidentais e principalmente a americana, muito preocupadas de viverem ao nível de segurança "zero de riscos",demonstra bem esse medo e essa preocupação de não estarem disponíveis para viverem padrões de vida dificeis.
Jantar amanhã? Estou muito longe, mas espero que, quem for, tenha um convivio agradável. Merecem.
Um óptimo jantar para o maralhal, amanhã, em Lisboa.
Noise: ainda bem que safe sex para ti é safe sex!
Não consido entender é como é que consegues ter essa energia toda às 5 da manhã....??????????........
Uma coisa é "viverem padrões de vida dificeis" mas com hipóteses/esperança de um dia poder ser melhor, outra coisa é "viverem padrões de vida dificeis" em que futuro será cada vez pior e sem esperança. Um exmplo seria pessoas tetraplégicas com prognóstico de ficarem assim 20/40 anos ou mais. Quem advoga que pessoas nestas condições não tem direito de pôr termo à vida na maioria dos casos parece-me que estão muito longe destas realidades. Só quem se confronta com elas poderá saber o que isso é, e ajuizar se faz sentido para ela continuar com essa forma de vida. Na plena posse das suas faculdades mentais...
E é claro, que ter ou não ter dinheiro, fará muita diferença à qualidade de vida da vida de quem vive em situações críticas. Algo que também as pessoas parecem esquecer-se frequentemente...
este assunto é mesmo polémico, mais uma vez conseguiu surpreender-me, pela coragem de dizer isto. também concordo, a liberdade é ter e poder decidir tudo que fazer com a nossa vida, não sendo necessarriamente ser louco, se desistir de viver e querer morrer. sempre muito polémico e cheio de variavéis e limites, por mim é total.sofialisboa
Doente terminal
Presumo pela mágoa que transparece das sua palavras que há um problema na sua vida relacionado com este assunto. Desejo-lhe coragem para o enfrentar, e sabedoria distinguir os conceitos justos (derivados das leis da Natureza que é a lei de Deus) dos preconceitos (ditados pela Cultura vigente, quase sempre impregnados de cinismo e de oportunismo).
Fazem tudo para aparecer uma nova vida, fazem tudo para não se perder uma vida, são sempre os outros a legislar a vida dos outros, onde entra aqui o conceito do eu? O conceito de vida para a ciência é diferente do que se constroi nas nossas cabeças e sempre ouvi dizer que a unica verdadeira liberdade existe apenas nas nossas cabeças, logo cada pessoa deve decidir o que fazer consigo desde que a ciência não lhe consiga resolver os problemas.
Bom dia maralhal.
Dr. Murcon (© Copyright Yulunga 2005)
Já uma vez publicou um post que também falava de morte, ao que respondi: QUE PORRA DE TEMA!!!!
É tão dificil falar sobre isto.
Será que a frio temos uma opinião e a quente ou perante uma situação que nos toque passamos a ter a oposta?
Opinar sobre uma decisão dessas é tão estranho.
Será que devemos decidir pelo coração ou pela cabeça?
Sinceramente baralha-me muito.
Dr. Murcon
Hoje maquilhei-me de propósito para si.
Não sei se gosta da cor do baton
;-)
Manolo Heredia
Agradeço as palavras de solidariedade
Yulunga
Sinto que a resposta é essa: 'A frio temos uma opinião e a quente ou perante uma situação que nos toque passamos a ter a oposta' (ou outra que reconfiguramos na ocasião)
doente terminal
Pessoalmente e imaginando uma situação que me toque, e se calhar serei egoista, penso sempre que não o deixaria fazer a um familiar.
Se há milagre em que acredito esse milagre chama-se medicina; e ela por vezes evolui tão rápido, que ACHO que nos pensamos assim: sei que estás a sofrer, mas aguenta um bocadinho mais, a cura não deve tardar.
Não sei se isto é assim de facto com familiares de doentes terminais; mas é um bocadinho o meu imaginário
Também acho que a nossa cultura em relação à aceitação e concepção de morte também nos condiciona um pouco na opinião que temos sobre o assunto
E antes de sair acho que este tema devia ser debatido por pessoas que estejam em situações terminais, e aí sim iriamos obter a verdade.
E se calhar até iriamos ficar surpreendidos com os resultados.
Até mais logo maralhal.
Boas blogadas.
yulunga
aguenta + 1 pc
por mim e para já sei do q falo: é aguentar q é serviço!
Como costumo dizer, também não tenciono ficar cá para estátua. E ainda bem que sou biodegradável :-))
aliás,
é possível estar-se neste estado e usar-se um PC ... mas observo com curiosidade como se cultiva aqui a (saudável?) loucura da esperança, se tomam colheradas (em palavras virtuais) do elixir da juventude e da saúde e se esconjuram os estados simétricos.
...yul, yul, tu toma-me juizo, rapariga!!!!;-))))))
Ninguém aqui se atreve a comentar o filme de Almodover "fala com ela"?
Dr. Júlio, há muitos anos que o desejo de abandonar esta vida me acossa o espírito, constante e incessantemente. Sempre pensei que a ideia iria passar, com o passar dos anos ao ter a espeança de que este sentimento de solidão me abandonasse. Mas, não. O desejo não passou, apenas aumentoe. E a cada dia que passa esta vontade é maior, visto eu não encontrar nenhum propósito para a minha existência.
Acha que a procura de algum tipo de apoio iria alterar esta minha vontade? Haverá alguma hipótese de eu não continuar a sentir-me a viver esta vida de forma a não a querer mais?
A pergunta poderá parecer talvez um pouco ridícula. O facto de aqui estar não é tampouco um "grito de ajuda" ou algo assim. É apenas a procura de mais um argumento, seja ele qual for.
Cordiais cumprimentos... Marco Sampaio
Marco Sampaio,
Já alguma vez viste uma laranjeira em flor ?
Quanos milhares de flores de uma laranjeira têm de morrer para que uma só sobreviva e dê finalmente uma laranja ... E quantas laranjas pequeninas têm de morrer (com vento ou outras adversidades) para que sobreviva uma e chegue a amadurecer... E quantas das que amadurecem são colhidas ?
A vida é um milagre ! Por isso é tão grande a perda de uma vida que passou todas essas fases e, não obstante, socumbiu.
Viver é, em si próprio, o objectivo mais nobre de todo o ser vivo!
Pensamento...
Há dois posts que falamos da situação e cada vez me convencem mais. Eutanásia é "medicamento" contra indicado a pessoas com saúde.
Concluo:
1ºQuem a quer por capa é alguém que a condena;
2ºQuerem atribuir a terceiro a façanha( ficar de mãos limpas, passaria o médico a ser assassino);
3º Puro comodismo;
4º Pessoas que valorizam demais a opinião alheia querem que a lei lhes dê cobertura. Como que depois de mortos o que os outros fiquem para aí a falar tenha um grande relevo....
Tenham dó! Desculpem a frontalidade. Mas, porque não o suicídio? Sabem que podem usar medicamento indolor no suicídio?... Que se suicidarem não vão presos?... Pensem nisso.
Luta-se por dar qualidade de vida; deve legislar-se nesse sentido; e não em tirar vida a pessoas SAUDÁVEIS.
Mas se mesmo assim a vontade não arreda pé... Usem-na pelo menos em prol da humanidade,saúde e qualidade de vida para todos aqueles que nem vacinas têm (fála-se de saude já nem falo em comida...). No nosso país já podem começar. As vacinas vêm sempre contadas. Lembram-se?... A da meningite que já iam a Espanha comprar?... E já agora peçam gratuítas, saude não deve ter preço.Aleguem uma causa digna. Algo assim que seja notícia (VÁLIDA). Além de ficarem famosos (não por serem voluntários saudáveis ao uso da eutanásia), ficam famosos do mesmo modo, mas por causas nobres. Para não falar nos créditos que ganham junto a S. Pedro que pode pesar essas duas atitudes e quem sabe não ganham o céu?!!!!! Uma mão lava a outra... :)
MJ
Manolo:
Permita-me duas correcções:
1) A definição actual de Bioética é um pouco mais extensa do que a que deu:
(Bioethics is)"the broad terrain of the moral problems of the life sciences, ordinarily taken to encompass medicine, biology, and some important aspects of the environmental, population and social sciences. The traditional domain of medical ethics would be included within this array, accompanied now by many other topics and problems." (Encyclopedia of Bioethics, 1995, p. 250)
2) Relativamente à Ética Clínica, a sub-área da Bioética que se debruça sobre as decisões morais do dia-a-dia com que se confronta quem cuida de pacientes (não apenas médicos!), devo dizer-lhe que ela não "evita a questão sócio-económica dos doentes" como referiu, bem pelo contrário.
Nas análises individuais de casos de ética clínica, o critério sócio-económico é - sempre que relevante para o caso em estudo - devidamente integrado no processo decisório. Posso dar-lhe exemplos práticos disso.
E em termos gerais/macro nesta área, um dos assuntos actualmente mais discutidos internacionalmente pelos Bioeticistas é precisamente o da ausência de universalidade no acesso a serviços de saúde, devido a condicionantes sócio-económicas (e muitas vezes, políticas também).
Um abraço a todos!
Car@ Anica,
Disse: "Aliás somos um país em que as pessoas pensam muito pouco sobre os assuntos. Reparem na imensa quantidade de informação que a RAM colocou. Não escreveu nada dela, nada da cabeça dela. Deve ter lido o comentário enorme do Peter e disse "ora porra, eu não tenho ideias próprias, não tenho ideias nenhumas, defendo isto mas não sei como argumentar, deixa-me fazer uma pesquisa com eutanásia a ver se alguém minimamente conhecido ou importante já defendeu isto para meter lá algo de remotamente consistente". Somos assim quase todas. Pedimos emprestada informação em bruto sobre as matérias de outras fontes e já está expressa a nossa opinião, sem risco de contraditório, esperámos nós, pela força das assinaturas no fim da opinião. Resta-me a felicidade de tanta gente antes e depois daqueles dois "monumentos" ter continuado a dar a SUA opinião ;)"
Pois bem, alegra-me constatar que a sua opiniao sobre um assunto tao delicado como este se resume a um misero paragrafo, com 3 frases, uma das quais para dizer que corrobora a opiniao de outros dois participantes no blog. Isso, sem duvida, e um monumento.
Efectivamente efectuei 2 transcricoes, nao por estar preocupado com comentarios de terceiros - que nao li por falta de tempo - mas somente por considerar que se tratavam de dois aspectos que gostaria de lancar para a discussao, para a ela voltar mais tarde, quando tivesse tempo.
De modo nenhum me revejo na posicao do Prof. Daniel Serrao, contrariamente aquilo que se pode inferir das suas palavras.
Tratou-se, tao somente, de trazer para o debate, por um lado, a posicao oficial sobre o tema e, por outro, uma posicao mais ortodoxa de alguem com responsabilidade directa sobre este assuntos.
Acontece que o nosso Anfitriao ja efectuou novo post, portanto nao irei debrucar-me mais sobre o assunto, ate porque ja o fiz noutras alturas.
Todavia, nao me acuse de fazer pesquisas num qualquer motor de busca apenas para dizer alguma coisa; e habito que nao tenho.
Falo do que sei e daquilo com que lido.
Dispenso licoes de moral sobre o teor daquilo que escrevo ou cito, muito mais sobre aquilo que lhe subjaz.
posicao oficial = "posicao oficial"
Sandra,
Não sou um estudioso desta matéria mas leio tudo o que me passa pela frente. E estranho que grande parte de situações que são para mim claramente da área da bioética, nunca as tenha visto sequer afloradas. Por exemplo a utilização de animais em espectáculos crueis (tourada, luta de cães) aonde o homem inflige sofrimento aos animais para seu prazer, a forma cruel como se desenvolve a criação e abate de animais para alimentação (frangos sem penas, por exemplo). A forma horrível como se procede ao abate dos bovinos nos matadouros "modernos".
Para mim, tudo isso devia devia ser tratado pela bioética.
A definição que dei foi copiada da enciclopédia do Ciclo dos Leitores.
Não é por acaso que ando a ruminar um escrito sobre este assunto para por no meu blog, desde que li 2 artigos na revista Xis, e ainda não está pronto. É que tento não ler nada sobre este assunto para não ser influenciadao pelos "profissionais" desta matéria. Quero chegar a uma ideia minha, com os dados que estão à disposição no dia a dia.
Continua-se a falar muito do que se desconhece...que direito tem alguém, são de corpo e mente - nem sempre de alma! - para ajuizar da necessidade e/ou direito de outro alguém dispôr da sua dor, do seu sofrimento, da sua não-vida, da sua morte?
Depois, argumenta-se com a leviandade de quem imagina que uma limitação como a surdez, ou mesmo a cegueira, ou até um estado d'espírito...se possa comparar com uma doença que retira todos os sinais de vida...gentes!, a entanásia destina-se a pessoas que estão num plano vegetativo, ou seja: sem qualquer função vital, fisica ou mental...em geral ligados a máquinas, ou em grande estado de sofrimento que apenas terminará com a morte dado não haver cura...nem perpectivas razoáveis de vir a haver em tempo útil para o doente em causa...
Sejamos minimamente honestos...e respeitemos os outros...
seremos culpados por pensarmos que depois da vida, há apenas morte?
mjcd disse...(...) 3:15 AM
...se a ideia duma conversa frutífera é desvirtuar o sentido das palavras...dum leigo!...então ñ há discussão válida possível!...qq pessoa - de boa fé! - entenderá o q queria dizer...no meio da minha ignorância dos termos médicos adequados!, recorrendo por isso ao senso comum!
...em todo o caso e se assim é mais inteligível para quem demonstra tantos conhecimentos técnicos, direi que tenho pedido (encarecidamente!) aos meus entes queridos q nunca me deixem agarrada a uma máquina, fingindo que estou viva; que nunca me deixem a morrer aos poucos, no meio do maior sofrimento físico e mental, à espera do q se supõe ser o meu tempo; que não finjam q me amam impedindo-me de morrer, se o viver se limitar ao sobreviver numa cama!...se isto ñ é entendível e pode ser confundido com o chorrilho de patetices em q foi traduzido o q disse anteriormente, então...que o deuses me livrem de precisar de deparar com tanta estúpidez no dia em q precisar q me ajudem a morrer com dignidade.
...e ainda...
...que cada um tenha o direito de decidir por si e para si!, sem estar dependente de moralidades bacocas, hipócritas e tantas vezes tacanhas q se julgam no direito de tudo ajuizar em função das suas moralidadezinhas...
...o meu direito de dicidir da minha vida e da minha morte não obriga ninguém e não compromete ninguém que não sejam os que me amam...se para tal estiverem preparados, pois não me passaria pela cabeça obrigar ninguém, nem sequer sob a capa do afecto, para me ajudar numa coisa dessas; felizmente que há quem coloque o amor bem acima das moralidades toscas...às vezes com grandes prejuizos pessoais, pois são eles q cá ficam...
...da ilegalidade do suicídio foi do que mais gostei:->...e, sendo ilegal, penaliza-se quem???...depois ñ querem q eu refira a estúpidez, as moralidades bacocas e por ai fora...!?!:->
...qt ao resto...bahhhhh, formas e conteúdos por demais batidos q não debatidos, mas...isto é mais pr'andarmos aos beijinhos e abraços q outra coisa, né???:->
Obrigada!
...ah! se todos procurassem agir apenas com base no esclarecimento; se todos apenas e só agissem de acordo com a lei...nunca teriam existido revoluções!
...entendo o teu ponto de vista, mas... deixa q eu defenda o meu!...e depois q cada um haja de acordo com a sua consciência e...q as leis se possam ir adaptando às revoluções, pelo menos às mentais...culturais...sociais...
...e que ninguém se sinta moralizador das consciências alheias, quando alguém precisa decidir o dilema entre ajudar um ente amado e as penalizações da lei...
...como diria Antígona, mais ou menos: 'não podem as leis dos homens (que lhes orientam os interesses materias) sobrepôr-se às leis divinas (da consiência humana, traduzo eu!)'
...e se no cumprir das leis se fundamenta a organização social, é no respeito pela consciência dos valores humanos que poderemos redimir-nos dos nossos "pecados"...do equilibrio q se alcance neste caminho se fará a paz...coisa de q estamos muito, mas mesmo muito, longe...
...e continuam alguns a sobrevalorizar o cumprimento da lei, pq isso facilita a governação, mas...isso tb apenas faz dos homens...escravos!
«Proibição não significa forçosamente abstenção,
mas a sua prática sob a forma de transgressão»
George Bataille
Manolo Heredia disse...
Ninguém aqui se atreve a comentar o filme de Almodover "fala com ela"?
4:16 PM
...pena q ninguém tenha pegado aqui...complicado, né!?...tb, se era pra dizer baboseiras e trivialidades da treta, melhor assim...:->
Desculpa lá...
...Creonte criou a(s) lei(s) q achou melhor(es)/necessária(s) ao bem comum!, era essa a sua função como governante...
...só q esse bem, por vezes, colide(no entender de Antígona) com o bem individual e qd este mexe com a conciência deve cumprir-se qual?
[mas pq raio estás sempre a despedir-te???...q sinistro!:->]
O mais engraçado é q parece ninguém ter dado atenção (devida!) a esta última frase do post...
«Seja no fim da vida ou em casos de suicídio, não me sinto no direito de "decretar" doente alguém por desejar partir.»
...esta coisa dos direitos é mesmo uma coisa tramada...e infindável!;-)
Manolo:
Vou tentar obter o rasto de estudos sobre as questões que levantou. Indique-me por favor se tem limitações acerca da língua dos mesmos.
mjcd:
Só por curiosidade: Em 1999, a 52ª Assembleia Mundial de Saúde propôs à OMS a seguinte alteração ao conceito de saúde através da introdução de duas palavras mais (indico-as em maiúsculas): "Health is DYNAMIC state of complete physical, mental, social and SPIRITUAL well-being and not merely the absence of disease or infirmity". Infelizmente, ainda não foi aprovada...
Como resumo da minha opinião pessoal a este respeito: Creio que relativamente à questão da Eutanásia, não existem certos nem errados e a diversidade de opiniões a respeito dela pode ser tão diversa como a própria diversidade cultural e religiosa da espécie humana. Precisamente por essa razão é que me parece sensato que as decisões sobre a sua prática devam ficar por conta de cada um, no âmbito da autonomia do paciente. O que significa que em termos legislativos, sou a favor da liberalização da Eutanásia, e em termos práticos acho que devem ser criadas condições para os pacientes em consciência poderem deixar expressa a informação clara sobre os seus desejos a esse respeito caso se venham a encontrar um dia numa situação em que estejam impossibilitados de os expressar. Relativamente aos médicos, acho que devem ser criadas condições para que a Eutanásia se constitua como um acto médico não obrigatório, ou seja, que seja practicado apenas pelos médicos que não se importem de o fazer, mantendo absoluta liberdade para recusar a prática desse acto sem que isso os coloque em situação de incumprimento de quaisquer códigos deontológicos, regulamentos ou legislação.
...gosto tanto destas selectividades!:-> :-> e de blá, blá, blá's tb!:->
Bom dia,suponho ser este o "post" mais antigo e não querendo chatear quero divulgar já que sobre este assunto não vi nada nos meios de comunicação portugueses ou estrangeiros além daquele de onde retirei a notícia.
" Les restes de bébés ont été découverts dans un ancien foyer catholique de mères célibataires en Irlande, semblant confirmer les révélations de 2014 sur l'inhumation anonyme de près de 800 enfants dans cette institution entre 1925 et 1961.La commission officielle chargée d'enquêter sur cette affaire a indiqué vendredi qu'une "quantité importante" de restes d'enfants avaient été exhumés dans l'ancien foyer St Mary des soeurs du Bon Secours à Tuam, dans l'ouest de l'île. Elle a qualifié la découverte de "choquante", dans un communiqué.
Le gouvernement avait mis sur pied cette commission en 2014 suite aux révélations d'une historienne, Catherine Corless. Celle-ci avait étudié les avis de décès de 797 enfants, des bébés pour la plupart, décédés dans ce foyer, mais n'avait trouvé qu'une seule tombe correspondante dans le cimetière local.
L'historienne en avait conclu que les bébés, dont la plupart sont morts de malnutrition et de maladies infectieuses comme la tuberculose selon les archives du foyer, avaient été enterrés dans une fosse sur place et privés de sépulture chrétienne.
Des excavations menées ces derniers mois ont révélé l'existence d'une crypte de vingt chambres, dont au moins dix-sept contenaient des restes humains. "Un petit nombres de ces restes ont été récupérés à des fins d'analyse. Ils concernent des individus dont l'âge est estimé à entre approximativement 35 semaines de gestation et deux ou trois ans", a indiqué la commission d'enquête.
Les premières datations par le radiocarbone "suggèrent que les restes datent de la période" en question, entre 1925 et 1961 lorsque le foyer accueillait des jeunes filles-mères non mariées. "Désormais, nous avons la confirmation que les dépouilles sont bien là", a commenté la ministre irlandaise de l'enfance, Katherine Zappone, en évoquant "une information triste et dérangeante" "Aujourd'hui nous pensons à ces enfants qui ont vécu leur courte existence dans ce foyer. Nous allons honorer leur mémoire", a-t-elle promis.
Les soeurs du Bon Secours ont affirmé dans un communiqué qu'elles allaient continuer à coopérer avec l'enquête, toujours en cours.
Au total, ce sont dix-huit foyers gérés par les institutions catholiques qui sont visés par l'enquête de la commission pour des faits couvrant une période allant de 1922 à 1998. On estime à environ 35.000 le nombre de femmes tombées enceintes hors mariage qui y ont résidé.
Le Premier ministre irlandais Enda Kenny avait qualifié il y a trois ans "d'abomination" la façon dont avaient été traitées ces jeunes femmes et déploré que leurs enfants étaient considérés comme "des sous-espèces inférieures".
http://www.levif.be/actualite/international/les-restes-de-pres-de-800-bebes-decouverts-dans-un-ancien-foyer-catholique-en-irlande/article-normal-623515.html?utm_source=Newsletter-06/03/2017&utm_medium=Email&utm_campaign=Newsletter-RNBDAGLV&M_BT=10297994966538
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